segunda-feira, 30 de março de 2009

Luxúria



L.17 LUXÚRIA

L.17.1 Luxúria pecado capital

§1866 Os vícios podem ser classificados segundo as virtudes que contrariam, ou ainda ligados aos pecados capitais que a experiência cristã distinguiu seguindo S. João Cassiano e S. Gregório Magno. São chamados capitais porque geram outros pecados, outros vícios. São o orgulho, a avareza, inveja, a ira, a impureza, a gula, a preguiça ou acídia.

L.17.2 Significação da luxúria

§2351 AS OFENSAS À CASTIDADE A luxúria é um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união.

domingo, 29 de março de 2009

Papa Bento XVI envolvido em nova polêmica ao retornar de viagem à África

Atenção, o texto abaixo é só uma piada. Mas uma piada que traduz muito bem o espírito do tempo, o espírito de "todos contra Roma". Parece que o original circula pela internet em inglês. A versão que publicamos aqui é do blog Oblatvs.

Uma nova tempestade midiática contra o Papa

Retornando da África, tão logo desembarcou em Roma em uma tarde ensolarada, o Papa teria exclamado aos jornalistas: “Que belo tempo, hoje!”

Esta frase imprudente despertou em todo o mundo grande comoção e perplexidade e está alimentando uma polêmica crescente. Recolhemos algumas reações mais significativas.

Do arcebispo de Salsburgo: “Reafirmamos a plena fidelidade da Igreja austríaca ao Pontífice e estamos unidos a ele. Mas é espontâneo perguntar-se se por acaso ele não queira fazer a Igreja regredir a uma seita animista de adoradores do sol. Depois desta frase, o número de pessoas que pedem o cancelamento dos registros fiscais que sustentam a Igreja católica aumentou consideravelmente”.

De Alain Juppé, ex-primeiro ministro francês e atual prefeito de Bordeaux: “No instante em que o papa pronunciava estas palavras, em Bordeaux chovia aos cântaros. Esta contra-verdade, próxima ao negacionismo, mostra que o papa vive em um estado de total autismo. Isto destrói, se ainda fosse necessário fazê-lo, o dogma da infalibilidade pontifícia”.

Do Rabino-chefe de Roma: “Como se pode ainda imaginar que faça um belo tempo depois da Shoah [O Holocausto]? Somente no dia em que decidir visitar-me na Sinagoga de Roma, talvez, poderemos verificar juntos como estará o tempo”.

Margherita Hack, astrônoma e astrofísica: “Afirmando sem meios termos e sem provas objetivas indiscutíveis ‘que belo tempo hoje’, o papa demonstra o desprezo bem conhecido da Igreja pela Ciência, que desde sempre combate o dogmatismo. O que há de mais subjetivo e relativo do que esta noção de ‘belo’? Sobre quais provas experimentais indiscutíveis se apoia? Os metereologistas e os especialistas na matéria não chegaram a um acordo sobre a questão no último Colóquio Internacional em Caracas. E agora Bento XVI, ‘ex cathedra’, pretende decidir por si mesmo com tamanha arrogância. Ver-se-ão fogueiras acesas para todos aqueles que não concordam inteiramente com a noção papal de belo e mau tempo?”

Da Associação das Vítimas do Aquecimento Global: “Como não ver nesta declaração provocativa um insulto a todas as vítimas passadas, presentes e futuras dos caprichos do clima, das inundações, dos tsunamis, da seca? esta aquiescência ao ‘tempo que faz’ mostra claramente a cumplicidade da Igreja com estes fenômenos destrutivos, nos quais pretende ver sinais ‘providenciais’ de um Deus vingador e punitivo. E, o que é pior, tal atitude não faz senão encorajar aqueles que causam o aquecimento do planeta, porque poderão agora fazer valer o aval do Vaticano.”

Do Conselho Mundialista: “O papa finge esquecer que enquanto esplende o sol em Roma, uma parte do planeta mergulha na obscuridade noturna. Eis um sinal intolerável de desprezo por vastíssimas partes do mundo e um claro sinal, embora não fosse mais necessário, do eurocentrismo neocolonial deste papa alemão”.

Do Comitê americano das Associações feministas: “Por que o papa quis dizer ‘que belo tempo’ usando termos que, na frase original em italiano, estão no masculino? Poderia ter utilizado belissimamente palavras femininas como ‘que bela tarde’, ou melhor ainda ‘que tempo atraente’, usando assim um adjetivo ‘inclusivo’, uma vez que não se flexiona diferentemente seja no masculino como no feminino. É evidente que este papa, que outrora condenou a fórmula do batismo e de bênçãos não machista (‘In the name of the Creator, the Redeemer and the Sanctifier’), mostra em cada ocasião a sua adesão aos princípios mais retrógados. É desanimador que em 2009 alguém ainda esteja a tal ponto atrasado”.

Da Liga dos Direitos do Homem: “Este tipo de declaração não pode senão ferir profundamente todas as pessoas que têm da realidade uma visão diferente da do papa. Pensamos, em particular, nas pessoas imobilizadas no hospital, ou aprisionadas, cujo horizonte se limita às quatro paredes; e também nas vítimas de doenças raras cujos sentidos não permitem que percebam o estado da situação atmosférica. Há aqui, é evidente, uma vontade de discriminação entre o ‘belo’, segundo o cânone helenizante que se deseja impor a todos (em detrimento das minorias, dos afroamericanos e de todo conceito de ‘inculturação’), e aqueles que, por escolha ou por impossibilidade percebem as coisas de maneira diferente. Nós proporemos, a título de exemplo, ações judiciais por discriminação contra este papa”.

De Alberto Melloni, da escola de Bolonha: “Bem se vê a profunda diferença entre este papa introvertido e fechado em si e no seu mundo ultrapassado, que se limita a uma observação climática sem lhe tirar as devidas consequências, e a paterna abertura ao mundo do Papa João XXIII que, depois de haver observado a lua no céu, convidava todos a levar a seus filhinhos a carícia do Papa. Quando enfim um João XXIV retomará a causa do Espírito conciliar, que os últimos papas tentaram sufocar?”

De Beppe Severgnini, jornalista: “O Papa é o Papa. Ponto. Mas não se pode não pensar com um pouco de nostalgia que João Paulo II teria dito as mesmas palavras, talvez em romanesco (‘ggiornata bbona!), e agitando o solidéu branco aos fiéis que o acompanhavam de casa”.

O L’Osservatore Romano publicou uma versão ligeiramente diferente das palavras precisas do Papa (ele teria dito, segundo o L’Osservatore: “alguém poderia dizer que faz um belo tempo”). Mas os registros de áudio e vídeo dos jornalistas desmentiram a versão edulcorada. Muitos atacaram a ingenuidade do Pe. Lombardi que, embora estivesse ao lado do Papa, não interveio para impedir a afirmação ou imediatamente explicar melhor seu sentido.

Membros influentes da Cúria tentaram atenuar a gravidade da frase do Papa, destacando o seu cansaço depois da viagem africana, tendo em consideração a avançadíssima idade do Pontífice, declarando ainda que a frase incriminada foi mal compreendida e desejava ter um significado teológico-metafísico e não climático, como grosseiramente foi interpretada.

Mas a polêmica não dá sinais de esgotamento.

Kit de sobrevivência universitária para católicos

No site americano Inside Catholic há o divertidíssimo anúncio abaixo: o de um kit composto por vídeos e áudios de palestras cujo objetivo é combater o relativismo moral e a cultura da morte que tomam conta dos meios universitários.

Acompanhe o anúncio:
1º quadro:
PERGUNTA:
Como esse bom garoto católico se tornou...

2º quadro:
... este cara?

3º quadro:
RESPOSTA:
Seus PAIS não o avisaram a respeito do relativismo moral que o esperava na UNIVERSIDADE.

4º quadro:
Dê a seus filhos o "kit de sobrevivência na universidade para católicos" do dr. Peter Kreeft. Antes que seja tarde.

Não sei se o kit funciona. Mas bem que aqui no Brasil precisamos MUITO de algo assim.

Nos meus tempos de faculdade, eu via como gente digamos assim, exótica, os ateus e bichos-grilos em geral, quando na verdade, naquele ambiente o exótico era eu. Graças a Deus eu consegui sobreviver àquilo tudo, não sem certos sobressaltos. Não passei imune pela faculdade de jornalismo: saí de lá fã de Betto & Boff (se bem que eu já era antes de entrar). Mais tarde eu percebi o erro.

Acho que o meio universitário é um dos que precisam mais urgentemente de evangelização. O jovem católico que tenta seguir verdadeiramente os ensinamentos de Cristo, sem concessões, tende a se isolar na universidade. Ele precisa de apoio. Por outro lado, como é difícil evangelizar um ambiente tão hostil!

Que Deus nos fortaleça e dos nos dê coragem para essa tarefa.

Casas do Senhor XX: A Catedral de São Pedro e da Virgem Maria em Colônia, Alemanha

Ao fundo, a Catedral de Colônia (foto de Hans von Reenen)

Sede da arquidiocese de Colônia (cidade alemã onde ocorreu a Jornada Mundial da Juventude em 2005), a catedral de São Pedro e da Virgem Maria é um dos mais conhecidos monumentos da Alemanha.

Também conhecida como Kölner Dom, a gigantesca igreja, cuja construção atravessou séculos desde a Idade Média, chegou a ser, entre os anos de 1880 e 1884, a mais alta estrutura construída pelo homem em todo o mundo. Ainda hoje é o templo católico mais alto do planeta - sua torre mais alta mede 157,38 metros.

Além disso, a Catedral de Colônia é famosa por guardar as chamadas relíquias dos Reis Magos.

A construção da catedral (a atual é a terceira existente no mesmo local, que abriga catedrais desde o século IV d.C.) começou em 1248 e só foi concluída, após muitas interrupções, em 1880. Durante a Segunda Guerra Mundial, a igreja foi atingida quatorze vezes por bombardeios aéreos, mas resistiu. A reconstrução das partes danificadas foi concluída em 1956.

O edifício todo tem 144,58 metros de comprimento e 86,25 m de largura máxima. COntando pessoas sentadas e pessoas de pé, caula-se que quatro mil fiéis possam acompanhar as celebrações dentro da catedral.

O Sarcófago dos Três Reis Magos, um dos tesouros da catedral, foi enviado em 1164 de Milão para Colônia pelo imperador do sacro Império Romano Germânico, Frederico Barba-Roxa. O relicário contém três crânios coroados e vestes antigas que, acredita-se, teriam pertencido a Baltazar, Melchior e Gaspar, os três magos que visitaram o Menino Jesus em Belém.

Para mais informações:
Site oficial (em inglês e alemão)
Sacred Destinations

Para mais fotos:
German Architecture
Flickr

sábado, 28 de março de 2009

Preguiça


P.68 PREGUIÇA vide também Acídia

P.68.1 Preguiça espiritual

§2094 Pode-se pecar de diversas maneiras contra o amor de Deus: a indiferença negligencia ou recusa a consideração da caridade divina, menospreza a iniciativa (de Deus em nos amar) e nega sua força. A ingratidão omite ou se recusa a reconhecer a caridade divina e a pagar amor com amor. A tibieza é uma hesitação ou uma negligência em responder ao amor divino, podendo implicar a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade. A acídia ou preguiça espiritual chega a recusar até a alegria que vem de Deus e a ter horror ao bem divino. O ódio a Deus vem do orgulho. Opõe-se ao amor de Deus, cuja bondade nega, e atreve-se a maldizê-lo como aquele que proíbe os pecados e inflige as penas.

P.68.2 Preguiça pecado capital

§1866 Os vícios podem ser classificados segundo as virtudes que contrariam, ou ainda ligados aos pecados capitais que a experiência cristã distinguiu seguindo S. João Cassiano e S. Gregório Magno. São chamados capitais porque geram outros pecados, outros vícios. São o orgulho, a avareza, inveja, a ira, a impureza, a gula, a preguiça ou acídia.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Conheça a Igreja XXI: O Movimento dos Focolares


A fundadora Chiara Lubich ao lado do Papa João Paulo II

O Movimento dos Focolares (Movimento dei Focolari), cujo nome oficial é Obra de Maria, foi fundado em 1943 na cidade italiana de Trento, por Chiara Lubich (22/01/1920-14/03/2008). O nome significa "lareira" em italiano. Sua criação foi uma resposta aos horrores da Segunda Guerra Mundial: à violência, as primeiras focolarinas queriam responder com amor.

Aos poucos o primeiro grupo inicial foi se transformando num movimento. Em 1947, obteve a aprovação do então bispo de Trento, Monsenhor Carlo de Ferrari. Em 1962 e 1990, recebeu as aprovações pontifícias.

O conceito de "amor evangélico" está no centro da espiritualidade do Movimento dos Focolare: "
Deus-Amor é a primeira centelha inspiradora" é uma de suas divisas. Também fundamental é o conceito de "espiritualidade da unidade", que se refere à expressão do amor fraterno: "A medida do amor mútuo, que gera a unidade, encontra-se neste ápice de amor. Uma unidade que torna visível a presença do Ressuscitado no lugar onde cada pessoa vive."

O objetivo dos Focolares é "Contribuir para a fraternidade universal e compor em unidade a família humana, segundo a oração de Jesus: 'que todos sejam um' (Jo. 17,21)". Para isso, busca o diálogo dentro da Igreja, mas também com cristãos de outras denominações, com não-cristãos e mesmo com pessoas sem religião. O movimento trabalha bastante com ecumenismo e com diálogo interreligioso.

O movimento está presente hoje em 182 países, tendo 141 mil membros, homens e mulheres, e dois milhões de aderentes e simpatizantes - dos quais, cem mil não-cristãos e ateus. Dentro do movimento, há 18 ramificações. Entre elas, podemos citar:

Humanidade Nova - composta sobretudo por leigos que atuam como "voluntários de Deus".

Famílias Novas - compostas peos membros casados.

Jovens por um Mundo Unido - ramificação em que se engajam os jovens no movimento. esenvolve atividades de solidariedade. Seus integrantes são conhecidos como "Gen 2".

Movimento Juvenil pela Unidade - ramificação para os adolescentes, os "Gen 3". Muitos provêem da "Gen 4", a geração das crianças.

Há ainda o Movimento Sacerdotal, o Movimento Paroquial, o Movimento dos Religiosos e outros.

Os Focolare também mantêm no mundo todo 35 Mariápolis Permanentes: comunidades semelhantes a cidades em que se busca promover uma vida baseada nos valores cristãos. No Brasil, são 3 - Mariápolis Glória, em Benevides (PA); Mariápolis Santa Maria, em Igarassu (PE); e Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP). Além dessas, há os Centros Mariápolis, 63 no mundo inteiro, que são escolas de formação social e espiritual para os membros. No BNrasil, são 5 - um emcada Mariápolis Permanente e um em São Leopoldo (RS0 e outro em Manaus. Os Congressos anuais do movimento também são denominados Mariápolis.

O movimento também desenvolve atividades como a Economia de Comunhão, projeto econômico iniciado em 1991 no Brasil e que inspira a administração de mais de 750 empresas no planeta. O princípio da Economia de Comunhão é a distribuição dos lucros com três finalidades:
"1) consolidação da empresa com justos salários e respeito às leis vigentes; 2) ajuda aos necessitados e criação de postos de trabalho; 3) sustento a estruturas aptas para formar homens capazes de viver a cultura da solidariedade, a cultura da partilha."

Duas conhecidas bandas católicas são vinculadas aos Focolare: O Gen Rosso (masculina) e o Gen Verde (feminina).
Para saber mais:
Site oficial internacional (em português e outros idiomas)
Site oficial brasileiro
Site oficial português
Perguntas e Respostas sobre os Focolares no site Cleofas
Site oficial da Economia de Comunhão
Página Oficial "Jovens por um Mundo Unido"
Página Oficial "Movimento Juvenil pela Unidade"
Blog de George Rafael sobre o Movimento

sexta-feira, 20 de março de 2009

Quantos "eu te amo" eu poderia ter dito em 15 minutos?

"Talvez quinze minutos era o máximo de sobrevivência para ele. Mas eu me pergunto: em quinze minutos, quantos 'eu te amo' eu podia falar pra esse meu filho?"

Dois excelentes documentários sobre anencefalia estão disponíveis no Youtube. Um deles, "Quantos eu te amo", dividido em cinco partes, debate a questão do aborto de anencéfalos com a participação de cientistas, advogados e políticos, contendo também depoimentos de mães que decidiram manter a gravidez até o fim - e de uma que foi convencida a abortar e que pronuncia a triste fala que abre este post.

O outro, "Flores de Marcela", dividido em duas partes, mostra um pouco da vida da família de Marcela de Jesus Ferreira, menina anencéfala que viveu um ano e oito meses - contrariando todos os prognósticos - e faleceu em agosto de 2008. Os vídeos mostram depoimentos da mãe, Cacilda, do pai, Dionísio, da irmã, Débora e de médicos que acompanharam o caso.

Os vídeos fazem parte do canal criado no Youtube pelo grupo Vida para Todos, de Brasília.

Vejam e divulguem os documentários - todos de excelente qualidade. Os links:

Quantos eu te amo
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5

Flores de Marcela
Parte 1
Parte 2

terça-feira, 17 de março de 2009

Feliz Dia de São Patrício!

Hoje, 17 de março, é Dia de São Patrício, o padroeiro da Irlanda. Magnonius Sucatus Patricius (ou Naomh Pádraig em gaélico) nasceu provavelmente no ano 385, da ilha da Bretanha, talvez onde hoje se localiza o País de Gales. Sua família era de origem romana e de formação cristã, numa Bretanha ainda fortemente dominada pela religião celta.

Aos 16 anos de idade, Patrício foi raptado por piratas e vendido como escravo na Hibérnia, a ilha que hje conhecemos pelo nome de Irlanda.

Durante seis anos ele serviu como pastor. Nesse período, longe da família, escavizado em meio a estranhos, voltou-se mais e mais para Deus.

Em sua autobigrafia, "Confissão", ele afirma que "O amor e o temor a Deus cresceram mais e mais em mim, assim como a fé, e minha alma estava elevada, tanto que, em um único dia, eu rezei uma centena de preces, e à noite, quase o mesmo. (...) Eu rezava nas florestas e na montanha, antes mesmo da aurora. A neve, o gelo ou a chuva não me feriam."

Quando tinha 22 anos, Patrício estava em um navio que transportava carga e que foi atacado. Novamente vendido como escravo, foi libertado por uma família cristã. Isso permitiu que conseguisse voltar para sua família, mas logo decidiu-se a seguir a carreira eclesiástica. Patrício ingressou num monastério onde também estava São Germano de Auxerre. Lá, fez-se padre e mais tarde foi ordenado bispo. Recebeu então uma missão do papa Celestino I: retonar à terra de seu cativeiro e evangelizar a Irlanda.

Lá teve muitos conflitos com os druidas, os sacerdotes da religião pagã então mais importante da ilha. Há histórias famosas a seu respeito. Segundo uma delas, para explicar a idéia da Santísima Trindade aos celtas politeístas, usou um trevo como exemplo - e essa seria a origem de um dos mais famosos símbolos da Irlanda. Outra história famosa refere-se à expulsão das cobras do país.

Hoje a Irlanda é um dos países mais católicos do mundo - rivalizando com Itália e Polônia nesse quesito (infelizmente o Brasil nem chega perto). Sua população é fervorosa e a religião está muito presente na vida dos irlandeses. A maioria dos países de origem anglo-saxã segue a tradição de celebrar o Dia de São Patrício.

Há no Youtube um interessante desenho animado, dublado em português, sobre a vida do santo irlandês:

Parte 1
Parte 2
Parte 3

Sanctus Patricius, ora pro nobis.
São Patrício, rogai por nós!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Casas do Senhor XIX: Abadia de Mont Saint-Michel na França


Uma maravilha arquitetônica do Ocidente, a abadia de Mont Saint-Michel fica na região da Normandia, na França, numa baía próxima às cidades de Rennes e Caen, onde costumam ocorrer as maiores marés do mundo. Mont Saint-Michel é uma península. Embora o acesso a ela nunca seja coberto pela água, as áreas ao redor - repletas de areia movediça - costumam ficar inundadas durante as marés.

No ano de 709 d.C. o bispo de Avranches, Aubert, mandou erguer uma pequena igreja no local a pedido de São Miguel. No ano de 966 uma comunidade beneditina instalou-se no local. No século seguinte uma nova igreja, em estilo românico, foi construída e o monastério começou a ser erguido. Nos séculos seguintes, a construção foi se tornando maior e adotando novos estilos.

No século XVIII, a loucura revolucionária desalojou os monges e transformou a esplêndida abadia numa prisão. Somente no final do século XIX a abadia foi restaurada. Em 1966 uma comunidade beneditina voltou a se instalar na abadia e desde 2001 la está também uma comunidade das Fraternidades Monásticas de Jerusalém, fundada em Paris em 1975.

Mont Saint-Michel é um dos mais antigos locais de culto a São Miguel Arcanjo em todo o mundo. Juntamente com Roma e Santiago de Compostella, foi um dos maiores centros de peregrinação da Europa Medieval. Atualmente recebe em torno de um milhão de visitantes por ano.

Ao redor da abadia, surgiu um vilarejo, onde há uma paróquia dedicada a São Pedro. Há também um museu histórico e um museu marítimo.

Para mais informações:
Site Oficial (francês e inglês)
Casa Tiphaine (muita informação em português!)
Fraternidades Monásticas de Jerusalém (inglês, etc)
Fraternidade de Jerusalém em Mont Saint-Michel (francês e italiano)
Museu Archéoscope (francês e inglês)

Para mais fotos:
Site governamental de Mont Saint-Michel
Mont Saint-Michel
Flickr

domingo, 15 de março de 2009

Virtudes


Durante a Quaresma falaremos sobre as Virtudes que possuímos, e sobre aquelas que podem ser desenvolvidas com o nosso esforço.

Definir o que é virtude é um tanto complicado. Há algum tempo estava lendo um livro, não me recordo qual, mas me lembro da frase: "Virtude é uma inclinação para o bem". Soa forte, e é forte mesmo.

O homem virtuoso encontra graça aos olhos de Deus. Um homem virtuoso não fica impedido de pecar - ele também peca -, mas se arrepende, confessa e tenta agir de maneira diversa.

"Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, tudo o que há de louvável, honroso, virtuoso ou de qualquer modo mereça louvor" (Fl 4,8).

No Catecismo temos que a virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática.

"O objetivo da vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus".

As virtudes humanas nos permitem levar uma vida moralmente válida, boa e ética. O virtuoso é aquele que é capaz de praticar o bem por contra própria, que ajuda o próximo, que crê, que é justo, entre tantas outras coisas; entra em comunhão com o amor divino.

Toda criança merece ser educada de forma virtuosa. A educação garante liberdade e discernimento. Os pais são os responsáveis pela educação dos filhos, assim como os irmãos, amigos, professora e familiares. Todos podemos nos ajudar mutuamente.

"Aquele que ama o filho usará com freqüência o chicote; aquele que educa seu filho terá motivo de satisfação" (Eclo 30,1-2). "E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor" (Ef 6,4).

Uma família pode ser virtuosa, os valores existentes entre os cônjuges serão passados para os filhos. Um casal de fé é capaz de auxiliar para construção de um mundo melhor.

Ser virtuoso exige disciplina, vontade, coragem. Não é preciso se afastar do mundo e viver isolado para ser virtuoso.O Espírito Santo age no meio de nós pelas virtudes.

Obstáculos no exercício das virtudes

Ser virtuoso não significa que você não vai enfrentar obstáculos, claro que vai. Mas significa que você conseguirá se sair bem deles. Os pecados veniais são nossos maiores inimigos, porque fazem com que tenhamos vícios, que nos afastem da graça de Deus.

Mas aqui estamos, prontos para agir em conformidade com aquilo que Deus espera de nós rumo ao perdão e a Santidade. Que a Fé e Caridade, fontes de todas as Virtudes, permaneçam do nosso lado e em nossos corações.

Pecados

Quaresma é tempo de reflexão e fortalecimento. É hora de ir para o deserto e repensar tudo aquilo que tem nos distanciado de Deus.

Definição de pecado

Pecado é tudo aquilo que nos afasta de Deus. Se pode nos afastar de Deus, então podemos afirmar com certeza absoluta que não possui em si nada de bom.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica: "O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como "uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna".

Pecar é ser desobediente aos ensinamentos de Deus. É praticar o mal diante dos olhos D'Ele e de nossos semelhantes.

Os Pecados Capitais são assim chamados porque são geradores de outros pecados. Existe uma regra que nesse caso não sofre exceções: a de que o acessório segue o principal. Um pecado grande gera vários outros pequenos pecados, que não são simplesmente absolvidos por um maior. Fazem parte de um conjunto que nos torna piores, gerando um distanciamento.

Seguindo S. João Cassiano e S. Gregório Magno, tais pecados são:

1. Orgulho; Vaidade
2. Inveja;
3. Ira;
4. Melancolia;
5. Avareza;
6. Gula;
7. Luxúria;

Posteriormente São Tomás de Aquino, substituiu a melancolia pela preguiça.

São Tomás nos ensina que os Pecados Capitais receberam esta nomenclatura por serem derivados do latim caput: cabeça, líder, chefe (em italiano ainda hoje há a derivação: capo, capo-Máfia). Seriam os sete pecados como os sete poderosos chefões que comandam outros vícios subordinados.

Esses vícios nos tornam dependentes e dissimulados, simplesmente assumem a liderança de nossas mentes e nos impedem uma autêntica liberdade e o pior nos condicionam para agir mal, alteram nossa personalidade.

Os pecados são distinguidos segundo a gravidade. Dividem-se em mortais e veniais. Os pecados capitais são classificados de maneira geral como pecados veniais, mas isso não é absoluto, visto que em decorrência de um pecado venial pode-se cometer um pecado mortal.

Durante a Quaresma, vamos abordar de maneira singela alguns pontos principais dos pecados que podem nos afastar de uma intima comunhão com Deus.

Temos por objetivo demonstrar que pecar pode parecer fácil, mas que as consequências são dolorosas. Juntos nos prepararemos para um perdão sincero, rumo à santidade tão almejada.

Fazemos parte de uma geração que tem consciência, formação e informação. É hora de lutar, de ser forte, de ir contra a corrente e ser capaz de dizer não, de não querer de não pensar e de não fazer.

É tempo de esquecer nossas falhas e pedir perdão. É tempo de arrependimento, de mudança de vida, de coração novo e mente renovada.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Mais Umbert, the Unborn

Só pra descontrair, mais uma tirinha do feto mais divertido das paradas, Umbert, the Unborn.


- Acabo de receber um manual de instruções para o meu novo coração.
- ATENÇÃO: Conteúdo Frágil. Manuseie com cuidado.
- Alguns danos podem ocorrer. Consulte o capítulo 3.
- CAPÍTULO 3. Como reparar um coração partido. Uau! Eles pensaram em tudo!

Veja também: As aventuras de um feto.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Feministas se opõem a auxílio para mulheres estupradas

Sei que há pessoas que ainda relutam em aceitar o fato de que a última preocupação do movimento feminista é o cuidado com as mulheres. Às ONGs que se intitulam feministas só interessa a luta pelo aborto. Até mesmo a idéia de que esses grupos não lutam pelo aborto, mas pelo direito ao aborto é uma mentira, o que fica comprovado abaixo.

A ONG Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) tem em seu site um release (que foi distribuído também à imprensa e que guardo comigo, caso o texto desapareça do site) anunciando um debate com a participação de um dos médicos que fez o aborto na menina que ficou grávida de gêmeos após um estupro. A parte mais interessante do release é a seguinte:

"Os casos recentes de estupro de meninas noticiados pelos jornais, o debate sobre o aborto legal e as propostas em discussão no Parlamento, que possivelmente entrarão na pauta de votação no Congresso Nacional são emblemáticos para mostrar como o país tem tratado suas mulheres.

Na semana do 8 de março, a CSSF do Congresso Nacional ameaçará votar [grifo meu] propostas contrárias aos DSDR. O bolsa-estupro (PL 1.763/2007), se entrar em vigor, destinará um salário mínimo, até que o/a filho/a complete 18 anos, para a mulher que decida não interromper a gravidez resultante de um estupro, crime considerado hediondo pela legislação brasileira. Os outros dois projetos seguem a mesma linha. O projeto de lei 831/2007 do deputado Odair Cunha (PT-MG) pretende criar o programa de “orientação” nos hospitais para dissuadir as mulheres de exercerem o direito ao aborto legal. O PL 2.504/2007, do ex-deputado Walter Brito Neto (PRB/PB) obriga o cadastro das gravidezes em todas as unidades de saúde."

Breves observações: CSSF é a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, não do Congresso. Já a sigla DSDR, usada pelas ONGs feministas, refere-se a "direitos sexuais e direitos reprodutivos".

Observem que a ONG considera o projeto 1.763/2007 (clique aqui para ler o seu texto e aqui para ver como anda sua tramitação) uma ameaça ao abortismo.

A proposta diz que a investigação e a punição do estupro são prioritárias e determina que nos casos em que o estupro for comprovado e definitivamente julgado, o Estado deve colocar à disposição da mulher (vejam bem: colocar à disposição, ou seja, caberá à mulher aceitar ou não) "toda assistência social, psicológica, pré-natal e por ocasião do parto e puerpério", orientá-la a respeito dos procedimentos para entregar a criança para adoção, se esse for o seu desejo, e conceder à mãe um benefício mensal de um salário mínimo, a ser pago até que ao filho gerado por estupro complete 18 anos de idade.

Está muito claro, pelo projeto, que o Estado auxiliaria as mães que decidissem não abortar – sempre lembrando que o aborto em caso de estupro, embora também seja crime, não é punido pela lei.

É uma boa proposta: a mulher que quiser poderá contar com um amparo para criar seu filho, ou mesmo para colocá-lo em adoção. E essas são duas alternativas, entre três, que poderia escolher a mulher que ficou grávida após um estupro. A outra alternativa, vocês sabem, é o aborto.

Para a Cfemea, entretanto, não deve haver alternativa. Ao se opor a esse projeto, a ONG deixa claro que a mulher que engravidar após um estupro não pode ter escolha: ELA TEM QUE ABORTAR.

Na mesma nota publicada em seu site a Cfemea diz o seguinte:

"Para o movimento feminista não reconhecer os graves efeitos físicos e psicológicos do estupro e a crueldade dessa violência sofrida por milhares de mulheres e meninas dentro de suas próprias casas; impedir que o direito ao aborto legal seja implementado nos serviços públicos de saúde por meio da estratégia moral da excomunhão; defender um projeto de lei que prevê uma gratificação monetária em troca do aborto e da proteção da vítima; defender um projeto de lei que pretende monitorar as gestações interrompidas e a conseqüente criminalização dessas mulheres; defender um projeto de lei que pretende submeter as mulheres a um vídeo escatológico e impressionante sobre o aborto ao invés de orientá-las sobre o direito à saúde – são TODAS iniciativas que legitimam e institucionalizam a tortura sobre as mulheres e a negligência do Estado brasileiro."
Ou seja, para a ONG, amparar as mulheres estupradas que preferirem não abortar e ainda orientá-las quanto ao aborto “são TODAS iniciativas que legitimam e institucionalizam a tortura sobre as mulheres e a negligência do Estado brasileiro”.

Essa nota explicita que ONGs como a Cfemea não estão interessadas em proteger as mulheres ou em lhes garantir o direito ao aborto, como gostam de alardear. O que elas querem é promover o aborto, é matar crianças, e nada mais.

Precisamos denunciar essa ONG e todas que agem nessa linha. As pessoas precisam saber o que essa gente defende.

Precisamos também apoiar a aprovação desse projeto (e de outros, sobre os quais pretendo ainda falar). A ex-deputada Jusmari Oliveira infelizmente renunciou ao mandato para assumir a prefeitura de Barreiras, na Bahia. Mas podemos enviar mensagens de apoio ao deputado José Linhares (PP-CE), que apresentou relatório favorável à aprovação do projeto, bem como cobrar da deputada Elcione Barbalho, presidente da CSSF, que coloque o projeto em votação (desde 2007 ele estáesperando ser votado) e incentivar os deputados integrantes da comissão a votar favoravelmente ao projeto de lei 1.763/2007.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Problema com os comentários está resolvido

Só percebemos agora que, depois que o layout do blog foi mudado, a postagem de comentários estava falhando. Pedimos desculpas a todos e anunciamos que o problema já está resolvido.

terça-feira, 10 de março de 2009

Vida: imagine o potencial

Excelente vídeo pró-vida feito pelo site americano Catholic Vote. É um breve spot de um minuto cuja veiculação foi recusada em vários canais de TV dos Estados Unidos. Muito legal:



Tradução dos textos:

O futuro desta criança é um lar dividido.
Ele será abandonado pelo pai.
Sua mãe solteira vai se esforçar muito para criá-lo.
Apesar das dificuldades, ele vai perseverar
Esta criança
Vai se tornar
(...)

O final, só no vídeo.
Assista e pense na triste ironia.

Nota Pastoral de dom Antonio Keller sobre o caso do estupro, do aborto e da excomunhão

O bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, dom Antonio Carlos Rossi Keller, divulgou Nota Pastoral em que comenta o caso do estupro da menina de 9 anos em Pernambuco e da excomunhão dos envolvidos no aborto de seus dois filhos gêmeos. Ele também comenta o fato de história muito semelhante ter ocorrido em paróquia de sua diocese - felizmente com outro final. vejam abaixo a nota, publicada no blog do site Veritatis Splendor.

Nota Pastoral
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen


Frente aos últimos acontecimentos, amplamente e de certa forma, irresponsavelmente noticiados pelos meios de comunicação de todo o país e de outros países, envolvendo uma criança de 9 anos de Alagoinhas (PE) e de outra criança, esta de 11 anos, de Iraí (RS) em território de nossa Diocese, venho por meio desta Nota Pastoral esclarecer que:

1. Para a Igreja, o aborto voluntário, diretamente provocado, é sempre gravemente ilícito. O cânon 1398, que prevê a pena de excomunhão “latae sententiae” (ou seja, sem necessidade da intervenção da autoridade judicial da igreja, pelo próprio fato de se ter cometido o delito com plena responsabilidade) não faz nenhuma exceção quanto aos motivos do aborto. A pena de excomunhão atinge a todos os que, conscientemente, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material (médico, enfermeira, etc.), quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz: pais e todos aqueles que forçam a concretização do crime. No caso específico de Alagoinhas (PE), a menor grávida não tem nenhum tipo de responsabilidade, por incapacidade de decisão e pelo que agora se entende, segundo o testemunho do pároco do lugar, também os pais da menor foram fortemente pressionados,e até mesmo enganados a respeito da gravidade do estado de saúde da menor, por alguns funcionários da estrutura pública onde foi realizado o aborto. Portanto, quase que certamente os pais da menor não incorreram em tal pena, já que foram pressionados psicologicamente a autorizar tal ato.



2. O Exmo. Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, OC não excomungou ninguém. Tão simplesmente recordou aquilo que é o ensinamento tradicional da Igreja nestes casos, ou seja, aquilo que já foi explicado no item anterior: todos aqueles que atuam, de forma voluntária e consciente no crime do aborto, estão fora da comunhão da Igreja.



3. Sua Excia. Revma. também explicou o sentido da pena de excomunhão, que é a privação dos bens espirituais e a limitação do exercício dos direitos como católicos. A pena existe para que se entenda a gravidade do mal cometido, e para que quem a comete possa refletir e pedir perdão a Deus pelo mal realizado, bem como para punir também o escândalo produzido pela atitude errada. A finalidade da pena é, portanto, a de um remédio espiritual.



4. O que de fato causa espécie em toda esta polêmica é a atitude daqueles que defendem o aborto, que exigem todo o direito de expressar suas opiniões e conceitos, mas não aceitam que a Igreja, fundamentada na Doutrina de Cristo e de Seu Evangelho, possa exercer também o mesmo direito. Esta é a liberdade de expressão que predomina em muitos destes grupos de pressão.



5. Finalmente, em relação ao caso ocorrido em nossa Diocese, ou seja, a da criança de Iraí (RS), os fatos tomaram outros rumos, graças a Deus. Em primeiro lugar, preservou-se a vida da criança gerada. Em segundo lugar, socorreu-se a menor que engravidou, oferecendo-se a ela e a seus familiares o conforto e a atenção psicológica, social e espiritual. Nossa Igreja Diocesana, especialmente as Paróquias de Iraí e de Tenente Portela, estarão atentas e próximas desta família, tão duramente provada.



6. Em relação aos que violentaram estas crianças, é importante dizer que cometeram um pecado gravíssimo. Estão também eles afastados da Comunhão Eclesial, efeito do pecado grave. Devem igualmente arrepender-se do mal realizado às meninas e do escândalo e, só no caso de arrependimento sincero e através do sacramento da Penitência, poderão retornar à Comunhão eclesial. São pecados e penas diferentes, mas igualmente graves.



7. Peço a toda a Comunidade Diocesana orações para que esta situação toda possa nos fazer compreender o valor e a importância do respeito à vida, tanto daquelas crianças que ainda não nasceram, como daquelas que já estão neste mundo. Uma sociedade que não respeita suas crianças está fadada à barbárie, que se manifesta tanto nos abortos como também nas diversas formas de violência infligidas às crianças. Neste ano, em que a Campanha da Fraternidade nos fala da Segurança Pública e da necessidade da conversão em relação à violência, como católicos, não podemos admitir que nossas crianças, mesmo aquelas não nascidas, sejam desrespeitadas em seus direitos mais fundamentais.



8. Finalmente, peço aos senhores padres que leiam esta Nota Pastoral nas Santas Missas Dominicais do final de semana dos dias 14 e 15 de março, III Domingo da Quaresma.



Frederico Westphalen, 07 de março de 2009.
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo Diocesano

domingo, 8 de março de 2009

O festim diabólico da imprensa

Esta semana que passou foi um verdadeiro prodígio em termos de injustiças, blasfêmias e difamações contra a Santa Igreja – e em especial, contra um dos sucessores dos apóstolos, Dom José Cardoso Sobrinho. Não me lembro de já ter testemunhado antes algo semelhante: uma onda delirante de ódio à Igreja e ao Catolicismo, disseminada pela imprensa e apoiada por parte dos “bempensantes” da sociedade brasileira. Foi um festim diabólico, uma catarse coletiva de loucura e raiva. Receio que se Dom José Cardoso Sobrinho passasse pelas redações de certos jornais, seria linchado pelos seus bravos jornalistas – como sua reputação já o foi.

No meu trabalho, em listas de e-mail de que participo, em blogs e comentários por todos os lados, muitos fizeram dele – vejam só, não do estuprador ou dos abortistas – o grande vilão da tenebrosa história da menina que foi estuprada e engravidou, sendo levada ao aborto como uma ovelhinha é levada para a tosquia.

E esses que atacaram a reputação do arcebispo o fizeram em seus próprios nomes como se o fizessem em nome de todos os brasileiros, querendo impor a todos nós suas opiniões maldosas. E ao notar católicos desgarrados aderindo à matilha, bradaram: "há discordância no seio da Igreja!". Não há: a imensa maioria da comuniade dos fiéis apóia Dom José Cardoso Sobrinho.

Recuso-me a reproduzir – e evito lembrar – os horrores que li ou ouvi. Só posso suplicar a Deus que tenha piedade de nós, pobres pecadores que não sabem o que fazem. E Lhe pedir força para agüentar ler e ouvir essas coisas todas e sabedoria para saber reagir a elas.

Pergunto-me o que é que está acontecendo, realmente. Aonde esse processo de vilanização dos cristãos irá nos conduzir. Teremos que esconder nossos símbolos? Ser-nos-á vedado o acesso á justiça? Nossos templos serão interditados? Seremos silenciados? Voltaremos às catacumbas?

Sim, catacumbas. É lá que muitos jornalistas e blogueiros querem nos ver. “Onde está Nero???”, muita gente deve se perguntar, sonhando com alguém capaz de nos jogar às feras. Enquanto tal pessoa não aparece, essa gente assume o lugar dos leões e se joga nas gargantas de nossos bispos.

Uma semana antes havia sido Dom Aldo Pagotto, malhado porque afastara de seus ofícios um padre mais afinado com o pensamento de seu partido do que com o de sua Igreja. Na semana seguinte, foi a vez de atormentar Dom José Cardoso Sobrinho. Que outro bispo, ou padre, terá seu nome execrado nos jornais na próxima semana por estar agindo como um bispo ou como um padre devem agir?

Eis o que quer essa gente: quer liberar o aborto, as drogas, quer homoerotizar o mundo inteiro, e querem fazer isso sem qualquer tipo de oposição. Por isso os furiosos ataques contra a Igreja.

Muitos deles talvez sequer percebam com clareza o que estão fazendo. Como legítimos representantes do homem – e da mulher – do nosso tempo, acreditam que tudo pode, que não há certo e errado, que a realidade não existe por si só, mas depende fundamentalmente do ponto de vista. Por isso clamam por uma Igreja adaptada ao mundo, uma Igreja que abandone seus princípios para ganhar mais adeptos e mais dízimos, uma Igreja que abandone Cristo e abrace Marx, uma Igreja que seja tão descartável quanto o horóscopo do dia ou um livro de auto-ajuda.

Para essas pessoas, atacar a Igreja com o intuito de transformá-la nessa caricatura é um bem que se faz aos católicos, essa gente supersticiosa (que acredita em Deus, ora que absurdo!) e egoísta (que resiste à implantação do marxismo, ora que maldade!).
O estupro de uma menina de nove anos! O aborto de seus filhos gêmeos! A injustíssima execração pública de um arcebispo! Que momento terrível vivemos.

Deus sabe o que faz. Se Ele permite que tamanho horror aconteça, deve haver algum motivo. Talvez toda essa tribulação nos converta, nos fortaleça, nos dignifique. Rezemos para que sejamos capazes de suportar pacientemente essa dor, e rezemos para reparar as infindáveis blasfêmias de nosso tempo.

Conheça a Igreja XX: A Pastoral da Liturgia

A Pastoral da Liturgia é aquela encarregada, em cada paróquia, de organizar as celebrações litúrgicas da comunidade, zelando pela correção, procurando incentivar cada vez a participação dos fiéis.

Costuma ficar a cargo da Pastoral Litúrgica a formação de pessoas preparadas para auxiliar durante as celebrações eucarísticas, a organização de equipes de liturgia e a organizando de uma equipe de músicos responsáveis pelos cânticos de cada missa.

A equipe de Liturgia deve zelar pela formação de coroinhas, sacristãos, acólitos, pela escolha adequada dos cantos, pela correta decoração (uso daas cores) da igreja, pelo esclarecimento a respeito do gestos e atitudes corretos que os fiéis devem adotar.

A pastoral da Liturgia é fundamental em quaquer paróquia, pois " a liturgia ocupa, na ação evangelizadora da Igreja, um lugar central. Conforme o Concílio Vaticano II, ela é “o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde emana toda a sua força”.Nela, o discípulo realiza o mais íntimo encontro com o seu Senhor e, dela, recebe a motivação e a força máximas para a sua missão na Igreja e no mundo. "

Para saber mais:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia (CNBB)

Vaticano disponibiliza cânticos sacros na internet

O Vaticano disponibilizou recentemente algumas músicas sacras em sua página. São quase trinta composições, organizadas de acordo com o tempo litúrgico. Para os tempos da Quaresma e da Páscoa são 9 canções.

As peças são interpretadas pelo secular coral Capela Musical Sistina, em italiano.

Em matéria publicada pela Agência Zenit, Dom Giuseppe Liberto, diretor da Capela Musical Sistina, em uma recente conversa com Renzo Allegri, publicada pela Zenit, explicava que esta música não foi composta "para um concerto ou para um espetáculo. Esta música nasce para a liturgia". Por isso, explica, ele não qualifica esta música como "música sacra", mas prefere a expressão "música santa".

Para ver as letras e ouvir as canções, clique aqui. Acesse as letras clicando no nome da canção e ouça as músicas clicando no ícone da nota musical que aparece na página que se abre.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O estupro e o aborto - que Deus nos perdoe

Como é doloroso o caso do estupro da menina de nove anos que acabou ficando grávida de gêmeos e foi levada a abortar. Imagino os horrores pelos quais essa criança passou. Imagino a tristeza da família. Imagino a fragilidade emocional de todos eles depois de toda a violência. Uma fragilidade que os deixou vulneráveis aos maus conselheiros, a certos médicos...

Pode ser que os médicos até tivessem razão quanto à gravidez de risco. Não sei.

É muito triste o que aconteceu. O aborto é o jeito mais estúpido de lidar com a situação. É só transformar uma violência monstruosa numa violência ainda mais monstruosa.

E há ainda a questão da excomunhão.

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, apenas informou que os envolvidos nos caso estão excomungados da Igreja e o mundo veio abaixo. Por todo lado, vejo e ouço as reações mais estúpidas: “por que o bispo não excomungou o estuprador?”, “Quem esse bispo pensa que é?”, “esses fundamentalistas são uns babacas”, “será que ele perguntou se os excomungados eram católicos?” e coisas do tipo.

Aí se tenta explicar que o arcebispo não excomungou ninguém, que a excomunhão é automática e autoimposta, as pessoas simplesmente não compreendem. Tenta se explicar que aborto é mais grave que estupro porque é um assassinato e as pessoas também não entendem – tudo o que podem entender é que odeiam a Igreja e tudo o que ela faz.

É muito estranho viver em um mundo que odeia tanto Deus, que procura se opor tanto a Ele, que também odeia tanto a Sua Igreja. É muito estranho e muito triste. Esse mundo, claro, não é o que Ele criou, é o que seu inimigo procura construir – e que vitórias ele tem conseguido nos últimos cem anos...!

Rezemos. Rezemos muito para que Deus nos perdoe por fazer essas coisas e por deixar que elas aconteçam.

Padre de Alagoinhas conta o que realmente aconteceu no caso da menina grávida

Padre Edson Rodrigues, pároco de Alagoinhas, publicou em seu blog um relato (reproduzido no Deus le Vult! e no Contra o aborto) sobre como realmente se deu o aborto dos filhos gêmeos da menina de 9 anos em Pernambuco. É terrivelmente revoltante ver como grupos abortistas manipularam os pais da pobre criança. Vejam seu relato:

Há cerca de oito dias, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de 9 anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de 13 anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato assim também o entendemos, dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.

O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e psicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.

No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia 2 de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.

Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.

Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.

Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.

Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.

Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas. Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer.

Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião que se deu na terça-feira, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez.

Um outro encontro de grande importância aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina formos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro também estava presente o pai da criança. Depois de um bom tempo de encontro, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda poderiam ser salvas.

Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Identificou-se e a atendente, sabendo que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.

No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao hospital, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento onde estava a menina, uma balconista chamada Sandra afirmou em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que trata-se de alguém influente na casa. Ficamos a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo risco de morte e que, por isso, deveria ser submetida ao procedimentos abortivos. Como alguém correndo risco de morte pode ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse um paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente? O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai?

Voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.

Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.

Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.

Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um problema.

Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra desde mesmo Jesus que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo, 10,10). Nisso cremos, nisso apostamos, por isso haveremos de nos gastar sempre. Acima de tudo, a Vida!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Senado vai homenagear 45 anos de Campanhas da Fraternidade


No dia 25 de março o Senado vai realizar uma sessão especial para celebrar os 35 anos de Campanhas da Fraternidade, conforme noticia a Agência Senado.

Acho que é uma iniciativa interessante - até porque significa que o Senado está reverenciando uma atividade da Igreja Católica, sempre tão criticada por políticos em geral. (Um parêntese: Câmara e Senado vivem homenageando a Maçonaria, ONGs diversas. A Igreja Católica, instituição que mais bem fez à humanidade em todos os tempo, deveria ser mais homenageada...)

Sei que muita gente não gosta da Campanha da Fraternidade em geral. Pessoalmente, eu acho positiva. Talvez ela devesse acontecer em outra época do ano e não na Quaresma. Talvez temos mais religiosos devessem ser tratados com mais freqüência. Certamente deveria haver uma abordagem menos esquerdista. Mas de toda forma é uma oportunidade excelente para suscitar debates, para chamar a atenção para assuntos importantes.

A campanha do ano passado, sobre a defesa da vida, foi uma das mais acertadas dos últimos tempos. O tema da primeira, a de 1964, bem que poderia ser abordado novamente: "Lembre-se: você também é Igreja". O de 1965 também foi bom: "Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor".

Namoro Sim, Bagunça Não!

Aquilo que lemos sempre nos influencia.

Acabei de ler o livro Namoro sim, bagunça não. O autor é Cláudio Rogério, um psicólogo de 30 anos, formado pela Universidade Católica de Goiás. Atuante na Comunidade Terapêutica “Chácara Maria de Nazaré”. Na Igreja é ministro da Eucaristia e da Palavra na Paróquia Nossa Sra. Guadalupe, na Diocese de Goiânia, e ainda atua na Renovação Carismática Católica desde 1993.

O livro possui uma linguagem simples e através de sua postura demonstra, em situações práticas, que é possível sim ter um namoro santo, e este como alicerce de um casamento feliz amparado pela Graça de Deus.

Há uma bela oração (não sei se a autoria é dele) em seu livro . Rezem uns pelos outros:

Oração dos Namorados

“Senhor, fazei-nos instrumentos de vossa Paz.

Em nosso namoro,
Onde houver ódio, que em nós flua e transborde o amor,
Onde houver ofensa, que o perdão seja muito maior...
Onde houver discórdia, briga, divisão... troquemos pela união,
Onde houver dúvida, ciúme, desconfiança, que nos apoiemos na fé,
Onde houver erro, mentira, que a verdade possa triunfar,
Onde houver desespero, que a esperança renasça em nossos corações,
Onde houver tristeza, que a alegria brote em nossos lábios como resposta,
Onde houver confusão de sentimentos, dai-nos clareza,
Onde houver trevas, na sexualidade, afetividade e espiritualidade, que vossa luz possa invadir-nos, dissipando todas as sombras que se encontrem instaladas em nossos corações.

Ó Mestre, fazei que procuremos mais consolar nas afrontas, nas dificuldades, nas decepções, nas tristezas... do que ser consolado. Compreender quando o mundo e as pessoas não compreenderem, ignoram, do que ser compreendido. Amar todas as vezes que se fizer necessário, sem cobrança, sem buscar nossos próprios interesses , do que ser amado.

Pois é dando atenção, carinho, consolo, compreensão, amor, perdoando, é morrendo o homem velho e a mulher velha do pecado, nascendo novos em vós, Senhor, que se vive um namoro Santo e Casto, e se for de vossa vontade um casamento eterno... Amém!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Todo apoio a Dom Aldo Pagotto


O Márcio Campos, do Eles Não Sabem o que Dizem, propôs que os blogs católicos se manifestassem a respeito da polêmica em torno do bispo Dom Aldo Pagotto, arcebispo da Paraíba, e do deputado Luiz Couto (PT-PB), que é padre.

Na semana passada, Dom Pagotto proibiu Luiz Couto de celebrar missas e ministrar os sacramentos. Dias antes o padre/deputado havia concedido entrevista defendendo o uso de camisinhas e o fim do celibato clerical.

Dom Pagotto está certíssimo. Luiz Couto não deveria sequer ser deputado, uma vez que é padre e deveria dedicar-se exclusivamente à Igreja. Além disso, não deveria defender - pelo menos publicamente - idéias contrárias às da Igreja.

Rezemos para que Luiz Couto perceba os seus equívocos.

Jejum

A quaresma começou e com ela somos compelidos a iniciar mudanças mentais e espirituais; somos chamados à conversão sincera.

Existem várias formas de tentarmos, uma delas é o jejum. Não importa se você é jovem, criança, adulto, velho e doente, gestante, ou possua qualquer situação que supostamente faça com que o jejum seja contra indicado. Jejuar não se trata de passar fome, mas sim de educar o corpo e o espírito. É uma forma de evitar o pecado da gula e de educar nossa alimentação. Pense em quantas vezes comemos simplesmente por pura gula e nem refletimos sobre nossa conduta.

O jejum está previsto no 4º mandamento da Igreja.

Existem vários tipos de jejum, escolha aquele que melhor se adéque as suas possibilidades e comece. Não podemos afirmar qual tipo de jejum é melhor ou qual tipo de jejum é o ideal para cada pessoa. Cada um sabe de suas peculiaridades e necessidades.

Não é porque você esta jejuando que todos precisam saber disso. O jejum não precisa ser comentado. Aprenda a rezar enquanto jejua. Rezar o terço é uma forma de se evitar pensar em besteiras. Se sua mente esta desocupada e começa a divagar sobre coisas inúteis, reze, reze muito, não peque por descuido.

O jejum da Igreja


O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.

Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.

É preciso salientar que remédios e água não quebram o jejum. Por isso os doentes também podem praticar.

Jejum parcial

É aquele onde se escolhe um ou alguns alimentos que não serão ingeridos por determinado período. Não vale escolher aquilo que não te faz falta, caso contrário não se trata de sacrifício, mas de mera adequação. Se você escolhe não tomar refrigerante, saiba que isto já é uma forma de jejum. Cada um sabe o quanto pode oferecer. Jejuar nos permite fortalecer nossa relação com Deus.

Os pais desde cedo devem aprender que as crianças também podem jejuar por meio do jejum parcial. Elas precisam entender que educar o corpo e o espírito são meios necessários para uma vivência Cristã. Uma criança educada na fé, tem muito mais chances de ser um adulto fiel a Igreja.

Jejum a pão e água

Na minha opinião esse jejum é um dos mais difíceis perdendo apenas para o jejum completo, porque nosso corpo não é acostumado a ingestão de apenas dois alimentos. De tal modo comer pão na hora da fome e beber água quando se tem sede, isso e apenas isso, aparenta ser um sacrifício muito maior do que estamos dispostos a fazer.

Vale lembrar que suco não é água, então nada de burlar o jejum e comer pão com suco. Nada de pão recheado com um monte de coisas. O objetivo é o jejum e não a satisfação da gula.

Como regra geral não se deve comer pão e beber água, pois as dores de cabeça e no estômago seriam imediatas. É preciso ingerir um de cada vez e em intervalos alternados.
Tudo sempre com muita moderação. Nada de se empanturrar de pão.


Jejum a base de líquidos

Durante todo o tempo toma-se apenas líquidos. Incluindo sucos, água e chá. Os caldos são permitidos nos horários das refeições principais como almoço e jantar. Mas nada de ir tomando caldos super concentrados com muitas carnes e legumes. São caldos simples e fracos que devem ser tomados. Vitamina não é permitido. Sopas, canjas e similares também devem ser evitados.
O mais engraçado neste tipo de jejum é que se a pessoa está de regime ela consegue se alimentar a base de líquidos. Se o objetivo é o jejum ela considera absurdo e desumano e ainda fala “como eu não posso comer se tem tanta gente passando fome”.

O Jejum completo

O jejum completo é o mais difícil, pois não se come nada, absolutamente nada e apenas se bebe água. Se você não tem o costume de jejuar é melhor que comece por outros tipos antes de fazer o jejum completo.

Se você não toma café da manhã. Na verdade seu jejum começou quando você foi dormir.
Não jejue para perder peso. Se você está de dieta, assuma. Não use o jejum como justificativa.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina