terça-feira, 1 de junho de 2010

Cartas entre Amigos

Um dos sentimentos mais inerentes ao ser humano é o medo. Temos medo de errar, de fugir, de perder, de ficar sozinho, de ser abandonado, de morrer, de chorar, de sofrer e até mesmo de sorrir. Quantos medos para atormentar nossa felicidade diariamente.
Não é um livro que deve ser lido rapidamente; é um livro que precisa ser pensado a cada página, possui frases que nos tomam um dia de reflexão e revela que todos possuimos os mesmos problemas.

" Tenho medo de conviver com a miséria e me acostumar com ela; medo de deixar de acreditar na bondade do ser humano. medo de me sentir impotente diante do que me corrompe e dilacera". (p.223). Eu também tenho medo de me tornar indiferente, de olhar o sofrimento alheio sem me importar, de me acostumar com a maldade de alguns e acreditar que esse é o comportamento de todos.
O ressentimento tem a capacidade de nos tomar aquilo que possuimos de mais precioso, nossa crença em Deus e no ser humano. Quando não acreditamos que o outro que errou é capaz de mudar, duvidamos até mesmo da misericórdia de Deus.

"Tenho medo de ser hipócrita. Tenho medo de simular uma coragem que não possuo, uma resposta à qual não acredito. Medo da palavra que finge caridade, que simula acolhimento, quando na verdade o que existe é total e vergonhosa indiferença. Tenho medo de fingir uma fé que não professo. Realizar um rito que não me envolve, que não me devolve, que não me transforma e que por isso não me oferece aos outros". (p.210). Como é difícil tentar agir de forma certa; as situações são tão complexas que muitas vezes duvidamos de nossa fé por não agirmos de acordo com aquilo que deve ser feito. Nossa consciência é ao mesmo tempo juiz, carrasco e defensor.

"São pessoas que querem conciliar o que naturalmente não pode ser conciliado". (p.184). Acreditamos que tudo pode ser conciliado porque em nós existe um sentimento crescente de que não precisamos ser mudados. Para seguir Jesus é preciso deixar para trás tudo aquilo que nos corrompe e felizmente muita coisa precisa ser esquecida.

"A origem de muitos medos está no momento em que não nos reconhecemos menores que nossos sonhos e anseios". (p.181). Temos medo de abrir mão dos nossos sonhos, de nossa felicidade. A idéia de felicidade sempre e a qualquer preço é vendida por todos os lados. Estamos tão acostumados com esse ideal de felicidade que tudo que foge disso e nos exige um pouco mais de compromisso simplesmente não serve.

"Às vezes é melhor não falar e ter a paciência de dar tempo para que o outro conclua as suas imperfeições". (p.174). Somos donos da verdade, estamos sempre certos; nunca erramos e quando erramos é porque fomos conduzidos. Olhamos para o próximo como se ele fosse o único culpado por todos os males da sociedade e esquecemos da nossa parcela de culpa; esquecemos que nós também somos responsáveis pela salvação do próximo e que todos somos livres. Aceitar o outro com suas imperfeições não é desistir, e sim compreender que todos possuimos defeitos e qualidades e que é mais fácil ver no outro aquilo que provavelmente também existe em mim.

"Prometer amor e entregar desprezo não é crime tipificado em códigos".(p.169). O tempo passa, mas os problemas continuam muito parecidos. O amor ainda é o causador de muitos medos.

"É preciso ter medo, amigo, de roubar a inocência do outro, de ferir os sentimentos ou o corpo de quem participa dessa rede humana". (p.167) Nós não temos o direito de causar sofrimento em outra pessoa. Não é porque eu tenho medo que eu tenho o direito de colocar meu semelhante em pânico.

"Fico aqui. Quando posso, vou. Mas quando não vou, dou um jeito de aprender a ficar. Eu me agarro às esperanças. Elas são muitas. Elas são tantas! Estão por todos os lados, mas costumam estar adormecidas. O segredo é gritar por elas. A esperança tem sono leve".(p.132).Esperança, fé e caridade são as melhores saídas para lutar contra nossos medos. Sentir medo é algo normal, mas se permitir ser uma vítima do próprio medo é fraqueza e Deus não quer que sejamos fracos.

O livro é realmente muito bom, linha auto-ajuda talvez, mas muito mais um livro de reflexão. Convido você a ler e refletir sobre medos contemporâneos.

Um comentário:

Site Aborto Não PT Não disse...

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