terça-feira, 5 de agosto de 2008

Conheça a Igreja VI: As Ordens Religiosas


Desde o começo do Cristianismo, muitas pessoas decidiram dedicar suas vidas completamente a Deus. São pessoas que têm uma vocação especial: a vocação religiosa.

A história da Igreja está repleta de santos que decidiram afastar-se da sociedade a fim de mais se dedicarem a Deus e melhor seguirem os passos de Cristo. Nos primeiros tempos, homens abandonavam tudo e buscavam viver no deserto - na Palestina, no Egito - como eremitas. Aos poucos, formaram-se comunidades ao redor desses pioneiros - muitas pessoas começaram a seguir seus exemplos. Na Europa, alguns dos primeiros fundadores de comunidades monásticas conhecidos são São Martinho de Tours (França) e Santa Brígida (Irlanda).

Uma figura central na história das ordens religiosas é São Bento de Núrsia (ou Nórcia). Ao fundar uma comunidade em Monte Cassino (Itália), no século VI, ele a dotou de um regra que seria a base para uma infinidade de novas ordens que surgiriam no futuro.

As ordens religiosas têm imensa importância na história da Civilização Ocidental: ajudaram a cristianizar os povos bárbaros; constituíram, durante séculos, a principal instituição guardiã e produtora de conhecimento - preservaram textos antigos e propiciaram o surgimento de grandes teólogos e pensadores. Elas ajudaram na reorganização econômica de um mundo que se reerguia após o colapso do Império Romano e que buscava resistir às incessantes ondas de invasões. Tiveram - e têm - papel fundamental na expansão do Evangelho pelas Américas, pela África, pela Ásia e pela Oceania.

Ao longo da história, foram criadas inúmeras ordens. Algumas foram suprimidas - seja porque tinham cumprido sua missão, seja porque se desviaram do seu caminho inicial.

O site Catholic Hierarchy registra a existência de 87 institutos de vida consagrada (que são, propriamente, as ordens religiosas) e mais 24 sociedades de vida apostólica. Os institutos são aqueles em que os integrantes têm vida comunitária e proferem os votos solenes (geralmente, de Castidade, Obediência e Pobreza). As sociedades se caracterizam pelo fato de seus integrantes, em geral, não fazerem votos religiosos, como, por exemplo, a Congregação da Missão (Vicentinos ou Lazaristas).

As ordens religiosas, em geral, se classificam como "ordem monástica", "ordem mendicante", "ordem de clérigos relugares" ou "ordem de cônegos regrantes". As ordens femininas, quando estiverem ligadas a uma ordem masculina original (por exemplo, como as Clarissas estão ligadas aos Franciscanos), se classificam como "ordem segunda". Existem também as "ordens terceiras", abertas aos leigos.

A grande variedade de ordens religiosas se deve à grande variedade de carismas. Há ordens em que seus membros se dedicam à contemplação: eles vivem enclausurados, com pouco ou nenhum contato com o mundo exterior. Há outras em que seus membros se dedicam à Evangelização dos povos, outras em que eles se dedicam à caridade - nesses casos, eles mantêm intenso contato com a comunidade em que estão inseridos.

Algumas das ordens mais conhecidas são a Ordem de São Bento ("Beneditinos"), a Ordem dos Frades Menores ("Franciscanos"), a Ordem dos Pregadores ("Dominicanos"), a Ordem de Nossa Senhora do Carmelo ("Carmelitas") e a Sociedade de Jesus ("Jesuítas"). Para ver a lista das ordens religiosas (em inglês), clique aqui.

Na próxima semana, falaremos da Ordem de São Bento.

Abadia beneditina em Tyniec, Polônia.

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"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina