sábado, 30 de agosto de 2008

Sacramentos da Iniciação Cristã

Hoje encerramos a primeira parte dos Sacramentos; falamos anteriormente sobre os Sacramentos da Iniciação Cristã. São conhecidos desta forma, pois são considerados os pilares de toda a vida Cristã. Todo aquele que possui um alicerce sólido pode se tornar um soldado combatente.
O Catecismo da Igreja Católica, afirma que existe uma certa analogia entre a ordem dos Sacramentos e a vida natural; de tal modo a vida espiritual seguiria acompanhando a ordem natural das pessoas. As pessoas nascem, crescem e se sustentam. Assim, pela vida espiritual nascemos pelo Batismo, crescem pela Confirmação e se sustentam pela Eucaristia.

Como soldados iniciados, nossa missão é continuar a viver e a seguir em Cristo por meio dos Sacramentos.

Eucaristia

O Sacramento da Eucaristia não é apenas o centro, mas o coração da liturgia da Igreja de Jesus Cristo. É na Eucaristia que se cumpre diariamente os ensinamentos de Nosso Senhor: " Fazei isto em memória de mim". É o complemento da iniciação Cristã. Na Eucaristia somos chamados a participar da comunidade e do sacrifício de Nosso Senhor.

É o Sacramento da proximidade, sinal de piedade, fonte de unidade e caridade. Na comunhão nossa alma se enche de graça. Tudo é graça e para graça nos conduz. As nomenclaturas são as mais variadas, tamanha a riqueza de tão nobre Sacramento: Eucaristia, Ceia do Senhor, Fracção do Pão, Assembléia Eucaristica, Memorial, Santo Sacrifício, Comunhão, Santissímo Sacramento, Sacrifício de Louvor etc.

É importante lembrar que o pão e o vinho consagrados não representam, eles são o Corpo e o Sangue de Cristo.

A Eucarístia celebrada diáriamente por nossa Igreja recorda tudo o que se passou na Cruz e nos fortalece:

O Concílio de Trento resume a fé católica declarando: "Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação" ( Catecismo, 1376).

Por fim, ista salientar que a Eucaristia nos aproxima de Deus, aumentando nossa união pessoal com a fé. A Eucaristia é o alimento da fé. Nos afasta do pecado, pois, quem tem Cristo dentro de si, é mais forte para lutar contra as tentações.

O Papa João Paulo II, em sua Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, ensina que é nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu corpo e sangue, como nossa força e nosso viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos. Se a razão experimenta os seus limites diante deste mistério, o coração iluminado pela graça do Espírito Santo intui bem como comportar-se, entranhando-se na adoração e num amor sem limites. Cristo caminha conosco.

Pela Eucaristia somos chamados a ser Santos e a nos manter em nossa Santidade. Somos soldados da Igreja e como todos necessitamos de alimento; a Eucaristia se faz nosso alimento da alma e da fé, nos dá força e coragem, para sermos mais presentes como transformadores da sociedade em um mundo mais Santo.

Dica:Aprenda a rezar o terço da Eucaristia

Os católicos precisam defender seus pontos de vista com firmeza

A mídia anticatólica insiste num grande embuste que, muitas vezes, acabamos por permitir. Trata-se daquilo que chamam de “Estado laico”. Com essa expressão eles pretendem calar os católicos e bani-los da vida pública e não é raro permitirmos que isso aconteça.

O princípio do “Estado laico”, inventado pelos iluministas e adotado pela nossa Constituição, é, sim, algo positivo. Significa que ninguém é obrigado a seguir uma religião. Isso é justo: não existe conversão verdadeira se ela se faz à força. Cada ser humano deve ter a liberdade de seguir a religião que quiser, dentro de certos limites (ninguém poderia seguir uma religião que pregasse sacrifícios humanos, por exemplo). É totalmente justo. E isso é amplamente garantido no Brasil.

Mas os anticatólicos não se contentam com isso: o que eles querem não é um estado laico, mas uma sociedade laica, ou melhor, atéia. Querem uma sociedade em que ninguém tenha religião. E deliberadamente, eles confudem os dois conceitos (o de estado laico e o de sociedade laica) para nos enganar.

Quando os católicos reclamam da foto de uma atriz nua segurando um terço, eles apelam para o Estado laico. Quando os católicos opinam sobre aborto, união homossexual, etc, eles apelam para o Estado laico. Uma coisa não tem nada a ver com a outra: um Estado laico, ao mesmo tempo em que não apóia nenhuma religião, deve garantir liberdade de expressão a todas, inclusive à religião Católica.

Esse apelo pelo "Estado laico" tem um único objetivo: calar os católicos, nos constranger, nos fazer parecer “inimigos da democracia”.

Não podemos permitir que isso ocorra.

Certa vez, ouvi uma pessoa dizer que se sentia ofendida ao ver adesivos como “Deus é fiel” nos carros. Para essa pessoa, a fé deveria ser uma coisa exclusivamente privada, sem qualquer expressão pública.

Temos que reagir contra essas coisas!

Dentro da lei, os católicos têm todo o direito de dizer o que quiserem. Se um abortista tem o direito de defender o assassinato de crianças, um católico tem o direito de argumentar contra.

Temos que assumir nosso lugar na arena pública. Temos que protestar, sim. Os ativistas do casamento gay e do aborto, por exemplo, são extremamente organizados. Têm listas de e-mail, grupos de pressão no Parlamento e no Supremo. Ao se sentirem ofendidos, enviam cartas públicas aos supostos ofensores exigindo retratação. São capazes de organizar boicotes eficientes.

E nós, na maioria das vezes, nos calamos e nos recolhemos quando nos insultam.Se isso continuar assim, não demorará muito e surgirão pressões procurando colocar na lei esa nova idéia da "sociedade laica": vão querer proibir as expressão públicas de religiosidade. Esse movimento, por exemplo, já começou na Europa.

Precisamos nos organizar e protestar. Temos que defender nossos pontos de vista com civilidade, mas com firmeza. E precisamos defendê-los sem negar que, embora não sejam sustentados apenas na fé, são originários dela. Ora, na nossa luta contra o aborto, sabemos que o direito à vida é um direito humano geral, uma noção que foi sendo construída ao longo dos séculos e hoje não tem relação com nenhuma religião (ou seja, é um conceito “laico”). Mas quem transformou o valor da vida num valor fundamental para a humanidade foi o Cristianismo. Essa é uma herança nossa. Precisamos defender isso sem medo.

Precisamos parar de votar em candidatos anticatólicos, em candidatos que apóiam causas que se opõem ao Catolicismo, como o aborto, o uso de embriões em pesquisas, o casamento homossexual.

Que Deus nos ajude nessa batalha que enfrentamos. E tenhamos em mente que, ao fim, a vitória será nossa. Afinal, a garantia foi dada pelo próprio Cristo: as forças do inferno não poderão vencer a Igreja.

Medalhista olímpica britânica recusou-se a abortar

Deu no ACI Digital:

Em 2004 a atleta Tasha Danvers-Smith ostentava sua melhor marca nos 400 metros com obstáculos e era uma das candidatas de força a tentar uma medalha nas Olimpíadas de Atenas. Entretanto, ficou grávida e embora seu entorno esperava que abortasse para competir, ela optou pela vida de seu bebê, a quem dedicou a medalha de bronze que ganhou faz uns dias em Pequim.

Tasha sacrificou um tempo de glória em Atenas pelo pequeno Jaden, quem assegura foi sua inspiração para obter um lugar no pódio de ganhadores das olimpíadas de Pequim, encerradas no domingo passado.

Leia mais aqui.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Você vai gostar de ouvir: Gen Rosso


O Gen Rosso é uma banda criada em 1966 em Loppiano, perto de Florença, e desde então em atividade. A criação da banda foi inspirada por Chiara Lubich, a fundadora do movimento Focolare. Na ocasião, ela deu uma guitarra e uma bateria vermelha (em italiano, rossa) a um grupo de rapazes e lhes pediu que ransmitissem, por meio da música, mensagens de paz e fraternidade. a palavra Gen é uma sigla para Generazione Nuova, "Geração Nova".

Ao longo de mais de 40 anos de atividade, mais de 200 profissionais, entre artistas e técnicos, integraram o Gen Rosso. Gen Rosso não é apenas uma banda, pois realiza também performances de teatro e dança - assim, em sua equipe são contados cantores, músicos, dançarinos, atores e autores. Já foram lançados 54 álbuns e 325 músicas.

Na formação atual, há 19 integrantes, sendo sete italianos, dois brasileiros, dois argentinos, dois filipinos e mais um polonês, um espanhol, um suíço, um congolês, um tazaniano e um queniano.

Para saber mais sobre o Gen Rosso, visite o site oficial, onde é possível ouvir algumas músicas, leia a entrevista publicada pelo Portal da Música Católica.

Vocação


Durante o mês de Agosto a Igreja nos propôs refletir sobre nossa vocação. Ouvimos muito falar de vocação em nosso dia a dia, mas o que é mesmos vocação? O que é ser Vocacionado? Será que eu tenho vocação?

Vocação é uma palavra vinda do verbo latino vocare, “chamar”. Vocação é, pois, um chamado de Deus feito a todos nós.

Antes de tudo somos chamados à existência, à vida como seres humanos: é a vocação humana. Deus nos amou e nos quis participantes de seu projeto de criação, como coordenadores responsáveis por tudo o que existe.

Pelo batismo somos chamados à santidade, a sermos filhos de Deus. Quem recebeu o Batismo foi chamado, vocacionado por Deus a fazer parte de seu povo eleito, de sua Igreja. Somos, portanto, eleitos e chamados pessoalmente por Cristo para sermos, como cristãos, testemunhas e seguidores do Mestre Jesus: é a Vocação Cristã.

Há ainda um chamado feito particularmente a cada pessoa. A esta vocação denominamos Vocação Específica. Como refletimos, somos chamados à Vida e à Santidade. A vocação específica é como vou responder a este chamado universal. Assim podemos responder às vocações Humana e Cristã de diversas formas: como Leigos solteiros ou casados; como ministros ordenados (Diáconos, Padres, Bispos); como Religiosos consagrados (irmãos/irmãs).

Como podemos saber qual a nossa vocação? Para respondermos a esta questão, precisamos antes, nos perguntar quem somos nós. Somente quem se conhece poderá responder com maturidade ao chamado que Deus lhe faz. É refletindo sobre nós mesmos, sobre nossos valores, gostos, aptidões que poderemos saber qual a nossa vocação. Deus não cessa de nos chamar, de nos atrair a si. Que nós possamos dar o nosso sim generoso, fazendo d’Ele o centro e o sentido de nossas vidas!

Ir. Alexandre Francisco Costa, ocs

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Rezemos pelos nossos juízes

Ocorre hoje o segundo dia do ciclo de audiências públicas do STF destinadas a discutir o aborto de crianças com malformação cerebral, os anencéfalos. O primeiro dia foi terça-feira, quando católicos e espíritas defenderam o direito dessas crianças à vida, enquanto membros da Igreja Universal do Reino de Deus e da ONG Católicas pelo Direito de Decidir (que não tem qualquer vínculo com o catolicismo) defenderam o direito ao aborto.

Hoje serão ouvidos parlamentares e representantes da comunidade científica. No dia 4 de setembro, será a vez de algumas ONGs serem ouvidas.

Esse é um dos temas mais delicados sobre os quais o Supremo Tribunal Federal é chamado a decidir. É um dilema ético profundo: de um lado, o imenso sofrimento de uma família que não poderá realizar, pelo menos daqulea vez, o sonho de ver seu filho crescer como uma criança comum, e do outro, o direito daquela criança de chegar ao mundo, mesmo que não vá poder viver por muito tempo.

Para alguns é simples, vale a ética de Pilatos: lavem-se as mãos, cada um decida o que quiser. Fácil e despreocupado. Para outros é preciso uma posição clara, de princípios, que não pode ficar ao bel prazer de cada um. É com estes que estou: uma criança anencéfala é, antes de tudo, uma criança, e como tal, não pode ser abortada.

O fato de uma vida estar fadada à morte é razão para ceifá-la ainda mais rapidamente? Não estamos todos fadados? Eles dizem: uma criança anencéfala vai nascer e morrer logo em seguida. Para que continuar com a gravidez, então? Ora, porque a gravidez é um processo que deve ser levado ao fim em toda circunstância. Isso é uma questão de princípio: não tem condicional, não tem "e se". A vida de uma criança é vida e não pode ser eliminada. E a ausência de uma parte do cérebro (porque a anencefalia não significa ausência total) não desumaniza um ser humano, não faz uma pessoa se tornar um animal e muito menos, como muitos gostam de dizer, um vegetal. Para quem crê, háuma alma ali. Para quem não crê, há sim um ser humano e desrespeitar um ser humano em seu direito básico à vida equivale a desrespeitar à humanidade inteira.

Além disso, já está mais do que comprovado que uma criança anencéfala pode viver um bom tempo. No Brasil, Marcela Ferreira viveu quase dois anos. Há registros de crianças que chegaram aos quatro anos de idade. Pouco? Pergunte a um condenado à morte o que ele não faria por mais dois anos de vida. Ou por mais um dia... E a vida de Marcela não foi vida? Quem pode se arrogar o direito de dizer isso? Quem define o que é vida, o que é humano? Por qualquer critério científico, Marcela estava viva e era humana. Bom, talvez os nazistas negassem isso.

Reconheço o sofrimento que deve ser para uma mãe ter em sua barriga uma criança que, sabe ela, morrerá em poucos anos - ou em poucas horas. Mas há que se pensar que o sofrimento dessa mãe será menor, tenho certeza disso, se ela puder ter essa criança em seus braços. Pois ela a verá como um filho e não como um apêndice estirpado. Leia aqui o que Cacilda, a mãe de Marcela, escreveu quando sua filha tinha onze dias de vida.

Lembremos também que o que se opõe aqui e um sofrimento moral e um princípio de proteção à vida: eu não poderia fazer outra escolha que não optar pela vida.

As mães (e também os pais, sempre tão deixados de lado quando se discutem esses assunto) precisam de muito apoio. Apoio dos amigos e familiares, apoio psicológico. Apoio contra os maus conselheiros. Infelizmente o que vemos são médicos/açougueiros aconselhando (contra a lei e contra o juramento de Hipócrates) a realização de abortos diante da menor unha encravada. Não são incomuns casos em que, diante de alguma malformação, o médico descreve para a família uma criança completamente defeituosa, assustando-os até com relação à aparência
de seu futuro filho. Uma vez nascida o bebê, ele, se não é perfeito, é uma criança linda como todas as outras.

É preciso ter em conta que a liberação do aborto de anencéfalos é mais um passo (depois das pesquisas com células embrionárias) rumo à liberação do aborto puro e simples, sem razões nem condicionantes nem justificativas. Há quem diga que uma coisa não tem nada a vercom a outra. É óbvio que tem: a cada momento se restringe mais o direito à vida. Primeiro, aos embriões implantados no útero. Depois, aos fetos sem malformação cerebral. Aos poucos vamos caminhando rumo à eugenia, rumo a desconsideração da criança na barriga da mãe.

Por isso, rezemos por nossos juízes. Rezemos para que eles sejam sábios e tomem a decisão correta. Rezemos para que não dêem mais esse passo rumo à liberação do aborto. Que Deus proteja o Brasil.

Leia também: Eles não gostam de Marcela .

Eles não gostam de Marcela

Os defensores do aborto não gostam nem um pouco de Marcela de Jesus Ferreira. Em artigo publicado na revista Veja desta semana, o colunista André Petry, que costuma se posicionar freqüentemente contra o que a Igreja Católica defende e a favor do que ela condena, fez um "alerta". Ele disse que, no julgamento do STF a respeito do aborto de anencefálicos, o caso de Marcela seria usado pelos católicos e chamou isso de "ardil".

E não terá sido o próprio colunista que tentou montar um ardil? Na prática, ele disse: "eles vão argumentar desse jeitoe por isso não acredite neles". O contra-argumento dele? Não havia nenhum.

Petry tentou dizer que Marcela era só uma exceção e, sendo assim, seu caso deveria ser desprezado. Mas, em ciência, não há exceções: ou os anencéfalos não podem viver, ou podem. Se o clichê repetido mil vezes é de que não podem, mas um (basta um) vive por dois anos, o argumento foi por água abaixo. E Marcela não é a única.

Petry chega ao ponto de dizer que Marcela não era anencéfala, pois tinha parte do cérebro. Ele só não informa que essa é a situação mais comum: dificilmente uma criança anencéfala nasce sem cérebro. Ela nasce sem parte dele.

O fato de Marcela ter vivido por quase dois anos é um acinte para aqueles que defendem o aborto. Um acinte da natureza, que não se comporta como eles esperam. Um acinte da humanidade, que é mais forte do que eles esperam. A força e a fé de Cacilda, Mãe de Marcela, constituem um insulto a eles.

Marcela é, sim, a prova de que os anencefálicos podem viver. Não há rabugisse pseudo-iluminista que consiga obscurecer isso.

Leia também: Rezemos pelos nossos juízes .

Santo Agostinho


Santo Agostinho nasceu em Tagaste, uma cidade do norte da África, em 13 de novembro de 354, e morreu em 28 de agosto de 430, em Hipona. Tagaste ficava em terras onde atualmente é a Tunísia e Hipona, cujo nome atual é Annaba, localizava-se onde hoje é a Argélia. Hipona era uma cidade importante naquela época, onde havia uma intensa vida cultural, comercial, militar e religiosa. Vários monumentos se espalhavam pela cidade, onde também havia algumas basílicas.

O pai de Agostinho se chamava Patrício e sua mãe se chamava Mônica. Ele foi bispo, teólogo, apologista, moralista e filósofo. Além disso, é um dos maiores doutores da Igreja Católica. Ele é chamado de “Doutor da Graça”, sendo que seu pensamento foi decisivo para o desenvolvimento cultural do Ocidente. Seus livros são lidos e respeitados por toda cristandade, isto é, por católicos romanos e ortodoxos, protestantes e ainda por grande parte das denominações cristãs oriundas da reforma protestante.

Agostinho realizou os primeiros anos de estudo em Cartago. É durante esses anos que ele abraçou os caminhos de doutrinas heréticas, tais como o maniqueísmo e o ceticismo. Por causa desses erros em que se embrenhou, foi uma época de intenso sofrimento para Mônica. Com o tempo, e graças às orações e lágrimas de sua mãe, ele se converteu ao cristianismo seguindo as pregações de Ambrósio, bispo de Milão, no ano de 387. Nesse mesmo ano, Mônica faleceu. Na páscoa de 389, ele recebeu o batismo pelas mãos de Ambrósio. Nessa mesma ocasião, seu filho Adeodato também foi batizado.

Ainda em Cartago, Agostinho foi professor de Gramática. Aos vinte e nove anos de idade, foi para Roma e Milão, onde se tornou professor de Retórica. Foi nessa ocasião que ele conheceu Ambrósio, de quem se tornou discípulo e amigo.

Após retornar à África, trajando vestes penitenciais, juntamente com alguns amigos ele fundou em Tagaste uma comunidade monástica. No ano de 391, foi ordenado sacerdote em Hipona. Cinco anos depois, aos quarenta e dois de idade, foi nomeado bispo assistente. Com a morte do bispo, assumiu seu lugar e conduziu o rebanho de Cristo em Hipona até o dia em que o Senhor o chamou para si no dia 28 de agosto de 430, quando ele estava com a idade de setenta e seis anos. Em seus últimos dias de vida, foi tomado de profunda dor e amargura ao ver a sua cidade sitiada pelos bárbaros chamados vândalos. Durante os trinta e quatro anos em que esteve à frente da Igreja em Hipona, exerceu com dedicação, vigilância, carinho para com os pobres e profunda espiritualidade o governo episcopal.

Agostinho deixou escrito mais de 350 sermões e, claro, “As Confissões”, que é o seu livro mais conhecido. “A Cidade de Deus”, em que gastou treze anos para escrever, também é um de seus livros mais importantes. Em todos esses escritos, ele combateu as heresias que ameaçavam as verdades da fé cristã, como o maniqueísmo, o donatismo, o pelagianismo e o arianismo. Mas, além de tudo, ele escreveu uma das principais obras onde se apóia a doutrina sobre a Santíssima Trindade.

“As Confissões” é uma das melhores obras já escrita. Através de suas páginas, Agostinho vai apresentando com maestria seu pensamento sobre o relacionamento entre o ser humano e Deus. Ao reconhecer seus próprios erros, ele está fazendo uma análise de todos os erros e fraquezas do ser humano; ao levantar dúvidas e ao buscar compreender a imensurável profundidade da sabedoria de Deus, ele reflete e condensa aí todas as dúvidas e ânsia de compreensão do homem diante do Criador. Suas palavras são apaixonadas e profundamente sedutoras e comoventes.

Há um pequeno detalhe que passa despercebido quando se fala de Santo Agostinho, mas que acho interessante pelo simples fato de demonstrar que este grande santo e doutor era tão comum como qualquer um de nós. Ele não aprendeu a língua grega! E não conseguiu aprendê-la, embora tenha tentado! Tanto que toda a magnífica teologia que ele desenvolveu foi a partir das traduções que já existiam em latim. Ele mesmo não escreveu nem traduziu os originais em grego para erguer a sua obra teológica. Ora, a meu ver, para ser santo não é preciso ser um gênio nem ser alguém espetacular. Basta apenas ser humilde e abraçar a palavra de Deus. Mai do que isso, viver no cotidiano a palavra de Jesus! E foi isso que Agostinho fez, ainda que tardiamente, como ele lamenta: “Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova...”

De sua vasta obra, esta pequena frase sem dúvida alguma reflete a profunda vontade que reside no mais íntimo da alma: “Que eu me conheça a mim mesmo, que eu te conheça, Senhor!” . Para conhecer a Deus, é preciso conhecer a si mesmo, pois Ele habita no coração do ser humano. E quando isto acontece, podemos exclamar junto com Santo Agostinho: “Senhor, criaste-nos para Vós, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em Vós”.

Nilson Antônio da Silva

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Santa Mônica


Santa Mônica, cuja festa é celebrada no dia 27 de agosto, é a mãe de Santo Agostinho, bispo de Hipona, uma cidade do norte da África. Mônica nasceu no ano de 331. Entretanto, há controvérsias quanto a essa data. De qualquer maneira, a menina era filha de pais cristãos e, conforme o costume de então, foi criada por uma “dada”, isto é, uma escrava que cuidava especificamente da educação dos filhos de seus senhores. A “dada” deu-lhe uma educação muito rígida, baseada na doutrina católica, não permitindo que ela desenvolvesse vícios e repreendendo-a quando necessário. Ao atingir a idade de dezessete ou dezoito anos, a jovem foi dada em casamento a Patrício, membro do conselho da cidade de Numídia, onde hoje fica a Argélia. Patrício, que tinha cerca de quarenta anos, era possuidor de terras e bens, dentre os quais escravos, olivais e vinhas.

Mesmo gozando de uma razoável posição social, Mônica não era feliz em seu casamento, principalmente devido à infidelidade de seu marido. Apesar disso, ela tudo suportava com paciência e zelo pelo seu esposo. E assim foi mesmo depois do nascimento de Agostinho. Quando o menino atingiu a adolescência, suas preocupações aumentaram. O filho não seguia seus conselhos e passou a levar uma vida bem distante dos ideais e valores cristãos. Ele fora educado num colégio na cidade de Madaura e somente nas férias visitava seus pais.

Como era o costume naquela época, Mônica não batizou Agostinho quando ele ainda era criança. O batismo normalmente era realizado quando a pessoa já estava em idade de plena consciência da importância e valor do sacramento. Mas, mesmo assim, Agostinho foi inscrito no catecumenato. Mais tarde, Patrício também se converteu ao cristianismo, certamente por influência de Mônica.

Mônica passou a vida inteira pedindo a Deus pela conversão de seu filho Agostinho, que aconteceu no ano de 387. E foi nesse mesmo ano, aos 56 anos de idade, que ela foi chamada por Cristo para a cidade eterna. Sua vida pode ser compreendida em duas palavras apenas: oração e lágrimas.

Mônica é santa não por ter realizado algum milagre ou por ter sido martirizada, como tantos cristãos até hoje o são, mas pelo simples e magnífico fato de ser mãe. E mãe de um santo, logo, um instrumento de Deus. Foi ela quem ensinou ao filho os valores cristãos da mansidão, da moral e do pudor.

Conforme conta Santo Agostinho, Mônica foi o seu alicerce espiritual e quem o conduziu à verdadeira fé. Ela sempre foi a intermediária entre ele e Deus. Com incessantes e constantes orações, pediu a Deus pela conversão de seu filho. E esperou pacientemente até o fim de sua vida terrestre.

Nilson Antônio da Silva

Casas do Senhor VIII: Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, no México

A Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, em Cidade do México, México, é o maior centro de peregrinações da América - recebe anualmente perto de 20 milhões de peregrinos de todo o mundo.

Na verdade, há duas basílicas, uma ao lado da outra. A Basílica Velha data do século XVIII e a nova foi construída nos anos 70 do século XX. O novo edifício foi erguido porque se percebeu que a Basílica Velha está afundando - boa parte da Cidade do México foi construída sobre um lago aterrado.

A Basílica Velha começou a ser construída em 1531 no mesmo local onde Nossa Senhora apareceu ao índio Juan Diego Cuauhtlatoatzin (o lugar é conhecido como La Villa de Guadalupe). A obra só foi concluída em 1709. Seu nome oficial é "Templo Expiatorio a Cristo Rey". Depois da construção da nova basílica, a nova foi fechada, reformada e atualmente reaberta é um centro de adoração perpétua.

A Basílica nova, concluída em 1976. Seu formato é circular, com 100 metros de diâmetro. A imagem de Nossa Senhora pode, assim, ser vista de qualquer ponto dentro da nave, onde há espaço para 10 mil pessoas, mas, se necessário, é possível acomodar até 50 mil - usando os átrios do edifício. O formato do telhado lembra as tendas usadas pelo povo hebreu ao peregrinar pelo deserto e evoca o manto de Maria a recobrir os fiéis.

Conheça o site oficial.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O milagre da vida


Poder respirar e sentir o ar entrando em nossos pulmões, trazendo frescor e energia. Poder acordar a cada manhã, poder ter o prazer do amor, da amizade, da convivência, da solidariedade. Poder construir uma história, poder sofrer e vencer o sofrimento. Poder crescer, fazer descobertas, passar por várias experiências, poder lutar e vencer, perder e aprender, cansar-se e repousar, sentir a energia da juventude, encontrar a força da maturidade, a sabedoria da velhice. Esses são apenas alguns dos maravilhosos aspectos do maior dom que Deus nos dá: a vida.

A vida é algo bom demais, que precisamos celebrar com alegria e gratidão. O fato de existirmos é um acontecimento sensacional! Em alguns momentos, a vida pode parecer ruim, o caminho pode estar escurecido, a estrada pode estar cheia de pedras. Mas nunca estamos sozinhos: Deus sempre nos acompanha, nos protegendo e fortalecendo.

A beleza da vida deixa transparecer a alegria do amor de Deus. Olhe uma criança sorrindo, um beija flor voando, uma flor se abrindo, um filhotinho brincando, as pessoas conversando e trabalhando: são coisas que mostram como é belo dom de viver.

Não podemos perder tempo com medos e lamentações. A vida é curta e temos que aproveitar cada minuto para vivê-la bem. Mas não se deixe enganar: viver bem a vida não é dedicar-se a esgotar todas as suas possibilidades, não é embarcar em aventuras destrutivas, não é buscar todos os prazeres. Viver a vida não é experimentar tudo: é experimentar apenas o que vale a pena. Há coisas na vida que são fugazes, passageiras, destrutivas. Há emoções negativas e inúteis. Devemos fugir dessas coisas, pois, na prática, essas coisas carregam em si o germe da morte.

Viver a vida bem é buscar o Reino de Deus. Só isso vale a pena. Viver a vida bem é vivê-la amando as pessoas, trabalhando pela construção de um mundo mais feliz - e, um mundo mais feliz começa com uma família feliz e bem estruturada, com uma turma de amigos saudável e solidária, com um ambiente de trabalho sadio e sem intrigas.

Viver a vida bem é vivê-la, tanto quanto possível, de bom humor. Ficar com raiva a todo instante, viver a resmungar só nos fará perder os bons momentos, que vão acontecer enquanto estivermos ocupados reclamando. Viver a vida bem é aceitar os planos de Deus, sabendo que Ele nunca fará nada que não seja para a nossa felicidade e para a nossa salvação.

Viver é o dom mais simples e mais básico: sem a vida não se pode ter nenhum outro dom. Poder estar aqui, existir: isso é um mistério, um milagre. É um dom tão fantástico que não podemos recusá-lo em nenhuma hipótese: nem a nós mesmos, nem a qualquer de nossos irmãos. Porque a vida é sagrada e pertence a Deus. Assim, como é Deus quem nos põe no mundo, quem nos permite existir, só a ele cabe decidir o momento de nos levar de volta, de nos colocar diante de Sua face.

É por isso que matar é um pecado tão monstruoso. Quem mata, peca, porque faz mal a um irmão, porque se coloca no lugar de Deus, porque causa sofrimento às famílias, porque destrói um dom que foi dado pelo Senhor. Imagine uma pessoa que quebre algum belo presente que lhe tenha sido dado por uma pessoa que você ama. Matar é algo semelhante, mas muito, muito, muito pior, pois o presente, no caso, é a vida, e aquele que presenteou é ninguém menos do que Deus.

Há muitas formas de matar, de destruir o dom da vida. O homicídio é uma delas: é o matar o outro. O suicídio é outra: é o recusar, com ingratidão, o dom de Deus. Já a eutanásia é outra forma de matar, pois não é diferente do suicídio. O aborto, por sua vez, é uma das mais covardes formas de assassinato, pois significa destruir a vida de uma criança indefesa.

Precisamos todos aprender a valorizar a vida e a lutar para que ela seja valorizada. Inúmeros grupos que se dizem "progressistas" querem instaurar no Brasil leis que diminuem o valor da vida, que proclamam a cultura da morte. Muitos deles atuam no Congresso Nacional, onde lutam para aprovar a legalização do aborto e da eutanásia e onde já conseguiram autorizar o uso de células embrionárias para pesquisa, prática que equivale ao aborto. Precisamos impedir que eles alcancem seu objetivo, precisamos proclamar o valor da vida.

Enfim, a vida é para ser amada e para ser vivida. É para ser dedicada a Deus. Esta vida é passageira, mas ela é o caminho para outro dom, esse ainda mais maravilhoso: a vida eterna.

Conheça a Igreja IX: A Pastoral Familiar

A missão da Pastoral Familiar é a evangelização das famílias e a promoção humana e social da pessoa. Ora, a família é o núcleo fundamental da sociedade e é por meio dela que a sociedade pode ser melhorada.

Por meio da pastoral, a Igreja acompanha a via das famílias: tanto as que estão bem estruturadas como as que estão em situação de risco. Assim, cabe a essa pastoral a promoção de cursos de noivos e de padrinhos, encontros de casais casados, encontros de namorados, etc.

Assim, a Pastoral Familiar procura orientar os homens e as mulheres para a correta vivência de sua sexualidade e para a construção de uma família harmoniosa. Seu trabalho é despertar a todos para a beleza e santidade da vocação matrimonial e para a compreensão adequada do que são os maravilhosos dons de ser pai e ser mãe.

Cabe também à Pastoral Familiar a defesa do valor da Vida, hoje seriamente ameaçado pelas idéias propagadas por certas correntes políticas e culturais e constantemente contestado pelos meios de comunicação. Entre os objetivos da pastoral está o combate ao aborto, a prevenção da gravidez precoce, a valorização dos idosos.

Enfim, seu âmbito é vasto, pois ao tratar da família como um todo, a Pastoral Familiar lida diretamente com os problemas que afligem os casais, os jovens, as crianças e os idosos.

Para saber mais:
Comissão Nacional da Pastoral Familiar
Valores Básicos da Vida e da Família (documento da CNBB)
Em favor da Família (documento da CNBB)

O verbete da próxima semana: Os Movimentos Eclesiais

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

História da Salvação V - Jacó - 1ª parte

“Já na alva luz do dia a raiar, lá estava a cena que me impressionou: um anjo preso a Jacó, que por sua bênção lutou e jamais desistiu...”

Estes são os primeiros versos da canção “Minha Bênção”, do CD homônimo do Padre Marcelo Rossi. Ela conta um pouco da história cheia de aventuras de Jacó, o homem que, primeiro, roubou a bênção de seu irmão e, depois, teve de conquistar a bênção de Deus.

Jacó e Esaú eram os filhos gêmeos de Isaac e Rebeca. Esaú era grande, forte e peludo, enquanto Jacó era belo e e de pele lisa. Diz a Bíblia que Isaac tinha mais afinidade com Esaú, que se tornou um grande caçador, e que Rebeca se dava melhor com Jacó, que era pastor.

Como foi o primeiro a nascer, pela tradição do Oriente Médio, Esaú tinha o direito à primogenitura. Naquela época, o filho mais velho tinha o direito de herdar tudo, especialmente a liderança da família, enquanto seus irmãos ou iam buscar seus próprios caminhos em outras terras ou ficavam sob a chefia do irmão.

Certo dia, Esaú chegou em casa cansado depois de um dia de caça. Jacó fazia um cozido de lentilhas e Esaú lhe disse que queria comê-lo. Jacó gracejou: "vende-me primeiro teu direito de primogenitura". Irresponsável, Esaú nem pestanejou: trocou seu direito por um prato de comida.

Passado algum tempo depois disso, Isaac, que já estava muito idoso, pressentindo que podia estar perto do dia de se encontrar com o Senhor, quis transmitir a Esaú, seu favorito, a sua bênção.

Naquela época, a bênção paterna tinha um significado imenso: geralmente, ela confirmava o direito de primogenitura e comunicava os votos de prosperidade e paz ao novo líder da família. A bênção prevalecia sobre o direito do primogênito - este, por decisão do pai, podia ser passado para outro filho que não o mais velho. Assim, Isaac decidira confirmar Esaú, apesar do episódio do prato de lentilhas. Essa bênção era exclusiva: apenas um filho podia recebê-la. O direito de primogenitura e a bênção estavam tão interligados que até as palavras se confundiam: em hebraico, o direito do primogênito é bekorah e a bênção é berakah.

Pois bem. Já idoso, Isaac também estava cego. Pediu a Esaú que lhe trouxesse uma caça e com ela lhe preparasse uma refeição. E revelou: depois de comê-la, pretendia abençoá-lo. A mãe dos gêmeos, Rebeca, ouviu isso e resolveu interferir. Enquanto Esaú foi caçar, ela chamou Jacó e lhe disse o que fazer para receber a bênção de Isaac.

Rebeca preparou um cozido e Jacó recobriu-se com pele de cabra, para parecer peludo como o irmão. Levando o prato, ele apresentou-se diante de Isaac, fazendo-se passar por Esaú. Isaac então lhe deu a bênção, pensando que estava abençoando o filho mais velho.

"Que Deus te dê o orvalho do céu e as gorduras da terra, trigo e vinho em abundância! Que os povos te sirvam, que as nações se prostrem diante de ti! Sê um senhor para teus irmãos, que se prostrem diante de ti os olhos de tua mãe! Maldito seja quem te abençoar! Bendito seja quem te abençoar!"

Quando descobriu tudo, Esaú, furioso, jurou matar o irmão mais novo. Jacó teve de fugir de casa e assim, embora fosse agora o dono da bênção, ficou sem a herança do pai.

Aventurando-se sozinho no mundo, um dia Jacó teve um sonho: ele viu uma escada luminosa que ligava a terra ao céu e anjos luminosos desciam e subiam por ela. E, diante dele, estava o próprio Deus, que lhe prometeu:

"Tua descendência se tornará numerosa como a poeira do solo; estender-te-ás para o ocidente e o oriente, para o norte e para o sul e todos os clãs da terra serão abençoados por ti e por tua descendência."

Com esse sonho, Jacó entendeu que Deus queria seu bem e sempre estaria do seu lado.

Leia também: Jacó - 2ª parte

Jacó - 2ª parte

Leia antes: Jacó - 1ª parte

Aventurando-se sozinho no mundo, certa noite Jacó teve um sonho: ele viu uma escada luminosa que ligava a terra ao céu e anjos luminosos desciam e subiam por ela. E, diante dele, estava o próprio Deus, que lhe prometeu:

"Tua descendência se tornará numerosa como a poeira do solo; estender-te-ás para o ocidente e o oriente, para o norte e para o sul e todos os clãs da terra serão abençoados por ti e por tua descendência."

Com esse sonho, Jacó entendeu que Deus queria seu bem e sempre estaria do seu lado.

Depois de fugir da fúria de Esaú, Jacó foi viver com seu tio Labão, numa região distante, chamada Padã-Aram. Lá trabalhava como pastor para o tio. Se até aqui Jacó sempre se dera bem graças às suas espertezas, agora ele encontrou um oponente à altura: Labão.

Em Padã-Aram, Jacó se apaixonou por sua prima Raquel. E fez uma oferta ao tio: trabalharia para ele durante sete anos, de graça, se, ao final, pudesse se casar com ela. E Labão aceitou. No entanto...

No entanto, passados os sete anos, foi celebrada a cerimônia de casamento. Como era o costume, a noiva estava encoberta com um véu. Só depois de consumadas as núpcias, Jacó percebeu: a mulher com quem se casara não era Raquel, mas sua irmã Lia. Seu tio o enganara. Como Lia era mais velha, Labão temia que ela não se casasse e resolveu não perder a oportunidade, fazendo-a se passar por Raquel. Mas Labão fez uma oferta a Jacó: por mais sete anos de servidão, ele poderia enfim casar-se com Raquel.

Apaixonado, Jacó aceitou. E, ao final desse período, finalmente pôde ter a mulher que amava. É bom lembrar que nessa época a poligamia era um costume muito comum no Oriente - como é ainda hoje em muitas regiões. Quando decidiu abandonar a casa do sogro, Jacó levou consigo suas esposas, as servas dela, um grande rebanho e os filhos que lhe tinham nascido.

No caminho de volta, ele teve um encontro com um homem misterioso, de olhos brilhantes. Jacó sabia que era um anjo enviado por Deus e quis que ele o abençoasse. Como o anjo, a princípio, se recusou, eles lutaram durante a noite toda. Por fim, Jacó conseguiu o que queria: o anjo lhe deu a bênção que o acompanharia pelo resto da vida e que seria transmitida depois por todas as gerações depois dele. E o anjo também lhe deu um novo nome: Israel, que significa “aquele que lutou com Deus”. No dia seguinte, Jacó teve um reencontro emocionante com o velho irmão, Esaú, que depois de tantos anos, ele também muito rico, já o tinha perdoado.

A História de Jacó muitas vezes deve nos parecer desconcertante. Com ajuda da mãe, ele iludiu pai e irmão, sabendo muito bem que o que fazia era errado. E, mesmo assim, Deus confirmou sua bênção. Mas os caminhos de Deus são misteriosos... Devemos lembrar que Esaú era irresponsável e bruto: tanto que chegou a trocar o seu direito de primogênito para saciar uma fome momentânea. Jacó estava mais preparado para ser o líder do povo de Deus, para dar continuidade à herança de Abraão e Isaac.

De toda forma, depois de roubar a bênção, Jacó ficou materialmente sem nada, e teve que construir a sua vida com o próprio esforço, trabalhando quatorze anos de graça para o tio e outros tantos para conseguir algum patrimônio. Mas, embora estivesse pobre, Jacó nunca esteve desamparado. Deus o fez conquistar o que havia roubado e transformou-o no pai de seu povo. A história de Jacó nos mostra a importância de querer estar perto de Deus, a ponto de lutar por Sua bênção. Uma bênção que foi transmitida a seus filhos e, por meio deles, a nós. Quando a Bíblia fala de Israel, muitas vezes está falando do homem Jacó, muitas vezes está falando de seus filhos, que se tornaram um verdadeira nação - e muitas vezes está falando de nós, que somos seus herdeiros espirituais.

Jacó teve doze filhos homens e uma filha mulher. Mas, de todos, ele preferia um: José, o primeiro filho de sua amada esposa Raquel. É a história de José que conheceremos na próxima semana. Enquanto isso, conheça em detalhes a aventurosa história de Jacó no livro do Gênesis, a partir do capítulo 25.

São Luís


Comemorado em 25 de agosto, São Luís é o modelo do rei cristão - na verdade, é um dos poucos monarcas ao longo da história que foram reconhecidos como santos. Nasceu em 1214 na cidade francesa de Poissy, filho do rei Luís VIII e da rainha Branca de Castela. Seu pai morreu cedo e isso fez com que Luís subisse ao trono com apenas 12 anos de idade. Durante sua infância, no entanto, a rainha Branca cumpriu o papel de regente, até que o jovem rei tivesse idade para governar. Luís IX tornou-se rei de fato aos 20 anos, governando a França - então um dos mais poderosos reinos da Europa - até 1270, quando faleceu aos 55 anos de idade.

São Luís foi um rei piedoso, penitente, humilde, homem de oração e caridade. Modelo de pai, chamou a si a educação religiosa dos dez filhos. Conta-se que na Casa Real, nas sextas-feiras era proibido usar sobre a cabeça qualquer ornamento - coroas, tiaras - pois fora nesse dia da semana que Cristo usara sua coroa de espinhos.

Em seu governo, prosseguiu o combate à heresia dos albigenses, que grassava no sul da França. Procurou moralizar a administração da justiça e reprimiu a prática dos duelos.

A vida de São Luís é marcada também pelas cruzadas: foi ele o idealizador e o comandante de duas das últimas expedições militares cristãs que tentaram recuperar Jerusalém dos muçulmanos: a primeira entre 1249e 1254, a segunda em 1270. São Luís faleceu em Túnis, no norte da África, em 25 de agosto de 1270, vitimado pela peste bubônica.

São Luís IX buscava intensamente viver a justiça do Reino de Deus enquanto rei e cristão, por isso praticava o que aconselhava: "Não tiremos o bem dos outros nem sequer para o dar a Deus ", dizia.

domingo, 24 de agosto de 2008

Quem é Jesus?

A Liturgia da Palavra deste domingo (24/agosto) nos convida a refletir acerca de nossa intimidade com o Cristo. “Quem dizem os homens que eu sou? E vós quem dizeis que eu sou?”

O V CELAM, realizado em Aparecida, nos recordou que o Cristão é antes de mais nada discípulo de Cristo. O discípulo é aquele que segue a um mestre e a sua doutrina. Para ser discípulo, é preciso que aja antes o encontro, é preciso que conheçamos o mestre e nos apaixonemos pela sua vida e sua mensagem.

Somos pois, discípulos de Jesus Cristo; mas que Jesus é este do qual nos dizemos discípulos? Quem é Jesus para mim? Precisamos conhecê-lo, para que sua Palavra e sua vida dêem sentido para nossa caminhada como seus seguidores. Se não o conhecermos, que sentido terá o nosso discipulado? Será ele autêntico? Precisamos portanto conhecê-lo e reconhecê-lo como Deus-Conosco, como um Deus irmão, que não está alheio a nós; mas ao contrário, está ao nosso lado como companheiro em nossa caminhada que nem sempre é fácil.

Não nos esqueçamos! Ele está no meio de nós! Ele é o Deus da História e, se revela a nós em nossa história; se revela a nós em nosso desejo de sermos melhores a cada dia, na beleza de suas criaturas; ele é o Deus Ternura que se coloca ao lado dos mais fracos e vem até nós na pessoa de muitos irmãos sofredores que necessitam de nossa ajuda. Não deixemos de o perceber em nosso dia a dia. Que a Sua presença em nossas vidas seja força e sustento em nossa caminhada!

Autor: Ir.Francisco Animação vocacional_Oblatos. (Roseira-SP)

A Teologia do Corpo - lançado site brasileiro


O corpo e a sexualidade são sagrados. Esse é o princípio que norteia a chamada Teologia do Corpo (Teology of the Body, TOB, em inglês) - uma linha de reflexão surgida a partir das catequeses do Papa João Paulo II sobre o amor humano. Essas catequeses foram proferidas entre 1979 e 1984 e deram origem a vários trabalhos sobre a relação do homem e da mulher, o significado esponsal do corpo humano, a natureza e missão da família, o matrimônio, o celibato, a luta espiritual do coração do homem, a linguagem profética do corpo humano, o amor conjugal, entre outros assuntos.

Recentemente foi lançado o site www.teologiadocorpo.com.br - a primeira página na internet brasileira dedicada ao tema. Lá é possível encontrar vários artigos sobre o assunto, além de documentos da Igreja e propostas de estudos para serem feitos em grupos de oração. Vale a pena conhecer o site.

"A Teologia do Corpo propõe uma visão positiva e integral do homem (corpo, alma e espírito), contrariando a visão equivocada — talvez herança do maniqueísmo — de que a salvação pertence à alma (dimensão espiritual), que aspira ao Bem, enquanto o corpo (dimensão carnal) é concupiscente e aspira ao mal.

Para a surpresa de muitos, a Teologia do Corpo ensina que o corpo e a sexualidade não devem ser desprezados, como o fazem tanto os puritanos quanto os libertinos. Ao contrário, o corpo e a sexualidade são tão valorizados pela doutrina católica que chegam a ser considerados até sagrados. A teoria pode parecer complicada à primeira vista, mas a Teologia do Corpo provoca em quem a estuda fortes reflexões e uma profunda compreensão das orientações da Igreja no aspecto moral." (Fabrício L.)

São Bartolomeu

Neste dia 24 de agosto, festejamos a santidade de vida de São Bartolomeu, apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Bartolomeu é também conhecido como Natanael, nome pelo qual é referido no Evangelho - na verdade "bar Tholomai" significado apenas "filho de Tholomai". Ele nasceu em Caná da Galiléia, naquela pequena aldeia onde Jesus transformou a água em vinho.

Bartolomeu é modelo para quem quer se deixar conduzir pelo Senhor, pois, assim encontramos no Evangelho de São João: "Filipe vai ter com Natanael e lhe diz: 'É Jesus, o filho de José de Nazaré'". Depois de externar sua sinceridade e aproximar-se do Cristo, Bartolomeu ouviu dos lábios do Mestre a sua principal característica: "Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento" (Jo 1,47).

Pertencente ao número dos doze, São Bartolomeu conviveu com Jesus no tempo da vida pública e pôde contemplar no dia-a-dia o conteúdo de sua própria profissão de fé: "Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel". Depois da Paixão, glorificação do Verbo e grande derramamento do Espírito Santo em Pentecostes, conta-nos a Tradição que o apóstolo Bartolomeu teria evangelizado na Índia, indo em seguida para a Armênia onde teria conseguido a conversão do rei Polímio, da esposa e de muitas outras pessoas. Foi lá, no entanto, que sofreu seu martírio - foi esfolado vivo, isto, teve a própria pele arrancada

isto até deparar-se com invejosos sacerdotes pagãos, os quais martirizaram o santo apóstolo, após o arrancarem a pele, mas não o Céu, pois perseverou até o fim.

Com texto do site da Canção Nova.

sábado, 23 de agosto de 2008

Confirmação

Também chamado de Crisma, é o sacramento da maturidade Cristã. É administrado aos jovens como forma de confirmação de sua fé. Quando ainda crianças, foram batizados por seus pais e padrinhos; agora, quando começam a agir e pensar de forma independente, dizem seu "sim" à comunidade.

Dizer "sim" a Cristo vai muito além de ser algo formal. Dizer "sim" é proclamar sua disponibilidade. É afirmar que não vai negar a fé, que será um católico pensante e presente, capaz de lutar pelo fortalecimento e propagação do Catolicismo.

Assim como o Batismo, a Crisma tem caráter espiritual, um selo indelével, por isso não podemos receber tais sacramentos mais de uma vez.

Por ser Dom do Espírito Santo, todas as pessoas que recebem são capacitadas a ser "Sal da Terra e Luz do Mundo" ( Mt 5,13-14).

A confirmação tem por função completar a Graça Batismal. Porque é assumida de forma consciente, fortalecendo os laços que nos ligam à Igreja. Em geral é administrada na adolescência como sinal de capacidade para tomar decisões.

Cremos no Espírito Santo
que nos capacita
a viver sem violência,
a ir junto dos pobres,
a comprometer-nos com os fracos,
a servir a Deus.
Cremos no Espírito de Jesus Cristo
que nos impulsiona a viver como irmãos,
a mudar os nossos hábitos,
a reparar os prejuízos
e criar esperança
até que todos compreendam
que somos filhos e filhas de Deus,
Seus filhos.

O Sacramento da Crisma nos confirma como soldados de Cristo, como militantes da fé. Tornamo-nos, assim, soldados da Igreja - Miles Ecclesiae.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Por que ser um soldado da Igreja?

O que é a Igreja? Essa pergunta pode ter diferentes respostas, embora só uma delas seja a verdadeira. Para muitas pessoas - inclusive para muitos "católicos", infelizmente - a "Igreja" é uma instituição antiga e antiquada, em desacordo com o mundo (o que seria muito ruim).

Para essas pessoas a Igreja é uma espécie de multinacional burocrática, cheia de funcionários, comandada à distância, muito egoísta em sua atuação e em suas decisões, muito preocupada com suas riquezas materiais. Seria uma instituição comandada por velhinhos malvados que querem controlar o corpo das mulheres, querem impedir os doentes de pararem de sofrer, querem impedir os homossexuais de se casarem, querem combater as maravilhas do sexo, etc, etc. Além disso, seria uma instituição que não gosta dos pobres, já que prefere perder tempo falando de Deus, em vez de se engajar na luta por "um outro mundo possível".

Quem pode querer defender tal "monstro"? Quem pode desejar ser um soldado de tal organização? Só fanáticos, só pessoas iludidas ou pessoas beneficiados pelas maldades que ela faz.

Mas é isso a Igreja?

A Igreja não é uma mera instituição. Na verdade essa é apenas a expressão civil de sua realidade, que é muito maior, muito mais complexa, e, verdadeiramente, transcendente. Aliás, a Igreja não tem só uma expressão civil, não é só uma organização. Tem também uma expressão geopolítica: a sede da Igreja, o Vaticano, é um país. Mas isso é só um detalhe. O que realmente importa é que a Igreja é o Corpo Místico de Cristo. E, por isso, a Igreja somos nós.

A Igreja é o povo de Deus. No começo dos tempos, Deus escolheu um povo na terra para, por meio dele, fazer sua mensagem chegar ao mundo: eram os hebreus. Mais especificamente, Deus escolheu um homem entre muitos, Abrão, para, a partir dele e de seus descendentes, constituir esse povo. Deus socorreu esse povo incontáveis vezes. Quando houve fome, levou-o para um país onde havia abundância. Quando foi escravizado nesse país, retirou-o de lá. Quando esteve sem território, Deus ajudou esse povo a conquistar terras. Quando estava sem governo, Deus suscitou reis. Quando seguiu o caminho do pecado, Deus providenciou mensageiros e correções. Quando foi conquistado e deportado, Deus providenciou alguém que libertasse seu povo. E assim foi, século após século. Deus enviou homens para ensinar ao seu povo e mostrar-lhe o caminho. Até que ele estivesse pronto para o ato máximo: Deus enviou o próprio Filho para completar a obra de salvação.

A partir daí, a mensagem de Deus não podia se restringir aos hebreus, a Israel. O próprio Cristo ordenou que sua mensagem fosse transmitida a todos os povos da terra. Para que isso fosse feito, ele constituiu seus apóstolos e sobre eles enviou o Espírito Santo, prometendo guiá-los até o fim dos tempos. O povo de Deus, que era Israel, passou a ser a assembléia dos fiéis em todas as nações. A palavra assembléia, em, grego, é ecclesia. Ela foi adotada pelo latim. Em espanhol, virou iglesia. Em francês, eglise. Em italiano, chiesa. Em português, igreja.

É isso o que a Igreja é: a assembléia dos fiéis unidos a Cristo. Ela é chamada de "Corpo Místico de Cristo", pois, nesse corpo, Cristo é a cabeça e nós somos os membros. A instituição Igreja é só a expressão visível, civil, adaptada ao mundo dos homens, desse corpo. Ele é místico porque é guiado pelo Espírito Santo e vinculado de forma indissolúvel a Jesus - forma com ele um corpo só.

Quando Jesus constituiu Pedro o primeiro chefe de sua Igreja, Ele lhe fez uma promessa: as portas do inferno jamais prevalecerão sobre a Igreja. Essa promessa contém um aviso e uma garantia de vitória. O aviso: o demônio sempre estará presente tentando derrubar a Igreja. A garantia de vitória: o mal não vai vencer, a Igreja não pode ser derrotada, ela sairá vitoriosa.

E, nessa guerra contra o mal, somos todos convocados a ser soldados da Igreja. Isso significa ser guiados pelo Espírito Santo, estar ligados a Cristo. E significa combater lado a lado com São Miguel, patrono da Igreja, anjo que derrotou Lúcifer e, com o poder de Deus, o expulsou para as profundezas.

Sejamos soldados da Igreja. Sejamos miles ecclesiae. O que defendemos não é uma instituição: é o próprio Corpo Místico de Cristo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Nós, os subversivos

Originalmente publicado no Jornal Partilhando em Novembro/2006 - edição 20

O jovem é um questionador. Ele não aceita fácil o que lhe dizem. Ele quer razões, respostas, justificativas. Quando lhe dizem que "tal coisa tem que ser assim", ele diz: "Ah, é? Por quê?" Por isso, o jovem tende a ser subversivo. Isto é, ele tende a querer mudar as coisas.

Quando ficam mais velhas, as pessoas começam a ficar mais passivas, mas conformadas. Quando se é jovem, é o contrário. Queremos mudar tudo o que achamos errado. Queremos ser diferentes, às vezes só pelo prazer de ser diferente.

Antigamente, ser subversivo significava querer acabar com "injustiças sociais", querer "derrubar os poderosos", querer "acabar com a ordem". O tempo passou e muitas dessas coisas não deram certo. Mas o mundo, nesse tempo mudou. Em muitos casos, para pior. Pois, hoje, subversivos somos nós. Nós, os católicos.

São dois mil anos de história, dois mil anos de caminhada. Mas, para algumas pessoas, já acabou. Saiu de moda. Para alguns, ser católico é coisa de antigamente. Hoje, a onda é outra. Hoje, quem quer estar por cima, quem quer ser "normal", não liga para Deus, para a Igreja, ou para os valores cristãos. Por isso, jovem que reza, hoje, é subversivo.

Querer mudar o mundo hoje, é querer mostrar às pessoas a importância de Deus a vida de cada um. É querer ajudar o próximo sem ter que se envolver em guerras, matanças e revoluções. É querer fazer o bem por amor a Deus. E ser subversivo não é mais andar com uma camisa de Che Guevara (que agora são vendidas nas butiques). Ser subversivo é ler a Bíblia. É rezar. É ir à missa. É amar a Deus.

Como sempre acontece, o subversivo é perseguido, é ridicularizado. Afinal, aqueles que estão no comando temem que as idéias da subversão se espalhem. Por isso aqueles que não crêem em Cristo fazem gozações e criticam a religião. Eles morrem de medo de que mais pessoas resolvam ser cristãs.

Se você, que é católico mesmo, ainda não se convenceu de que é um subversivo, de que está remando contra a corrente, dê uma olhada à sua volta. Quantos programas de TV, quantas músicas, quantos livros e quantas revistas dão valor a Jesus e aos seus ensinamentos? E quantas dessas coisas estão por aí a pregar exatamente o contrário do que Jesus dizia?

A onda hoje é usar drogas, é não se casar na Igreja (porque depois é mais fácil separar), é não ter filhos, é não ir à missa, é abortar quando for conveniente, é trair sem remorso. Você não se droga? Quer ser casto e se casar? Vai à missa, se confessa e comunga? É fiel? Pois bem, seja bem vindo ao clube dos subversivos.

Não dê bola para eles, os conservadores. Aqueles que querem manter o mundo sem justiça e sem moral. Aqueles que querem conservar o que hoje existe de errado. Continue seguindo sua vida ao lado de Jesus. Com o tempo, haverá mais subversivos. E aos poucos, poderemos mudar o mundo de verdade. Sem violência, mas com base apenas no amor de Deus.

Casas do Senhor VII: Catedral de Santa Maria em Tóquio

Construída entre 1963 e 1964, a Catedral de Santa Maria é a sede episcopal da arquidiocese de Tóquio, no Japão. Foi construída no mesmo local onde ficava a catedral antiga, construída em 1899 e destruída durante a Segunda Guerra Mundial.

Com uma área de 15,1 mil metros quadrados, foi projetada pelo arquiteto Tange Kenzo e pode abrigar 600 pessoas sentadas e 2000 de pé na nave principal.

Construída em estilo moderno, a Catedral de Santa Maria tem uma estrutura de oito paredes curvas quase perpendiculares que formam uma grande cruz. O brilho dos suportes de aço inoxidável do lado de fora do edifício simboliza a luz que Cristo faz brilhar sobre o mundo e sobre os corações dos homens. As paredes de concreto evocam as palavras do Salmo 18, versículo 2: "O senhor é minha rocha e minha fortaleza; o meu libertador é Deus". Elas mostram como Deus é o pilar e a fundação de todos os homens.

Para ver mais fotos da catedral, clique aqui. Para mais informações, clique aqui.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Conheça a Igreja VIII: As Pastorais

A Igreja Católica organiza sua ação no mundo por meio de pastorais. As pastorais geralmente são compostas por leigos e respondem diretamente ao pároco ou ao bispo, conforme seu escopo de atuação ser a paróquia ou a diocese.

Diferem-se dos movimentos eclesiais porque se organizam de acordo com uma finalidade específica (atender às crianças, aos encarcerados, etc) enquanto os movimentos eclesiais se organizam conforme seus carismas. Além disso, as pastorais não possuem estrutura hierárquica nem votos. Pode-se dizer também que, por meio dos movimentos, os leigos buscam participar da vida da Igreja. Já, por meio das pastorais, os leigos buscam levar a ação da Igreja ao mundo.

As pastorais existentes em cada país dependem da realidade local. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil registra em seu site as seguintes pastorais:

Pastorais

Pastoral Afro-Brasileira - busca levar a vivência cristã aos grupos negros e despertar a Igreja para os seus problemas específicos.

Pastoral da Comunicação - busca desenvolver estratégias de comunicação para a Igreja, sendo responsável pela divulgação das atividades nas paróquias e dioceses, bem como pela publicação de informativos.

Pastoral de DST/Aids - Sempre de acordo com os princípios da Igreja, trabalha na prevenção da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), bem como busca atendimento àqueles que já tiverem contraído a doença.

Pastoral da Cultura - busca promover o diálogo da Igreja com as várias expressões de cultura popular e intelectual, bem como trabalha na preservação dos bens culturais da Igreja.

Pastoral da Educação - atua na Evangelização dos educadores.

Pastoral da Juventude do Brasil - atua organizando a ação dos jovens na Igreja. De maneira geral, coordena as ações dos vários grupos de jovens existentes em cada paróquia.

Pastoral da Mobilidade Humana - Tem como objetivo evangelizar as pessoas que estão em trânsito. Atua, portanto, em locais como rodoviárias, portos, etc, tendo denominações específicas de acordo com seu âmbito, como "Pastoral da Estrada", etc .

Pastoral da Sobriedade - atua junto aos dependentes químicos - viciados em drogas ou álcool - procurando ajudá-los a vencer o vício.

Pastoral da Pessoa Idosa - busca assegurar a dignidade e a valorização integral dos idosos, através da promoção humana e espiritual, respeitando seus direitos.

Pastoral do Turismo - busca conscientizar os fiéis para o turismo sadio, bem como para a acolhida de turistas e peregrinos.

Pastoral dos Brasileiros no Exterior - em cooperação com igrejas locais, busca apoiar os brasileiros emigrados tanto na sua adaptação quanto na preservação de seus valores e de sua cultura.

Pastoral Familiar - busca preparar homens e mulheres para a vida matrimonial e familiar. Também atua na evangelização e promoção humana, social e espiritual das famílias já constituídas.

Pastoral Litúrgica - promove a formação litúrgica, a inculturação da liturgua e auxilia a liturgia diária da Santa Missa.

Pastoral Universitária - Busca Evangelizar os estudantes universitários

Pastoral Vocacional - busca despertar homens e mulheres, especialmente os jovens, para sua vocação - seja ela laica, religiosa ou sacerdotal.

Pastorais Sociais - atuam junto a seguimentos sociais específicos. Entre outras, há a Pastoral dos Pescadores, das Pessoas com Deficiência, dos Nômades (atua junto a ciganos e trabalhadores circenses, por exemplo), a Pastoral dos Operários, a Pastoral dos Migrantes, a Pastoral do Povo de Rua (atua junto aos moradores de rua), a Pastoral da Mulher Marginalizada (atua junto a prostitutas), a Pastoral da Terra (atua junto àqueles que vivem da terra, como agricultores e índios).

Pastoral Carcerária - busca Evangelizar presídios e cadeias e defender os direitos humanos dos detentos. Também integra o conjunto das Pastorais Sociais.

Pastoral da criançaPastoral da Criança - combate a desnutrição e mortalidade infantil e busca a melhoria da qualidade de vida das crianças. Tem realizado um trabalho de grande relevância para a queda da mortalidade infantil no país. Também integra o conjunto das Pastorais Sociais.

Pastoral do Menor - atua junto aos adolescentes de baixa renda, buscando resgatá-los da criminalidade. também tem como objetivo despertar a sociedade para o problema. Também integra o conjunto das Pastorais Sociais.

Pastoral da Saúde - busca prestar assistência aos enfermos, seja em casa, seja nos hospitais.Também integra o conjunto das Pastorais Sociais.

Localmente também são organizadas outras pastorais, que atuam de acordo com as necessidades específicas.

Oportunamente, abordaremos de forma mais detalhada as principais pastorais aqui mencionadas.

O verbete da próxima semana será: A Pastoral Familiar

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

História da Salvação IV - Isaac


Sara, esposa de Abraão, deu à luz Isaac quando já estava em idade avançada. Ora, alguns anos antes, Abraão tivera um filho com Agar, sua serva, como era costume naquele tempo quando a esposa legítima era estéril. Quando isso acontecia, o filho gerado pela escrava pertenceria à sua senhora, neste caso, a Sara. O menino nascido de Agar recebeu o nome de Ismael. Entretanto, todo esse processo gerou somente amargura para Sara, pois Agar passou a desprezá-la.

Quando Isaac foi desmamado, Sara disse a Abraão que expulsasse Agar e Ismael, alegando que os dois não seriam herdeiros da promessa juntamente com Isaac. Abraão, muito contrariado e também surpreso com a exigência de sua esposa, expulsou Agar e Ismael. Ora, Ismael também era seu filho. Mas Deus o consolou, dizendo: “Não te preocupes com o menino e com a tua escrava. Faze tudo o que Sara te pedir, pois é de Isaac que nascerá a posteridade que terá o teu nome. Mas do filho da escrava também farei um grande povo, por ser de tua raça.” Assim, Ismael se tornou o pai dos povos árabes, pois Deus cuidou dele em toda a sua vida.

O tempo foi passando e Isaac ia crescendo em graça e santidade. Por essa época, Deus apareceu a Abraão dizendo-lhe: “Toma teu filho, teu único filho a quem tanto amas, Isaac; e vai à terra de Moriá, onde tu o oferecerás em holocausto sobre um dos montes que eu te indicar.” Abraão obedeceu à palavra do Senhor e assim fez. No lugar indicado, onde hoje encontram-se as ruínas do templo de Jerusalém, construiu um altar, tomou Isaac e o pôs em cima para sacrificá-lo. Erguendo a mão para realizar o sacrifício, do céu o anjo do Senhor gritou-lhe: “Não estendas a tua mão contra o menino, e não lhe faças nada. Agora eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único.”

Abraão obedeceu e, olhando para o lado, viu um cordeiro preso nos arbustos, o qual ele tomou e ofereceu em sacrifício a Deus. Pela segunda vez, Deus falou a Abraão: “Juro por mim mesmo, diz o Senhor: pois que fizeste isto, e não me recusaste teu filho, teu filho único, eu te abençoarei. Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu, e como a areia na praia do mar. Ela possuirá a porta dos teus inimigos, e todas as nações da terra desejarão ser benditas como ela, porque obedeceste à minha voz.”

O cordeiro preso nos arbustos, o qual Abraão tomou e sacrificou a Deus no lugar de Isaac, é figura de Jesus, que se entregou à morte para salvar a humanidade. É maravilhoso ver que, cerca de dois mil anos antes, Deus revelava à humanidade este sinal de seu amor incondicional para conosco!

Este fato foi um ato heróico de extrema fidelidade a Deus e obediência ao primeiro mandamento, isto é, “amar a Deus sobre todas as coisas”, o qual mereceu ao patriarca que Deus renovasse com ele sua aliança.

Abraão voltou para casa e Isaac cresceu e se tornou homem feito. Já em idade de se casar, Abraão enviou um servo chamado Eliezer para procurar uma noiva para Isaac. Este servo, após orar a Deus, encontrou Rebeca, filha de Betuel, a qual aceitou casar-se com Isaac e partiu para a casa de Abraão. Lá, Isaac e Rebeca se casaram. Com a graça de Deus, Rebeca concebeu e deu à luz Esaú e Jacó. Rebeca é descrita na escritura sagrada como uma mulher belíssima, gentil e determinada.

Depois da morte de Sara, Abraão viveu ainda muitos anos, conforme narrado no capítulo 8 de Genesis “numa ditosa velhice e em avançada idade e cheio de dias; e foi unir-se a seu povo”. Quando ele faleceu, foi sepultado junto a Sara.

Nilson Antônio da Silva

Rebeca - a esposa de Isaac

Eliezer, era servo de Abrãao e foi incumbido da tarefa de encontrar uma noiva para Isaac, o filho legítimo de seu senhor. Não sabendo como encontrar a noiva, Eliezer pediu um sinal a Deus. Pediu que a mulher que fosse a indicada lhe desse de beber e a seus camelos.

Eis que apareceu Rebeca filha de Betuel e cumpriu o indicado. Casou-se com Isaac.

Rebeca era estéril. Isaac implorou a Deus por sua mulher que concebeu gêmeos. As crianças brigavam em seu ventre e a profecia foi revelada: " Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo".(Gen. 25,23). Tiveram juntos dois filhos: Esaú e Jacó.

Rebeca como mãe exemplar, reconhecia o valor e a qualidade de seus filhos. Foi capaz de entender o sentido da profecia " O mais velho servirá ao mais novo". Sabia que Esaú era mais forte, no entanto não dava valor aos deveres de ser o primogênito; era um homem capaz de dominar-se pelos prazeres mundanos.

Jacó era esperto, astuto e capaz. Rebeca conhecia a capacidade do filho, e por acreditar nos designos do Senhor, ajudou o filho, para que a benção lhe fosse concedida.

Rebeca, foi instrumento nas mãos do Senhor. Teve que fazer uma escolha difícil, afinal como mãe, ama seus filhos da mesma forma, mas como pessoa teve que pensar o que seria melhor para a sua descendência. Foi esposa abençoada que, com suas atitudes, ajudou que o povo de Abrãao se tornasse uma grande nação e assim cumprisse a profecia.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Batismo

"Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados e recebereis o Dom do Espírito Santo."(At 2, 37-38).

A palavra "batizar" significa "mergulhar na água", "banhar". Comum a todos os cristãos, o Sacramento do Batismo é um começo, pois permite que Deus frutifique em nossos corações e em nossas vidas. O Batismo nos cura e permite que sejamos fiéis a Cristo.

É função dos pais católicos batizar seus filhos e educá-los na fé.
É direito daqueles que não são católicos se batizarem na fase adulta. Nunca é tarde para ser batizado. Nunca é tarde para encontrar o Senhor Deus.

Durante a Vigília Pascal todas as promessas feitas no Batismo são renovadas. Vivemos em Cristo por meio do sacramento do Batismo , pois somos apresentados, e passamos a pertencer a Igreja e a Cristo. Nossa missão como pessoas batizadas é conduzir a todos, propagando nossa fé.

O Batismo se dá de forma muito simples, mas com efeitos extraordinários. O celebrante derrama água por três vezes sobre a cabeça do batizadoenquanto diz: "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo."

Toda pessoa pode receber o Batismo, podendo ainda dá-lo, ainda que ela mesma não seja batizada - a condição é de que esse Batismoseja feito em nome da Igreja e em nome de Cristo.

É importante salientar que nenhum pecado suprime a aliança selada pelo Batismo.

Além do batismo com água, há ainda dois outros tipos, quais sejam:

O Batismo de Sangue: é aquele em que uma pessoa que nunca foi batizada dá sua vida por Jesus Cristo, por meio do martírio.

O Batismo do Desejo - ocorre quando falece uma pessoa ainda não batizada, mas que desejava verdadeiramente batizar-se .

Hoje não mais existe a crença de que as crianças que não são batizadas vão para o Limbo. Acredita-se que elas também são protegidas pela misericórdia Divina.


Dica: Leia "As Crônicas de Nárnia" A última batalha.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Série "Como viver em Cristo por meio dos Sacramentos"

A Igreja Católica celebra Sete Sacramentos como legado de Nosso Senhor Jesus Cristo. É através deles que Jesus se oferece aos homens, fazendo-se presente no meio de nós. São dons que nos aproximam, permitindo que tenhamos uma fé fortalecida e pautada por valores éticos e morais.
São sinais da salvação.

"Pois da sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça" (Evangelho segundo São João 1,16).

Os sete Sacramentos são o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Confissão, a Unção dos Enfermos,a Ordem e o Matrimônio.

Tudo é graça e para o amor nos conduz. Celebre você também os sagrados sacramentos e participe dos sinais efetivos da redenção. Hoje iniciamos uma nova série: Como Viver em Cristo por meio dos Sacramentos.

São Maximiliano Kolbe: mártir da caridade


Raimundo Kolbe nasceu em 1894, na Polônia, numa família operária que o introduziu no seguimento de Cristo e, mais tarde, ajudou-o entrar para a família franciscana, onde tomou o nome de Maximiliano Maria.

Ao ser mandado para terminar sua formação em Roma, Maximiliano, inspirado pelo seu desejo de conquistar o mundo inteiro a Cristo por meio de Maria Imaculada, fundou o movimento de apostolado mariano chamado 'Milícia da Imaculada'. Como sacerdote foi professor, mas em busca de ensinar o caminho da salvação, empenhou-se no apostolado da imprensa e pôde, assim, evangelizar em muitos países, isto sempre na obediência às autoridades, tanto assim que deixou o fecundo trabalho no Japão para assumir a direção de um grande convento franciscano na Polônia.

Com o início da Segunda Grande Guerra Mundial, a Polônia foi tomada por nazistas e, com isto, Frei Maximiliano foi preso duas vezes, sendo que a prisão definitiva, ocorrida em 1941, levou-o para Auschwitz, onde no campo de extermínio, heroicamente evangelizou com a vida e morte. Aconteceu que diante da fuga de um prisioneiro, os nazistas decidiram que outros dez pagariam com a morte, sendo que um, desesperadamente, caiu em prantos:

"Minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!". Tratava-se de Franciszek Gajowniczek, soldado polonês.

Movido pelo amor que vence a morte, São Maximiliano Maria Kolbe dirigiu-se ao oficial nazista com a decisão própria de um mártir da caridade, ou seja, substituir o pai de família e ajudar a morrer os outros nove e, foi aceita, pois se identificou: "Sou um Padre Católico"

Os 10 prisioneiros foram empurrados numa pequena, úmida e totalmente escura cela dos subterrâneos, para morrer de fome. Durante 10 dias Frei Maximiliano conduziu os outros prisioneiros com cânticos e orações, e os consolou um a um na hora da morte. Após esses dias, como ainda estava vivo, recebeu uma injeção letal e partiu para o paraíso. Era o dia 14 de agosto de 1941.

O corpo de Maximiliano Kolbe foi cremado e suas cinzas atiradas ao vento. Numa carta, quase prevendo seu fim, escrevera: “Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo”.

Ao final da Guerra, começou um movimento pela beatificação do Frei Maximiliano Maria Kolbe, que ocorreu em 17 de outubro de 1971, pelo Papa Paulo VI. Em 1982, na presença de Franciszek Gajowniczek, o soldado polonês que sobreviveu aos horrores do campo de concentração, São Maximiliano foi canonizado pelo Papa João Paulo II, como mártir da caridade. Por seu intenso apostolado, é considerado o patrono da imprensa.

Com informações dos sites Canção Nova e Comunidade Shalom.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Casas do Senhor VI: Mosteiro de Monte Cassino

Monte Cassino

O rochedo de Monte Cassino fica a aproximadamente 130 km a sudeste de Roma, na Itália. É lá que se localiza o Mosteiro de Monte Cassino, fundado por São Bento em 529 no mesmo local onde anteriormente existia um templo pagão do deus Apolo.

O Mosteiro de Monte Cassino tem uma singular importância na história: ali foi composta a Regra de São Bento, que organizou o movimento monástico ocidental. Ali começou um processo de Evangelização que ajudou a conquistar a Europa para a Cristandade.

Monte Cassino tem uma longa história de destruições e reerguimentos. O mosteiro original foi destruído em 577 pelos bárbaros lombardos. No século VIII, no entanto, o mosteiro foi reerguido. No ano de 883 Monte Cassino foi destruído novamente, desta vez por invasores muçulmanos. A nova reconstrução ocorreu ao final do século XI. Em 1349 essa nova construçãofoi destruída por um terremoto. Depois disso, a abadia foi reconstruída, agora com uma catedral. e sobreviveu ao saque de Napoleão em 1799, mas foi completamente destruída durante a Batalha de Monte Cassino em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Depois disso, o mosteiro foi novamente reconstruído - é o prédio que hoje ergue-se no rochedo. Sua arquitetura busca seguir os padrões dos edifícios anteriores.

Para ver mais fotos e saber mais sobre Monte Cassino clique aqui e aqui.

Leia também:

São Bento de Nórcia

Conheça a Igreja: A Ordem de São Bento

Outros artigos da série "Casas do Senhor"

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Conheça a Igreja VII: A Ordem de São Bento


A Ordo Sancti Benedicti (sigla OSB) é uma ordem religiosa monacal que se baseia na observância dos preceitos destinados a regular a convivência comunitária. Em 529 São Bento de Núrsia elaborou a regra que regeria a convivência dos monges no Monastério de Monte Cassino, Itália, por ele fundado. A Regra de São Bento tinha um caráter bastante universal, podendo ser usada por outros mosteiros mundo afora e foi o que acabou acontecendo: seus preceitos tornaram-se a base do movimento monástico ocidental.

Seguindo o seu exemplo e inspiração, diversos fundadores de ordens religiosas têm baseado as normas e regras de seus mosteiros na "Regra" deixada por Bento, cujo princípio fundamental é Ora et labora, o que quer dizer "Reza e trabalha". Ao longo dos séculos, a Ordem de São Bento espalhou-se primeiro por toda a Europa, em seguida por todo o mundo. Outras ordens religiosas originaram-se dela, como a Ordem de Cluny, a Ordem de Cister e a Ordem dos Trapistas. Além disso, 18 papas foram beneditinos.

Os mosteiros beneditinos são sempre dirigidos por um superior que, dependendo da categoria do mosteiro, pode ser chamado de prior ou abade. O ritmo de vida num mosteiro beneditino é marcado pelo Ofício Divino, também chamado de Liturgia das Horas, que se reza sete vezes ao dia (veja abaixo quais são as horas). Ao longo do dia todos os monges também se dedicam a vários tipos de trabalho, incluindo o cultivo da terra e trabalhos intelectuais. De acordo com a Regra, os beneditinos devem prover o próprio sustento.

O hábito dos beneditinos é negro. Outras ordens originárias da Ordem de São Bento usam outras cores. Antigamente era muito comum a tonsura, isto é, o corte dos cabelos no alto da cabeça. Esse costume visava a mostrar o desapego da vaidade e lembrava a coroa de espinhos de Cristo. O ritual emque era realizada marcava a entrada do noviço na ordem. Tal costume, no entanto já caiu em desuso. Os monges beneditinos costumam escolher novos nomes aos serem admitidos na Ordem e usam, em suas assinaturas, a sigla "osb" (Ordus Sancti Benedicti).

Na Ordem de São Bento há mosteiros masculinos e femininos. Existem ainda os oblatos beneditinos, que são membros externos da ordem (podem ser leigos ou sacerdotes) que buscam viver conforme o espírito da Regra de São Bento. Diferentemente do que ocorre na Ordem de São Francisco, os oblatos não constituem uma Ordem Terceira, mas são considerados membros efetivos da comunidade monástica, mas a um títulos diferente. Ele é considerado irmão dos monges, mas não faz os votos tradicionais e continua vivendo normalmente suas responsabiliades familiares e profissionais.

No Brasil há 25 mosteiros e priorados masculinos e dezessete mosteiros femininos, incluindo aí os cirtercienses, que também seguem a regra de São Bento. Veja aqui a lista.

Conheça a Regra de São Bento

Conheça o Estatuto dos Oblatos

Leia também: São Bento de Núrsia

Liturgia das horas: Matinas (madrugada) - Laudes (ao amanhecer) - Primas (7h) - Terças (9h) - Sextas (meio-dia) - Nonas (15h) - Vésperas (pôr-do-dol) - Completas (antes de dormir)

Nosso próximo verbete será: As pastorais da Igreja

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

História da Salvação III - Abraão - 2ª Parte


Em Haran, certo dia, Deus disse a Abrão: "Sai da tua terra e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Em ti serão abençoadas todas as nações da terra". Obedecendo ao Senhor, ele, sua mulher Sarai e seu sobrinho Ló saíram e foram para a terra de Canaan, na Palestina, onde hoje se encontra o Estado de Israel. Lá chegando, Abrão ergueu uma tenda debaixo do carvalho de Mambré, em Siquém, onde passou a morar. Certo dia, apareceu-lhe o anjo do Senhor, dizendo-lhe: “Darei esta terra aos teus descendentes.” Depois de certo tempo, Abrão partiu rumo ao sul, indo morar num local entre Betel e Ai. Nesse local ele se estabeleceu com suas tendas e também aí ergueu um altar a Deus. Passado algum tempo, ele novamente rumou para o sul, talvez até Salém. Entretanto, a Bíblia não menciona claramente onde ele teria se estabelecido dessa vez, mas apenas diz que havia fome naquele lugar. Por essa razão, Abrão e todo o seu acampamento se retirou para o Egito. Algum tempo depois, o patriarca e sua família retornaram a Canaan, para o local onde estiveram antes da ida para as terras do faraó, isto é, possivelmente nas proximidades de Salém. Aí Abrão tornou-se um homem rico, possuidor de grandes rebanhos e também ouro e prata. Depois disso, ele retornou para Betel. E foi então que ele e Ló resolveram se separar, pois começaram a surgir várias contendas entre os pastores que cuidavam do imenso rebanho que ambos tinham formado. Para evitar desavenças com Ló, Abrão achou mais prudente que se separassem e cada um cuidaria de seu próprio rebanho. Para isso, Abrão permitiu que Ló escolhesse a planície que quisesse para se estabelecer com seus rebanhos. Ele, então, escolheu a planície do Rio Jordão, na região das cidades de Sodoma e Gomorra. E Abraão permaneceu nas terras de Canaan.

Certa vez, aquela terra foi invadida por estrangeiros, que saquearam as cidades e causaram muita destruição. Então, Abrão reuniu 318 servos e, à frente deles, perseguiu e conseguiu vencer os inimigos em batalha. Destes, os últimos a serem vencidos foram os reis de Sodoma e de Gomorra. Estes haviam capturado Ló e, em Sidim, foram derrotados. Então, ele libertou seu sobrinho e também o povo de Sodoma. Regressando para casa, passou por Salém (a atual Jerusalém), onde se encontrou com Melquisedec, sacerdote do Deus Altíssimo. Este sacerdote é apresentado como aquele que não tem nem começo nem fim, ou seja, ele é eterno. Daí ser visto como figura do sacerdócio eterno de Jesus Cristo. E foi ali, em Salém, que o patriarca apresentou ao sacerdote o dízimo dos despojos da guerra. Após essas vitórias, Abrão passou a ser visto e temido como líder militar pelo povo e pelos reis da região. Suas batalhas e conquistas ficaram conhecidas por todos que moravam naquelas terras, o que fez dele um homem respeitado.

Vale ressaltar a intervenção de Abrão em favor das cidades de Sodoma e Gomorra, as quais estavam para ser destruídas pela ira de Deus por causa dos muitos pecados que lá eram praticados. O patriarca, cheio de confiança e demonstrando uma total amizade e familiaridade com Deus, argumenta, insiste e tenta convencer o Senhor a não destruir aquelas cidades. Deus escuta os apelos dele e, somente não as poupa porque realmente não havia nenhum justo nelas! É notável a paciência de Deus diante da insistência de Abraão!

Nos tempos de Abraão, provavelmente as duas cidades já não eram habitadas havia muito tempo. De fato, até hoje não foram encontradas as ruínas que comprovadamente tenham sido de Sodoma e Gomorra. Porém, o belo e grande significado da narrativa sobre a destruição está no momento em que o patriarca intercede em favor da população pecadora de ambas, numa clara demonstração da fragilidade e confiança humanas diante da justiça e misericórdia divinas. Este sentido foi exposto de forma magnífica pelo hagiógrafo!

Mais uma vez, Deus disse a Abrão: "Levanta os olhos e conta, se podes, as estrelas do céu! A tua descendência será tão numerosa como elas". Abrão acreditou e teve fé em Deus e, passados muitos anos, novamente o Senhor Deus lhe apareceu, dizendo: “Daqui um ano retornarei à tua casa, e tua mulher já terá tido um filho.” E disse ainda: “Daqui em diante não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque te destinei para pai de muitos povos. Para o futuro, não chamarás a tua mulher de Sarai, mas de Sara. Eu a abençoarei e ela terá um filho ao qual chamarás Isaac. Concluirei com ele uma aliança perpétua em favor da sua posterioridade”. Assim, já na velhice, Sara deu à luz Isaac. E a promessa de Deus a Abraão foi cumprida.

Na próxima semana continua a história de Abraão, dando ênfase ao nascimento de Isaac e à prova por que o patriarca passou!

Nilson Antônio da Silva
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina