segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Jacó - 2ª parte

Leia antes: Jacó - 1ª parte

Aventurando-se sozinho no mundo, certa noite Jacó teve um sonho: ele viu uma escada luminosa que ligava a terra ao céu e anjos luminosos desciam e subiam por ela. E, diante dele, estava o próprio Deus, que lhe prometeu:

"Tua descendência se tornará numerosa como a poeira do solo; estender-te-ás para o ocidente e o oriente, para o norte e para o sul e todos os clãs da terra serão abençoados por ti e por tua descendência."

Com esse sonho, Jacó entendeu que Deus queria seu bem e sempre estaria do seu lado.

Depois de fugir da fúria de Esaú, Jacó foi viver com seu tio Labão, numa região distante, chamada Padã-Aram. Lá trabalhava como pastor para o tio. Se até aqui Jacó sempre se dera bem graças às suas espertezas, agora ele encontrou um oponente à altura: Labão.

Em Padã-Aram, Jacó se apaixonou por sua prima Raquel. E fez uma oferta ao tio: trabalharia para ele durante sete anos, de graça, se, ao final, pudesse se casar com ela. E Labão aceitou. No entanto...

No entanto, passados os sete anos, foi celebrada a cerimônia de casamento. Como era o costume, a noiva estava encoberta com um véu. Só depois de consumadas as núpcias, Jacó percebeu: a mulher com quem se casara não era Raquel, mas sua irmã Lia. Seu tio o enganara. Como Lia era mais velha, Labão temia que ela não se casasse e resolveu não perder a oportunidade, fazendo-a se passar por Raquel. Mas Labão fez uma oferta a Jacó: por mais sete anos de servidão, ele poderia enfim casar-se com Raquel.

Apaixonado, Jacó aceitou. E, ao final desse período, finalmente pôde ter a mulher que amava. É bom lembrar que nessa época a poligamia era um costume muito comum no Oriente - como é ainda hoje em muitas regiões. Quando decidiu abandonar a casa do sogro, Jacó levou consigo suas esposas, as servas dela, um grande rebanho e os filhos que lhe tinham nascido.

No caminho de volta, ele teve um encontro com um homem misterioso, de olhos brilhantes. Jacó sabia que era um anjo enviado por Deus e quis que ele o abençoasse. Como o anjo, a princípio, se recusou, eles lutaram durante a noite toda. Por fim, Jacó conseguiu o que queria: o anjo lhe deu a bênção que o acompanharia pelo resto da vida e que seria transmitida depois por todas as gerações depois dele. E o anjo também lhe deu um novo nome: Israel, que significa “aquele que lutou com Deus”. No dia seguinte, Jacó teve um reencontro emocionante com o velho irmão, Esaú, que depois de tantos anos, ele também muito rico, já o tinha perdoado.

A História de Jacó muitas vezes deve nos parecer desconcertante. Com ajuda da mãe, ele iludiu pai e irmão, sabendo muito bem que o que fazia era errado. E, mesmo assim, Deus confirmou sua bênção. Mas os caminhos de Deus são misteriosos... Devemos lembrar que Esaú era irresponsável e bruto: tanto que chegou a trocar o seu direito de primogênito para saciar uma fome momentânea. Jacó estava mais preparado para ser o líder do povo de Deus, para dar continuidade à herança de Abraão e Isaac.

De toda forma, depois de roubar a bênção, Jacó ficou materialmente sem nada, e teve que construir a sua vida com o próprio esforço, trabalhando quatorze anos de graça para o tio e outros tantos para conseguir algum patrimônio. Mas, embora estivesse pobre, Jacó nunca esteve desamparado. Deus o fez conquistar o que havia roubado e transformou-o no pai de seu povo. A história de Jacó nos mostra a importância de querer estar perto de Deus, a ponto de lutar por Sua bênção. Uma bênção que foi transmitida a seus filhos e, por meio deles, a nós. Quando a Bíblia fala de Israel, muitas vezes está falando do homem Jacó, muitas vezes está falando de seus filhos, que se tornaram um verdadeira nação - e muitas vezes está falando de nós, que somos seus herdeiros espirituais.

Jacó teve doze filhos homens e uma filha mulher. Mas, de todos, ele preferia um: José, o primeiro filho de sua amada esposa Raquel. É a história de José que conheceremos na próxima semana. Enquanto isso, conheça em detalhes a aventurosa história de Jacó no livro do Gênesis, a partir do capítulo 25.

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"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina