segunda-feira, 29 de setembro de 2008

História da Salvação - Os Juízes



A história dos Juizes está situada entre 1200 a 1020 antes de Cristo. Os juízes governaram o povo hebreu desde a época da morte de Josué até o início da monarquia. Foi um tempo cheio de dificuldades, com a continuação da conquista da Terra Prometida. Durante todo esse tempo, as tribos são governadas por chefes que tem um cargo vitalício, geralmente chamados de juízes menores. Quando surgem grandes dificuldades, aparecem chefes carismáticos, chamados de juízes maiores, os quais unem e lideram as tribos na luta contra os inimigos.

Canaan, a Terra Prometida, é uma região de contrastes, com montanhas geladas ao norte e, mais ao sul, praias mediterrâneas com temperaturas bem mais elevadas e extensos desertos que se perdem rumo ao Egito. Já as proximidades do Mar Morto se encontram numa depressão de cerca de quatrocentos metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo. O Mar Morto atualmente possui uma área de 1050 quilômetros quadrados, pouco menor do que o município de Santo Antônio do Monte. Na antiguidade, entretanto, ele era um mar bem mais extenso. Somente nos últimos cinqüenta anos, foi constatada a perda de mais de um terço de sua superfície. Nos tempos do Antigo Testamento, ele foi chamado de Mar Salgado, de Mar Oriental e também de Mar de Arabá. Já o Mar da Galiléia, que é alimentado pelas águas do Rio Jordão, possui cerca de treze quilômetros de largura e atinge até dezenove quilômetros de comprimento. Este mar, na realidade, é um imenso lago de água doce. Ele também está há mais de duzentos metros abaixo do nível do mar. Em suas proximidades encontram-se terras férteis que formam belas paisagens.

Mais ao norte das terras de Canaan, fica uma região repleta de colinas e de montes mais elevados. Um planalto inabitável, hoje chamado de Colinas de Golan, fica nesse local, sendo formado por montanhas que permanecem cobertas de neve constantemente. Nas terras mais baixas, como nas proximidades do Mar da Galiléia, o clima é úmido e aí ocorrem muitas chuvas. Em contraste, as terras do sul são mais secas, em alguns pontos extremamente áridas, embora também sejam montanhosas. Nas terras que futuramente seriam a Samaria e parte da Judéia, existe um verdadeiro mosaico de colinas entremeadas por vales férteis, propícios ao cultivo de vários tipos de plantas, especialmente oliveiras. A vegetação nativa era constituída de florestas em alguns locais, nas quais podiam ser encontrados desde carvalhos até madressilvas e plátanos nas margens dos córregos. Já as tamareiras podiam ser encontradas em quase toda parte! Vários tipos de flores silvestres podiam ser admiradas nas colinas e planícies, como ciclames e margaridas, nas quais mais de cem variedades de borboletas brincavam nos dias de primavera! Pássaros diversos, como rouxinóis, falcões, gaviões e até mesmo pintassilgos, são típicos dos céus de Canaan. Pelas colinas e bosques podiam ser encontradas gazelas e raposas, gatos do mato e cabras selvagens, dentre outros vários animais.

É interessante observar que, nas terras de Canaan, em poucos minutos é possível passar de campos férteis e úmidos a desertos secos e desolados, ou então de montanhas e colinas a planícies e vales verdejantes. Naturalmente, naqueles tempos em que os únicos meios de transporte eram a pé ou a cavalo, isso não podia ser feito em poucos minutos, mas em horas e dias!

Os hebreus, ao chegar à Terra Prometida, encontraram ainda um clima que variava entre o temperado e o tropical, com a ocorrência de um inverno chuvoso, de novembro a maio, e de um verão seco nos meses restantes. Dependendo do local, é claro, as diferenças são bem marcantes no que se refere à quantidade de chuvas, de calor ou de frio.

E foi naquelas terras distantes, tão diferentes das paisagens brasileiras a que estamos acostumados, que o povo de Deus chegou para se estabelecer e lutar arduamente na construção de sua nação.

A grande dificuldade enfrentada pelos juízes no governo do povo era a infidelidade a Deus por parte deste mesmo povo, que muitas vezes se voltava para o culto aos deuses pagãos. Os povos que viviam naquelas terras, desde tempos imemoriais, tinham seus próprios deuses e a eles prestavam cultos muitas vezes cruentos, isto é, com sacrifícios de crianças. O povo de Deus, muitas vezes, rebelou-se e começou a prestar culto àqueles deuses, numa atitude de infidelidade aos mandamentos do Senhor. Outra dificuldade para os hebreus era enfrentar e vencer os povos cananeus que ainda resistiam.


Os juízes menores são: Samgar, Tola, Jair, Abesã, Elon e Abdon. Os juízes maiores são: Otoniel, Aod, Débora e Barac, Gedeão, Jefté e Sansão. Dos mais conhecidos, destacamos as seguintes histórias:

Débora conseguiu a vitória sobre os reis cananeus que habitavam as terras centrais e, assim, possibilitou a união entre as tribos do norte e as do sul. Gedeão, que a princípio relutou em assumir a liderança dos hebreus, tentou reorganizar o povo e conseguiu vencer os reis de Madiã. Sansão lutou contra os filisteus, que haviam se estabelecido na região costeira e se tornaram uma ameaça séria ao sistema tribal. Em meio a uma história de amor por Dalila, Sansão foi entregue aos filisteus e acabou sendo morto.

O tempo dos juízes termina com o início das atividades do profeta Samuel, considerado o último dos Juízes. Foi com Samuel que começou a monarquia em Israel. Segundo alguns estudiosos, talvez o livro dos Juízes tenha sido escrito pelo próprio Samuel; já outros afirmam que este livro foi escrito durante o exílio na Babilônia e que seu autor é desconhecido.

Para conhecer mais detalhes, leia o Livro dos Juízes.

Nilson Antônio da Silva

Os Santos Anjos

São Miguel Arcanjo é o príncipe da milícia celeste, o grande protetor da Igreja, primeiro miles ecclesiae. Sua festa é comemorada neste dia 29 de setembro.

São Miguel é citado na Bíblia no livro de Daniel e no Apocalipse. É o anjo que derrotou Lúcifer e os otros demônios quando eles se rebelaram contra Deus. Por isto é tido como um guardião dos homens contra os poderes do inferno.

Segunda a tradição, São Miguel é um arcanjo, isto é, pertence à oitava hierarquia dos anjos. Lúcifer, o derrotado, seria um querubin, anjo da segunda hierarquia. Como não deve ter sido humilhante para um orgulhoso demônio ser precipitadodo Céu porDeus por intermédio de um anjo de um grau hierárquico tão inferior... E como Deus é misterioso, chamando um simples ancanjo para colocá-lo à testa das hostes celestiais!

Miguel, do hebraico Mikhael, significa "Quem é como Deus?". Esta teria sido a sua resposta à rebelião dos demônios.

Há uma vasta tradição a respeito das aparições de São Miguel. A mais famosa delas ocorreu no Monte Gargano, no sul Itália, no começo da Idade Média. Ele apareceu a um pastor, que tentava matar uma ovelha que tinha se perdido numa caverna. Nesse local foi construído um grande santuário. Outra aparição famosa ocorreu em Roma, numa época em que a cidade era arrasada pela peste. São Miguel foi visto sobre as muralhas de um castelo que hoje tem o nome de Castel Sant'Angelo. Há inúmeras outras aparições.

Neste dia 29 de setembro também comemoramos as festas dos outros dois únicos anjos cujos nomes conhecemos: São Rafael e São Gabriel.

São Gabriel



O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa "Força de Deus", mas é muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico:

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré... O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: "Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus" a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho, como se deu a Encarcação.

São Rafael



Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus, Rafael aparece no Antigo Testamento, no livro de Tobit.

"Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus" (Tob 5,4).

Este arcanjo de nome "Deus Curou", restituiu à vista do piedoso Tobit, e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Petição a favor da vida dos fetos anencéfalos

Está sendo organizada uma petição online em defesa da vida dos fetos anencéfalos e contra, portanto, a autorização do aborto dessas crianças. A petição será depois encaminhada ao Supremo Tribunal Federal. Participe! Ajude a mostrar aos juízes do Brasil o que o povo brasileiro pensa.

O endereço:

http://www.petitiononline.com/DAV2008/

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Segredo da Vida


Desde que o mundo é mundo e que as pessoas questionam sobre a grande e misteriosa aventura do ser humano na terra, muitos têm buscado descobrir o segredo da vida. Alguns procuraram no topo das montanhas de neves eternas, outros nas ilhas distantes perdidas no meio do oceano, outros, ainda, no coração das imensas selvas... entretanto, quem pode dizer que encontrou?

Aventureiros talvez tenham alguma informação, os filósofos provavelmente falarão com segurança sobre este segredo, os homens de bom senso terão respostas satisfatórias. Mas, quem pode ter a reposta exata? Sem dúvida alguma, aqueles que voltam seus ouvidos para as palavras de vida de Cristo.

As pessoas que procuram por conforto dificilmente entenderão do que falo; quem almeja fama, poder e glória nem sequer voltará os olhos para estas palavras e menos ainda terá tempo para ouvir a Palavra de Deus. Quem procura por segurança e bem-estar neste mundo não encontrará nunca o segredo da vida. Ainda que procure, não encontrará. E por quê? Porque, para encontrar o segredo da vida, é preciso antes de tudo abrir mão de muitas coisas, a começar pela própria vida. E digo isto apenas repetindo o que o meu Senhor disse há dois mil anos atrás. Ora, para ganhar a vida é necessário antes perder a vida. Contraditório, não? Mas é mesmo. E mais ainda, é preciso perder a própria vida e todos os confortos que o mundo oferece também. Exigente o Senhor, não? Uns dirão que são palavras absurdas, exigências duras demais... outros, dirão ainda que é a mais pura loucura fazer uma coisa dessas, abrir mão até da própria vida... e mais ainda! Quem pode escutar essas coisas absurdas, dar ouvido a palavras tão fora da realidade?!

A resposta é curta e grossa: muitos escutam e muitos seguem essas palavras e por elas dão a própria vida! Abandonam tudo e se entregam à sabedoria da Palavra de Deus. Ao mergulhar nesta Sabedoria encontram a verdadeira realidade, que é a realidade perfeita e absoluta. E é nessa realidade que está a verdadeira vida, a que não se extingue nunca, pois é eterna. É nessa realidade que não há mais dor nem lágrimas, pois “o Senhor enxuga todas as lágrimas”. É para encontrar essa realidade que vale a pena abrir mão da própria vida. Essa realidade, que é perfeita, é a casa do Senhor, é o reino que o próprio Deus criou e preparou desde toda a eternidade para todos e cada um de seus filhos.

Quando conseguimos entender a grandiosidade e a infinita bondade da vontade de Deus em nos querer eternamente em sua casa, tudo neste mundo se torna como pó sem valor que é levado pelo vento. E foi por entender isto que os patriarcas, profetas e apóstolos disseram que neste mundo “somos apenas estrangeiros que vivem em tendas, sem morada fixa”, como Abraão fez. Jesus, em certa ocasião, também disse que “não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, pois Deus tudo providencia para que possamos viver”.

Entretanto, é preciso ressaltar que ser estrangeiro neste mundo não significa ser alienado, ou seja, permanecer fora dos sofrimentos e alegrias de cada dia. Neste ponto, Jesus foi muito claro ao afirmar que “quem não toma a sua cruz de cada dia e não o segue não é digno do Reino de Deus”. Tomar a cruz de cada dia é viver a cada dia com intensidade, usufruindo das alegrias e enfrentando as dificuldades, igualzinho o Senhor fez. O mundo é obra de Deus e portanto é bom; o que o tornou um lugar corrompido foi o pecado. Assim, toda a maldade que há no mundo é fruto dos pecados cometidos pelos homens.

Finalmente, eis o grande segredo da vida: o segredo da vida é amar a cruz! Este foi o segredo que Jesus revelou em palavras e ações a todos os homens!

Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 23 de setembro de 2008

São Pio de Pietrelcina

Francesco Forgione foi, sem dúvida, uma das grandes figuras do século XX. Hoje é conhecido como São Pio de Pietrelcina, o "Padre Pio". São incontáveis os testemunhos sobre sua santidade, sobre os milagres que Deus realizou por seu intermédio e sobre os eventos sobrenaturais ligados à sua pessoa.

Ele nasceu em 25 de maio de 1887 em Pietrelcina, no sul da Itália. Homem de espiritualidade franciscana, desde criança teve visões de Maria e dos santos anjos. Ordenou-se padre aos 23 anos, sendo integrante da Ordem dos Capuchinhos.

Aos 31 anos recebeu os estigmas de Cristo. Ou seja, Deus concedeu-lhe compatilhar do sofrimento de Seu Filho: Pio carregou por quase toda a vida feridas nas mãos e nos pés, que não tinham causa aparente e não cicatrizavam. Embora fosse muito discreto quanto aos estigmas, a história se espalhou e chamou a atenção de cientistas e da imprensa em todo o mundo. Os estigmas se curaram milagrosamente pouco antes de sua morte, que ocorreu na madrugada de 23 de setembro de 1968 - ou seja, há 40 anos. Sua canonização ocorreu em 2002.

São Pio exerceu o sacerdócio durante quase toda a vida na cidade de San Giovanni Rotondo, também no sul da Itália, onde construiu um grande hospital, famoso em toda a Europa: A Casa de Alívio do Sofrimento.

Contam-se muitas histórias sobre Padre Pio. Conta-se que ele tinha o dom da bilocação: podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Não são poucos os testemunhos de pessoas que afirmam ter estado com ele num mesmo dia e numa mesma hora, mas em cidades diferentes. Conta-se também que São Pio de Pietrelcina podia ler pensamentos, tendo um conhecimento incomum sobre o coração das pessoas. Dois episódios famosos o ligam ao santo Papa João Paulo II. Conta-se que que certa vez Padre Pio encontrou-se com um jovem padre polonês. Ele ajoelhou-se então diante desse padre, chamado Karol Wojtila, e saudou-o: "Santidade!". Conta-se também que João Paulo II, já feito papa, escreveu a Padre Pio pedindo-lhe que intercedesse junto a Deus por uma antiga amiga de sua juventude, que padecia de uma doença já em estado terminal - e ela milagrosamente ficou curada.

Para saber mais sobre esse santo extraordinário, clique aqui e aqui.
Para assistir a um breve trecho da última missa que Padre Pio celebrou, clique aqui.
Assista a um documentário produzido pela TV Canção Nova sobre Padre Pio: Parte 1, Parte 2, Parte 3.

Casas do Senhor X: Catedral de Évora, em Portugal

A Basílica Sé Catedral de Nossa Senhora da Assunção é mais conhecida como Catedral de Évora. Sua construção começou em 1186 e foi concluída em 1250. Seu estilo arquitetônico reúne caracterísitcas do romanico e do gótico. Sede da arquidiocese de Évora, é considerada a maior catedral portuguesa.

Logo na fachada da catedral há duas torres, numa das quais estão os sinos. Esculturas dos doze apóstolos ladeiam o portal de entrada. No interior, há três naves. Na nave central há o altar de Nossa Senhora do Anjo.

Conta-se que foi nessa catedral que as bandeiras da expedição de Vasco Da Gama, que chegou às Índias, foram benzidas.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

História da Salvação - Josué


Por volta de mil e trezentos anos antes de Cristo, os hebreus chegaram a Canaã liderados por Moisés. Após sua morte, a liderança do povo foi dada por Deus a Josué, a quem coube conduzir os hebreus na conquista e na partilha da Terra Prometida. A conquista de Canaã foi um processo lento e longo, às vezes pacífico, outras vezes violento, que durou cerca de dois séculos e somente terminou nos tempos do rei Davi.

Josué significa “Javé Salva” ou “Javé é a Salvação”. Na transliteração para a forma latina, deu origem ao nome Jesus. Josué era filho de Num, da tribo de Efraim.

Quando os hebreus chegaram a Canaã, encontraram uma terra já habitada por diversos povos que viviam em cidades que tinham total autonomia política e econômica e, muitas vezes, viviam envolvidas em constantes conflitos entre si. Cada uma tinha seu próprio rei e cada uma era independente em relação às outras. Assim, os hebreus tiveram que lutar para conquistar todas essas cidades ou, então, tiveram que fazer alianças com as mesmas para se estabelecerem na Terra Prometida. As famílias dos filhos de Jacó receberam cada uma um determinado território o qual teve que ser conquistado de outros povos que já viviam nele.

O santuário de Guilgal, nas proximidades de Jericó, é o local onde primeiramente se desenvolvem os principais acontecimentos da história de Josué. Em seguida, é apresentada a descrição da partilha da terra entre as famílias e, finalmente, o livro traz o último discurso de Josué e sua morte e a aliança que foi feita em Siquém. Essa aliança foi um compromisso do povo hebreu em servir somente ao Deus Vivo e não se envolver com as práticas idolátricas, exploratórias e imorais dos povos que habitavam em Canaã.

O mais importante da história de Josué é o fato de que Deus deu a Terra Prometida ao povo hebreu, mas este mesmo povo teve que conquistar a terra dada pelo Senhor. Deus deu a terra, mas não suprimiu a iniciativa e a liberdade do povo para conquistá-la. A Terra Prometida foi o fruto da promessa feita a Abraão e foi dom de Deus, mas também foi o fruto da luta e da conquista do povo hebreu. Em outras palavras, Deus dá ao ser humano tudo o que ele aspira, mas requer que cada um batalhe para conquistar tudo que deseja. Deus não quer pessoas de braços cruzados esperando que tudo caia do céu; Deus quer pessoas com braços batalhando na conquista árdua de cada dia, capazes de lidar com as vitórias e com as derrotas.

Josué foi uma pessoa que esteve muito próxima de Moisés, com quem subiu ao Monte Sinai. O hagiógrafo registra que quando Moisés entrava no tabernáculo para falar com Deus, o ainda jovem Josué dali não se afastava. Pode-se afirmar que Josué foi um filho espiritual do grande legislador, de quem sempre esteve ao lado.

Para conhecer esta história em detalhes, leia o Livro de Josué. Na próxima semana, saiba como o povo de Israel se organizou após a morte de Josué conhecendo a história dos Juízes.

Nilson Antônio da Silva

domingo, 21 de setembro de 2008

Unção dos Enfermos


A unção dos enfermos é um dos sacramentos mais maravilhosos que existem. Um Sacramento curativo e libertador, que deve ser ministrado as pessoas com doenças graves, aos idosos.

Quando eu estava fazendo catequese de Crisma, minha catequista contou que precisou se submeter a uma cirurgia séria e que procurou o padre pedindo a unção. Ela teve quatro filhos e que sempre antes de ter seus bebês se confessava. Achei aquilo maravilhoso, ela era uma católica que não tinha medo dos Sacramentos. Uma mulher espetacular.

Antigamente era conhecido como Extrema-unção, a nomenclatura foi trocada, porque era tido como um Sacramento de Morte, quando seu objetivo é completamente diverso ou seja a cura. Várias pessoas já receberam mais de uma vez.

Nem todos recebem o Sacramento da Unção dos Enfermos, muitos porque tiveram mortes rápidas, outros porque se negam a receber tal Sacramento. A crença de que o a Unção é um sacramento de morte, até hoje existe no meio de nós. Muitos acreditam que ao receber a Unção estão admitindo e aceitando que estão próximos da morte.

Deus se revela ao Homem.... O Homem busca por Deus

25° DOMINGO DO TEMPO COMUM
Toda experiência religiosa supõe dois movimentos: de Deus que se revela ao homem e do homem que busca a Deus. Para nós Cristãos, esta revelação se dá principalmente na Palavra de Deus e, de forma especial na pessoa de Cristo. Ele é a própria Palavra de Deus, é por Ele que conhecemos quem é Deus. Ele não só revelou ao homem quem é Deus, mas também ao homem quem é o próprio homem. Vivemos em um mundo relativista que tentou banir o Absoluto e que deixou no homem um vazio. A liturgia nos convida a buscarmos este Deus que a nós se revelou e fazermos d’Ele o sentido de nossas vidas.

Deus está próximo de nós e se deixa encontrar. Podemos percebe-lo na beleza e perfeição de suas criaturas, no nosso desejo de a cada dia “sermos melhores”, nos irmão e irmãs com quem convivemos. É um Deus presente que exige, como um pai exige de seus filhos, que crescem. A justiça de Deus não é a justiça dos homens. Ele não segue a lógica do sistema em que o mais
importante é levar vantagem sobre o outro. A bondade que Jesus demonstra na parábola nos desconcerta pois sua bondade ultrapassa a mesquinhez de um sistema que pauta o valor do outro pelo ter. Que a Palavra de Deus nos liberte de nossos egoísmos e nos faça reconhecer o valor e a dignidade de nossos irmãos e irmãs!

Ir. Alexandre

sábado, 20 de setembro de 2008

O combate ao vício; a luta pela virtude

Assisti hoje a uma ótima palestra do Padre Rafael Stanziona e peço licença a ele para fazer uma breve reflexão.

Nós somos capazes de mudar? De vencer nossos vícios e conquistar novas virtudes? Sozinhos, de jeito nenhum. Mas com a graça de Deus, somos capazes de tudo.

É muito bom quando conseguimos enxergar nossos defeitos - e admiti-los. Ver que somos preguiçosos, egoístas, fracos, invejosos, maldosos, sensuais. Mas não é incomum fazer da descoberta de nossos defeitos um momento de depressão e desânimo, assumindo aquela atitude de "pobre de mim, como sou fraco, mas sou assim mesmo". Acabamos assumindo a atitude dos derrotados e nos conformamos com o que somos.

Isso me lembra agora de um divertido diálogo que ouvi esta semana na série Two and a half men (Dois homens e meio). A mãe de Charlie, uma mulher terrível, que só critica os filhos, diz que faz o que faz por amor a eles, e que só quer ajudá-los a ser o melhor que puderem. Charlie responde: "Eu já sou o melhor que posso". Ela retruca: "Assim você parte meu coração".

Será que somos o melhor que podemos? É muito provável que não. Nós somos capazes de mudar. Se realmente quisermos, e se nos colocarmos nas mãos de Deus, podemos mudar. Mudar pode significar reclamar menos do trabalho, e trabalhar melhor. Pode ser beber menos. Pode ser tratar melhor as pessoas ao nosso redor. Pode ser deixar de lado o pessimismo. Pode ser aprender a controlar melhor a raiva. Pode ser superar as carências afetivas. Pode ser controlar a luxúria e a gula. Pode ser muitas coisas, dependendo de cada um.

Uma coisa muito perigosa que pode acontecer (e ocorre cada vez mais em nosso tempo) é confundir vício e virtude. Para muitos, a operosidade é coisa de empregado que quer bajular o patrão; a honestidade é coisa de tolos; a mansidão é coisa de gente passiva, enquanto a coragem é coisa de idiotas e a humildade, característica dos fracos. Precisamos conhecer bem e corretamente o que é vício e o que é virtude - e rejeitar um para abraçar o outro.

Sozinhos, nunca chegaremos a lugar nenhuma: podemos milvezes tentar melhorar, mil vezes seremos derrotados. E aí sobrevém o desânimo. Sem Deus, ninguém muda. Por outro lado, Deus não nos transforma da noite para o dia, sem contar com nosso esforço. Ele quer vontade firme, quer perserverança, quer que mostremos nosso real desejo de mudar.

Se eu desejar mudar - e perseverar nisso - e tiver Fé em Deus, eu posso mudar, eu posso ser melhor, eu posso ser renovado. E Fé em Deus não significa apenas uma confiança abstrata, significa a prática de seus ensinamentos. Significa buscar o apoio de Cristo por meuio da comunhão e a força do Espírito Santo por meio da oração.

A busca das virtudes, significa, enfim, a busca da santidade. Cada vez que formos capazes de vencer um vício estaremos dando um passo rumo ao Paraíso. E nesse caminho, só Deus pode nos conduzir.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

"Senhor, Quantas Vezes Devo Perdoar?"


Deus é misericórdia e compaixão, é compreensivo e não se lembra de nossos erros e faltas que cometemos sem cessar. É o Senhor que ouve nossas súplicas e tem compaixão quando pedimos seu perdão. E, desse modo, ele espera e deseja que nós também sejamos misericordiosos e tenhamos compaixão de quem comete erros contra nós e possamos perdoar e esquecer esses erros.

Deus é cheio de amor e compreensão para conosco e quer que nós também sejamos cheios de amor e compreensão com todas as pessoas que estão presentes em nossa vida. Deus quer que perdoemos e esqueçamos o erro cometido contra nós, pois é assim que ele age.

Não existe perdão quando alguém diz “eu perdôo”, mas continua agindo com indiferença e desprezo com quem lhe implorou por esse perdão. Ora, perdoar quer dizer esquecer tudo que aconteceu antes e conceder de coração uma nova oportunidade para a pessoa perdoada. É da vontade de Deus perdoar sempre e nunca deixar de perdoar.É muito doloroso pedir perdão a alguém por um erro cometido e não ser perdoado. Ou, o que é pior, ser simplesmente ignorado, afastado e lançado na prisão. É uma dor imensa! O coração se sente esmagado e agoniza terrivelmente. E só Deus sabe o quão grande é o sofrimento!

Imagine que, toda vez que fôssemos diante de Deus pedir-lhe perdão, ele simplesmente dissesse cheio de indiferença: “não tenho nada que lhe perdoar, não tenho que lhe dar atenção, não tenho mais tempo para você, você vai continuar cometendo o mesmo erro sempre, não me interessa mais ter você próximo de mim, isso é problema seu!” No entanto, o que ele diz é apenas isso: “você está perdoado, venha até mim, é uma grande alegria ter você de volta aqui comigo!”

Deus quer que tenhamos um coração sem orgulho, capaz de perdoar e compreender. Deus é misericórdia e compaixão, é compreensivo e não se lembra de nossos erros e faltas que cometemos sem cessar. É o Senhor que ouve nossas súplicas e tem compaixão quando pedimos seu perdão. E, desse modo, ele espera e deseja que nós também sejamos misericordiosos e tenhamos compaixão de quem comete erros contra nós e possamos perdoar e esquecer esses erros.

Deus é cheio de amor e compreensão para conosco e quer que nós também sejamos cheios de amor e compreensão com todas as pessoas que estão presentes em nossa vida. Deus quer que perdoemos e esqueçamos o erro cometido contra nós, pois é assim que ele age.

Não existe perdão quando alguém diz “eu perdôo”, mas continua agindo com indiferença e desprezo com quem lhe implorou por esse perdão. Ora, perdoar quer dizer esquecer tudo que aconteceu antes e conceder de coração uma nova oportunidade para a pessoa perdoada. É da vontade de Deus perdoar sempre e nunca deixar de perdoar.É muito doloroso pedir perdão a alguém por um erro cometido e não ser perdoado. Ou, o que é pior, ser simplesmente ignorado, afastado e lançado na prisão. É uma dor imensa! O coração se sente esmagado e agoniza terrivelmente. E só Deus sabe o quão grande é o sofrimento!

Imagine que, toda vez que fôssemos diante de Deus pedir-lhe perdão, ele simplesmente dissesse cheio de indiferença: “não tenho nada que lhe perdoar, não tenho que lhe dar atenção, não tenho mais tempo para você, você vai continuar cometendo o mesmo erro sempre, não me interessa mais ter você próximo de mim, isso é problema seu!” No entanto, o que ele diz é apenas isso: “você está perdoado, venha até mim, é uma grande alegria ter você de volta aqui comigo!”

Deus quer que tenhamos um coração sem orgulho, capaz de perdoar e compreender.

Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cartas de um diabo a seu aprendiz

Já foi dito que a artimanha mais comum do diabo em nosso tempo é fingir que não existe. Eu próprio já caí nessa. Certa vez um padre de tendências TL me levou a acreditar que não há diabo, nem inferno, que o mal está em nós mesmos. Levei muito tempo para me livrar desse pensamento que, no fim das contas, tem como efeito nos acreditar que no fim das contas não é só o diabo que não existe, mas o próprio mal e que, enfim, tudo é permitido.

Graças a Deus eu me afastei disso.

Pois bem, o diabo existe e, para melhor nos tentar, ele se faz de mito. Deixou que os artistas o ridicularizassem, para que parecesse apenas um palhaço, ou dele fizessem um "rei dos prazeres". Quantas vezes já não se viu por aí representações de um céu tedioso com anjinhos de branco tocando harpa, em contraste com um inferno superdivertido, cheio de mulheres fogosas? Pois é...

Escrevo isso para falar de um livro absolutamente marcante: Cartas de um Diabo a seu Aprendiz, do genial C. S. Lewis. O livro, obviamente uma ficção, é composto por um conjunto de cartas que o diabo sênior Fitafuso teria mandado a seu sobrinho, o iniciante na carreira demoníaca Vermebile. Nessas cartas, Fitafuso dá dicas ao aprendiz sobre como melhor tentar a alma de um rapaz para que ela seja conquistada pelo inferno. Há um certo clima de humor negro, mas isso é apenas superficial. O livro é, enfim, um belo tratado sobre a alma humana.

Nas cartas, Fitafuso chama a Deus de "Inimigo". E diz várias vezes que não pode compreender o amor dEle para com os humanos. Aliás, ele não pode compreender o conceito de amor. Ele também reclama da grande misericórdia divina, que constantemente sabota os planos diabólicos. Mas dá muitas dicas a Vermebile, abordando inúmeras aspectos comuns do cotidiano e ensinando como usá-los para levar a alma à perdição. E ele insiste sempre: para se perder, uma alma não precisa cometer grandes atos de crueldade. Pequenos pecados podem ser muito mais eficientes para que isso ocorra.

Nisso, o livro é assustador. O autor descreve às vezes situações muito comuns: uma mulher que come pouco, mas reclama sempre do que come; um homem que, numa celebração, fica lembrando das fofocas que ouviu sobre as outras pessoas; um pacifista que condena veementemente a violência e que, por isso, não se envolve na guerra deixando que se cometam as maiores atrocidades. Ele fala também dos impulsos da juventude, da verdadeira alegria e do mero espírito irreverente, fala das más amizades, da castidade, do orgulho, dos momentos de aridez do espírito, fala da racionalidade e do racionalismo, fala da coragem e do ímpeto da juventude e de muitos outros assuntos. Evidentemente, é preciso estar atento para as constantes ironias do texto, já que todo o discurso está na boca de um demônio e, por isso mesmo, muitas vezes, invertido.

Mas é fascinante acompanhar a seqüência das cartas, percebendo, por meio delas, as quedas e as vitórias da alma do pobre rapaz que tem como tentador "oficial" o iniciante Vermebile e que, talvez sem perceber, trava uma luta fabulosa.

Há que se reconhecer: o texto soberbo de Lewis é um deleite à parte. Mas não custa lembrar: C. S. Lewis não era católico. Norte-irlandês de nascimento, amigo de J. R. R. Tolkien, morou na Ingaterra e passou parte da vida na condição de agnóstico. O seu processo de conversão é uma história muito interessante em por si só. Mas sua conversão se deuao anglicanismo. Mas já o chamaram de "o mais católico dos protestantes" em função de sua abertura para a doutrina e para os ritos católicos. Ler suas inúmeras obras é certamente um enriquecimento para o espírito.

Veja abaixo alguns trechos:

No Prólogo:

"Há dois erros semelhantes mas opostos que os seres humanos podem cometer quanto aos demônios. Um é não acreditar em sua existência. O outro é acreditar que eles existem e sentir um interesse excessivo e pouco saudável por eles. Os próprios demônios ficam igualmente satisfeitos com ambos os erros, e saúdam o materialista e o mago com a mesma alegria."

De Fitafuso para Vermebile:

"Espanta-me que você ainda me pergunte se é mesmo essencial manter o paciente na ignorância quanto à nossa existência. (...) Nossa política, no momento atual, é de nos mantermos ocultos. (...) Tenho grande esperança de que, no devido tempo, aprenderemos como tornar a ciência dos homens emocional e mítica a ponto de passarem a desconfiar daquilo que na verdade é a crença em nossa existência (embora não sob esse nome) ao mesmo tempo em que suas mentes semantêm fechadas para o Inimigo. A "Força da Vida", a veneração do sexo e outros aspectos da Psicanálise podem ser bastante úteis nesse sentido. Se pudermos produzir nossaobra perfeita - o Mago Materialista, o homem que não apenas utiliza, mas que na verdade venera aquilo a que dá o nome de "Forças" ao mesmo tempo em que nega a existência de "espíritos" - . então saberemos que a batalha chegará ao fim."

De Fitafuso para Vermebile:

"Parece que você vê a argumentação como melhor método para mantê-lo afastado das garras do Inimigo. Talvez fosse esse o caso se ele tivesse vivido alguns séculos atrás. Naquela época, os humanos sabiam muito bem quando algo era provado ou logicamente ou não; em caso afirmativo, simplesmente acreditavam. Ainda não dissociavam o pensamento de suas ações. Estavam dispostos a mudar o modo como viviam a partir das conclusões tiradas de uma certa cadeia de raciocínio. Mas, com a imprensa semanal e outras armas semelhantes, conseguimos alterar tudo isso. O seu paciente foi acostumado, desde criança, a ter uma série de filosofias incompatíveis dentro da cabeça. Ele não classifica doutrinas basicamente como "verdadeiras" ou "falsas", e sim como "acadêmicas" ou "práticas", "antiquadas" ou "contemporâneas", "convencionais" ou "cruéis". (...) Não desperdice seu tempo tentando fazê-lo pensar que o materialismo é algo verdadeiro. Faça-o pensar que é algo sólido, ou óbvio, ou audaz - enfim, que é a filosofia do futuro. É com esse tipo de coisa que ele se importa."

De Fitafuso para Vermebile ("Nosso Pai", em suas palavras, é, claro, Satanás) :

"Nunca se esqueça de que, quando lidamos com qualquer prazer, na sua forma normal e gratificante, estamos, de certo modo, no campo do Inimigo. Eu sei que já ganhamos várias almas através do prazer. Ainda assim, o prazer é invenção d'Ele, não nossa. Ele concebeu os prazeres . Nossa pesquisa, até o momento, não permitiu que produzíssemos sequer um deles. Tudo o que podemos fazer é encorajar os humanos a abordar os prazeres que o nosso Inimigo criou e usá-los de certas formas, ou em certos mumentos, ou em certo grau que Ele tenha proibido. Sempre tentamos, portanto, trabalhar longe das condições naturais de qualquer prazer, e sim naquelas em que ele é menos natural, em que menos sugira seu Criador, e seja menos gratificante. A fórmula, portanto, resume-se a uma ânsia cada vez maior por um prazer cada vez menor. É mais seguro e mais elegante. Possuir a alma de um homem e não lhe dar nada em troca - é isso que realmente alegra o coração do Nosso Pai."

De Fitafuso para Vermebile:

"Obviamente, eu sei que o Inimigo quer que os homens se afastem de si mesmos, mas de modo diferente. Lembre-se sempre de que Ele realmente gosta desses vermezinhos, e que dá um valor absurdo para a individualidade de cada um deles. Quando ele fala sobre o fato de eles se perderem a si mesmos, Ele apenas se refere ao abandono da vontade própria: uma vez alcançado esse abandono, Ele lhes devolve toda a sua personalidade e gaba-se (desconfio que o faça sinceramente) do fato de que, quando eles pertencerem totalmente a Ele, serão mais eles mesmos do que nunca. POrtanto, ao mesmo tempo que se compraz em vê-los sacrificando suas menores vontades à d'Ele, Ele odeia ver que eles estão se afastando de sua própria natureza por outros motivos".


De Fitafuso para Vermebile:

"Os Cristãos descrevem o Inimigo como alguém "sem o qual Nada é forte". E o Nada é bem forte: forte o suficiente para roubar os melhores anos da vida de um homem, não através de doces pecados, e sim da terrível oscilação de seus pensamentos sobre sabe-se lá o quê, e sabe-se lá por que razão, na satisfação de curiosidades tolas das quais ele pouco tem consciência, no tamborilar dos dedos e nos breves momentos de euforia, no assobiar de canções de que ele não gosta ou no extenso e mal-iluminado labirinto de devaneios que sequer possuem o sabor da luxúria ou da ambição, mas que, uma vez que o acaso lhes der o impulso inicial, a criatura estará muito fraca ou confusa para evitar.

Você dirá que esses são pecados bem pequenos e, sem dúvida, como todos os tentadores jovens, você está ansioso para relatar impressionanetes atos de crueldade. Mas lembre-se de que a única coisa que importa é o quanto você afasta o homem do Inimigo. O tamanho dos pecados não importa, desde que seu efeito cumulativo seja o de afastar o homem da Luz e levá-lo para o Nada. O assassinato não é mais eficaz que o jogo de cartas se o jogo de cartas já for suficiente. De fato, o caminho mais rápido para o Inferno é aquele que é gradual - um leve declive, um caminho suave, sem curvas abruptas, sem marcações e sem placas."

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

História da Salvação - Moisés - 2ª Parte


Tendo Moisés levado os hebreus para fora do Egito, o faraó Ramnsés arrependeu-se de tê-los deixado partir e pôs-se a persegui-los. Diante do Mar Vermelho, Deus disse a Moisés que ordenasse às águas que se abrissem e, então, o povo pôde atravessar a pé enxuto. Quando os egípcios puseram-se a persegui-los, Deus fez as águas se precipitarem e os egípcios morreram afogados. Durante essa fuga, Deus ergueu uma imensa coluna de nuvem que separava os hebreus dos egípcios. Para os hebreus, era uma nuvem luminosa; para os perseguidores, era uma nuvem terrivelmente negra de onde brotavam relâmpagos e trovões.

Certo dia, Deus chamou Moisés ao Monte Horeb e, então, deu-lhe as tábuas dos Dez Mandamentos. Porém, enquanto Moisés estava no monte, o povo encheu-se de impaciência e, então, convenceu Aarão a construir um bezerro de ouro para que pudesse prestar-lhe culto como se fosse a Deus. Nestas palavras se expressou o povo de Deus: “Faze-nos um deus que marche à nossa frente, porque a esse Moisés, o homem que nos fez subir do país do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.” Aqui faz-se necessário uma pequena observação a respeito de um provérbio antigo, isto é, nem sempre a vontade do povo é a vontade de Deus.

Moisés, ao descer e ver a desobediência do povo, decepcionado e furioso, quebrou as tábuas da lei e destruiu o bezerro. O ato de adoração do bezerro foi um pecado gravíssimo que os hebreus cometeram contra Deus. Moisés, consciente dessa gravidade, suplicou ao Senhor que não os destruísse por causa do ato de pecado que cometeram. Deus teve misericórdia e continuou a conduzir os hebreus. Porém, a conseqüência desse pecado foi que o povo teve que permanecer quarenta anos no deserto antes de chegar à Terra Prometida.

Enquanto o povo caminhava pelo deserto, Moisés ia instruindo os hebreus conforme Deus lhe mostrava. Nesse tempo, foi construída a Arca da Aliança, a qual era levada pelo povo aonde este ia. Enquanto permaneceram no deserto, Deus mandava-lhes o maná, um tipo de pão que caía do céu. Mesmo assim, muitas vezes queriam voltar à escravidão no Egito, onde diziam que estavam melhor do que ali no meio do deserto.

Mesmo passando por imensas dificuldades, Moisés conseguiu conduzir os hebreus até à Terra Prometida, onde hoje é Israel. Contudo, Moisés não teve permissão de Deus para entrar nessa terra, por causa de uma vez ele ter duvidado quando o Senhor disse-lhe que tirasse água de uma rocha para dar ao povo. Na ocasião, ele havia batido na rocha duas vezes, o que demonstrou sua dúvida diante da palavra de Deus.

A história dos hebreus no deserto é uma narrativa de conquistas e de derrotas, de pecados e de perdão, de erros e de ensinamentos. Enfim, é Deus manifestando seu amor e carinho por seu povo, que muitas vezes tudo que faz é reclamar contra o Senhor. É uma história de fé e de esperança, com alegrias e tristezas, assim como é a vida. É ainda uma história de fidelidade, em que Deus é fiel ao povo e o povo luta para superar suas fraquezas e também ser fiel ao Senhor.

Moisés foi um grande líder, que soube ter compaixão de seu povo e nunca desistiu de guiá-lo, mesmo convivendo com suas fraquezas e seus erros constantes. Ele foi chamado por Deus a assumir uma missão, a qual aceitou e entregou sua vida à vontade do Senhor. Como todos nós, também teve seus momentos de alegria e dor, de satisfação e de decepção. Foi enérgico quando era preciso ser enérgico, mas também foi extremamente compassivo quando era preciso ser compassivo. Quis desistir de tudo, de sua missão e de seu povo, mas em seu coração soube compreender a fraqueza de seus irmãos e por eles suplicou a Deus. E, assim, não desistiu!

Moisés, contudo, não fez tudo sozinho. Desde o começo de sua missão, Aarão esteve ao seu lado. Nem o episódio do bezerro de ouro fez com que Moisés desistisse da confiança em Aarão, o qual tornou-se sacerdote e do qual todos os sacerdotes judeus seriam os sucessores.

Moisés teve uma vida longa, a qual durou cento e vinte anos, conforme narra a Sagrada Escritura. Na Bíblia, especialmente nos livros do Antigo Testamento, a longevidade sempre foi interpretada como sinal da graça de Deus e de seu amor para com a pessoa. Sua missão, também, foi iniciada quando ele já estava com a idade de quarenta anos, ou seja, Deus tem o momento certo para chamar cada pessoa.

Para conhecer melhor esta bela história, leia-a nos livros do Êxodo e dos Números.

Nilson Antônio da Silva

domingo, 14 de setembro de 2008

Ordem
























É o Sacramento da dedicação permanente; do serviço, da coragem e da ajuda.
O sacerdote é aquele que é capaz de abandonar seu egoísmo e seguir a Cristo de maneira intensa colaborando para a salvação do próximo.

"A ordem é o Sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos: é, portanto o sacramento do ministério apóstolico. Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconato" ( CIC 1536)

A vocação sacerdotal é um dom de Deus, que constitui certamente um grande bem para aquele que é seu primeiro destinatário. Mas é também um dom para Igreja inteira, um bem para sua vida e missão.A Igrej, portanto, é chamada a proteger este Dom, estimá-lo e amá-lo. Ela é responsável pelo surgimento e pela maturação das vocações sacerdotais.

A Admissão no seminário e nas ordens sacras:
O candidato ao sacerdócio será admitido entre canditados às ordens que tenham recebidos os ministérios de leitor e de acólito e os tenha exercido pelo tempo mínimo de seis meses antes de ser admitido à ordem do diaconato. Os ministérios de leitorato e do acolitato serão concedidos durante o terceiro ano do curso de Teologia, a ordem do diaconato durante o quarto ano de Teologia e a ordem do presbiterato somente depois da conclusão do curso de Teologia.

A messe é grande e os trabalhadores são poucos. Como povo de Deus devemos rezar pelas vocações.

Vivendo em Cristo por meio do Sacramento da Ordem devemos encontrar a melhor forma de seguir a Deus e servir ao próximo, por meio de nossa real vocação. Recebemos o convite de ser Apostólos, sendo assim, cabe a cada um de nós aceitar de maneira ampla e sincera e nos colocarmos a serviço da fé como soldados ardorosos.

Fonte: Diretrizes Pastorais Sacramentais.

Jovem sem pernas vencia 4 km por dia para ir à missa

Notícia do Zenit, também publicada no Eclesiae Dei.

Um grupo de religiosas da congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados que partiu no ano passado de Valência para fundar um asilo em Chissano (Moçambique) atende atualmente uma jovem que não media esforços para participar da missa: ela se locomovia pelo chão, com a ajuda dos braços, por quatro quilômetros, todos os domingos, para ir à missa.

As religiosas intermediaram a compra, por parte de um benfeitor da congregação, de uma cadeira de rodas para a jovem, chamada Olívia, de 25 anos. Ela a estreou recentemente, no dia de seu batizado, segundo explicaram à agência de notícias da arquidiocese de Valência, AVAN, fontes das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados.

Antes de dispor da cadeira de rodas, «a areia do caminho lhe queimava as palmas das mãos na época de mais calor do ano», mas ainda assim ia engatinhando para a eucaristia, «dando um testemunho de superação e de fé heróica».

Leia o resto da notícia aqui.
Leia também o artigo Que preguiça de ir à Missa.

Conheça a Igreja XI: A Renovação Carismática



A Renovação Carismática Católica (RCC) é um movimento da Igreja surgido nos Estados Unidos em 1967. Tudo começou em um retiro espiritual na Universidade de Duquesne, na cidade de Pittsburgh. Alguns estudantes e professores participaram desse e de outros retiros, em que era enfatizada a ação do Espírito Santo na vida de cada um de nós. Rapidamente a Renovação Carismática (em inglês, Charismatic Renewal) chegou a outros países. No Brasil, ela começou em Campinas, em 1969, com o padre Eduardo Dougherty.

O Grupo de Oração é a base da estrutura da Renovação Carismática. Os participantes do movimento reúnem-se semanalmente em suas paróquias em grupos liderados por leigos. Muitos dos grupos de oração deram origem às comunidades carismáticas, onde os laços de vida entre seus integrantes são mais estreitos. Estas comunidades têm várias estruturas, vocações, formas e graus de dedicação. Algumas delas foram muito importantes para o desenvolvimento e propagação da Renovação.

A RCC ressalta a necessidade de cada cristão confirmar, em suas ações, os votos feitos no batismo e na crisma e de buscar Jesus tendo como suporte os dons do Espírito Santo.

A Renovação Carismática coloca uma ênfase especial nas obras do Espírito Santo. Os Frutos do Espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5:22). Ele também concede dons aos cristãos tais como os dons de profecia, línguas, discernimento, sabedoria, cura, fé, milagres, sabedoria e ciência. A Renovação Carismática Católica acredita que atualmente esses dons estão novamente sendo concedidos.

Nosso próximo verbete: A Ordem de São Francisco

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"Farei de Vós Pescadores de Homens"


O que é ser pescador? O que é lançar-se ao mar desconhecido ou pairar sobre as águas mansas de um rio? Ora, não conhecemos o mar. Estamos em Minas! Mais, estamos em Santo Antônio do Monte, : não temos um grande rio de águas mansas!
Mesmo assim, a imagem do pescador nos cativa. Barcos e redes nos são familiares! Deus concedeu que a pequenina imagem de Nossa Senhora da Conceição fosse tirada de um rio pela rede de alguns pescadores! Mais, Cristo chamou alguns homens simples, porém fiéis, prometendo-lhes que faria deles “pescadores de homens”.

Ter barcos e redes é o fundamental para poder lançar-se ao mar ou ir ao meio do rio para, então, pescar. Pode-se pescar na beira do rio ou mesmo na praia mas, todo pescador sabe, os melhores peixes encontra-se em águas mais distantes da margem.

Ter barcos e redes é o fundamental para se pescar, porém, barcos e redes não se lançam às águas por si só. É preciso, e tão importante quanto os barcos e redes, que haja pescadores com coragem para subir ao barco.Um pescador é fiel ao seu ofício, acorda cedo, prepara tudo e acredita naquilo que faz. Ele assume e ama o que faz. A isso dedica sua vida: alegra-se seu rosto sendo farta a pescaria e entristece-se seu olhar quando as redes são puxadas vazias.

Deus chama cada pessoa a uma missão única desde o nascimento e é de seu agrado que essa missão seja assumida com compromisso, fidelidade e amor.Deus alegra-se com cada pessoa que se compromete a seguir suas palavras, vivendo-as no cotidiano com entrega e confiança.

Deus alegra-se com cada pessoa que volta seu coração para ele, sendo-lhe fiel nos pequenos afazeres, nas palavras simples do dia-a-dia, na oração sincera que somente ele escuta no mais íntimo da alma.

Jesus é a mais verdadeira doação, a expressão perfeita do amor puro e eterno, que se entregou totalmente por amor ao ser humano, desde o princípio “cheio de amor e fidelidade”.

Ele chama, aproxima-se e chama! Quer que estejamos próximos dele porque é “cheio de amor”. Ele chama e, “cheio de amor”, diz a um: Quero que constituas uma família e vivas feliz! A outro, diz: Quero que venhas e sigas-me! Para alguém, diz: Vai cuidar das feridas dos teus irmãos! Ou ainda: Oferece tuas forças na luta em prol da justiça. Jesus chama e a cada um mostra o caminho que conduz ao Pai.

Nilson Antônio da Silva

Casas do Senhor IX: Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem em Belo Horizonte


A Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, que é dedicada à padroeira de Belo Horizonte, foi construída no mesmo local onde, antes, havia a capela que deu origem ao povoamento da futura capital mineira (atualmente, a região entre o Centro, o bairro Funcionários e a região da Savassi). A capela original, construída no século XVIII por um fazendeiro, antigo piloto da nau portuguesa "Nossa Senhora da Boa Viagem", tornou-se a matriz do arrail que então surgia. Ao final do mesmo século foi construída outra igreja maior, que perdurou até a construção da Catedral, concluída no em 1932 (no entanto, desde 1922 a igreja em cvonstrução era sede de celebrações religiosas).

A Catedral segue o estilo arquitetônico neogótico, que desde o século XVIII procurava reavivar as formas góticas originais da Idade Média, como o uso de arcos ogivais e de vitrais.

O conjunto de vitrais existente no interior do templo, datado de 1955, revela figuras, profetas, apóstolos, papas, anjos. Os dois principais exaltam o Plano Salvífico do amor do Coração de Jesus e a cooperação de Maria Santíssima em nossa salvação. No primeiro, aparecem ainda São Pedro e São João, São Gabriel e São Miguel e, nos medalhões, São José e São Paulo. No segundo, aparecem São Pedro Julião, São Pio X, o profeta Malaquias e São Gabriel e, nos medalhões, as figuras dos Papas Pio IX e Pio XII. Os quatros anjos, na abside do coro, representam a Adoração, o Agradecimento, a Reparação e a Súplica.

A imagem de madeira de Nossa Senhora da Boa Viagem, a mesma que era levada pela nau portuguesa pilotada pelo construtor d a primeira capela, encontra-se hoje num dos altares da Catedral.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

História da Salvação - Moisés - 1ª Parte


Passaram-se mais de quatro séculos desde que Jacó fora para o Egito com toda a sua família e, durante este tempo, seus descendentes se multiplicaram e formaram um povo numeroso. Os hebreus se estabeleceram nas terras do delta do Nilo, numa área de terras muito férteis que propiciavam abundantes colheitas. Naquela época, o Egito se tornara uma grande potência internacional, cujos domínios se estendiam para o sul até as terras da Núbia e, ainda, até as terras do Levante a leste. Alguns dos mais conhecidos faraós da história são daquela época, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton e sua mulher Nefertiti, Tutankhamon e Ramsés II. Akhenaton foi o faraó que, por volta de 1.350 a.C., havia implantado o monoteísmo no Egito ao fazer do deus Aton a única divindade a ser adorada em seus domínios. Essa tentativa, entretanto, enfrentou a acirrada oposição dos inúmeros sacerdotes e, após sua morte, os cultos tradicionais retornaram ao cotidiano do povo. É atribuido a esse faraó o Hino a Aton, o qual apresenta semelhanças bem próximas com o Salmo 104.

Com o decorrer do tempo, os egípcios, temerosos com o aumento dos hebreus, tornaram-nos escravos e os submeteram a muitos maltratos. Para interromper o aumento da população hebraica, o faraó ordenou que todos os filhos homens que nascessem nas famílias israelitas deveriam ser mortos. Somente as meninas eram poupadas. De forma cruenta, essa ordem do faraó foi cumprida. Um recém-nascido, contudo, foi mantido escondido das autoridades durante três meses por seus pais. Quando não podiam mais escondê-lo, estes o puseram dentro de um cesto e o lançaram nas águas do Nilo. A mãe se chamava Joquebed e o pai do bebê se chamava Anrão. O menino foi achado pela filha do faraó, que o adotou e o educou como um príncipe do Egito. Sua mãe tornou-se a sua ama e, mesmo tendo sido educado como um egípcio, a filha do faraó não ignorava que ele fosse um hebreu.

Aos quarenta anos, esse príncipe teve que fugir para as terras montanhosas de Madiã, pois ele havia matado um feitor egípcio que maltratara um escravo hebreu. Nessa terra de exílio, Moisés se casou com uma filha do sacerdote Jetro, chamada Seforá.

Passaram-se quarenta anos... o faraó que perseguia Moisés morreu... mas os egípcios continuavam a maltratar o povo hebreu. Deus, então, viu todo o sofrimento a que era submetido seu povo e encheu-se de compaixão. Era por volta do ano 1.250 a.C.

Certo dia, quando Moisés estava pastoreando seus rebanhos nas encostas do Monte Horeb, Deus apareceu-lhe numa sarça ardente e disse a ele que levasse todos os hebreus de volta à terra de Canaã, a terra prometida. Do meio do fogo que ardia e não consumia a planta, o Senhor se apresentou a Moisés dizendo o seu nome “EU SOU.”

Moisés, obediente à palavra do Senhor, levou consigo Aarão, seu irmão, e foi ao faraó pedir que permitisse a saída dos hebreus do Egito. O faraó, entretanto, não permitiu, pois eles eram a força de trabalho utilizada nas construções. Então, Deus ordenou a Moisés que lançasse dez pragas sobre o Egito: a transformação das águas do Rio Nilo em sangue, a invasão das rãs, a invasão dos mosquitos, a invasão das moscas, a peste que atingiu os animais, o aparecimento de chagas e úlceras em homens e animais, a chuva de pedras, o ataque dos gafanhotos, a escuridão durante três dias e, a última praga, a morte dos primogênitos do Egito.

Enquanto as pragas iam acontecendo, o coração do faraó foi perdendo a sua dureza e, após a décima praga, que matou inclusive seu filho, este permitiu que Moisés retirasse os hebreus do Egito. Na noite da morte dos primogênitos, Moisés mandou que os hebreus marcassem suas portas com sangue, para que os primogênitos de Israel fossem poupados. Naquela noite, todos os israelitas comeram às pressas, pois deveriam sair do Egito em breve. Foi a primeira Páscoa. Depois que Moisés saiu do Egito com o povo, o faraó resolveu persegui-los.

Leia mais sobre esta primeira parte da história de Moisés nos capítulos 1 a 13 do livro do Êxodo.

Nilson Antônio da Silva

domingo, 7 de setembro de 2008

A lei do Amor


A Liturgia da Palavra deste 23° Domingo do Tempo comum vem nos falar da misericórdia e da correção fraterna. Jesus, por sua Encarnação, Paixão,morte e Ressurreição nos reconciliou com Deus (dimensão vertical) e com o próximo (dimensão horizontal). Assim o Cristianismo é uma religião que nos compromete não somente com Deus, mas também com o irmão.

Não podemos seguir a Jesus se não nos comprometermos com a pessoa do Cristo que está em nosso irmão. A liturgia da Palavra vem nos recordar que nós não somos sozinhos neste mundo, mas que somos parte de uma numerosa teia onde cada vida toca outra vida. Devemos nos colocar ao lado dos nossos irmãos para ajudá-los em sua caminhada rumo a Deus.

Quando um irmão se desviar do caminho e cair no erro, longe de o condenar, devemos ir ao seu encontro para ajudá-lo a se reerguer. São Paulo nos lembra na segunda leitura, que a plenitude da lei é o amor. Mais importante do que cumprir normas é amar nossos irmãos. Muitas vezes colocamos as normas como um valor maior do que as pessoas e nos esquecemos que as normas foram feitas para as pessoas e não as pessoas para as normas.

Jesus, em sua mensagem libertadora, nos ensinou que a dignidade do ser humano está acima de qualquer lei. O Evangelho nos questiona também quanto a nossa postura diante das correções e críticas. Será que sei reconhecer quando estou errado? O cristão deve ser alguém capaz de reconhecer seus erros a fim de superá-los para cada vez mais ser semelhante a Cristo que é nosso modelo. Que o próprio Cristo, que a nós se faz pão sobre o altar, seja o sustento de nossa caminhada de fé!

Ir.Alexandre Francisco

Matrimônio

Deus criou os seres humanos por amor e para o amor, de tal modo que não é bom que o homem esteja só. Ele precisa de amigos, de família, de amor. Nesse sentido, o amor conjugal cumpre os designos de Deus "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a"(Gn 1,28).

O amor conjugal exige que o casal se entregue efetivamente ao que se inicia. O Sacramento do Matrimônio é de vivência constante é intensa, renovado diariamente no compromisso assumido. O casal deve lutar pela efetividade, vontade e união, conduzindo de tal modo a um só coração e uma só alma.
Todo casamento deve ser pautado pela fidelidade e pela doação. Amar o outro como a si mesmo, expressando a máxima do pensamento cristão: o AMOR.

Não podemos permitir que o Matrimônio se perca nas deturpações sociais. Não podemos coadunar com experiências sociais como o "casamento aberto". Dentro do Matrimônio exite uma castidade a ser respeitada. As pessoas casadas são convidadas a seguir e a viver a Castidade conjugal - lembrando que a castiade pode ser vivida de três modos: a dos esposos, a da viuvez e a virgindade.

Quando um casamento é realizado e consumado entre batizados ele não pode ser dissolvido. Gera assim, um vínculo perpétuo e exclusivo. Por meio de tão nobre sacramento. o casal se acolhe, se protege e se ama.

O casamento também é fonte de Graça, pois, recebe a benção de Deus. A fidelidade conjugal permite que sejamos fiéis a Deus e a seus ensinamentos. Um casal unido na missão de evangelizar é capaz de maravilhas na construção de uma comunidade de fé.

As pessoas às vezes têm medo de assumir este Sacramento. O Matrimônio é o Sacramento do serviço. Amar significa ser capaz de colocar a felicidade do outro ao lado da nossa. No casamento não existe apenas a figura do "eu", mas sim um amoroso "nós". As pessoas têm medo do compromisso de deixar de lado seus egoísmos e individualidades e pensar como um casal. As pessoas tem medo de terem filhos, alegando que o mundo já não é um local tão bom para se educar as crianças. Não se trata aqui de ter medo, a solução é acreditar na Misericórdia Divina.
O Matrimônio é um Sacramento e como tal deve ser tratado. Não podemos ter medo de assumir nossa missão. Cristo sempre estará ao nosso lado. O amor de Deus pode superar qualquer problema.

O Sacramento deve ser contraído livremente. Quando falta liberdade o casamento é inválido.

O Matrimônio é a confirmação da aliança feita entre um homem, uma mulher e Deus. Um trio de deve permanecer sempre unido.

São Paulo, diz: "E vós, maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la" (Ef 5,25-26), acrescentando imediatamente: "Por isso de deixar o homem seu pai e sua mãe e se ligar à sua mulher, e serão ambos uma só carne. E grande este mistério: refiro-me à relação entre Cristo e sua Igreja" (Ef 5,31-32). Homem e mulher, são imagem e semelhança de Deus, devendo seguir seus ensinamentos.

Diz o catecismo da Igreja Católica: "A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor".

Saiba o que a Igreja pensa:

*Relações sexuais antes de contrair Matrimônio

§2391 Muitos reclamam hoje uma espécie de "direito à experiência" quando há intenção de se casar. Qualquer que seja a firmeza do propósito dos que se envolvem em relações sexuais prematuras, "estas não permitem garantir em sua sinceridade e fidelidade a relação interpessoal de um homem e uma mulher e, principalmente, protegê-los contra as fantasias e os caprichos". A união carnal não é moralmente legítima, a não ser quando se instaura uma comunidade de vida definitiva entre o homem e a mulher. O amor humano não tolera a "experiência". Ele exige uma doação total e definitiva das pessoas entre si.

*União livre e concubinato

§2390 Existe união livre quando o homem e a mulher se recusam a dar uma forma jurídica e pública a uma ligação que implica intimidade sexual.

A expressão é enganosa: com efeito, que significado pode ter uma união na qual as pessoas não se comprometem mutuamente e revelam, assim, uma falta de confiança na outra, em si mesma ou no futuro?

A expressão abrange situações diferentes: concubinato, recusa do casamento enquanto tal, incapacidade de assumir compromissos a longo prazo. Todas essas situações ofendem a dignidade do matrimônio, destroem a própria idéia da família, enfraquecem o sentido da fidelidade. São contrárias à lei moral. O ato sexual deve ocorrer exclusivamente no casamento; fora dele, é sempre um pecado grave e exclui da comunhão sacramental.

De tal modo “O que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mt 19,6), determina a Sagrada Escritura; o casamento celebrado entre o homem e a mulher é indissolúvel. Não podemos permitir que as famílias sejam destruídas.

A família é a base da Igreja. É por ela que a sociedade se fortalece; como instituição garante as bases e o fortalecimento da Sociedade.

Viver em Cristo por meio do Sacramento do Matrimônio existe uma força e um compromisso muito grande. O casal deve estar preparado, mas não pode se deixar vencer pelo medo.

sábado, 6 de setembro de 2008

Os Sacramentos do Serviço da Comunhão

Hoje iniciamos as postagens sobre os Sacramentos do Serviço da Comunhão. São assim definidos nos parágrafos 1533 a 1535 do Catecismo.

Estes são os Sacramentos do Matrimônio e de Ordem, tais sacramentos são ordenados à salvação de outra pessoa, contribuindo ainda para nossa salvação pessoal, pois por meio do serviço aos outros servimos também a Deus. Eles possibilitam a edificação do Povo de Deus de maneira sólida e sincera.

Assim, aqueles que já foram consagrados pelo Batismo, Confirmação e Eucaristia, são, ainda que de maneira diversa, chamados a servir. Por meio do Sacramento da Ordem, em nome de Cristo, nos tornamos pastores da Igreja. Um povo sem pastor, é um povo sem direção. O Sacramento do Matrimônio fortalece a sociedade, a comunidade e a família como base do Estado e da Igreja.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Um breve desabafo

Devemos manter a fé - e eu a mantenho. Mas há certas coisas que entristecem. O mundo em que vivemos está cada vez mais afastado de Deus, e se esforça para que esse afastamento ocorra cada vez mais rápido. Que Deus tenha misericórdia de nós.

No meu trabalho, percebo com clareza uma forte hostilidade contra a Igreja e contra o catolicismo. Somos vistos não apenas como atrasados, mas como uma força que quer atrasar o mundo, que quer o mal das pessoas. Por exemplo: os católicos querem o mal das pessoas porque querem que as mulheres morram ao abortar clandestinamente; querem impedir os homossexuais de viverem de forma plena e feliz a sua sexualidade; querem forçar as mulheres ao supremo sofrimento de gestar um bebê "sem cérebro"; querem espalhar as doenças sexualmente transmissíveis, preferencialmente a AIDS, proibindo o uso de camisinha; querem banir do mundo as maravilhas do prazer sexual livre. E por aí vai. Como estou em minoria, resta-me o silêncio ou a discussão inócua, pois não é possível argumentar com quem não se importa na verdade com os objetos da discussão (aborto, homossexualidade, preservativos, etc), mas com um dos lados dessa discussão: o Catolicismo. Para eles, não importa qual seja a posição da Igreja, mas sim a Igreja, e ela, por ser Igreja, estará sempre errada e defendendo o mal.

Vejo nas aulas de segundo grau a mesma coisa: ao professor não interessa propriamente dar aula, mas doutrinar os alunos e fazê-los odiar a Igreja, e, de forma mais ampla, as religiões. Quem reprimia revoltas camponesas na Idade Média? A Igreja. Quem defendia a idéia de que a sociedade deveria ter senhores ricos e servos explorados? A Igreja. Quem sempre esteve do lado do poder? A Igreja.

Se posso ser muito sincero, como dói ouvir essas coisas o tempo todo. Como me custa ser paciente com isso.

A impressão que tenho é de que, em poucas décadas, estaremos nós, os católicos, nos escondendo novamente nas catacumbas. Pode ser que essa impressão seja fruto dos ambientes hostis em que vivo, sei lá, 80% do meu tempo todos os dias. Mas quando me lembro das perseguições do tempo da revolução francesa, e, vindo para mais recente, das perseguições da revolução mexicana e dos países comunistas... Em muitos lugares já começaram a proibir o uso de símbolos religiosos em público. Não acho que isso vá demorar a chegar ao Brasil. O STF está se empenhando por liberar, pouco a pouco, o aborto. Há por aí essas discussões sobre o Nossa Senhora Aparecida ser padroeira do Brasil, sobre haver crucifixos em locais públicos. A diferença entre o Estado não adotar nenhuma religião e ele começar a persegui-las é mínima. Basta um passo.

Rezo a Deus para que isso jamais aconteça. E sei que, mesmo se vier a acontecer, a Igreja não pode ser derrotada. Mas ver Deus e sua Igreja serem atacados assim me entristece.

Que Deus nos dê força e sabedoria para lutar bem contra isso. E que aqueles que nos perseguem percebam o mal que estão fazendo. Que Jesus entre em seus corações.

História da Salvação: As doze tribos de Israel

Jacó, que era filho de Isaac, que era filho de Abraão, teve 12 filhos homens e uma filha mulher, chamada Diná.

Depois da noite em que lutou com o anjo, em busca da sua bênção, Jacó ganhou um novo nome: Israel. Esse nome também passou a ser usado para dar nome não apenas a Jacó, mas a toda a sua família. Todos os seus filhos, as esposas deles, netos e bisnetos, e toda a sua descendência, passaram a ser chamados de Israel.

Quando uma prolongada seca assolou Canaã, Jacó levou toda a sua família para o Egito, onde havia fartura e era garantida a proteção de José, seu filho amado que era o governante daquela terra.

Depois que Jacó morreu, a chefia da família – a chefia de Israel – coube a Judá, seu quarto filho mais velho. Isso ocorreu porque José, o favorito de Jacó, era agora senhor do Egito, devendo responder pelo país inteiro e não só pela família. Além disso, os três irmãos mais velhos de Judá, em razão de seus pecados, haviam perdido a confiança de Jacó. Rubem, o primogênito, deitara-se com Bala, concubina de Jacó e mãe de alguns de seus irmãos. Simeão e Levi, os dois seguintes, tinham liderado os irmãos no ataque a Siquém, cidade onde mataram todos os habitantes para vingar o rapto da irmã Diná, cometido pelo príncipe local. Tendo cometido desmedida selvageria em seu ataque, Jacó os afastou de sua sucessão. Coube assim ao quarto mais velho, Judá, a primogenitura e a bênção.

Os anos se passaram. A família de cada um dos irmãos homens passou a ser conhecida como “tribo”. Assim, havia doze tribos em Israel: As tribos de Judá, de Rubem, de Levi, de Simeão, de Zabulon, de Issacar, de Dã, de Gad, de Aser, de Neftali, de Benjamin e a tribo de Efraim e Manassés. Não houve uma tribo de José: a tribo que teria seu nome ganhou os nomes de seus dois filhos, Efraim e Manassés.

Mas quem é Israel? Israel somos todos nós. Não é apenas o nome da família de Jacó, nem apenas o nome de um país. Quando os judeus refundaram sua nação no Oriente Médio, eles lhe deram o nome de Israel para relembrar que eram todos filhos de Jacó, de Isaac e de Abraão. Mas também todos nós, cristãos, o somos. Israel são todos aqueles que têm Deus como Senhor. Israel somos todos nós que seguimos a Igreja. Enfim: Israel é o povo de Deus.

Na próxima semana vamos falar da história da fuga do povo de Deus do Egito. Depois da morte de José e do faraó, os hebreus perderam sua proteção e começaram a ser escravizados. Deus então enviou um homem, Moisés, para levar seu povo de volta a Canaã.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Jesus de Nazaré, por Bento XVI: um livro essencial

Jesus foi um revolucionário cujos ensinamentos foram distorcidos por discípulos machistas e conservadores? Ou foi um guru pacifista que prenunciou a cultura "paz e amor"? Ou quem sabe foi apenas mais um entre muitos profetas judaicos? Já faz algum tempo os estudiosos se colocam essas questões. E já faz algum tempo que a mídia busca as respostas mais estapafúrdias para elas.

O livro Jesus de Nazaré - Do Batismo à Transfiguração é uma excelente resposta a toda esses modismos. Quem o escreveu foi o próprio papa Bento XVI - ou, antes, o teólogo Joseph Ratzinger. Com base nas palavras da Bíblia e em inúmeros estdos posteriores - estudos feitos porcatólicos, protestantes, judeus e por ateus -, o Papa busca compreender melhor quem foi Jesus Cristo. Mas não simplesmente esse "Jesus histórico" do qual tanto se fala - é o Jesus real que o livro busca. Não o Jesus meramente humano - e, portanto, despido de sua outra essência - e sim o Jesus humano e divino, ou seja, completo.

Obviamente o livro não se pretende um retrato de Jesus, mas uma refutação daqueles argumentos que buscaram tirar Jesus de seu contexto e adaptá-lo ao gosto do momento.

Para isso, o livro vai acompanhando os passos de Jesus desde o seu batismo no rio Jordão até o momento de sua transfiguração. Bento XVI analisa suas palavras e gestos e busca compreendê-los em seu contexto. Sao particularmente esclarecedores os capítulos dedicados às bem-aventuranças do Sermão da Montanha e ao Pai-Nosso.

Trata-se, enfim, de uma excelente exegese dos Evangelhos que deve ser, em breve, completada por um segundo volume tratando dos momentos finais da vida de Cristo. A leitura, excetuando-se a árida introdução, é bastante fácil e prazerosa. Deve-se destacar também que, de saída o Papa esclarece: não está falando ali na condição de pontífice, mas na de teólogo. Ou seja, o livro não propõe novas verdades de fé e presta-se à contestação.

É reconfortante ter como líder um intelectual do porte de Bento XVI. Suas obras, como Jesus de Nazaré, são um alento para os fiéis.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

"Ide Também Vós Para A Minha Vinha"


Cansaço, desânimo, tristeza... quantas vezes nossos pés não conseguem mais seguir adiante, nossos olhos não conseguem mais olhar para o horizonte, nossas palavras se perdem, nossa alma se sente profundamente abatida e sozinha... E tudo aquilo em que acreditamos e porque lutamos parece ter se perdido e se dissipado como neblina ao calor do sol matinal. Sentimo-nos sós em um caminho que parece se perder em tantas e tantas curvas e não chegar a lugar nenhum... É como se perdêssemos nossos ideais e não nos lembrássemos mais de nossos sonhos! Nessas horas, vem a dúvida nos fazer companhia. Onde está a certeza de que Deus permanece conosco?

Não adianta querer uma resposta pronta. A certeza de que Deus permanece conosco nos amparando nasce do mais íntimo da alma e fecunda o coração. Essa certeza vem de Deus e inunda nosso ser por inteiro. Não parte de nós mesmos! É preciso ser ansioso em querer tê-la, porém paciente em aguardar que o Senhor a conceda.

Quando o Senhor chegou na praça dizendo “Ide também vós para a minha vinha!” não disse que não haveria cansaço nem desânimo. Para que as uvas sejam colhidas e as videiras sejam cultivadas, é preciso muito trabalho e muita disposição. As uvas não saltam dos ramos para dentro dos cestos. É preciso que as mãos fiquem calejadas ao arrancá-las e transportá-las, ao amassá-las e transformá-las em vinho.

Todo aquele que se levanta da praça e vai para a vinha, já sabe de antemão que o sol vai brilhar forte e queimar, que pode haver chuva fria, que existem insetos e mosquitos o tempo todo incomodando, que há muito peso que carregar, que há muito chão que caminhar... Mas sabe também que a vinha precisa de seu suor, que seu trabalho será útil para muitas outras pessoas, que depende de seu esforço a existência do vinho!

Talvez a imagem da vinha não nos seja tão familiar, mas tinha um significado imenso para o povo judeu. E eles compreendiam perfeitamente o profundo significado das palavras do Senhor ao contar-lhes essa parábola. O cultivo da uva é uma tarefa muito delicada, que exige muita dedicação e paciência. Não é a mesma coisa que lançar sementes de abóbora no mato e esperar que a natureza faça o resto. Cultivar uvas exige do vinicultor que ele praticamente abra mão de todas as outras colheitas para cuidar apenas das videiras.

E trabalhar na vinha do Senhor quer dizer apenas isto: abrir mão de praticamente tudo para se entregar somente a este trabalho! E já sabendo que muitas serão as dificuldades. Mas, acima de tudo, levando no peito a certeza de que atender ao chamado do Senhor é muito maior que uma honra; é uma graça preciosa ser escolhido por Ele para cuidar de sua vinha!

Nilson Antônio da Silva

Conheça a Igreja X: Os Movimentos Eclesiais

Cada homem e cada mulher é chamado a participar ativamente da evangelização. Uma participação passiva já não é mais suficiente: cada um pode e deve contribuir de alguma forma para a construção do Reino de Deus aqui na Terra.

Os movimentos eclesiais são um excelente caminho para aqueles que não são vocacionados ao sacerdócio ou à vida consagrada, mas que podem contribuir para a evangelização; ou seja, para os leigos. Eles são como associações de fiéis, cujo objetivo é a defesa e a promoção dos valores da Igreja. Pode-se dizer que um movimento eclesial é uma forma eficiente de levar, por meio dos fiéis, a ação da Igreja ao mundo.

Desde muitos séculos existem movimentos eclesiais. Na Idade Média eram muito comuns as confrarias. No século XIX eles começaram a se expandir e no século XX, sobretudo a partir do Concílio do Vaticano II, eles se multiplicaram. No Concílio, a Igreja percebeu a importância desses movimentos e decidiu impulsioná-los, incentivando sua criação, ampliando sua liberdade, mas também suas responsabilidades.

No mundo atual, há uma infinidade de movimentos. Alguns são recentes e ainda estão se organizando; outros são antigos e já contam com grande estrutura e o aval do Vaticano. Alguns contam com a participação direta de sacerdotes e de leigos, outros são formados apenas por leigos, mas todos contam com a orientação de padres e bispos. Cada um dos movimentos eclesiais tem uma característica especial, o carisma, buscando cumprir missões específicas. Alguns são mais contemplativos, outros mais ativos. Alguns buscam levar caridade aos pobres, outros procuram enganajar nesse serviço os ricos. Mas todos eles têm algumas coisas em comum: eles servem à Igreja e à comunidade onde estão inseridos, obedecendo ao Papa, aos bispos e aos sacerdotes. Participar de algum desses movimentos, conforme a pessoa se identificar com eles, é uma ótima forma de servir a Cristo e aos irmãos.

Apenas a título de exemplo, citemos alguns movimentos eclesiais (são só alguns: há incontáveis movimentos no mundo inteiro):

Renovação Carismática Católica (RCC), Movimento de Cursilho de Cristandade (MCC), Oficinas de Oração e Vida (TOV), Movimento Regnum Christi, Opus Dei, Focolares, Neocatecumenato, Legião de Maria, Toca de Assis, Movimento Comunhão e Libertação, Emaús, Movimento de Vida Cristã, Ajuda à Igreja que Sofre, Caritas, Sociedade São Vicente de Paulo, Apostolado da Oração, Terço dos Homens, comunidades católicas (Comunidade Canção Nova, Comunidade Shalom, Comunidade Beatitudes, etc) .

"Hoje, a Igreja alegra-se ao constatar o renovado cumprimento das palavras do profeta Joel, que há pouco escutámos: 'Derramarei o Meu Espírito sobre toda a criatura...' (Act 2, 17). Vós aqui presentes sois a prova palpável desta 'efusão' do Espírito. Cada movimento difere do outro, mas todos estão unidos na mesma comunhão e para a mesma missão. Alguns carismas suscitados pelo Espírito irrompem como vento impetuoso, que arrebata e atrai as pessoas para novos caminhos de empenho missionário ao serviço radical do Evangelho, proclamando sem temor as verdades da fé, acolhendo como dom o fluxo vivo da tradição e suscitando em cada um o ardente desejo da santidade."
trecho do Discurso do Papa João Paulo II aos participantes do Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais - Roma, 1998.

Nosso próximo verbete: A Renovação Carismática Católica (RCC).

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

História da Salvação VI: José - 1ª parte

José é o protagonista de uma das mais belas histórias do Velho Testamento.

Ele era o 11º filho homem de Jacó, e aquele que o velho pai mais amava, pois era primeiro filho de sua amada esposa Raquel, que morrera ao dar à luz Benjamin.

Jacó protegia José mais do que a todos e cobria-o de presentes, o que enchia os irmãos de inveja. Muito mimado, José também era imprudente: costumava contar ao pai os malfeitos dos irmãos, que, assim, ficavam ainda mais enreaivecidos com ele.

Talvez seus dez irmãos mais velhos pensassem que Jacó pretendesse fazer de José o seu sucessor, dando-lhe a bênção que faria dele, o segundo mais jovem dos irmãos, o senhor de todos eles. Os três irmãos mais velhos sabiam que jamais herdariam essa bênção, pois, em decorrência de seus atos, haviam sido amaldiçoados por Jacó, e afastadados da sucessão (o verdadeiro primogênito, Rubem, havia cedido à lúxuria e se deitado com uma das concubinas do pai e os dois irmãos seguintes, os gêmeos Simeão e Levi, tinham liderado os irmãos num terrível episódio de violência). Assim, era o quarto mais velho, Judá, quem mais se sentia ameaçado pela preferência que Jacó demonstrava por José.

Certa vez, os irmãos estavam longe de casa cuidando dos rebanhos do pai e Jacó pediu a José, que tinha nessa época 17 anos, que fosse ter com eles para saber notícias. José pôs-se a caminho, usando a bela túnica sem costura que Jacó lhe tinha dado. Quando viram José se aproximando e exibindo a túnica que só ele tinha, os irmãos mais velhos o espancaram e o jogaram num poço seco, enquanto decidiam o que fazer. Alguns queriam matá-lo, mas Rubem o defendeu. Foi Judá quem resolveu o assunto: ao notar a aproximação de uma caravana de mercadores, os irmãos lhes venderam José como escravo. Embora suplicasse por clemência, José foi levado para longe. Ao pai, Jacó, os irmãos levaram a túnica sem costuras, rasgada e banhada no sangue de um animal. Ao velho pai eles disseram: "teu filho foi estraçalhado por feras".

José, que antes vivera cercado de amor e de conforto, tornou-se escravo e ficou longe de sua família. Foi levado para o Egito, onde um poderoso senhor o comprou. Lá ele foi humilhado, castigado e obrigado a trabalhar duro. Mas como era muito talentoso, com o tempo ganhou responsabilidades e tornou-se o administrador da casa de seu dono. A esposa de seu senhor, no entanto, apaixonou-se por ele e tentou seduzi-lo. José resistiu à tentação, o que provocou o ódio dela. Rejeitada, a mulher disse ao esposo que José é que tentara seduzi-la. O jovem sofreu então um novo golpe, sendo mandado para a prisão. Se já era escravo, tornou-se condenado.

No cárcere, José descobriu que tinha o dom de interpretar sonhos. Sempre muito talentoso, o carceireiro resolveu transformá-lo em seu ajudante para servir a dois nobres que estavam aprisionados por suspeita de traição. Os dois nobres tinham tido estranhos sonhos e os contaram a José, que os interpretou, prenunciando qual um deles seria libertado e qual seria enviado à morte. A previsão de José cumpriu-se perfeitamente.

Alguns anos se passaram até que um dia o faraó teve sonhos muitos estranhos que nenhum sábio do Egito conseguia interpretar. O nobre que, aprisionado junto com José, tinha-o visto interpretar corretamente seu sonho, lembrou-se dele e contou tudo ao faraó. O soberano doEgito então mandou chamá-lo. José descobriu que os sonhos do faraó eram a previsão de sete anos de grande fartura, seguidos de sete anos de grande seca no Egito. Ele então sugeriu ao faraó o que poderia ser feito para evitar a crise e aconselhou: "encontre um homem sábio e coloqu-o à frente do reino". O senhor do Egito lhe respondeu: "Já encontrei esse homem". E decidiu fazer de José, que ele reconheceu ser muito sábio, o administrador de todo o reino.

Continua em: José - 2a parte
Leia também: Deus nunca nos abandona

José - 2ª parte

Continuação de: História da Salvação - José - 1ª parte

Os anos passaram e José soube preparar o Egito tanto para o tempo de fartura como para o tempo de seca. Ele se tornou o homem mais poderoso do reino, abaixo apenas do faraó. Certo dia apareceram diante de José dez hebreus fugindo da seca e buscando alimento. Eram os irmãos que o tinham vendido como escravo. Eles, porém, não o reconheceram e José decidiu então trstá-los. Primeiro, como eram estrangeiros no Egito, interrogou-os. Eles lhe contaram sobre Jacó, disseram quantos irmãos eram, e revelaram que um deles fora morto, há muitos anos, pelas feras. Mas que nem todos haviam empreendido a viagem: o mais jovem de todos, Benjamin, ficara com Jacó.

José exigiu então que eles fossem buscar Benjamin - caso contrário, não lhes venderia alimento. E reteve consigo um dos irmãos, Simeão, que ficaria encarcerado enquanto eles não retornassem. Sem entender, os irmãos voltaram a Canaã e lá contaram tudo ao pai, que não queria permitir que Benjamin viajasse: era seu único filho nascido de Raquel, e temia que ele morresse como havia morrido José. Mas, sabendo que nao havia outro jeito, deixou-o ir.

Quando os irmãos retornaram ao Egito, desta vez com Benjamin, José mandou soltar Simeão e lhes ofereceu um grande banquete, durante o qual procurou favorecer Benjamin, o único irmão que não participara da trama em que ele fora vendido como escravo. No dia seguinte, ele lhes vendeu o alimento e permitiu que partissem. Mas armou um último teste: mandou que escondessem nas coisas de Benjamin uma taça de ouro.

Quando já se afastavam, os guardas de José os alcançaram e encontraram com Benjamin a taça. Levados de volta, todos os irmãos se ajoelharam diante de José e lhe suplicaram piedade. Ele disse então: seria clemente com aquele que roubara a taça; não mandaria matá-lo, mas ele teria que ficar no Egito, como seu escravo. Nesse momento, Judá, o que, no passado, decidira vender José aos mercadores, pediu que Benjamin fosse autorizado a voltar para Jacó, e que ele, Judá, seria escravo em seu lugar.

José ficou muito emocionado com a oferta de Judá - que agora se dispunha a ser sacrificado para salvar o irmão. E enfim revelou a todos quem era. Todos se assustaram, mas ficaram felizes por reencontrar o imrão a tanto tempo desaparecido. Feitas as pazes, os irmãos voltaram e buscaram Jacó e o restantes de suas famílias. Foram todos viver no Egito, onde havia fartura e proteção. José e Jacó finalmente se reencontraram.

Os anos se passaram e os descedentes de Jacó se tornaram cada vez mais numerosos no Egito - tanto que os egípcios começaram a temê-los. Mas essa história fica para a próxima semana - continuemos, por enquanto, com José.

A tocante história de José nos ensina que Deus guia nossos passos mesmo na estrada escura. O jovem fora vendido como escravo no Egito porque um dia ele deveria se tornar um homem poderoso nessa terra, para proteger sua família das dificuldades. Ele próprio diz aos irmãos: "fui enviado ao Egito para preparar a chegada de vós". Seus sofrimentos o corrigiram, moldaram-lhe o caráter e o prepararam para um momento de grande alegria, que foi o reencontro com o pai e a reconciliação com os irmãos. É uma história de fé, confiança e perdão. É uma história que mostra a mão de Deus amparando José em todas as suas quedas.

Para conhecer em detalhes essa grande história, leia o livro do Gênesis, a partir do capítulo 37.

Leia também: Deus nunca nos abandona
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina