quinta-feira, 31 de julho de 2008

Você vai gostar de ouvir: Irmã Kelly Patrícia

Nascida em Fortaleza (CE), Irmã Kelly Patrícia desde muito jovem começou a compor e a cantar. Inicialmente gravou três fitas K7 que foram distribuídas exclusivamente entre mosteiros e conventos do país. Aos poucos ela foi se tornando conhecida, primeiro no Nordeste e em seguida no Brasil todo.

O primeiro CD, "Melhores Momentos", reunindo canções das fitas gravadas anteriormente, foi lançado em 1996. Novos CDs foram sendo lançados e a jovem freira começou a fazer shows por todo o país, inclusive na Canção Nova.

A combinação de sua voz belíssima (que lembra a de Elis Regina) com arranjos delicados e letras profundas, baseadas em trechos da Bíblia e em textos de santos como São João da Cruz e Santa Tereza de Ávila tem encantado os fãs.

Vídeos de suas apresentações e clipes caseiros produzidos por fãs podem ser facilmente encontrados no Youtube.

Irmã Kelly Patrícia entrou para o Carmelo aos 19 anos de idade. Apesar de sua identificação com a espiritualidade carmelita, achou que aquela ainda não era a sua vocação. Depois de alguns anos de peregrinação e procura, acabou encontrando o seu caminho: juntamente com a a miga Jane Madeleine, fundou, em 1998, a Comunidade (hoje Instituto) Hesed, que tem casas em Fortaleza, Anápolis (GO) e Itajubá (MG).

Conheça mais sobre o Instituto Hesed e sobre a Ir. Kelly Patrícia.

Alguns vídeos: Quem nos separará - Divino Diálogo

Discografia:

1996: Melhores Momentos
1998: Passos no Silêncio
2000: Et Verbum
2002: Em uma Noite Escura
2003: Ofício da Imaculada (Orações)
2003: O Santo Rosário (Orações)
2004: Só Deus Basta
2007: Viver de Fé

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas

Fonte: Paulinas

Natividade Venegas de La Torre nasceu em 8 de setembro de 1868, em Jalisco, no México. A última de doze filhos, desde a adolescência cultivou uma devoção especial à eucaristia, exercendo obras de caridade e sentindo o forte desejo de consagrar-se totalmente ao Senhor no serviço ao próximo.

Só depois da morte prematura dos seus pais pôde unir-se ao grupo de senhoras que, com a aprovação do arcebispo local, dirigiam em Guadalajara um pequeno hospital para os pobres, o Hospital do Sagrado Coração. Em 1910, ela emitiu, de forma privada, os votos de pobreza, castidade e obediência.

As companheiras escolheram-na, em seguida, como superiora e, desse modo, com o conselho de eclesiásticos autorizados, transformou a sua comunidade numa verdadeira congregação religiosa, que assumiu o nome de Instituto das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, aprovado em 1930 pelo arcebispo de Guadalajara. Na ocasião, madre Nati, como ficou conhecida, e as companheiras fizeram os votos perpétuos; e ela trocou o seu nome para o de Maria de Jesus Sacramentado.

Exerceu o cargo de superiora-geral entre 1921 e 1954, conseguindo conservar a sua fundação nos anos difíceis da perseguição religiosa. Amou e serviu a Igreja, cuidou da formação das suas co-irmãs, entregou a vida pelos pobres e sofredores, tornou-se um modelo de irmã- enfermeira. Após deixar a direção da sua Congregação, passou os últimos anos da vida, marcados pela enfermidade, em oração e recolhimento, dando mais um testemunho de sua abnegação. Morreu com a idade de noventa e um anos, no dia 30 de julho de 1959.

O papa João Paulo II declarou-a bem-aventurada em 1992. Continuamente recordada e invocada pelo povo, que, pela sua intercessão, obteve diversos favores celestes, foi proclamada santa pelo mesmo sumo pontífice no ano 2000.

Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, primeira mexicana canonizada, soube permanecer unida a Cristo na sua longa existência terrestre, por isso deu abundantes frutos de vida eterna, assim discursou o santo padre durante a solene cerimônia em Roma.

Casas do Senhor (IV): Basílica de Nossa Senhora da Paz de Yamoussoukro


Construída no final dos anos 80 em Yamoussoukro, capital da Costa do Marfim, a Basílica de Nossa Senhora da Paz é classificada por alguns como a maior igreja do mundo. Sua arquitetura inspira-se na da Basílica de São Pedro, de Roma. Embora aCosta do Marfim reivindique o título de "maior do mundo" para sua basílica, calcula-se ela comporta até 18 mil fiéis, enquanto a basílica de São Pedro pode receber até 60 mil.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Conheça a Igreja (V): A Cúria Romana


Desde o tempos dos apóstolos, os líderes da Igreja tinham ajudantes que os auxiliavam nas tarefas de evangelização. Atualmente, chamamos de "Cúria Romana" ao conjunto de pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja. São como um conjunto de ministros, cada um cuidando de uma área.

O termo "cúria" é muito antigo: nos tempos da República Romana, referia-se a cada uma das trinta divisões formais da população de Roma e referia-se também ao local onde se reuniam os senadores e, por extensão, à própria instituição do Senado. Na Idade Média, o termo foi aplicado aos auxiliares do Papa.

Por exemplo, a Cúria cuida da escolha de candidatos à ordenação episcopal, da análise de pedidos de anulação de casamento, da organização das viagens apostólicas, dos processos de canonização e de uma infinidade de tarefas necessárias à vida da Igreja.

A Cúria é composta pela Secretaria de Estado (que funciona como uma espécie de "Ministério das Relações Exteriores" do Vaticano), além de 9 congregações, 11 conselhos, 3 tribunais e outros escritórios. Cada um desses órgãos é chamado de "dicastério" e é comandado por um presidente ou por um prefeito, que, geralmente, é um bispo ou um cardeal.

As Congregações são:

- Para a Doutrina da Fé
- Para as Igrejas Orientais
- Para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
- Para as Causas dos Santos
- Para a Evangelização dos Povos
- Para o Clero
- Para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica
- Para a Educação Católica
- Para os Bispos

Os Conselhos Pontifícios são:

- Para os Leigos
- Para a Promoção da Unidade dos Cristãos
- Para a Família
- "Justiça e Paz"
- "Cor Unum"
- Da Pastoral dos Migrantes e Itinerantes
- Da Pastoral no Campo da Saúde
- Dos Textos Legislativos
- Para o Diálogo Inter-Religioso
- Da Cultura
- Das Comunicações Sociais

Os Tribunais Eclesiásticos são:

- Penitenciária Apostólica
- Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica
- Tribunal da Rota Romana

Alguns dos dicastérios mais importantes são a Congregação para a Doutrina da Fé (que cuida da defesa da doutrina católica), a Congregação para a Causa dos Santos (que decide sobre a canonização dos santos) e a Congregação para o Clero, que é comandada pelo cardeal brasileiro Dom Claúdio Humes.

Para saber mais sobre a Cúria Romana e os órgãos que a compõem, clique aqui.

Nosso próximo verbete: As Ordens Religiosas

Santa Marta


Fonte: Católico

"Marta", em aramaico, significa "senhora". Era a irmã de Maria e de Lázaro. Por várias vezes Jesus hospedou-se em sua casa. Ela dispensava ao Mestre um carinho todo especial, providenciando aquilo aquilo de que ele necessitava. Foi a seu pedido que Jesus ressuscitou a Lázaro, seu irmão (cf. João 11,21ss.). A devoção a S
anta Marta remonta à época das Cruzadas. Originou-se na França, lugar em que, segundo uma lenda, Marta, Maria e Lázaro terminaram os seus dias. Santa Marta era mais popular na cidade de Tarascon, onde, segundo a tradição, estrangulara Tarasca, um monstro que devorava animais domésticos e crianças. É considerada a patrona das cozinheiras.

ORAÇÃO

Preçe da esperança do Encontro

Santa Marta de Betânia, hospedeira do Senhor, hoje o Povo da Aliança canta um hino em teu louvor. Tua casa foi o abrigo onde o Mestre repousou. No calor de um lar amigo, ele as forças renovou. Pão e vinho lhe serviste, quando tua irmã, Maria, vida eterna em alimento dos seus lábios recebia. Reclamastes a sua ausência junto a Lázaro doente, proclamando assim a fé no seu Verbo onipotente. Dele escutas a promessa: teu irmão ressurgirá. E proclamas: Tu és Cristo, Deus conosco em ti está. No milagre testemunhas seu poder e seu amor: teu irmão retorna à vida, à palavra do Senhor. Que possamos caminhar com Jesus, na fé ardente, e contigo contemplar sua face eternamente.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

História da Salvação II - Noé

A história de Noé está narrada no Gênesis, sendo que seu nome é mencionado pela primeira vez no versículo 29 do capítulo 5. Ele é apresentado como descendente de Set e, portanto, descendente de Adão.

Naquela época, a humanidade encontrava-se corrompida. Os povos praticavam atos de maldade entre si e, por causa disso, Deus se arrependeu de tê-los criado e decidiu exterminá-los através de uma grande inundação que cobriria a terra inteira. Noé, entretanto, era um homem justo e íntegro, que temia a Deus e possuía um bom caráter. Então, Deus decidiu poupá-lo e também à sua família do extermínio. Para tanto, Deus ordenou-lhe a construção de uma grande arca, na qual Noé e sua família poderiam se salvar das águas que inundariam a terra (terra, neste contexto, vem do hebraico eretz, que significa região). Além de sua família, ele deveria abrigar na arca casais de animais também.

Mesmo ouvindo as caçoadas de seus conterrâneos, Noé acatou as ordens de Deus e, com o coração cheio de obediência, pôs a trabalhar e construiu a arca. Quando chegou o tempo determinado, a chuva começou. Choveu dia e noite durante quarenta dias. Conforme diz a Escritura, todos os homens e todos os seres vivos que ficaram fora da arca morreram. Passados quarenta dias, a chuva parou e as águas foram abaixando. Noé enviou uma pomba (algumas traduções mencionam um corvo) que voou e trouxe-lhe um ramo de oliveira, dando a saber que a terra já estava seca. Tendo as águas abaixado completamente, a arca teria ficado encalhada no Monte Ararat, numa região onde hoje fica a fronteira da Turquia com a Armênia. Surgiu no céu um arco-íris, sendo o sinal de que Deus não destruiria novamente a humanidade. Estando já em terra seca, Noé ergueu um altar e ofereceu a Deus um sacrifício.

Finalmente, Noé e sua família e também os animais puderam pisar em terra firme. Segundo a Bíblia, Noé teria vivido novecentos e cinqüenta anos. Tal longevidade certamente é uma indicação de que ele realmente “encontrou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6,8).

A história do dilúvio, bem como outras encontradas no Antigo Testamento, possuem similaridades com muitas outras histórias de povos antigos que viviam na região do Oriente Médio, especialmente dos povos da Mesopotâmia. Uma delas é do herói e rei sumério chamado Guilgamés, que é considerada o mais antigo conto escrito pela humanidade. É conhecida por Epopéia de Guilgamés. Segundo esta história, Guilgamés passou sua vida inteira à procura da imortalidade, a qual lhe foi negada pelos deuses.

Nesta epopéia, traduzida da língua antiga original em 1872, há um personagem chamado Utnapisti, cuja história é muito semelhante à de Noé. Utnapisti é um rei e sacerdote sumério, único sobrevivente do dilúvio juntamente com sua família. Seu nome significa “encontrou (viu) a vida”, isto é, encontrou a imortalidade.

Também já foi encontrada pelos arqueólogos em Nipur, na Babilônia meridional, uma tabuinha do ano 1.600 antes de Cristo, a qual relata a história de uma grande e devastadora inundação. Há ainda a história de outro herói sumério chamado Ziusudra, na qual há semelhanças com a narrativa bíblica.

É bom salientar ainda que todas essas histórias são bem anteriores à época em que o Gênesis foi escrito e, portanto, bem anteriores inclusive ao surgimento do povo hebreu. Observe-se ainda que Abraão era originário da região da Caldéia, ou seja, da Mesopotâmia. Ele conhecia todas essas narrativas que passavam oralmente de geração a geração.

Todas essas histórias, enfim, relatam a ocorrência de uma grande inundação, a qual foi de proporções catastróficas. Essa calamidade deixou marcas na memória coletiva das pessoas daquela região. Naturalmente, uma inundação deste porte poderia ocorrer naquelas terras cercadas por dois grandes rios, o Tigre e o Eufrates. Devemos ter em mente que a noção de mundo daqueles povos antigos era muito diferente da nossa. Naquela época, a noção de “mundo inteiro” ou “terra inteira” era limitada às regiões então conhecidas. Não era como hoje, que temos conhecimento de que o mundo, isto é, a terra, é um planeta.

Não cabe ficar argumentando sobre a existência ou não da arca de Noé, assim como se realmente ele colocou casais de todos os animais dentro da mesma, ou ainda sair procurando os restos da arca em cima das montanhas da Armênia e da Turquia. O sentido da história certamente não é este. A Bíblia não é um livro de história natural nem uma revista científica. Ela é a coleção de livros nos quais, através dos tempos, Deus quis se revelar à humanidade. No tocante à história da arca, o que importa é que Deus salvou Noé e sua família da punição dada aos homens por causa de seus pecados. Mais ainda, até mesmo a criação sofre as conseqüências dos pecados humanos. Este é, sem dúvida, o sentido maior desta bela história que passou pelos lábios dos patriarcas e dos juízes até chegar às mãos do escritor que a transcreveu nos rolos de pergaminho. E mais ainda, nesta história é apresentada a primeira aliança que Deus, em sua misericórdia, fez com a humanidade.

Na próxima semana, você conhecerá sobre a história de Abraão.


Nilson Antônio da Silva

Eucaristia é Parusia


Fonte: Site da Canção Nova.

A Eucaristia consiste em duas realidades: a terrena e a celeste

A Eucaristia é parusia (ou parúsia) – presença real de Cristo sob as espécies eucarísticas – presença sacramental. Na Eucaristia já acontece a vinda de Jesus, porém, não na Sua segunda e definitiva vinda. Assim parusia significa vinda, chegada ou advento.

Antigamente usava-se o termo “parusia” para se descrever a visita de um rei ou imperador. Por isso, a Eucaristia é a vinda do nosso Rei para entrar na vida dos Seus servos. Cristo nos visita na Eucaristia. Foi o melhor e mais simples meio de todos terem acesso a Deus. A parusia é a presença no Senhor Glorioso, Real e Verdadeiro.

Sabemos que haverá a parusia no final dos tempos, mas também sabemos que ela acontece em cada Santa Missa celebrada. Foi o próprio Jesus que estabeleceu a Eucaristia como um acontecimento escatológico – parusia – a vinda do Rei e do seu Reino, sendo que isso acontece em cada Celebração Eucarística.

“A Parusia é o mais alto grau de intensificação e de satisfação da liturgia. E a liturgia é parusia. Cada Eucaristia é Parusia, vinda do Senhor; e, ainda, a Eucaristia é, inclusive, o mais verdadeiro desejo ardente de que Ele, por fim, revelaria a Sua Glória escondida” (Cardeal Joseph Ratzinger – Bento XVI).

A Igreja, que é o Reino, o Reino onde o Rei reina na Eucaristia. Ela clama todos os dias: Vinde, Senhor Jesus – pois estamos comprometidos com a liturgia da vinda de Jesus, com Sua presença real, a Sua parusia.

“O Reino de Deus vem desde a Santa Ceia e na Eucaristia, Ele está no meio de nós. O Reino virá na glória quando Cristo restituir a seu Pai. A Igreja sabe que, desde agora, o Senhor vem em sua Eucaristia, e que ali Ele está, no meio de nós. Contudo, esta presença é velada” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2816 e 1404).

A Eucaristia consiste em duas realidades: a terrena e a celeste. Por isso, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus no fim dos tempos, vamos recebê-Lo com ardor a vinda d’Ele em cada Eucaristia para nos preparar para Sua vinda definitiva.

Pe. Reinaldo

São Celestino


Do site da Canção Nova.

Com satisfação nós lembramos da santidade do Papa Celestino I, que governou a Igreja dos anos 422 até 432. Ele nasceu na Itália e, ao ser escolhido para governar a Igreja do Cristo, usou muito bem o cajado da justiça e paz.

No tempo dele a auto-suficiência do pelagianismo, que, embora condenado no Concílio de Cartago, perdurava querendo "contaminar" os cristãos, pois afirmava uma auto salvação.

Combatente também contra a heresia do Nestorianismo - que afirmava ter Jesus duas naturezas e duas pessoas - São Celestino fez de tudo para condenar o erro e pecado sem deixar de amar o errado e o pecador; assim viveu na santidade até entrar na eterna casa dos santos em 432.

São Celestino, rogai por nós!

domingo, 27 de julho de 2008

Cuide bem dos seus amigos

Ah, como é bom ter amigos! Companheiros de risos e venturas, força firme nas horas escuras...
Costuma-se dizer que somos nós que escolhemos nossos amigos. Isso é verdade, mas em parte...

Antes que nós escolhamos as nossas amizades, Deus as escolhe para nós. Nessas situações misteriosas, que nossa pobre linguagem chama de “coincidências”, Deus faz nascer simpatias mútuas que se tornam afetos que, por sua vez, se cultivados, se tornam amizades. Assim nascem os amigos. São colegas de escola que se sentam lado a lado; são vizinhos que voltam juntos para casa; são desconhecidos que se vêem trabalhando no mesmo lugar; são pessoas que se encontram no grupo de jovens.

Deus providencia tudo. Coloca os amigos em nossa vida. Mas temos a responsabilidade de aceitar a escolha de Deus e de fazer crescer a amizade. Para isso, precisamos conviver, precisamos aprender a ser pacientes, pois nossos amigos certamente terão defeitos. Precisamos também aprender a lapidar nossa personalidade, para que nossos próprios defeitos não sejam tão pesados para nosso amigo. Precisamos saber nos “dar”. E assim, pouco a pouco, vai surgindo a confiança, a solidariedade, a lealdade. Um laço delicado, porém resistente, vai se apertando pouco a pouco.

A amizade é algo maravilhoso. Amigos não têm frescuras. Eles não usam máscaras uns com os outros. Dispensam hipocrisias. Não buscam admiração. Às vezes são tão amigos que se tratam quase grosseiramente, porque são espontâneos, mas leais. Amigos não gostam que se fale mal dos seus amigos. E têm prazer em falar bem uns dos outros, afinal, têm orgulho da amizade.
Bons amigos se conhecem, cuidam uns dos outros, se preocupam, se corrigem.

Amigos sabem também se afastar. Sabem dar um tempo, abrir espaço, calar no momento certo. Sabem sair de cena se for preciso. E voltar tão calorosos como sempre na hora adequada. Porque a amizade, aquela simpatia que virou afeto, e somada à confiança e á lealdade cresceu e deu frutos, a amizade não morre, a não ser que jamais tenha sido amizade verdadeira. Às vezes os amigos se separam, se distanciam, pois nem sempre a vida segue de forma que possam caminhar juntos pelas mesmas estradas, mas isso não importa. Não há tempo ou distância que anestesie as verdadeiras amizades. Basta um reencontro, breve que seja, para que os afetos renasçam, as saudades se abrandem, os papos apareçam e os risos retornem.

Tenhamos Jesus como exemplo do melhor amigo que é possível ter, e ser. E lembremos que, para fazer um amigo é muito fácil: bastar sermos amigos primeiro.

sábado, 26 de julho de 2008

Saia dessa, fique sóbrio!

E aí rapaz? Comequié, garota? Os olhos estão pesados? Você está enxergando dobrado? A língua está enrolada? Você está se sentindo como se estivesse dentro de um liquidificador? Pois é, você sabe porque, não sabe? É o álcool!

Beber é divertido. Ajuda a adormecer a timidez, a soltar a língua, a criar coragem, a esquecer as mágoas. E, afinal, todo mundo bebe... Mas cuidado: você pode estar caindo numa armadilha que pode acabar com a sua vida.

Beber não é pecado. Mas há limites para isso e nem todos conseguem enxergar claramente esses limites e se controlar. Aquele que bebe demais está pecando, pois está colocando a própria vida e a de outras pessoas em risco. Quem bebe demais traz sofrimento à família. Quem bebe demais se torna alvo fácil para os maus conselhos do demônio.

Todos sabemos que muitos jovens morrem, todos os dia, em todos os lugares do mundo, em função da bebida. São acidentes de carro envolvendo jovens bêbados (será que você não conhece ninguém que morreu assim?), são brigas sem sentido envolvendo gente embriagada, algumas das quais terminam em assassinato. Se todos sabem dessas coisas, se conhecemos o poder destrutivo do excesso de álcool, porque tanta gente continua bebendo demais? As respostas são muitas: são os falsos amigos, que aparecem para a farra e somem na hora dos problemas; é a fraqueza, a incapacidade de dizer não, é a estupidez humana...

A própria Bíblia faz uma grave advertência contra o alcoolismo. Está lá: “Ouve, meu filho: seja sábio, dirige teu coração pelo caminho reto, não te ajuntes com os bebedores de vinho, com aqueles que devoram carnes, pois o ébrio e o glutão se empobrecem e a sonolência veste-se com andrajos” (Prov. 23,21).

Pois é. Aqueles que bebem demais perdem o controle de si mesmos, perdem o controle da vida. Eles vivem cercados de parceiros de cachaça, mas não têm amigos. Eles partem os corações das mães e fazem infelizes os pais. Eles perdem as namoradas. Vão mal na escola. Ficam sem emprego. E podem acabar em andrajos. Podem acabar com a cara de idiota, como o homem da foto.

O alcoolismo é uma ladeira. Cada passo é uma queda. Mas é possível sair dessa. É preciso força de vontade, oração e apoio. Aquele que usa o vício como desculpa para continuar no vício está fugindo do problema. Aquele que se julga fraco demais para vencer o álcool está mentindo para si mesmo, por medo. Todos são capazes de se levantar. Todos podem recuperar a dignidade. O primeiro passo é querer. O segundo, procurar ajuda. Hoje existe a Pastoral da Sobriedade e os Alcoólicos Anônimos. Há tratamentos específicos, há, clínicas, há a Fazenda da Esperança, que o Papa está visitando neste mês, no Brasil. Sempre há esperança.

Peça forças a Deus, procure os amigos verdadeiros, informe-se sobre os caminhos existentes. Se você já está fora dessa, não entre. Se já entrou, você vai sair. E diga logo ao garçom que aquela foi a última.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pudor: você tem?


Peraí, continue lendo. “Que assunto mais cabuloso...”, você deve estar pensando. Mas não é não. O pudor é uma virtude muito importante que vem sendo cada vez mais deixada de lado, o que é muito ruim. Mas, você sabe o que é pudor?

Veja como o dicionário Houaiss define essa palavra: “sentimento de vergonha com respeito a atos que ferem as qualidades de caráter de um indivíduo, como a decência, a honestidade, a honra etc.” Pois bem, o pudor é o sentimento que leva a pessoa a proteger a própria decência e a própria honra. O pudor é o sentimento que ajuda a pessoa a defender a própria dignidade, que a faz se recusar a se rebaixar à posição de um objeto sem vida e sem alma. Ter pudor é evitar aparecer como mero objeto sexual.

O mundo de hoje não liga muito para qualidades como honra e dignidade. Por isso o pudor é visto como algo desnecessário e ultrapassado. Mostrar tudo, sem censura, é a nova lei. Assim, vemos na TV, nas revistas e nas ruas, pessoas sem roupas e assumindo atitudes escandalosas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Os meios de comunicação querem passar a idéia de que as pessoas “descoladas” não têm vergonha na cara, que para ser moderno é preciso ser indecente. Você vai cair nessa?

Se você for esperto ou esperta, não vai. Ter pudor, não exibir demais o próprio corpo, é uma proteção da própria pessoa e um sinal de respeito às outras.
Quem tem pudor, mostra caráter.

As coisas que ferem o pudor dependem da situação. Por exemplo: andar nu na rua é falta de pudor, mas tirar a roupa num exame médico é coisa não só natural, como necessária. Da mesma forma, uma mulher que trabalha com roupas muito longas na lida da roça, por exemplo, poderá ter dificuldade no serviço. Ali, provavelmente, ela prenderá a saia. Mas, fora desse contexto, se ela fizer a mesma coisa, isso será falta de pudor. No caso dos homens, é igual: nadar apenas de sunga é natural, mas receber as visitas em casa só de cuecas é falta de pudor.

Ou seja, o pudor depende dos costumes e da situação. Mas isso não significa que podemos relativizá-lo à vontade. Um biquíni fio-dental é falta de pudor em qualquer situação, assim como é posar sem roupas para fotos eróticas. Um decote acentuado é falta de pudor, um short muito curto (para homens e para mulheres), assim como uma mini-saia, também são.

O pudor também se relaciona aos atos íntimos das pessoas: tanto às atitudes de afeto de um casal como aos atos fisiológicos. Casais que ficam se agarrando publicamente, mesmo se forem casados, não demonstram pudor. E quem fica por aí alardeando o que faz no banheiro... bem, demonstra que não tem coisa melhor para dizer além do que produz lá.

Tenha pudor. Tenha vergonha na cara. Isso é sinal de civilidade, de honra e de respeito. O contrário mostra selvageria, indecência, fraqueza e desrespeito. Não se mostre demais. Respeite e defenda o corpo que Deus lhe deu e que é sagrado. O corpo é um templo. Se é escandaloso desonrar uma igreja, que é templo de pedra, construído pelos homens, imagine como é escandaloso desonrar o corpo, que é templo feito pelas mãos de Deus.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Santo Antônio Turriani

Retirado do site: http://www.catolico.org.br/santo_do_dia/index.php
Santo Antônio Turriani nasceu em Milão e viveu no século XV. Estudou medicina e cirurgia. Acreditando que as doenças eram causadas pelo pecado, exigia dos clientes que se confessassem antes de procurá-lo.
Ingressou na ordem dos eremitas de Santo Agostinho, na província de Milão. Ordenado sacerdote, foi eleito prior, cargo que recusou. Partiu em peregrinação ao Santuário de São Tiago de Compostela, e pelo caminho ia curando os doentes que encontrava. De volta, foi para Áquila, que se encontrava dividida por contínuas discórdias. Ali continuou a pregar a paz.
Em 1476, Áquila foi assolada pela peste. Antonio Turriani entregou-se, então, aos cuidados dos necessitados, zelando tanto pela saúde corporal como espiritual deles. Veio a falecer no ano de 1484, aos 70 anos.

Oração

Prece pela justiça e reconciliação

Deus, nosso Pai, possamos mais nos encontrar profundamente com Jesus Cristo, presente em nossa vida, vivo e ressuscitado na comunidade, na Igreja, na história humana, conduzindo os povos, segundo o vosso desígnio de amor. Que no amor, na fé e na esperança, possamos fazer a experiência da caminhada convosco e lutar pela justiça e pela reconciliação entre os homens, promovendo a paz e nos colocando ao serviço dos mais necessitados. Com a vossa graça, ajudemos o Reino de Deus a acontecer no meio de nós; vivamos realmente a nossa profissão de fé num Deus que é Pai e amor.

"A TV me deixou burro, muito burro, demais"

É tempo de férias! Ah, que vida boa. É tempo de ver TV. De colocar as pernas para o ar e ver Sessão da Tarde. Você vai assistir a Curtindo a Vida Adoidado pela 43ª vez e a Esqueceram de Mim pela 38ª. Vai achar que realmente Vale a pena ver de Novo e vai ficar relembrando as novelas melosas de antigamente. Depois vai ficar sonhando com o mundo fantasioso de Malhação e das novelas das seis, das sete e das oito.

Não tem nada de errado em ver TV. Mas é preciso tomar cuidado. Não podemos nos deixar escravizar por essa caixa brilhante que toma conta de nossa casa. E nem tudo o que ela nos mostra nos faz bem: é precisa lembrar que nem tudo que é permitido nos convém.

A TV pode ser educativa. Pode nos informar sobre o que acontece no mundo. Pode nos mostrar filmes emocionantes, que nos fazem pensar sobre a vida. E pode nos mostrar pornografia, pode incentivar o pecado, pode nos fazer perder tempo com coisas desnecessárias, pode nos conduzir à violência. Vai depender apenas do uso que fazemos dela. Vai depender do tipo de programas que assistimos.

As novelas, há muito tempo, se tornaram formas de fazer propaganda do pecado. Ultimamente as novelas falam de espiritismo, como se fosse coisa correta. Falam de bruxaria e de feitiços como se isso não fosse coisa do demônio. Falam de adultério como se fosse algo absolutamente normal. Falam de aborto como se não fosse assassinato. Falam de roubo como se fosse uma forma aceitável de subir na vida. Falam de violência e assassinato como se matar as pessoas fossem um jeito normal de resolver os problemas. Muitos filmes vão no mesmo caminho. E os programas de auditório? Só querem explorar o corpo: é homem sem camisa e mulher pelada. Todo mundo rebolando, se agarrando. A virtude é vista como coisa negativa. A santidade é para os bobos. A TV vende a idéia de que o inferno é um lugar divertido. Temos que tomar cuidado com isso.

Precisamos assistir TV na dose certa, no horário certo, vendo os bons programas. Precisamos aprender a mudar de canal quando algo pecaminoso nos é mostrado. Precisamos aprender a desligar a TV para ler um livro, conviver com a família, dar uma volta, sair com os amigos. Afinal, você não quer virar um Homer Simpson burro e barrigudo, ou uma mulher fútil que só quer saber sobre a mocinha da novela, quer?

* * *

EU QUERIA SER UMA TELEVISÃO
Extraído do Site da Comunidade Shalom. Vá direto ao texto clicando aqui.

Ana Maria, professora do ensino fundamental, pediu aos alunos que fizessem uma redação sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles. Ao fim da tarde, quando corrigia as redações, leu uma que a deixou muito emocionada.

O marido, que, nesse momento acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou-lhe:
- O que é que aconteceu? - Ela respondeu:
- Leia isto.
Era a redação de um aluno.

“Senhor, esta noite peço algo especial: me transforma na televisão. Quero ocupar o lugar dela. Viver como a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família comigo... Ser levado a sério quando falo... Quero ter as atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. Ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha, cansada ou aborrecida. E ainda que os meus irmãos discutam para ver quem fica comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos. Senhor, não te peço muito... só quero viver o que vive qualquer televisão”

Depois de ler, o marido de Ana Maria disse:
- Meu Deus, coitado desse menino! Que pais ele tem!
E ela olhou-o e respondeu:
- Esta redação é do nosso filho.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Consumismo




Eu quero. Eu quero um Nike Shox e um Ipod. Uma camisa da Puma e outra da Cavalera. Uma calça Vide Bula e um relógio Tissot. Um celular Motorola e uma TV de plasma da Philips. Quero estacionar meu Audi A3 e comprar um Big Mac. Quero mais um sapato pra se juntar aos outros trinta pares. Quero um óculos daqueles bem caros, porque se for barato não tem graça. Quero um sonzão no meu carro, daqueles que fazem estourar os tímpanos, porque essa é a única forma que tenho para que as pessoas reparem em mim. Eu quero a roupa da moda, porque esse é o único jeito de as pessoas me amarem. Eu quero um carro, porque senão as meninas nem vão me olhar. Eu quero! Eu quero! Eu quero!

E a indústria agradece. A TV me diz que se eu não fumar, sou menos legal. Se não beber a cerveja certa, sou menos bonito. Se não andar no carro mais caro, sou menos homem. Se não estiver com o sapato mais novo, sou menos mulher. Se não usar o celular lançamento, não consigo fazer ligações. Se não tiver isso, se não comprar aquilo... E, claro, eu embarco nessa. Quem manda em mim não sou eu, é a propaganda. A opinião que me interessa é a dos outros, claro. Quem sou eu para pensar independentemente? Nada disso! Eu quero é consumir!

Ei, mané, abra o olho! Você vale pelo que é, não pelo que tem. Vale pelo que faz, pelas decisões que toma, não pelo tênis que calça nem pelo carro que dirige. Use seu dinheiro de forma mais inteligente e útil. Pense nos outros. Pense no futuro. Não torre sua grana com bobagem. Tem gente que gasta cada centavo que ganha na calça de R$ 200, no óculos de R$ 300, no celular de R$ 1000, no som de R$ 4 mil. Será que essas coisas realmente valem isso? Você precisa delas? Ou só quer aparecer? Será que você acha que se não for pela nova calça super cara os rapazes não vão gosta de você? Ou se não for o som exagerado no carro, as meninas nem vão ver que você existe?

Não seja superficial. Dê valor ao que tem valor. Chame a atenção das pessoas por meio de suas qualidades pessoais e não por meio de objetos. Seja gentil, alegre, prestativo, bem humorado, inteligente, agradável, generoso. Certamente as pessoas vão preferir estar ao lado de alguém legal, mesmo que a pé. Vão preferir estar ao lado de uma moça gente boa, mesmo que sem roupa de marca. E faça o mesmo com os outros. Não seja falso, nem oportunista. Não escolha seus amigos em função do que eles têm, mas em função do que eles são. Não faça amizade por interesse. Não se aproxime de uma pessoa porque ela tem carro ou celular bacana. Quem faz isso é gente canalha.

O consumismo não é um problema em si, mas é sintoma de vários problemas. Geralmente, uma pessoa que vive comprando coisas é uma pessoa superficial, que não dá valor às coisas certas. É uma pessoa irresponsável, que não sabe ser previdente e pensar no futuro. É uma pessoa apegada demais aos bens materiais, incapaz de se separar deles.

É preciso saber usar os bens materiais para o bem. É preciso saber quando é bom tê-los e quando é melhor dá-los ou mesmo jogá-los fora. às vezes eles podem ser apenas pesos que nos prendem ao mundo. Na hora de ir para o céu, eles vão mais é nos puxar para baixo...
Aprenda a doar um pouco do seu dinheiro a quem precisa e a economizá-lo para o futuro. Compre aquilo que você precisa de verdade e não aquilo que mandam você comprar. O que importa é o que você faz e o que você é. Todo o resto, um dia, vira lixo.


"Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
- Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida eterna, observa os mandamentos.
- Quais?, perguntou ele.
Jesus respondeu:
- Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem:
- Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda?
Respondeu Jesus:
- Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!
Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens. Jesus disse então aos seus discípulos:
- Em verdade vos digo: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus! Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus."

Mt 19, 16-24

Casas do Senhor (III): a Basílica de Aparecida


A Basílica de Aparecida, também conhecida como Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, é a maior igreja e o principal centro de peregrinação do Brasil.

Começou a ser construída na cidade de Aparecida ("do Norte"), em São Paulo, em 1955. Foi inaugurada em 1980 pelo Papa João Paulo II e suas obras ainda não estão concluídas.

A Básilica pode abrigar até 45 mil pessoas. A igreja tem o formato de cruz. A cúpula tem 70 metros de altura e a torre, 100 metros.

Na mesma cidade há a "Basílica Velha", construída no século XIX, bem menor do que a "Basílica Nova". Esta foi construída para melhor abrigar a enorme quantidade de fiéis que afluem constantemente a Aparecida, em especial no dia 12 de outubro, quando secelebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida.

O intenso movimento de peregrinação na pequena cidade de Aparecida (que tem em torno de 35 mil habitantes) se deve ao fato de que no século XVIII pescadores do que era então um vilarejo encontraram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no Rio Parnaíba, enquanto lançavam suas redes de pesca. A imagem foi guardada e, a partir daí, os milagres obtidos por interceção de Maria se multilicaram. Ao longo de mais de duzentos anos a fama do santuário se espalhou. Nossa Senhora Aparecida passou a ser considerada padroeira do Brasil.

O que publicamos sobre a Jornada Mundial da Juventude

- Vem aí a Jornada Mundial da Juventude
- Receba a Força
- Vai começar a grande festa da Igreja
- DMJ, ecologia e abusos sexuais: os temas da coletiva de imprensa no avião papal
- Bento XVI já está na Austrália
- Como acompanhar a Jornada Mundial da Juventude?
- Falta só um dia para o começo da Jornada Mundial da Juventude!
- Começou a Jornada Mundial da Juventude
- Sinos tocam na "Hora Zero" da JMJ
- Algumas fotos da Jornada da Juventude 2008
- Bênção
- Papa aponta problemas do mundo atual
- Mais notícias sobre a Jornada Mundial da Juventude
- O dia de Bento XVI em Sidney: Via Sacra, encontros com os jovens e com autoridades religiosas
- O Papa iniciou ontem seus encontros com os jovens em Sidney
- Mais fotos sobre a Jornada Mundial da Juventude
- Confirmado: próxima JMJ será em Madri
- Confira os números da Jornada Mundial da Juventude 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Conheça a Igreja (IV): a Hierarquia Eclesiástica

Muitas pessoas não sabem, mas existem apenas três níveis na hierarquia da Igreja Católica: diácono, padre e bispo. Todas as demais denominações (Papa, cardeal, arcebispo, etc.) são desdobramentos destas três.

O primeiro grau hierárquico é o de diácono. Ele é um auxiliar dos padres e bispos e pode presidir batizados, casamentos e cultos. Todo padre é, antes, ordenado diácono. Mas nem todo diácono torna-se, depois, padre: homens já casados podem ser ordenados diáconos, mantendo-se nesse grau durante toda a vida e auxiliando nos serviços da Igreja.

O segundo grau é o de padre. É o sacerdote que consagra o pão e o vinho, assiste espiritualmente os fiéis, reza missas, ouve confissões, etc. Podem ser religiosos (quando pertencem a uma ordem, como os franciscanos, os dominicanos, etc) ou seculares, também conhecidos como diocesanos, quando não pertencem a uma ordem específica. Quando estão à frente de uma paróquia são chamados de “párocos”. Podem também ser vigários (auxiliam os párocos), capelães (são padres em locais especiais como hospitais, quartéis, escolas, presídios), etc.

O terceiro grau é o de bispo. Os bispos são os sucessores dos apóstolos. Sua missão é santificar, ensinar e governar o povo de Deus e de levar o Evangelho a todo o mundo. Somente eles podem conferir os sacramentos da Ordem e do Crisma. Se estiverem á frente de uma diocese, são chamados de “bispos diocesanos”.

Um arcebispo é um bispo que está à frente de uma arquidiocese, que é, na prática, uma diocese muito grande ou muito importante. O cardeal também é, geralmente, um bispo. O cardinalato não é um grau hierárquico, mas um título de honra dado àqueles que devem auxiliar diretamente o Papa. A eleição de um Papa, inclusive, cabe exclusivamente aos cardeais, e, em geral, os papas também são antigos cardeais.

Por fim, o Papa é também um bispo: o bispo de Roma, sede da Igreja. Por isso ele é o mais importante dos bispos. É também um sucessor dos apóstolos, mas de um apóstolo em especial: São Pedro, a quem o próprio Jesus Cristo confiou a liderança da Igreja.

Nosso próximo verbete é: a Cúria Romana.

PHN em 2009 será em Israel

Está confirmado: Em 2009 o PHN será na Terra Santa.

Saída dia 08 de Julho
, segue o Roteiro:

Quarta. 08 de Julho de 2009-Brasil/Europa
Quinta. 09 de Julho de 2009-Europa/Tel Aviv
Sexta. 10 de Julho de 2009-Galiléia *Saída para o Monte Tabor, onde se fará a subida a pé. É o lugar da Transfiguração de Jesus. Visita a Caná da Galiléia, local do primeiro milagre de Jesus.
Visita a Fonte da Virgem e depois visita à Basílica da Anunciação e casa de São José. Missa na Basílica.
Sábado. 11 de Julho de 2009-Galiléia *Visita ao Monte das Bem-aventuranças, visita a Cafarnaum. Tabgha, onde Jesus conheceu os primeiros Discípulos, multiplicação dos pães, onde haverá passeio pelo mar da Galiléia. Pode-se ver o Monte Carmelo e Haifa.
Domingo. 12 de Julho de 2009-Judéia *Visita a Basílica da Natividade e Campo do pastores.
Segunda. 13 de Julho de 2009-Judéia *Visita a Ein-Karem, Cesaréa Jaffa e Tel Aviv.
Terça. 14 de Julho de 2009-Judéia *Visita a Jericó e subida ao Monte das Tentações (Deserto)
Quarta. 15 de Julho de 2009-Judéia *Visita a cidade de Jerusalém pelo Monte das Oliveiras,
visita ao Pater Noster, Dominus Flevit e Getsamine, São Pedro em Galicantu, Igreja de São Pedro, Cenáculo, Dormição de Maria, Caminhada pelas Muralhas de Jerusalém tendo uma visão da cidade velha e nova, visita ao Muro das Lamentações.
Quinta. 16 de Julho de 2009-Judéia *Via Sacra, visita ao Santo Sepulcro.
Sexta. 17 de Julho de 2009-Tel Aviv/Europa/Brasil
Sábado. 18 de Julho de 2009-Brasil

Presença de Dunga.
Contatos: e-mail peregrinacoes@cancaonova.com
Fonte: Blog Peregrinações

Confira os números da Jornada Mundial da Juventude 2008

A Organização da Jornada Mundial da Juventude divulgou no dia 21, as estatísticas sobre o evento. Seguem informações:

- Mais de 400 mil pessoas na missa conclusiva, a mais numerosa da história da Austrália
- 223 mil registrados nas atividades da JMJ
- 500 mil pessoas deram as boas-vindas a Bento XVI na tarde da quinta-feira, 17 de julho, quando ele chegou de barco à baía de Sidney
- Mais de 170 nações foram representadas na Jornada
- Os eventos foram acompanhados por 500 milhões de pessoas pela televisão, com uma audiência internacional de mais de 1 bilhão de espectadores
- 2 mil comunicadores se cadastraram para fazer a cobertura do evento
- Foram realizados 450 festivais juvenis entre os dias 15 e 19 de julho, em 100 lugares de Sidney
- Do dia 15 ao dia 18 de julho, toda manhã, bispos do mundo inteiro ofereceram catequeses aos jovens em 235 lugares diferentes, em 29 idiomas
- Mil sacerdotes ofereceram o sacramento da confissão durante a semana
- 100 mil peregrinos dormiram em 400 escolas e paróquias
- Mais de 12 mil peregrinos permaneceram no Parque Olímpico de Sydney durante a semana
- 40 mil peregrinos foram acolhidos pelas famílias
- 8 mil voluntários prestaram seus serviços nos diferentes eventos
- Participaram do evento: 4 mil sacerdotes e diáconos, 420 bispos e 26 cardeais
- Foram preparadas 1,1 milhão de hóstias para a comunhão nas missas
- 25 milhões de refeições foram distribuídas
- Consumiram 100 mil litros de leite e 360 mil lamingtons, sobremesa típica australiana
- Utilizaram 232 mil velas durante a Jornada
- 100 atores participaram da Via-Sacra da sexta-feira, 18 de julho
- A Cruz dos Jovens e o ícone de Nossa Senhora visitaram 400 cidades e povoados da Austrália, em uma peregrinação de 12 meses pelo país. Cerca de 400 mil pessoas tocaram a cruz.

O artigo foi retirado do Site da Canção Nova

Descobrir alguém leva tempo


De Adriano Zandoná
Pena que somos superficiais e desistimos facilmente frente ao primeiro desencanto
Como é bonito às vezes parar e analisar as pessoas, seus relacionamentos, suas atitudes, enfim, seus detalhes. A cada análise descobrimos novas dimensões do coração humano.

Partilho com você algo que descobri por meio do ofício de observar: percebi que cada vez mais as pessoas são intolerantes, impacientes e propensas a rotular as outras.

Poucas têm paciência com o outro e muitas, se não alcançam respostas imediatas, desistem da pessoa. Descobrir alguém leva tempo. Pena que somos superficiais e desistimos facilmente frente ao primeiro desencanto. Não é porque a pessoa não sorriu ou porque tenha um defeito latente, que temos o direito de encarcerá-la em um rótulo infeliz. Garanto que muitas vezes você também não conseguiu fazer o bem que queria, nem conseguiu sorrir como queria, tampouco conseguiu amar como desejava, e o que é pior: reagiu como não queria reagir e fez o que não queria fazer. Mas tentou. Mesmo que o resultado tenha sido o insucesso, você tentou acertar.

Acredito que todos querem ser bons e felizes, todos lutam por isso. Ninguém é infeliz porque quer, mas nem todos conseguem ser o que desejam.

Quem lhe garante que palavras ásperas não são um pedido de socorro de alguém que recebeu pouco amor na vida e que pede desesperadamente que você a ensine a amar. Pode ser que as atitudes que o irritam sejam prova do esforço mais profundo de um coração querendo sinceramente fazer o bem.

Mesmo que o amor que você recebe não seja aquele que você queria, nem do jeito que queria... é amor. Pode ser que os gestos de amor que são repugnantes para você seja o tudo que o outro pode lhe dar. Precisamos aprender a acolher o que o outro pode nos oferecer hoje, valorizando o que ele nos oferece.

Não podemos ser cruéis a ponto de destruir em nós aqueles que não nos agradam. O Cristianismo não funciona assim. Aliás, quais foram as pessoas amadas por Jesus, que mereceram o amor d’Ele? Ou melhor: você merece? Eu mereço?...

Santa Maria Madalena

Embora fosse apenas uma pecadora famosa de sua cidade, Maria Madalena, nascida em Magdala, na Galiléia, teve uma participação importantíssima na passagem de Jesus pela Terra. Ela foi perdoada publicamente por ele, que a tomou como exemplo de que seu Pai acolhia a todos, desde que chegassem ao arrependimento. Além disso, foi, ainda, a escolhida para ser a primeira testemunha da ressurreição.


Madalena ouvira falar de Jesus, pois a fama dos milagres dele corria entre o povo. Ele já ressuscitara mortos, devolvera a visão a cegos, colocara voz na boca de mudos e audição nos ouvidos de surdos, além de fazer andar paralíticos e curar doentes de todos os tipos. Assim, no dia em que Jesus participava de um banquete na casa de Simão, o fariseu, Maria Madalena resolveu fazer uma confissão pública de arrependimento, porque o seu pecado era público, como diz a Sagrada Escritura.

Invadindo o local da ceia, ela não ousou olhar para Jesus. Apenas ajoelhou-se na sua frente, banhou seus pés com lágrimas e enxugou-os com os cabelos, num pedido de perdão mudo. Impressionados, os presentes imaginavam que ela fosse ser repudiada pelo Mestre, que, todavia, disse à mulher: "Foram-lhes perdoados os seus muitos pecados, porque você muito amou". Com o coração em paz, ela saiu dali ainda em prantos, mas feliz. A partir desse dia, tornou-se uma das mais fiéis seguidoras do Messias.

Ela estava ao lado de Maria quando da crucificação do Senhor e, na madrugada da Páscoa, era tanta a saudade que sentia de Jesus que foi chorar à porta do sepulcro. De repente, ouviu a voz, que jamais esqueceria, chamar seu nome. Assim, as profecias cumpriram-se diante de seus olhos. Jesus ressuscitara!

Está escrito: "No dia da Páscoa, Jesus apareceu a ela e a mandou ir anunciar a sua ressurreição aos discípulos". Depois disso, segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso, onde morreu. Lá, tinham ido morar também João, o apóstolo predileto de Jesus, e Maria, Mãe de Jesus.

A liturgia bizantina celebra-a como "Apóstola dos Apóstolos", para que continue a sua missão de anunciar a ressurreição do Senhor no seu rito apostólico. Festejada no dia 22 de julho, santa Maria Madalena tornou-se a padroeira de muitas ordens religiosas, sendo venerada até mesmo pelos padres predicadores.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO I- O Oriente Médio - Parte II


Cadeias de altas montanhas, vales longos onde serpenteiam rios ladeados por vilarejos, extensos desertos castigados pelo calor do sol e pelo frio da noite, colinas a se perderem na solidão do horizonte, encostas por onde pastam rebanhos guardados por humildes pastores... assim é a região onde os profetas e patriarcas viveram.

São terras bem diferentes das terras brasileiras e, sem dúvida, também possuem tantas maravilhas naturais quanto o Brasil. Em princípio, são terras formadas por vastos e desolados desertos, os quais se estendem sobre planícies e montanhas a perder de vista. Entretanto, também existem campos e vales com vegetação exuberante, bem como rios e terras férteis.

Ao longo de toda a sua história, o povo de Deus caminhou através de desertos, atravessou rios e cruzou vales e montanhas. Quatro rios sempre estiveram presentes na história de Israel, os quais são o Tigre e o Eufrates, o Nilo e, finalmente, o rio Jordão. Patriarcas e profetas, reis e apóstolos, camponeses e gente simples... enfim, todos sempre estiveram, de alguma forma, ligados a esses rios.

Os rios Tigre e Eufrates nascem na Turquia, no maciço da Armênia, uma região que possui serras muito altas. O Eufrates, ao longo de seu percurso rumo ao Golfo Pérsico, atravessa desfiladeiros profundos na cordilheira do Tauro; o Tigre, cujas nascentes estão perto de Elaziq, não muito longe das nascentes do Eufrates, desce e, após passar pelo lago Hazar, toma a direção rumo ao Iraque. Por correrem em rumos iguais, muitas vezes os leitos de ambos se aproximam e se afastam. Assim, são nessas aproximações que surgem as grandes e férteis planícies. Enquanto corre, o rio Tigre recebe numerosos afluentes vindos da cordilheira dos Zagros, nos limites do Irã. Como correm numa região montanhosa, esses dois rios apresentam enchentes muito violentas e sem regularidade, ao contrário do Nilo, que se mostra bem mais previsível e estável.

O Egito se desenvolveu ao longo do Rio Nilo e, não sem motivo, os próprios egípcios consideravam seu país como um dádiva do Nilo. O nome Nilo vem do latim “Nilus”, o qual vem do grego “Neilus”. Já os egípcios antigos chamavam-no “Aur” ou “Ar”, que significa “negro”, por causa do fato de suas enchentes sempre deixarem atrás de si uma terra negra. O Nilo nasce nos planaltos da Etiópia e nas águas do Lago Vitória, bem no coração da África. Após percorrer quase sete mil quilômetros, derrama suas águas no Mar Mediterrâneo. Entretanto, na antiguidade os egípcios não conheciam as suas nascentes. Enviados por faraós, muitos exploradores tentaram chegar às suas nascentes, mas sem sucesso.

O rio Jordão, cujo nome em hebraico é “Nehar Hayarden” significando “aquele que desce” ou “lugar onde se desce” para beber, é o rio onde Jesus foi batizado por João antes de iniciar a pregação do evangelho. Ele nasce na encosta do Monte Hermon, na atual Jordânia, e termina seu curso no Mar Morto. É um rio cuja profundidade fica entre um e três metros, com uma largura que chega a trinta metros. Ao longo de suas margens, desde os tempos mais antigos, surgiram pequenos povoados, cujos habitantes se dedicavam à pesca, à lavoura e à criação de ovelhas e cabras. Em alguns trechos, o Jordão atravessa terras áridas; noutros, ele mesmo favorece a formação de áreas de densa vegetação.

É interessante observar que na maior parte de seu curso ele corre abaixo do nível do mar, até desaguar no Mar Morto. Este mar interior, que é assim chamado devido à altíssima salinidade de suas águas, que impede a existência de peixes e outros seres aquáticos, é formado unicamente pelas águas do rio Jordão. Porém, antes de desaguar, o Jordão forma ainda o Mar da Galiléia, também chamado de Mar de Genesaré e Lago de Tiberíades. Nas margens deste localizavam-se as pequenas cidades pelas quais Jesus tanto pregou, como a antiga Cafarnaum. Nas águas do Mar da Galiléia, Pedro, André e Tiago lançavam suas redes e, ao ouvir o chamado do Senhor, abandonaram-nas para se tornarem pescadores de almas. Nessas mesmas águas, Jesus acalmou os ventos e, ainda, de dentro de uma barca, ensinou às multidões.

Nilson Antônio da Silva

Irmã Dolores Baldi

Ser missionária era seu sonho. E este sonho ela o realizou no Brasil. Em outubro de 1931, deixou a Itália e veio viver a aventura missionária em nosso país.

Quero falar-lhes de irmã Dolores Baldi, primeira missionária da Congregação das Irmãs Paulinas. Ela não era, nem é ainda, muito conhecida, contudo foi o instrumento dócil e forte nas mãos de Deus e a mola propulsora que fez acontecer, no Brasil, a instituição e todas as obras das Irmãs Paulinas.

A Congregação das Irmãs Paulinas foi fundada pelo padre Tiago Alberione com a colaboração de irmã Tecla Merlo, em 1915, na Itália, e teve, no Brasil, sua primeira expansão no exterior. E irmã Dolores Baldi foi a escolhida para iniciá-la. Quem foi irmã Dolores Baldi? Ela mesma nos conta sua história.

"Não conheci minha mãe. Ela morreu dois meses depois de me haver dado a luz. Fui confiada aos cuidados de uma ama, que me amamentou, de meu pai e de minha irmã mais velha, então com quinze anos. Éramos cinco irmãos: três mulheres e dois homens.

Cresci num ambiente familiar unido, cristão, sereno e alegre. Aos doze anos, porém, após breve tempo de doença, meu pai faleceu e, logo depois, minha irmã, vítima de uma epidemia. E como minha outra irmã já havia se casado coube a mim os deveres de uma dona-de-casa: comprar, vender e cuidar de meus dois irmãos.

Aos quatorze anos, comecei a sentir o desejo de ser missionária, para dedicar-me à catequese. Aos dezessete anos, esse apelo se tornou mais forte. Falei com meu pároco e ele me aconselhou a pensar melhor e entregar o meu futuro nas mãos de Deus. Ele saberia abrir-me o caminho missionário. Com o casamento de meu irmão, pensei que estivesse livre, mas com a morte prematura de minha cunhada tive de cuidar de meus dois sobrinhos pequenos.

Após um ano, a convite de meu pároco, participei de um retiro orientado pelo padre Tiago Alberione. Entusiasmei-me com a espiritualidade e missão da Família Paulina, conversei com padre Alberione, que me aconselhou a entrar na Congregação, ainda não aprovada, mas já em plena atividade. Ingressei, sempre, porém, com o desejo de ir às missões. Esperançosa de um dia ser missionária, como me prometiam, comecei o noviciado. E antes mesmo de professar os votos religiosos a superiora me chamou e disse que o fundador havia me destinado para a missão no Brasil. Apesar de algumas preocupações, vibrei de alegria. Tinha, então, vinte e um anos. Comigo iriam uma irmã das Discípulas do Divino Mestre e um seminarista dos Paulinos.

No dia 6 de outubro de 1931, diante dos fundadores e de minha formadora, pronunciei a fórmula da profissão religiosa prometendo, com a ajuda divina, entregar-me a Deus e à missão conforme o carisma paulino. Foi então que recebi o nome de Dolores, pois o meu nome de batismo era Tersila. Entregando-me o livro do Evangelho, um crucifixo e um terço, o fundador deu-me as últimas recomendações: "Nossa Senhora das Dores, ao pé da cruz, colaborou para a salvação de todas as pessoas. Santifica-te e os brasileiros se santificarão. O arcebispo de São Paulo não quer as Paulinas. Vocês fiquem escondidas por algum tempo, vistam-se de branco ou de vermelho - isso não tem importância - e esperem".

Esse foi o início de uma caminhada de mais de setenta anos no Brasil, vivendo e partilhando, na Igreja local, uma evangelização inculturada a serviço do Evangelho e com os meios de comunicação social.

Em 1966, quando a Congregação das Irmãs Paulinas no Brasil já contava com duas centenas de membros, muitas obras iniciadas, muitas casas construídas, irmã Dolores foi chamada para a Itália e mais tarde para Portugal, deixando em todos os lugares sua marca de missionária exemplar.

Em 1976, a pedido das irmãs brasileiras, ela voltou ao Brasil, dedicando-se, então, não mais à direção da província, mas às atividades comuns nas comunidades. Mais tarde, transferiu-se para a casa das irmãs idosas, dedicando-se a pequenas tarefas. Em todo lugar e sempre, irmã Dolores foi exemplo de oração, entusiasmo apostólico, humildade e acolhimento. Sempre atenta, participava e alegrava-se com os progressos na missão.

Por ocasião dos sessenta anos de consagração a Deus, entre outras coisas dizia:

"Os fundadores me entregaram o que tinham de mais precioso: o Evangelho, o crucifixo e o terço. Os fundamentos foram sólidos e minha tarefa era construir com simplicidade e aos poucos, com erros e falhas, mas sem desanimar, na obediência e com amor. A semente foi lançada no Brasil, brotou e cresceu pela sua força íntima que é Deus.

Após breves dias hospitalizada, com oitenta e nove anos, no dia 21 de julho de 1999, transferiu-se para a casa do Pai Celeste a fim de continuar intercedendo por nós e apostando na eficácia da missão de anunciar o Evangelho com os meios de comunicação social.

Irmã Dolores tinha um carisma pessoal, uma personalidade forte e caráter marcante. Seu modo de ser e de viver traçou o estilo de vida e de missão de muitas pessoas. Abriu caminhos novos, com fé e coragem, para uma geração que viria mais tarde.

Um dos centros da missão das irmãs Paulinas traz com muita gratidão o nome "Casa Irmã Dolores Baldi". Ela está aí, apontando para todos sua norma de vida missionária: "Confiança absoluta em Deus e ir em frente com coragem".

Fonte: Paulinas Online

São Lourenço de Brindisi

Geralmente, as chamadas "crianças superdotadas", aquelas que demonstram um dom excepcional para alguma especialidade, quando crescem, parecem "perder os poderes" e nivelam-se com as demais pessoas. São poucas as exceções que merecem ser recordadas. Mas, com certeza, uma delas foi Júlio César Russo, que nasceu no dia 22 de julho de 1559, em Brindisi, na Itália.

Seu nome de batismo mostrava, claramente, a ambição dos pais, que esperavam para ele um futuro brilhante, como o do grande general romano. Realmente, anos depois, lá estava ele à frente das forças cristãs lutando contra a invasão dos turcos muçulmanos, que ameaçava chegar ao coração da Europa depois de ter dominado a Hungria. Só que não empunhava uma espada, mas sim uma cruz de madeira. Nessa ocasião, já vestia o hábito franciscano, respondia pelo nome de Lourenço e era o capelão da tropa, além de conselheiro do chefe do exército romano, Filipe Emanuel de Lorena.

Vejamos como tudo aconteceu. Aos seis anos de idade, o então menino Júlio César encantava a todos com o extraordinário dom de memorizar as páginas de livros, em poucos minutos, para depois declamá-las em público. E cresceu assim, brilhante nos estudos. Quando ficou órfão, aos quatorze anos de idade, foi acolhido por um tio, que residia em Veneza. Nessa megalópole, pôde desenvolver muito mais os seus talentos para os estudos.

Mas a religião o atraia de forma irresistível. Dois anos após chegar a Veneza, ele atendeu ao chamado e ingressou na Ordem dos Frades Menores de São Francisco de Assis. Em seguida, juntou-se aos capuchinhos de Verona, onde recebeu a ordenação e assumiu o novo nome, em 1582. Depois, completou sua formação na Universidade de Pádua. Voltou para Veneza em 1586, como professor dos noviços da Ordem, sempre evidenciando os mesmos dotes da infância.

Tornou-se especialista em línguas e sua erudição levou-o a ocupar altos postos em sua Ordem e também a serviço do sumo pontífice. Foi provincial em Toscana, Veneza, Gênova e Suíça e comissário no Tirol e na Baviera, pregando firmemente a ortodoxia católica contra a Reforma Protestante, além de animar as autoridades e o povo na luta contra a dominação dos turcos muçulmanos. Lourenço foi, mesmo, o superior-geral da sua própria Ordem e embaixador do papa Paulo V, com a missão de intermediar príncipes e reis em conflito.

Lourenço de Brindisi morreu no dia do seu aniversário, em 1619, durante sua segunda viagem à Península Ibérica, na cidade de Lisboa, em Portugal. Foi canonizado em 1881 e recebeu o título de doutor da Igreja em 1959, outorgado pelo papa João XXIII. A sua festa é celebrada um dia antes do aniversário de sua morte, dia 21 de julho.

Fonte: Paulinas Online

domingo, 20 de julho de 2008

Confirmado: próxima JMJ será em Madri


Da Agência Ecclesia

Bento XVI anunciou neste Domingo em Sidney que será a cidade de Madrid, na Espanha, a acolher as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, no ano de 2011.

Após a recitação do Angelus, num hipódromo de Randwick completamente lotado, o Papa culminou a realização da JMJ 2008 com a revelação da sua escolha, que foi saudada por uma enorme salva de palmas.

Antes deste anúncio, o Papa recebeu agradecimentos do Arcebispo de Sidney, Cardeal George Pell, e o presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko.

Posteriormente, saudou os jovens presentes em várias línguas. Aos “amados jovens de língua portuguesa” disse que “que Jesus não vos quer sozinhos; disse Ele: «Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador para estar convosco para sempre, o Espírito da verdade (…) que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós» (Jo 14,16-17)”.

“É verdade! Sobre vós desceu uma língua de fogo do Pentecostes: é a vossa marca de cristãos. Mas não foi para a guardardes só para vós, porque «a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum» (1 Cor 12,7). Levai este Fogo santo a todos os cantos da terra. Nada e ninguém O poderá apagar, porque desceu do céu. Tal é a vossa força, caros jovens amigos! Por isso, vivei do Espírito e para o Espírito”, pediu.

No final, “chegada a hora de dizer adeus”, o Papa despediu-se - já ao som de cânticos em espanhol – com um “Deus vos abençoe a todos”.

O programa do Papa em Sidney inclui, ainda este Domingo, um encontro com os benfeitores e os organizadores da XXIII Jornada Mundial da Juventude.

Amanhã, Segunda-feira, o Papa dirige uma saudação aos voluntários da JMJ 2008. A partida do Aeroporto Internacional de Sidney para o aeroporto de Darwin acontece pelas 10h00 locais (01h00 em Lisboa) e, depois de um escala técnica de cerca de 75 minutos, o avião papal segue até Roma, onde deverá chegar pelas 23h00 (22h00 em Lisboa).<\span>

sábado, 19 de julho de 2008

Criados para Deus

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), aprovado pelo Papa João Paulo II, logo no seu início nos relembra a grande dignidade do homem:

O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador (CIC nº 27, GS 19,1).

Essas palavras iluminadas do Concílio Vaticano II nos ensinam que Deus nos criou para dialogar conosco e nos quer na sua intimidade.

Quando Deus criou o homem e a mulher, os colocou no seu "jardim" (Gen 1,15). Esse jardim do Éden representa a intimidade e o desfrutar (fruir) de suas riquezas insondáveis.

Quando queremos bem a alguém, o melhor que podemos oferecer´lhe é levá´lo para casa, fazê´lo participar de uma refeição conosco e desfrutar a nossa intimidade. Isto só concedemos àqueles que amamos e que confiamos de verdade. Foi assim que Deus fez com nossos primeiros pais: Mas eles não souberam ser fiéis à confiança que o Senhor neles depositou.

A Igreja, na sua infalibilidade doutrinal, ensina que no Paraíso Adão e Eva foram constituídos em um estado ´de santidade´ e de ´justiça original´. Esta graça da santidade original era uma participação da vida divina (CIC nº 375, LG,2). O estado de ´justiça original´ significava o domínio perfeito de si mesmo, sua perfeita harmonia interior, a harmonia entre o homem e a mulher, e a harmonia do primeiro casal com toda a criação.

Ensina´nos o Catecismo que: ´Enquanto permanecesse na intimidade divina, o homem não deveria morrer (Gen 2,17; 3,19), nem sofrer (Gen 3,16)´ (CIC nº 376).

Foi o pecado, a desobediência à Deus, que fez com que o primeiro casal, e toda a humanidade, perdessem esse glorioso estado de vida.

O pecado original é uma verdade essencial da nossa fé. O Catecismo diz que: ´A Revelação dá´nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido pelos nossos primeiros pais´ (CIC nº 390). E acrescenta:

´A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo´ (nº 389).

Enfim, desde a sua origem o homem foi chamado à santidade para conviver com o seu Criador. São Paulo exclama na carta aos efésios:

´Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo (...) escolhendo´nos nele antes da criação do mundo para sermos santos é irrepreensíveis diante de seus olhos´ (Ef 1,3´4).

Antes da criação do mundo Deus já nos tinha amado e desejado, chama´nos à vida, para sermos, como Ele, santos. Por isso nos fez ´à sua imagem e semelhança´ (Gen 1,26).

Santa Catarina de Sena ouviu de Deus: ´Criara o homem à minha imagem e semelhança para que alcançasse a vida eterna, participasse do Meu ser, experimentasse a Minha suma, extrema e doce bondade´ (Diálogos).

Embora o pecado original tenha quebrado a ´santidade original´ e o ´estado de justiça´ do homem e da mulher, Deus, nos seus desígnios eternos, já tinha providenciado a nossa restauração em Jesus Cristo, Homem ´ Deus.

A partir da queda no Paraíso e do rompimento da Aliança original com o homem, Deus continuou a chamar a humanidade ao seu convívio. Fez com ela novas Alianças até a ´Nova e Eterna´ Aliança selada com o sangue de Jesus. A primeira Aliança foi feita com Noé e sua família (Gen 6 a 9), pois Noé preservou a sua santidade no meio da corrupção do seu povo. A narração diz que ´Ele encontrou graça aos olhos do Senhor´ (Gen 6,8) e que ´Ele andava com Deus´ (9). São os sinais da sua santidade. Com ele Deus celebrou uma Aliança: ´Eu vou fazer uma aliança convosco e com vossa posteridade ...´ (Gen 9,9). O sinal desta Aliança foi o Arco´Iris. ´Ponho o meu arco nas nuvens, para que ele seja sinal da aliança entre Mim e a terra´ (Gen 9,13).

Mais adiante, cerca de 1800 anos antes de Cristo, Deus confirma essa Aliança com Abraão, fazendo nascer dele um povo. É interessante notar que Deus exige de Abraão a santidade.

´O Senhor apareceu´lhe e disse´lhe: Eu sou o Deus Todo´Poderoso. Anda em minha presença e sê perfeito; quero fazer aliança contigo ...´ (Gen 17,1´2). Deus exige que Abraão ´ande em sua presença e seja perfeito´. É o chamado à santidade que se renova para quem vai ´andar na presença de Deus´. O sinal dessa aliança foi a circuncisão. ´Todo o varão entre vós será circuncidado. Cortareis a carne de vosso prepúcio, e isso será o sinal de minha aliança entre mim e vós´ (Gen 17, 10´12).

E Deus continua a buscar e renovar essa Aliança em Moisés, não mais com uma família (Noé), ou apenas com um homem que seria Pai de um povo, mas agora com o seu Povo, já constituído e conduzido por Moisés.

No deserto do Sinai, no alto do monte Horeb, Deus renova a sua Aliança com Moisés. ´Agora pois, se obedecerdes a minha voz, e guardardes minha aliança, vós sereis o meu povo particular entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me sereis um reino de sacerdotes e uma nação consagrada´ (Ex 19,5´6). O sinal dessa Aliança são as tábuas da lei que contém os dez mandamentos, as ´dez palavras´ (decálogo) (Ex 31,18), os quais, observados pelo povo, o conduziria à santidade necessária para conviver com Deus. No exato cumprimento dos mandamentos Deus apartava o seu povo dos pagãos e dos seus deuses:

´Não farás aliança nem com eles nem com os seus deuses. Eles não residirão na tua terra, para que não te façam pecar contra mim, e que, prestando um culto aos seus deuses, não sejas preso no laço´ (Ex 23, 32´33). Finalmente esta Aliança é renovada, plenificada e tornada eterna em Jesus Cristo e a Igreja. ´Este cálice é a nova Aliança em Meu sangue, que é derramado por vós ...´(Lc 22,20).

A Igreja é o povo de Deus, a nova Família de Deus, chamada à comunhão com Deus desde Noé, Abraão, Moisés, Jacó (Israel) até Jesus Cristo. Os Doze Apóstolos são os sucessores das Doze tribos de Israel(cf Ap 21,14). Esta foi a forma que Deus quis para trazer a humanidade de novo ao seu convívio, para a qual ela foi criada. Em Cristo, o Pai redimiu a humanidade, resgatou´a da morte e do pecado, para que ela pudesse voltar ao Paraíso perdido. É o que nos ensina São Paulo em muitas passagens de suas cartas:

´É nesse Filho, pelo seu sangue, que temos a redenção, a remissão dos pecados´ (Ef 1,7). ´Ele nos arrancou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção a remissão dos pecados´ (Col 1,13). ´...restituiu a paz ao preço do sangue de sua cruz´ (Col 1,20).

Em Cristo, Deus resgatou a humanidade e nos chama de novo à santidade. ´Se, portanto, ressuscitastes com Cristo [pelo batismo] buscai as coisas lá do alto onde Cristo está sentado à direita de Deus´ (Col 3,1). Em Cristo podemos agora buscar a santidade para a qual fomos criados. ´Se alguém, for de Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo´ (2Cor 5,17).

Para que não nos perdéssemos sem Deus, Ele foi ao extremo do sacrifício do seu Filho Unigênito. ´Deus amou de tal forma o mundo que deu o seu Filho Único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna´ (Jo 3,16).

Fomos criados por Deus e para Deus, e a Ele pertencemos; por isso, somos chamados à santidade. O salmista canta essa verdade essencial:

´Ele é nosso Deus; nós somos o povo de que ele é o pastor, As ovelhas que as suas mãos conduzem´ (Sl 94,7).

´Sabei que o Senhor é Deus: Somos o seu povo e as ovelhas de seu rebanho´ (Sl 99,3).

Essa pertença a Deus é que nos obriga acima de tudo a buscarmos como meta da nossa vida a santidade, que é a marca de Deus, três vezes Santo.

O Papa João Paulo II, que é um pregador incansável da santidade, disse certa vez:

´Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda a autêntica aspiração do coração humano´ (LR,N.17,7/4/96). ´Entre as maravilhas que Deus realiza continuamente, reveste singular importância a obra maravilhosa da santidade, porque ela se refere diretamente à pessoa humana´.

E o Papa resume tudo dizendo que:

´A santidade é a plenitude da vida´ (LR, N.20,18/5/96).

Com a mesma ênfase, São Paulo afirma para os corintios que não nos pertencemos, porque fomos comprados por um alto preço que é o sangue de Cristo (cf. 1 Cor 6,19). Aos romanos o Apóstolo diz: ´Nenhum de vós vive para si, e ninguém morre para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor. Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor (Rom 14,7).

Professor Felipe Aquino

Santo Arsênio


Arsênio, que pertencia a uma nobre e tradicional família de senadores, nasceu no ano 354, em Roma. Segundo os registros, ele foi ordenado sacerdote, pessoalmente, pelo papa Dâmaso. Em 383, o próprio imperador Teodósio convidou-o para cuidar da educação e formação de seus filhos Arcádio e Honório, em Constantinopla. Arsênio permaneceu na Corte por onze anos, até 394. Enfim, conseguiu a exoneração do cargo e retirou-se para o deserto no Egito.

O mundo católico passava por muitas transformações. Nos séculos anteriores, o martírio, a morte pela fé na palavra de Cristo, era o melhor exemplo para a salvação da alma. A partir do século IV, a "morte em vida" passou a ser o sacrifício mais perfeito para a purificação, com o aparecimento dos eremitas no Oriente. Eram cristãos e isolavam-se no deserto, em oração e penitência, numa vida solitária e contemplativa, como forma de servir a Deus.

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No início, sozinhos, depois se organizavam em pequenas comunidades. Havia apenas uma regra ascética, para fixar o período de jejum e oração, mas que mantinha uma rígida separação, inclusive de convivência entre eles mesmos.
Arsênio tornou-se um deles. O seu refúgio, no deserto egípcio da Alexandria, era dos mais procurados pelos cristãos, que buscavam, na sabedoria e santidade de alguns ermitãos, conselhos e paz para as aflições da alma, mesmo que para tanto tivessem de fazer longas e cansativas peregrinações.

A antiga tradição diz que ele não gostava muito de interromper seu exílio voluntário para atender aos que o procuravam. Mas, para não usufruir o egoísmo da solidão total, decidiu juntar-se aos eremitas de Scete, também no deserto da Alexandria, os quais já viviam parcialmente em comunidade, para não se isolarem totalmente dos demais seres humanos.

Mas a paz e a tranqüilidade daqueles religiosos findaram com a invasão de uma tribo das redondezas. Arsênio, então, abandonou o local. Entre 434 e 450, viveu isolado, só nos últimos anos aceitando a companhia de uns poucos discípulos. Ele acabou recebendo de Deus o dom das lágrimas. Em oração ou penitência, quando se emocionava com o Evangelho, caia em prantos. Morreu em Troc, perto de Mênfis, em 450.

A importância de santo Arsênio na história da Igreja prende-se à importância da época em que nasceu e viveu. Foi um dos mais conhecidos eremitas do Egito, sendo considerado um dos "Padres do deserto". O seu legado chegou-nos por meio de uma crônica biográfica e de suas sábias máximas, escritas por Daniel de Pharan, um dos seus discípulos. Além de um retrato estampando sua bela figura de homem alto e astuto, feito pelo mesmo discípulo.

Fonte: Paulinas Online

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Os Caminhos do Senhor


Desde os primeiros tempos, muitos profetas e santos sempre tiveram em suas vidas a certeza de que Deus dispõe bem todas as coisas. A vontade do Senhor manifesta-se em sua obra e, em todos os tempos e em todos os lugares, sua presença é o que dá a vida e a mantém existindo. O Senhor, quando nos indica um caminho a seguir, sabe bem o que está fazendo. Ele, que é bom e carinhoso, dispõe o melhor caminho que é de sua vontade para nos levar à sua mesa.

Todos nós seguimos um caminho. E este caminho que seguimos deve conduzir-nos à casa do Senhor. O caminho em que andamos, muitas vezes, dá tantas voltas e torna-se tão difícil de percorrer, que nossos pés se cansam e, assim abatidos, desejamos parar. Mas Deus não quer que fiquemos parados, à beira do caminho da vida, a contemplar o sol nascente e o sol poente. É de seu agrado que continuemos sempre caminhando, mesmo debaixo de tempestades e com os olhos empoeirados. É de seu agrado que nunca desistamos, porque Ele jamais desiste de cada um de nós.

Enquanto caminhamos, muitas vezes também caímos sob o peso que a vida nos traz. Mas isso não é motivo para cair em desespero e abandonar a jornada. Jesus, nos últimos momentos de sua vida aqui na terra, caiu sobre a poeira do chão de Jerusalém. E foram três quedas! E sobre seus ombros havia uma cruz – uma pesada cruz. Ele seguiu até ao topo do monte, vestindo-se com a humildade do pó dos filhos de Eva. Jesus, que poucos dias antes, noutro monte, havia mostrado aos olhos humanos todo o esplendor de sua glória, revestiu-se de humildade e seguiu caminhando para o alto do monte calvário.

Caminhar não é fácil, mas é necessário. Assim como aos pássaros certamente não é fácil voar ou aos peixes também possa não ser fácil nadar, para viverem tanto uns quanto outros precisam voar e nadar respectivamente. Pássaro que não voa não é pássaro e peixe que não nada não é peixe. Desta forma, gente que não caminha, que não quer andar, também deixa de ser gente. E gente só pode ser gente e nada mais!

Portanto, saibamos agradar ao Senhor e seguir em seu caminho. O caminho do Senhor pode ser mais difícil e menos confortável, mas, quando termina, deixa-nos nas portas da casa de Deus. E esta é uma verdade maravilhosa, capaz de tornar insignificante toda e qualquer tempestade que cair sobre nós durante a caminhada!

Nilson Antônio da Silva

Mais fotos sobre a Jornada Mundial da Juventude

Chegada do Papa, no barco, ao porto de Sidney

O Papa em Sidney

O Papa saúda os jovens ao chegar ao porto de Sidney

O papa fala aos jovens em Sidney

Jovens levam a Cruz das Jornadas

Via Sacra

Via Sacra

Jovens na Jornada Mundial da Juventude

Jovens em Sidney

O Papa iniciou ontem seus encontros com os jovens em Sidney


Do Zenit:

Dois dias de espera por Bento XVI chegar oficialmente à Jornada Mundial da Juventude pareceu uma eternidade para os jovens peregrinos em Sydney.

Isso acabou por levar a um crescente entusiasmo, que transbordou quando o Santo Padre desembarcou no cais de Barangaroo para a cerimônia de boas-vindas com os jovens peregrinos, na tarde desta quinta-feira.

Quando viram o primeiro reflexo da frota de 13 barcos, ainda distantes, já se ouviam os cantos – «Benedetto» e «Viva il Papa» – de aproximadamente 500.000 jovens e moradores locais que lotavam o porto e as ruas de Sydney.

Bento XVI embarcou em Rose Bay, no leste de Sydney, onde foi recepcionado por representantes indígenas, e transladou-se pelo barco de cruzeiro «Sydney 2000», Captain Cook, pelas baías da cidade e então chegou a Barangaroo.

Após isso, o Santo Padre passou pelos dos guardas de honra indígenas no barco, enquanto calorosas saudações emanavam da multidão reunida nos 22 hectares do porto fora de uso, em East Darling Harbor.

Bento XVI não deixava de sorrir, mesmo durante seu grande discurso de boas-vindas, no qual ele lembrou à multidão e a todos aqueles que assistiam à sua chegada ao vivo em telões espalhados pela cidade, que apesar de sua fraqueza, construíam um reino de amor quando fortalecidos pelo Espírito Santo.

«Em sua diversidade, os apóstolos eram pessoas comuns, disse o Papa. Nenhum deles podia afirmar ser o discípulo perfeito. Não tinham conseguido reconhecer Cristo, deveriam envergonhar-se da sua ambição, tinham-No até negado.»

A maior história de todos os tempos

O Papa comparou os religiosos e sacerdotes pioneiros que chegaram à costa australiana – e a outras partes do Pacífico, vindos da Irlanda, França, Grã-Bretanha, Bélgica e de vários lugares da Europa – aos apóstolos que, em obediência ao mandamento de Cristo, tornaram-se testemunhas da «maior história de todos os tempos».

O pontífice convidou os jovens a contemplarem os padroeiros da Jornada Mundial da Juventude de 2008 para se inspirarem, incluindo a beata australiana Mary MacKillop, fundadora das Irmãs de São José do Sagrado Coração, e o Beato Peter To Rot, um mártir do lugar que hoje é conhecido como Papua-Nova Guiné.

Bento XVI alertou sobre o relativismo, e disse que há «algo de sinistro» que nasce do fato de a liberdade e a tolerância serem muitas vezes separadas da verdade, alimentando a noção de que não existem verdades absolutas para guiar nossas vidas.

Ele disse que experiências separadas de qualquer consideração sobre o que é bom ou verdadeiro podem guiar não a uma genuína liberdade, mas a uma confusão moral ou intelectual, a um rebaixamento dos modelos, à perda da auto-estima e «inclusive ao desespero».

O Papa ainda afirmou que a resposta e a liberdade para os problemas da vida residem em Cristo, em sua Igreja.

«Cristo oferece mais! – exclamou o Santo Padre. Mais ainda, Ele oferece tudo! Só Ele, que é a Verdade, pode ser o Caminho e, conseqüentemente, também a Vida. Assim, o ‘caminho’ que os Apóstolos estenderam até aos confins da terra é a vida em Cristo.»

«É a vida da Igreja. E a entrada nesta vida, na vida cristã, é o Batismo.» Secularismo

Bento XVI também falou sobre o problema que ele identificou logo após anunciar que a Austrália receberia a JMJ de 2008: o crescimento do secularismo da sociedade australiana.

Ainda que o secularismo às vezes se apresente como neutro, imparcial e respeitador de todos, o Papa alertou que ele também impõe uma visão global.

«Se Deus é irrelevante na vida pública, então a sociedade poderá ser plasmada segundo uma imagem separada de Deus», explicou.

O pontífice disse que as preocupações com a não-violência, o progresso sustentável, a justiça e paz, o cuidado do nosso ambiente são de «importância vital»; e não podem ser compreendidos prescindindo de uma «reflexão profunda sobre a dignidade congênita de cada vida humana desde a sua concepção até a morte natural»

Ele exclamou que há uma dignidade que é conferida pelo próprio Deus e, por conseguinte, inviolável.

O Papa alentou os milhares de jovens a levarem ao mundo a mensagem de que a liberdade é encontrada na verdade – obra do Espírito Santo – e fortalecida pelos sacramentos da Igreja.

Nova missão

Michael Dooley, um católico de 28 anos de Queensland, disse à ZENIT que no momento de hoje com o Papa ele sentiu um novo chamado à missão.

«A Bíblia diz que quando um sacerdote fala, é como se suas palavras fossem de Deus, disse Dooley, e estou certo de que cada um de nós, presentes em seu discurso hoje, foi tocado profundamente, pois ele veio do vigário de Cristo em pessoa.»

Bandeiras foram levantadas e cantos foram entoados no final, quando o papa-móvel se dirigia da Opera House à Catedral de Santa Maria, onde Bento XVI estará hospedado até segunda-feira.

Um grupo, vindo de Colônia, comparou a experiência que seus jovens tiveram agora com a da JMJ anterior, e afirmaram que esta parece ser «mais pessoal», dado que a multidão é menos e há uma «atmosfera mais relaxada e tranqüila em meio ao entusiasmo, que parece tipicamente australiano», disse Henny Vias.

«É tão confortante ter o Santo Padre entre nós! – disse Tani Watson, uma norte-americana de 17 anos. É como ter o grande Pai que une todos nós com sua presença, e mostra a nós, jovens, que nós significamos algo e temos valor.»

"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina