quinta-feira, 30 de abril de 2009

Opus Dei - Os Mitos e a Realidade


Um livro muito bom para quem quiser compreender melhor o Opus Dei é o que foi escrito pelo vaticanista John Allen Jr., com o nome "Opus Dei - Os mitos e a realidade". O autor, que é correspondente no Vaticano da CNN e escreve no National Catholic Report, trabalhou durante um ano para escrever sua obra, lançada em 2005 nos Estados Unidos e em 2006 no Brasil. Ele viajou pelos Estados Unidos, foi à Espanha, à Itália, à África e ao Peru, conhecendo diversos centros da Obra pelo mundo. Conversou com integrantes da prelazia e com alguns de seus mais ferozes críticos. Procurou, inclusive, viver durante algumas semanas seguindo o plano de vida comum de um numerário do Opus Dei.

O resultado de todo o seu trabalho é uma obra bastante objetiva, que lança um olhar muito lúcido sobre o Opus Dei. John Allen investiga questões controversas a respeito da Obra, como a prática da mortificação (ele diz que chegou a usar o cilício), as acusações de "secretismo" (a suposta tendência de se fechar ao público), de elitismo e de "lavagem cerebral", bem como as suspeitas de que o movimento seria extremamente rico e poderoso. Cada crítica é analisada de forma aprofundada e, ao final da leitura, podemos compreender bem melhor o que é o Opus Dei e qual o seu papel na Igreja Católica e no mundo de hoje.

Só para constar: o livro decepcionou muita gente que esperava um libelo anti-Opus Dei. Embora aponte questões que considera problemáticas e apresente sugestões de mudanças, John Allen é claramente simpático ao Opus Dei.

Eu também.

Leia mais:
Conheça a Igreja - O Opus Dei
O que o Opus Dei achou do livro

História da Salvação - Isaías - 1ª Parte

Quando Acaz morreu, o seu herdeiro e sucessor no trono tinha apenas cinco anos. Seu nome era Ezequias. Até que o pequeno rei atingisse a maioridade, o governo foi exercido por um regente. Nesse ínterim, Teglat-Falasar III também morreu, sendo sucedido por Salmanasar V, e a coalizão dos reinos de Israel e Aram foi destruída pelos assírios, os quais se põem a conquistar as terras palestinas. Os oráculos dessa época estão espalhados pelos capítulos 14, 18, 20, 28 e 30.

Em 714 a.C., ao completar 18 anos de idade, Ezequias começou a reinar efetivamente. Até essa época, o reino de Judá se mantinha como tributário da Assíria. Devido a pressões populares, Ezequias se arriscou a fazer um ampla reforma política e religiosa, ainda que indo contra os interesses assírios. O Egito e a Babilônia, interessados em estender sua influência, ofereceram auxílio para essa reforma. Em represália, a Assíria ameaçou invadir Judá. E o rei Ezequias teve que continuar pagando tributo até 705 a.C., quando, mais uma vez, ele tentou escapar do domínio assírio. Dessa vez, o então imperador assírio Senaquerib foi mais rigoroso e invadiu o reino de Judá. Ele conquistou diversas cidades e chegou a cercar Jerusalém. Decido a um acontecimento extraordinário, o exército assírio se retirou e não invadiu a capital. A ajuda esperada dos egípcios nunca chegou a Jerusalém. Os oráculos dessa época difícil encontram espalhados em versículos dos capítulos 1, 10, 14, 28, 30, 31 e 32 e também fazem parte integralmente dos oráculos os capítulos 29 e 33.

A mensagem de Isaías é bem clara, pois ele afirma que Deus não obriga ninguém; o Senhor apenas convida o homem se decidir entre a conversão e a vida ou a teimosia e a morte. Para Isaías, o que Deus quer é um culto puro e santo, e não um culto realizado por uma sociedade baseada na injustiça e na exploração dos mais fracos. Do que adianta um culto bonito dentro do templo se a sociedade está mergulhada em corrupção, ambição e ganância? Ora, é justamente essa situação de pecado que tem como conseqüência a invasão do país pelos assírios. Deus julga a sociedade e faz justiça aos oprimidos. E somente um “resto” se salva.

Isaías condenou tão veementemente as alianças com as potências estrangeiras porque via nisso um abandono do plano de Deus para o povo hebreu. Ora, Deus queria que seu povo praticasse a justiça e o servisse de coração puro. A partir do momento em que os interesses econômicos, políticos e religiosos de outros povos começam a interferir na vida do povo de Deus, este mesmo povo começa a se distanciar da Palavra do Senhor e se perde em meio às práticas de opressão e injustiça.

Isaías é chamado de “profeta evangelista” e também de “rei dos profetas”. Muitas de suas profecias são claramente identificadas e cumpridas em Jesus.

Nilson Antônio da Silva

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Diplomata americana se recusa a receber prêmio ao lado de Barack Hussein

A diplomata americana Mary Ann Glendon, que já foi embaixadora dos Estados Unidos junto ao Vaticano, declinou hoje do prêmio que receberia da universidade católica americana de Notre Dame, a mesma que também vai premiar o presidente Barack Hussein. Em carta enviada ao reitor da universidade, Padre John Jenkins, ela recusa respeitosamente a honraria.

Na carta, a diplomata lembra que agraciar o presidente dos Estados Unidos com um título honorário contraria a decisão da conferência de bispos dos Estados Unidos, para a qual instituições católicas não devem honrar aqueles que se opõem aos princípios morais fundamentais. E diz que a própria universidade havia dado a entender que seu nome fora escolhido como uma forma de contrabalançar a presença do abortista Obama (Mary Ann Glendon é uma feminista convertida ao Catolicismo e hoje defensora da vida).

A atitude de Mary Ann Glendon esquentou ainda mais o complicado caso que muitos já tratam como um escândalo - há quem o chame de "Notre Shame Affair" (Notre Dame é "Nossa Senhora" em francês; shame é "vergonha" em inglês; e affair é "caso"). Depois do anúncio do convite feito a Obama, muitos bispos reagiram, dizendo que, se era cabível convidá-lo para pronunciar o discurso na cerimônia de formatura na universidade, em decorrência de sua posição (afinal, o cara é o presidente), não cabia homenageá-lo com um honorary degree, já que ele é um furioso defensor do aborto.

Ao recusar a distinção, Mary Ann Glendon colocou a universidade e também o próprio Obama em uma situação embaraçosa. A diplomata está sendo muito aplaudida nos Estados Unidos pelos católicos, que enaltecem a sua coragem de recusar uma honraria e desafiar o todo poderoso presidente. A Casa Branca já respondeu com o blablablá da diversidade de opinião e a universidade já disse que vai convidar outra pessoa.

O caso da universidade de Notre Dame demonstra a tensão entre os católicos e o governo do sr. Hussein. A questão do aborto é a mais evidente: Obama está fazendo de tudo para facilitar a vida de quem aborta e para perseguir os defensores da vida. Mas a própria questão da liberdade religiosa pode estar em questão. Não faz muito tempo, Obama compareceu a outra universidade católica onde fez um pronunciamento depois de solicitar que os símbolos cristãos existentes no salão onde discursou fossem ocultados.

Vamos ver agora o que acontece.

Mais informações:
American Papist

domingo, 26 de abril de 2009

Casas do Senhor XXII: Basílica de São Tomé em Madras, Índia

Popularmente conhecida como Santhome Church, a Basílica de São Tomé, localizada em Chennai (ou Madras), na Índia, é uma das três igrejas do mundo construídas sobre o túmulo de um dos Doze Apóstolos de Jesus Cristo (as outras duas são a Basílica de São Pedro em Roma e a Catedral de São Tiago em Santiago de Compostella).

De acordo com a tradição, São Tomé teria chegado à Índia no ano de 52 (aproximadamente 20 anos depois da Ressurreição de Jesus), acompanhando um mercador indiano chamado Habban. Lá o apóstolo teria fundado sete igrejas e, em 72 d.C., época em que vivia em Madras, teria sido martirizado.

Pelo menos desde o século VI há relatos referindo-se à existência de uma igreja localizada sobre o túmulo de São Tomé. Entre esses relatos, deve-se destacar o de Marco Polo, que visitou a Índia no século XIV. No entanto, quando chegaram a Madras no século XVI, os portugueses encontraram a igreja em ruínas e tiveram que reconstruí-la em 1523. No século XIX essa construção foi demolida e em 1893 foi erguida a atual construção.

A arquitetura da basílica segue o estilo neogótico. A torre mede 46,5 metros e a nave principal, 33,6 metros. A torre menor da igreja fica exatamente sobre o túmulo de São Tomé. Oficialmente, a sepultura já foi aberta quatro vezes - a última em 1729.

Em dezembro de 2002, o cardeal Ignace Moussa Daoud, então prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, da Santa Sé, disse que "O maior dom que o Apóstolo S. Tomé ofereceu à florescente comunidade cristã da Índia foi o vínculo autêntico e directo com as próprias origens da fé cristã, com os Apóstolos e o seu ofício, e com Jerusalém". Roguemos a intercessão de São Tomé pelos cristãos que hoje são tão perseguidos na Índia.

Mais informações:

Santhome Church (em inglês, italiano, alemão e línguas orientais)
Santhome Basilica (inglês)

Crucifixo de madeira salva jornalista colombiano da morte

Fonte: Yahoo notícias

Sáb, 25 Abr, 05h16

BOGOTÁ, Colômbia (AFP) - Um jornalista colombiano conseguiu se salvar quando uma bala disparada contra ele durante um assalto pegou no crucifixo de madeira que levava no peito, contou neste sábado ele próprio, na cidade de Manizales (278 km a oeste de Bogotá).

O caso aconteceu com o repórter Hugo Cuartas. Ele e seu colega Carlos Mesa acabavam de apresentar um programa de música na televisão local e pegaram um táxi, quando foram assaltados por dois homens armados; um deles atirou à queima-roupa", precisou Cuartas, acrescentando que sentiu muita dor, acompanhada de um ardor no peito. Quando lhe tiraram a camisa observou que o Cristo que sempre levava consigo, estava colado a seu corpo e destroçado".

Os agressores fugiram levando o laptop no qual os jornalistas guardavam centenas de peças musicais.

Cuartas será submetido a uma cirurgia, uma vez que a bala ricocheteou atravessando seu braço esquerdo, causando fraturas.

sábado, 25 de abril de 2009

Padre americano acredita que esta geração verá aborto ser proibido nos EUA


Integrante do movimento Priests for Life (Padres pela Vida) o padre Frank Pavone escreveu um artigo muito interessante defendendo a tese de que o movimento pró-vida está se fortalecendo nos Estados Unidos de tal forma que a atual geração verá o aborto ser proibido no país. No artigo, intitulado Ten Reasons Why the Pro-life Movement is Winning, o padre lista dez sinais que, em sua visão, demonsram que o movimento pró-vida americano está bem mais perto de atingir seu grande objetivo do que se imagina. Por outro lado, ele faz um alerta, dizendo que essa expectativa de vitória requer ainda mais compromisso e esforço na luta contra o aborto, uma vez que os abortistas ficarão mais e mais virulentos à medida que perceberem a iminência da derrota.

Para ler o texto original, completo, clique aqui. Abaixo, os dez sinais apontados por padre Frank Pavone:

1 - Os "sobreviventes" - para o padre, o mais claro sinal do fortalecimento do movimento pró-vida é a crescente adesão de jovens. Segundo ele, ao serem perguntados sobre o posicionamento contra o aborto, os jovens costumam responder: "podia ter sido eu!!!"

2 - O fluxo de conversões - padre Pavone observa que dificilmente se vê um defensor da vida tonar-se abortista. Já o contrário é cada vez mais comum. Ele menciona um grupo de funcionários de clínicas de aborto arrependidos, chamado Society of Centurions, Sociedade dos Centuriões. E não deixa de fora o Dr. Bernard Nathanson, antes um dos maiores médicos abortistas do país, hoje um entusiasta da causa pró-vida.

3 - Arrependimentos - ele também destaca o grande número de mulheres e homens que abortaram seus filhos e agora se arrependem disso, tendo percebido que o aborto, em vez de resolver um problema, cria outros muito maiores.

4 - Queda no número de médicos abortistas - Este é um sinal bem palpável. De acordo com padre Pavone, em 1993 havia mais de 2 mil clínicas de aborto nos Estados Unidos. Hoje o número gira em torno de 740. Uma grande parte dessas clínicas teria fechado, de acordo como padre, porque o número de médicos dispostos a fazer abortos é cada vez menor. Em apenas 20% dos condados americanos haveria médicos abortistas - e eles estariam sendo cada vez mais mal vistos na profissão.

5 - Decisões judiciais favoráveis aos fetos - Padre Pavone lembra que cada vez há mais decisões judiciais garantindo os direitos de crianças não-nascidas. Ele acredita que, com o tempo, os tribunais terão que reconhecer que elas devem ser protegidas integralmente pela Constituição.

6 - Pesquisas sobre aborto - Além disso, estaria ficando cada vez mais claro, graças a pesquisas científicas, que o aborto prejudica física e psicologicamente as mulheres que o fazem.

7 - Os abortistas estariam sem argumentos - Antigos argumentos de que a legalização do aborto iria fortalecer as famílias (parece que isso foi dito nos EUA), diminuir o abuso de crianças e melhorar as condições sociais no país demonstraram, após trinta anos de legalidade do aborto, serem falsos. Por outro lado, a Medicina, a Sociologia, a Psicologia, a Filosofia e as religiões continuam a fornecer argumentos válidos contra o aborto.

8 - Bandeira política - cresce o número de eleitores que consideram o posicionamento do candidato a respeito do aborto como um fator determinante do voto. Padre Pavone cita uma pesquisa segunda a qual 36% dos entrevistados dizem que o assunto afetou seus votos nas eleições de 2006, sendo que quase dois terços desse grupo são contra o aborto e apenas um terço a favor.

9 - Decisões legais restritivas ao aborto - nos últimos anos algumas decisões importantes restringiram o direito ao aborto. A prática, feita por meio do "aborto por nascimento parcial" foi proibida e as crianças nascidas vivas depois de um aborto mal sucedido passaram a ser protegidas pelo Born-Alive Infants Protection Act. Acreditem: antes não eram.

10 - Escândalos de Corrupção - outros crimes relacionados à prática do aborto estão vindo a público: erros médicos, abusos sexuais cometidos em clínicas de aborto e outros casos que estão manchando cada vez mais o nome da indústria abortista.

Otimismo excessivo? Talvez não. Os Estados Unidos legalizaram o aborto e abriram as portas do inferno: fica cada vez mais claro o grande erro cometido. No Brasil a situação é diferente: o aborto ainda soa como uma bandeira libertadora (como somos atrasados!) nas boca de Lula, Dilma e Temporão. Como ainda não há resultados negativos da legalização da prática, fica mais difícil demonstrar a falácia dssa gente. Mas podemos mostrar o que ocorre nos Estados Unidos como argumento.

Aliás, padre Franck Pavone deixa para o final a razão mais clara que demonstra que, no final, os defensores da vida inelutavelmente vão vencer: Jesus Cristo ressuscitou e está ao nosso lado. Como li outro dia: Deus não perde batalhas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Temperança



É por meio da temperança que encontramos o equilíbrio e não nos deixamos vencer por nossas paixões.

É uma virtude que nos permite controlar nossos vícios e desejos.
O ser humano não é apenas um ser de projeto, é um ser pensante e amoroso, que possui muito mais do que um simples emaranhado de vontades a serem cumpridas de forma desordenada.

Feliz do homem que é temperante. Que encontrou no bom senso um mecanismo para fortalecer sua fé.

A temperança fortalece a igreja e a sociedade. Somos dotados de razão e discernimento e quando agimos de forma a evitar os excessos, contribuímos para uma melhora real em todos os aspectos (morais, culturais e sociais). Ao fazermos nossas atividades de maneira reflexiva permitimos que o equilíbrio fortaleça nossos lares.
A família como instituição positiva fortalece o Estado.

As virtudes são valores para muitos, mas para nós povo católico, as virtudes devem ser vistas como determinantes de nossas condutas, pois, quando permitimos nosso direcionamento espiritual contribuímos de maneira efetiva para nossa santificação.

Todas as virtudes estão intimamente relacionadas com nossa salvação. Sendo o contrário de nosso comportamento pecador.

Nosso corpo reflete o estado de nossa mente. Ser temperante significa ter equilíbrio em todas as áreas de nossas vidas. Significa não abusar da comida, do álcool. Não exagerar no vestuário. Portar-se bem em todas as situações. Ouvir com atenção, falar com moderação. Respeitar as opiniões alheias. Lutar pela evangelização sincera. Contribuir para a conversão de nossos irmãos. Ajudar na santificação do próximo. Acreditar e propagar o catolicismo.

Permita a si mesmo se tornar uma pessoa mais virtuosa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Alguns ótimos vídeos pró-vida - e um depoimento de ninguém menos que Jane Roe

O site americano Virtue Media apresenta alguns excelentes vídeos pró-vida produzidos para a TV. São spots curtos, de até 30 s. São simples e diretos, e muito bem feitos. Estão todos em inglês, mas dá para entender. No Youtube há um deles com legendas em espanhol.

Mas foi outro que me surpreendeu: trata-sede um testemunho de Norma McCorvey, nome verdadeiro de Jane Roe.

Para quem não sabe, Roe x Wade é como ficou conhecido o julgamento da Suprema Corte Americana em que o aborto foi tornado legal nos Estados Unidos. Até aquela época, o aborto era proibido e Norma procurou a justiça para garantir o "direito" de abortar. A decisão da Suprema Corte foi aplicada não só a ela, mas a todas as mulheres que quisessem matar seus filhos ainda na gestação.

Pois bem, desde 1995, Norma, hoje com 62 anos, é católica e milita contra o aborto. No vídeo da Virte Media, ela reconhece que a luta pelo aborto foi o maior erro de sua vida. Agora ela mantém uma página na internet para divulgar seu projeto Roe no more: "Roe, nunca mais". Para saber mais sobre ela, clique aqui.

Vejam os vídeos e divulguem.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Susan Boyle e o amor de Deus


(Primeiro uma necessária introdução e em seguida um texto bem interessante que achei sobre o evento mais comentado dos últimos dias.)

Assistir ao agora muitíssimo famoso vídeo de Susan Boyle é uma experiência curiosa. Acho que eu senti reações muito parecidas com as que devem ter sentido as pessoas sentadas na platéia do programa britânico. Primeiro: "que mulher desengonçada é essa? O que ela pensa que está fazendo?". Depois "isso, pelo menos, vai ser engraçado". E por fim: "Meu Deus!". Susan Boyle arrebatou o mundo inteiro - parece que seu vídeo já é o mais visto de todos os tempos no Youtube - e continua rendendo notícias.

Fiquei realmente encantado com seu jeito tímido e meio sem noção. Ela parece ser uma pessoa simples e boa. É uma mulher que teve algumas dificuldades na vida - tinha deficiência de aprendizagem, não sei casou. de Jeito nenhum parece ser, aos olhos do mundo, "bem sucedida".

Mas ela é devotada à família, tendo cuidado da mãe doente por muito tempo. Gostei de saber que ela é católica. Parece que ela participa ativamente das atividades de sua paróquia, Nossa Senhora de Lurdes (que sortudos hein? Eles a tiveram só para eles por muitos anos). O padre Basil Clark, que diz tê-la acompanhado inúmeras vezes em peregrinações da Legião de Maria, disse em entrevista que seu talento não era nenhuma surpresa. Ele disse também que ficou impressionado com o assédio que ela vem sofrendo.

Fico preocupado com isso. Ontem vi que algum idiota mal intencionado ofereceu um milhão de dólares para que ela estrele um filme pornô. Ou seja: o fato de ela ter se declarado virgem já começou a alimentar, por um lado, a libido de muita gente doentia e por outro, a mente de pessoas que não podem suportar que tal coisa - castidade - exista no mundo.

Rezo a Deus para que Susan Boyle saiba viver esse momento ao mesmo tempo excitante e perigoso. Que saiba colocar os valores que, parece, sempre cultivou, acima das perversões que agora começam a bater à sua porta. RQue saiba viver o sucesso, sem se afastar de Deus. Rezo para que Ele a continue protegendo.

Agora, o texto de que falei no começo. Seu autor é o jesuíta James Martin. O texto foi publicado no dia 16 pela revista católica America. O original em inglês está aqui. Abaixo, minha tradução (me desculpem possíveis erros):

Susan Boyle e o Amor de Deus

Certamente, haverá alguns leitores que vão achar este um assunto inapropriado para o blog da revista Catholic. E que irão, sem dúvida, revirar os olhos. De jeito nenhum esse é um assunto novo. Mas eu tenho que perguntar: Você viu o vídeo da mulher chamada Susan Boyle cantando no programa do tipo American Idol chamado Britain’s Got Talent?

Pode ser o melhor exemplo de como Deus nos vê – e de como o mundo frequentemente não nos vê.

A senhora Boyle, uma mulher desempregada de 48 anos, gorducha e cafona, que de forma tocante se descreveu diante das câmeras como “nunca casada, nunca beijada”, vive num pequeno vilarejo escocês no apartamento em que foi criada, com seu gato, Peebles. Católica devota, ela passou a maior parte dos últimos anos cuidando de sua mãe adoentada, que faleceu recentemente aos 91 anos. Quando ela apareceu no palco de Britain’s Got Talent, você podia ver as caretas de desprezo na platéia. E quando a mulher grandalhona anunciou, sorrindo, que cantaria a vocalmente desafiadora canção I Dreamed A Dream, do musical Les Miserables, você podia ver os juízes (incluindo o onipresente Simon Cowell) literalmente revirar os olhos em mal disfarçada desaprovação. Por favor.

Quando a senhora Boyle abriu a boca, entretanto, surgiu uma voz que silenciou seus críticos.

Seu vídeo no Youtube, na última contagem tinha recebido, contando todas as suas versões, dezenas de milhões de acessos. Por quê? Há algumas razões, umas óbvias e outras não. Primeiro, há o fator choque: que surpresa essa mulher desconhecida cantar tão bem! Onde ela esteva esse tempo todo? Segundo, o fator empatia: nós sentimos compaixão por uma mulher um tanto modesta que parece ter sido tão sem sorte na vida. Terceiro: o fator aparência física: estrelato ou mesmo sucesso em programas como American Idol são tipicamente territórios dos belos e jovens. Não são para pessoas como Susan Boyle. Quarto, o fator Grande Descoberta: a excitação de talvez ver o nascimento de uma nova carreira, uma pessoa desconhecida empurrada para a fama. Além disso, a inexplicável ressonância das letras da música escolhida, por alguém que parece estar passando por um momento bem difícil na vida: “Eu sonhei um sonho no tempo que passou / Quando a esperança era grande / E a vida merecia ser vivida / Eu sonhei que o amor nunca morreria / Eu sonhei que Deus perdoaria”.

Mas deve haver algo mais para explicar nosso prazer e aqueles milhões de acessos.

O jeito como vemos Susan está muito próximo do jeito como Deus nos vê: importantes, especiais, talentosos, ímpares, belos. O mundo geralmente olha desconfiado para pessoas como Susan Boyle, isso quando as vê. Sem a beleza clássica, sem emprego, sem marido, vivendo numa cidade pequena, pessoas como Susan Boyle podem não parecer particularmente “importantes”. Mas Deus vê a pessoa real, e compreende o valor dos dons de cada indivíduo: rico ou pobre, jovem ou velho, solteiro ou casado, matrona ou estrela de cinema, afortunada ou sem sorte na vida. Deus nos conhece. E nos ama.

“Todo mundo é alguém”, disse o arcebispo Timothy M. Dolan na missa de sua posse em Nova Iorque ontem. É outra razão pela qual os jurados sorriram e a audiência explodiu em aplausos.

Porque eles reconheceram uma verdade básica que Deus colocou bem fundo dentro deles: Susan Boyle é alguém.

Todo mundo é alguém.

É isso aí, Miss California!


Mais uma desses esquisitíssimos tempos em que vivemos: Carrie Prejean, a concorrente californiana no concurso Miss America 2009, se viu numa inesperada polêmica neste fim de semana. No dia do concurso, sorteou o jurado Perez Hilton (qualquer semelhança com o nome de outra celebridade não é coincidência), um blogueiro gay americano, para lhe fazer uma pergunta. Como assédio moral pouco é bobagem, ele logo perguntou à candidata o que ela achava do casamento entre pessoas dos mesmo sexo. Ela respondeu:

- Eu acredito que um casamento deveria acontecer entre um homem e uma mulher.

O blogayro fez uma carinha de muxoxo e mais tarde se disse "arrasado" com a resposta. Carrie Prejean ficou em segundo lugar no concurso - e agora paira no ar a suspeita de que ela teria ficado em primeiro, não fosse sua resposta politicamente incorreta.

Depois do concurso, conta-nos O Globo, o co-diretor do Miss California disse que estava "pessoalmente triste e atingido" (hum...) pelos comentários da miss.

Já a matéria do G1 sobre o assunto é inacreditável. Após narrar o caso, o site, que pertence à Globo, me sai com essa:

"Em março passado, Dayana Mendonza, a miss Universo, visitou juntamente com a então Miss EUA Crystle Stewart a base de Guantánamo, em Cuba, e após ter visitado praias e a prisão que os americanos mantêm na ilha, disse que se “divertiu muuuuito”. Tudo para engrossar a lista de gafes e/ou possíveis crimes cometidos por vencedoras de concurso de beleza."

Ou seja, mudou de assunto completamente, falando de gafes (ou "crimes") cometidos por outras misses. O que o G1 quis dizer? Que Carrie Prejean, a miss California, cometeu uma gafe? Ou quem sabe, um crime?

A pobre miss está apanhando no Estados Unidos agora - Perez a chama de nomes bem feios em seu blog só por causa de sua opinião e diz que subiria ao palco e lhe tomaria a coroa se ela ganhasse (que democrata, não?). Todo o stablishment midiático (lá como cá, infelizmente) apoia incondicionalmente toda e qualquer causa gay. Pelo menos ela tem o apoio da ampla maioria da população americana, que é contra o casamento gay (a mídia finge que não vê isso, é claro) - e, é claro, está do lado certo. Em entrevista ontem, disse:

- Ter que responder aquela pergunta diante de telespectadores de todo o país, era Deus testando meu caráter e minha fé. Estou contente de ter sido fiel a mim mesma".

Parabéns, Carrie Prejean!

Mais sobre o caso:

Creative Minority Report
American Papist
Perez Hilton (conheçam a peça e o que ele fala de Carrie...)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Mensagem de Páscoa do Papa - em Português

Vídeo legendado em português:



Assine o canal do Vaticano no Youtube:

http://www.youtube.com/vatican

Conheça a Igreja XXIII: A Pastoral da Sobriedade


O objetivo da Pastoral da Sobriedade é atuar na prevenção do uso de álcool e drogas e na recuperação de dependentes químicos. Ela foi criada no Brasil em 1998 e ganhou impulso a partir da Campanha da Fraternidade de 2001, centrada na temática das drogas (o lema daquele ano era "Vida Sim, Drogas Não!").

Nas paróquias, a Pastoral da Sobriedade busca divulgar informações sobre as drogas, incentivar a criação de grupos de auto-ajuda para usuários e familiares, além de criar e manter comunidades terapêuticas para atender aos dependentes químicos que necessitam de internação. A pastoral também procura ajudar na reinserção do dependente químico na comunidade.

Para o trabalho da pastoral, é fundamental a noção de que a evangelização tem papel importantíssimo na libertação das drogas.

Os 12 passos da Pastoral da Sobriedade são um pequeno guia para o caminho de libertação e reinserção dos dependentes. Veja abaixo quais são:

1º ADMITIR: "Senhor, admito minha dependência dos vícios e pecados, e que sozinho não posso vencê-los. Liberta-me! (Rm 7, 15-20)

2º CONFIAR: Senhor, confio em Ti, ouve o meu clamor. Cura-me! (Mc 10, 46-52)

3º ENTREGAR: Senhor, entrego minha vida, minhas dependências, em tuas mãos. Espero em ti. Aceita-me! (I Pd 5, 7-11)

4º ARREPENDER-SE: Senhor, arrependido de tudo o que fiz, quero voltar paras tua graça, para a casa do Pai. Acolhe-me! (Lc 15, 11s)

5º CONFESSAR: Senhor, confesso meus pecados e, publicamente peço teu perdão e o perdão dos meus irmãos. Absolve-me! ( Hb 8, 12-52)

6º RENASCER: Senhor, renasço, no teu Espírito para a Sobriedade. O homem velho passou, eis que sou uma criatura nova. Batiza-me de novo! (Jo 3, 1-15)

7º REPARAR: Senhor, reparo, financeira e moralmente a todos que, na minha dependência eu prejudiquei. Ajuda-me a resgatar minha dignidade e a confiança dos meus. Restaura-me! (Lc 19, 8)

8º PROFESSAR A FÉ: Senhor, professo que creio na Santíssima Trindade e peço ajuda da Igreja, com a intercessão de todos os santos. Instrui-me na Tua Palavra. (Rm 10, 9-10)

9º ORAR E VIGIAR: Senhor, orando e vigiando para não cair em tentação, seremos perseverantes nos Teus ensinamentos. Dá-me a Tua Paz. (Mt 26, 40-41)

10º SERVIR: Senhor, servindo, a exemplo de Maria nossa mãe e mãe de todos, queremos, gratuitamente, fazer dos excluídos os nossos preferidos, através da Pastoral da Sobriedade. (Lc 1, 36-41)

11º CELEBRAR: Senhor, celebrando a eucaristia, em comunidade com os irmãos, teremos força e graça para perseverarmos nessa caminhada. Alimenta-nos no corpo e sangue de Jesus.

12º FESTEJAR: Senhor, festejando os 12 passos para a Sobriedade Cristã, irmanados com todos, na mesma esperança, por um século sem drogas, queremos partilhar e anunciar Jesus Cristo Redentor, pelo nosso testemunho.

domingo, 19 de abril de 2009

Um brinde ao Papa!

Foto: www.vatican.va

Todo mundo sabe: Sua Santidade, o Papa Bento XVI, completa hoje quatro anos de pontificado - e no dia 16 fez aniversário, chegando aos 82 anos de idade.

Devo confessar que, na tarde do dia 19 de abril de 2005, quando assisti, pela primeira vez na vida, a um Habemus Papam (eu que havia nascido e crescido sob João Paulo II), decepcionei-me um pouco. Na época, eu ainda era influenciado por idéias esquerdistas e gostava um pouco da TL, olhando o velho cardeal Ratzinger com certa desconfiança. E como me surpreendeu a escolha do nome! Eu esperava por um João Paulo III...

Mesmo assim, me vi na obrigação - afinal, era meu novo papa! - de defendê-lo das críticas que meus colegas jornalistas já começavam a fazer contra a Igreja conservadora que não escolhera um cardeal pró-aborto e pró-gays para chefiá-la. Com o tempo, fui aprendendo a conhecê-lo melhor.

Hoje me arrependo daquele sentimento de decepção - aliás, deixei bem para trás a doença do esquerdismo.

Bento XVI é um homem sábio, firme e corajoso que vem conduzindo muito bem a Igreja nesses tempos tão terríveis. Vem sendo incessantemente fustigado pelos inimigos da Igreja, entre os quais - sou obrigado a reconhecer - está a imprensa. Mas ele não se verga e segue firmemente, defendendo os valores cristãos e proclamando a Verdade. É um papa que admiro e do qual me orgulho.

Que Deus o abençoe e lhe dê forças para prossegir em sua dura missão.

Obrigado, Joseph Ratzinger.

E à Sua Santidade, um brinde!

Pró-vida americanos inundam Casa Branca de envelopes vermelhos


Uma interessante forma de protesto está chamando a atenção no Estados Unidos: é The Red Envelope Project, uma idéia de um americano chamado Chris Otto. No site criado para apoiar campanha, ele conta que estava orando e ao mesmo tempo pensando nas atitudes abortistas tomadas pelo presidente americano Barack Hussein O. quando teve uma idéia: a de tornar "visível" o número de abortos ocorridos nos Estados Unidos (onde a prática é legal em grande parte dos estados). Ele começou a conclamar todas as pessoas que apóiam a vida a enviar para a Casa Branca, via correio, envelopes vermelhos vazios, em que cada um representa a morte de uma criança. Pois bem, a própria Casa Branca já informou ter recebido em torno de 2 milhões de envelopes, o que seria uma das maiores campanhas dos últimos 35 anos.

A campanha agora está mudando um pouco e diversificando as cores para rosa, azul-bebê e branco. E o nome do projeto pasa a ser "The Life Envelope Project" (talvez para não confundir com a campanha Red, apoiada pelo U2, que arrecada recursos para a África por meio da venda de objetos caros.

De todo modo, continua a valer a idéia de mandar a cartinha para Obama com a inscrição: "Este envelope representa uma criança que foi abortada. Está vazio porque essa vida não pode oferecer nada ao mundo. A VIDA começa na concepção."

Achei bem legal. Não seria uma boa estender o projeto ao Brasil, inundando de envelopes vermelhos o Palácio do Planalto, o Ministério da Saúde, o Supremo Tribunal Federal, a Câmara dos Deputados e o Senado? Fica a idéia.

sábado, 18 de abril de 2009

Obama teme que o Vaticano desenvolva armas atômicas

O Marcio Campos indicou no VS Blog, do Veritatis Splendor, um texto muito divertido publicado em inglês no Creative Minority Report. Vejam abaixo uma tradução que fiz (espero que esteja correta).

Obviamente, trata-se de uma piada. O texto brinca com os recentes atritos entre o governo Obama e a Santa Sé (clique nos links no meio do texto para entender do que se está falando), e faz uma paródia do discurso do presidente americano feito ao povo do Irã (distribuído em vídeo, como costuma fazer o quase xará Osama). É engraçado, mas é um humor feito em cima de coisas sérias - tristemente sérias.

O texto:

Projeto Fogo Sagrado - Ficando Perigoso


Em um lance realmente surpreendente, o Vaticano anunciou hoje que começou a desenvolver seu próprio programa nuclear.

Um porta-voz da Santa Sé anunciou hoje que o Vaticano está operando 3 mil centrífugas no território da Cidade do Vaticano como parte de um esforço para desenvolver capacidade nuclear. De acordo com Monsenhor T. J. Kong, “É importante que o Vaticano se torne independente do ponto de vista energético. É claro que os objetivos são totalmente pacíficos. Entretanto, se resolvêssemos desenvolver armas nucleares, isso seria um direito nosso. Mas, por enquanto, o Projeto Fogo Sagrado tem natureza inteiramente pacífica.”

Líderes de todo o mundo foram surpreendidos com o anúncio do Projeto Fogo Sagrado e agora se indagam se os cientistas do Vaticano possuem a tecnologia para construir armas nucleares. Uma importante autoridade da União Européia, que não quis se identificar, afirma que eles possuem. “Lembrem-se, a Igreja inventou a ciência moderna e quem sabe o tipo de informação que eles têm naqueles arquivos do Vaticano?”

A reação internacional foi rápida. Enquanto anteriormente a administração Obama havia demonstrado pouco respeito pela pequena cidade-estado, (apoiando entusiasticamente o aborto, forçando a remoção de símbolos cristãos antes de discursar em universidade católicas, tentando eliminar a objeção de consciência para funcionários católicos do sistema de saúde e de agências de adoção, financiando a destruição de embriões e repetidamente tentando nomear embaixadores abortistas) parece que agora o Vaticano atraiu sua atenção.

Em um pronunciamento na TV feito às pressas e endereçado ao Vaticano, Obama disse:

“Hoje eu quero estender meus melhores desejos a todos aqueles que celebram a Páscoa no Vaticano e em todo o mundo. Este feriado é tanto um antigo ritual como um momento de renovação, e eu espero que vocês desfrutem esta época do ano com seus amigos e com suas famílias.

Em especial, eu gostaria de falar diretamente ao povo e aos líderes da Cidade do Vaticano. A Páscoa é só uma parte de sua grande e célebre cultura. Por muitos séculos, sua arte, sua música, suas cruzadas e inquisição têm feito do mundo um lugar melhor e mais belo.

Aqui nos Estados Unidos nossas próprias comunidades têm sido aprimoradas pelas contribuições dos vaticano-americanos. Nós sabemos que vocês são uma grande civilização, e suas conquistas têm merecido o respeito dos Estados Unidos e do mundo.

Eu sei que, freqüentemente, durante as administrações anteriores, os Estados Unidos agiram com mão pesada relativamente aos interesses dos vaticanos. Aqueles dias acabaram.

Com o intuito de demonstrar meu respeito pelo Vaticano e por todo o seu povo, eu anuncio hoje que estou cancelando meu discurso na Universidade de Notre Dame. Em primeiro lugar, eu nem queria mesmo fazê-lo, mas David Axelrod pensava que seria uma boa idéia. Além disso, se eu for discursar em outra universidade católica, eu não mais solicitarei que seja removido nenhum símbolo cristão. Agora que eu sei que o Vaticano está ficando perigoso, todas as pré-condições para o diálogo estão eliminadas.

Eu espero que vocês respondam gentilmente ao meu gesto de boa vontade. Talvez encerrando sua oposição aos preservativos ou à ordenação de mulheres; mas isso não é pré-condição ao diálogo. Eu pretendo continuar fazendo concessões enquanto vocês nos odiarem. Obrigado, e como dizem na grande linguagem do Vaticano, Sursum Corda ('Corações ao alto')."

O Papa não foi encontrado para comentar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Funciona melhor quando compartilhado"

Mais uma de Umbert, o Não Nascido:

Lembram que ele tinha recebido um manual sobre como usar o coração? Ele continua a leitura...

- "Você é agora o orgulhoso proprietário de um coração humano."
- "Seu coração é desenvolvido para fornecer por toda a vida um suprimento..."
- "...de Amor, Compaixão e Generosidade."
- Funciona melhor quando compartilhado com os outros.

Mais Umbert:
- Página oficial de Umbert
- As aventuras de um feto
- Mais Umbert, the Unborn

Pela rede

Muita coisa legal pela rede. Vejam abaixo:

- Mais cientistas apoiam publicamente o Papa Bento XVI com relação aos preservativos. Depois de Edward Green, uma das maiores autoridades mundiais no combate à Aids, foi a vez de um grupo de cientistas franceses, que publicou uma carta no jornal Le Monde expressando sua concordância quanto às observações feitas pelo sumo pontífice durante sua viagem à África, quando ele advertiu que apenas sem abstinência e fidelidade não é possível deter a expansão da doença. Leiam a tradução da carta no Per fas et per nefas.

- Ives Gandra Martins Filho, ministro do Supremo Tribunal do Trabalho, publicou mais um excelente artigo. Desta vez, ele comenta as críticas feitas à colocação de uma Bíblia na mesa do presidente da Câmara e defende o direito de as autoridades valorizarem e mesmo manifestarem seus valores cristãos. Leiam no blog Filha Pródiga.

-Pra finalizar. Eu não connhecia essa música simples e linda. Valeu, Wagner Moura!

domingo, 12 de abril de 2009

Ele vive! Ele reina!

"Eis que renovo todas as coisas"


Jesus Cristo ressuscitou. Esse é o evento que celebramos neste mês de abril, mês da Páscoa, que é, na verdade, o fato mais importante da História. A maravilhosa história da salvação do homem se completa: o Deus Filho ressurge dos mortos vitorioso, glorificado, vivo em corpo e espírito. Ele percorreu o caminho ao qual todos somos chamados. Ele se fez esse caminho. Assim como Jesus ressuscitou, todos também podemos ressuscitar para a vida eterna. Mas é preciso querer.

Querer seguir o caminho de Jesus para poder, um dia, estar ao seu lado no Paraíso, privilégio concedido primeiramente, vejam só, a um pobre ladrão. Este é o primeiro passo: a vontade. Basta querer e já teremos começado a trilhar o caminho. Muitos dirão que não é um caminho fácil. É longo, árduo, pedregoso, muitas vezes solitário; enquanto o outro caminho - o atalho - é curto, cheio de prazeres e confortos. Sim, pode ser verdade. Mas pensemos: o caminho curto nos leva à escuridão, enquanto no final do caminho longo está Deus. No fim da vida, quem queremos encontrar?

Jesus venceu a morte. O mais difícil, Ele já fez. Depois que decidimos segui-lo, e nos colocamos no caminho, precisamos dar os próximos passos. São passos difíceis, mas se tivermos fé, perceberemos Jesus a nos acompanhar, sentiremos o Espírito a nos fortificar, teremos o Pai a nos proteger.

Quando os apóstolos Pedro e João ouviram a notícia de que o sepulcro onde Jesus fora enterrado estava vazio, eles correram para lá. Corramos também nós para encontrar Cristo, deixemos que ele nos renove, que nos transforme. Vivamos como pessoas ressuscitadas. Deixemos para trás nossas fraquezas, deixemos aquilo que nos prende, deixemos para trás nossos os pecados.

Sejamos homens novos e mulheres novas, seguidores do Cristo vivo. Sejamos fortes, decididos, e sigamos o caminho mostrado por Jesus, combatamos o bom combate de que nos fala São Paulo, armados não de espadas ou fuzis, mas de fé, compaixão, caridade, solidariedade, pureza.

Se formos capazes de trilhar esse caminho, ressuscitaremos para a vida eterna. Assim como Cristo ressuscitou, também nós ressuscitaremos. Na ressurreição, teremos um corpo glorioso, não mais sujeito à fome, às doenças, ao envelhecimento, ao sofrimento e à morte. Será um corpo glorioso que refletirá a glória e a perfeição do Criador.

Não podemos perder essa oportunidade para a qual Jesus nos convida: estar com Ele, com o Pai e o Espírito Santo, para sempre!

Com a ajuda do Cristo Ressuscitado, libertemo-nos de nossos egoísmos, de nossas cobiças, de nossas invejas, de nossas vaidades, de nossos rancores, de nossos falsos orgulhos. Aprendamos a amar, a servir, a adorar nosso Senhor na pessoa de nosso próximo. Aproveitemos esta Quaresma, esta Semana Santa, esta Páscoa. Jesus renova todas as coisas. Deixemos que Ele nos renove também.

Casas do Senhor XXI: A Basílica do Santo Sepulcro

No interior da Basílica do Santo Sepulcro,a pedra sobre a qual foi colocado o corpo de Jesus


O local mais sagrado de toda a Cristandade, a Basílica do Santo Sepulcro (ou da Ressurreição, para os ortodoxos gregos) fica em Jerusalém, tendo sido construída no local onde, acredita-se, Jesus Cristo foi enterrado e onde ressuscitou. Não há provas definitivas sobre isso, mas a maioria dos especialistas consideram muito provável que esse seja o lugar correto.

Os Evangelhos nos contam que o local onde Jesus foi enterrado pertencia a José de Arimatéia. Lá o Corpo de Cristo foi colocado às pressas, antes que começasse o sábado. Lacrada com uma grande pedra, a sepultura foi guardada por soldados romanos. Foi lá que Jesus ressuscitou e foi visto primeiramente por Maria Madalena. Para lá acorreram Pedro e João para verificar o fato.

Aparentemente, o Sepulcro tornou-se um local de culto dos primeiros cristãos desde os primeiros tempos. Mas após a destruição de Jerusalém pelos exércitos de Tito, em 70 d.C., o local teria sido abandonado. No século seguinte, por ordem do imperador Adriano, foi construído sobre o Sepulcro um templo dedicado à deusa Afrodite. O Santo Sepulcro foi reencontrado no ano de 326 por Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino.

Após se converter ao Cristianismo e conceder a liberdade de culto aos cristãos, cessando as perseguições, Constantino quis redescobrir os lugares sagrados de sua nova fé. Sua mãe viajou a Jerusalém com autoridade imperial e, com a ajuda do bispo Macário, realizou pesquisas e conseguiu localizar o Santo Sepulcro. Com isso, o templo de Afrodite foi destruído e iniciou-se a construção de uma basílica no local, cuja festa de dedicação ocorreu em 335. Durante as escavações, foram encontrados o que seriam os fragmentos de três cruzes de madeira, identificadas como sendo as de Jesus e dos dois ladrões. Segundo uma antiga lenda, a Cruz Verdadeira de Cristo teria sido reconhecida depois de um doente ter sido milagrosamente curado ao tocá-la.

A história de destruição e de reconstrução do Santo Sepulcro não cessou. Em 624 a basílica foi incendiada pelos persas que tinham invadido a Palestina. A reconstrução se deu entre 634 e 628. Nos séculos IX e X, um terremoto e inúmeros tumultos religiosos envolvendo muçulmanos, judeus e cristãos, danificaram a basílica. Em 1009 o califa Al-Hakim ordenou a destruição do templo. Uma parte foi reconstruída pelos bizantinos em meados do século XI, mas a reconstrução total só ocorreu após a tomada de Jerusalém pelos cruzados em 1099. A reconstrução foi concluída em 1149 - este é o edifício atual.

Embora os cristãos tenham perdido novamente Jerusalém, a basílica sobreviveu. Uma nova destruição parcial ocorreu em 1808, após um incêndio e outra em 1927, em decorrência de um terremoto. A restauração prossegue até hoje.

A Basílica do Santo Sepulcro é administrada de forma compartilhada pela Igreja Católica (que incumbiu a Ordem Franciscana da tarefa), pela Igreja Ortodoxa Grega e pela Igreja Ortodoxa Armênia. Além desses custódios principais, ortodoxos dos ramos copta egípcio, etíope e sírio também têm alguns direitos e responsabilidades no sítio. Já as chaves da Basílica estão sob a custódia, há séculos, de duas famílias muçulmanas: a uma cabe sua guarda e a outra, a abertura da porta.

Na arquitetura da Basílica do Santo Sepulcro convivem os estilos românico e bizantino. Há diversas capelas, administradas por diferentes custódios. Perto da entrada fica a Pedra da Unção, onde o Corpo de Jesus foi ungido antes de ser enterrado. No interior da Basílica também fica o Calvário, o local onde Jesus foi crucificado. Ali há duas capelas, uma sob administração católica e outra sob administração dos ortodoxos gregos. É nessa última capela que fica a Pedra do Calvário, ao redor da qual toda a Basílica foi construída. Abaixo do Calvário fica a Capela de Adão - segundo uma antiga lenda, Adão teria sido enterrado sob o Gólgota e teria sido o primeiro homem redimido pelo sangue de Cristo, derramado diretamente sobre ele. Ali vê-se uma rachadura na pedra - evidência, segundo a Tradição, do tremor de terra que sacudiu Jerusalém no momento da morte de Jesus.

O principal local na Basílica, no entanto, é a Rotunda ou Anastasis. É uma área circular, que ainda preserva elementos da basílica construída por Constantino. É ali, sob um domo, que fica a sepultura onde ficou, entre a tarde de sexta-feira e a madrugada de domingo, o Corpo de Jesus. A tumba fica sob um santuário chamado Edícula. Na Capela do Santo Sepulcro, dentro da Edícula, um vaso com velas assinala o local onde repousou a cabeça de Jesus.

Para saber mais:

Hotsite Santo Sepulcro (Canção Nova)
Ministério das Relações Exteriores de Israel (em português)
Sacred Destinations (em inglês)

Para mais fotos:
Sacred Destinations
Tour Virtual

Mosaico que fica atrás da Pedra da Unção. Foto: Brian Jeffery Beggerly

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Por Amor



Ele é Deus. Assim, pode tudo. Basta uma centelha de vontade, um rápido pensamento, e o mundo inteiro pode mover-se, ou deixar de se mover. Foi assim que Ele transformou água cristalina em vinho. O que não era, passou a ser. Foi assim que cinco pães alimentaram cinco mil homens. O que não bastava, até sobrou. Foi assim que o cego começou a ver. Onde só havia escuridão, a luz penetrou. Foi assim que Ele andou sobre o mar; foi assim que Ele parou uma tempestade. Bastou que Ele quisesse. Ele desejou, e assim se fez. Ele é Deus, pode tudo.

"Se és mesmo o filho de Deus, desce dessa cruz", zombava e desafiava o povo. Ele não podia dar ordens aos ventos, fazer paralíticos andarem, fazer viver o que já estava morto? Então por que estava ali, pregado naquela cruz, com o corpo dilacerado? Ouvindo passivo o rugido da multidão? Que descesse!

Esse é um doloroso mistério da Paixão. O Filho de Deus se fez homem. Ele andou sobre o nosso mundo, do jeito que nós andamos. Pisou o mesmo chão. Tropeçou nas mesmas pedras, lavou-se nas mesmas águas. Alimentou-se do mesmo pão. Sentiu frio, calor, sede, dor. Tudo como nós. Tudo, com exceção do pecado.

Deus se fez homem. Deus se fez carne. E se entregou ao sofrimento como nenhum homem jamais havia feito. Deus se colocou no nosso lugar. Ele se entregou em sacrifício por nós. Ele se fez o Cordeiro de Deus.

Antigamente, os judeus costumavam sacrificar a Deus aquilo que tinham de melhor. Levavam ao Templo o melhor boi, o melhor cordeiro, a melhor parte da colheita, o melhor fruto de seu trabalho para sacrificar a Deus. O objetivo era mostrar ao Pai que podiam se desapegar do melhor que tinham para louvá-Lo e Lhe rogar o perdão dos pecados. Esse é o significado do sacrifício.

Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele próprio se entrega em sacrifício, resgatando os pecados da humanidade inteira. Daí em diante nunca mais será preciso sacrificar bois e ovelhas. O maior de todos os sacrifícios, a maior de todas as oferendas já foi feita.

Agora, nós ainda queremos pecar?

Antes de pecar, então, lembremo-nos. Lembremo-nos de cada uma das 39 chicotadas que Jesus levou. Lembremo-nos que o chicote tinha nove tiras, com pedaços pontudos de ossos em cada uma das nove pontas. Façamos as contas: 39 x 9. Foram 351 golpes cortando a pele, penetrando na carne, arrancando sangue e dor. Pensemos também na coroa de espinhos, forçada sobre o crânio. Lembremo-nos das humilhações, das bofetadas, das pancadas, das cusparadas. Lembremo-nos do peso da trave da cruz, algo perto de 50 quilos, carregados ao longo de mais de meio quilômetro – isso depois das chicotadas, das pancadas e de estar mais de doze horas sem comer nem beber nada.

Não se convenceu ainda? Então pensemos em como deve ser a sensação de ser despido e colocado sobre a cruz, com os braços esticados. Lembremo-nos dos cravos (que mediam quase 20 centímetros) sendo pregados com uma marreta, em cada um dos pulsos e também nos pés. Pensemos em quantos golpes foram necessários para pregar cada cravo na carne e no osso. E depois, pensemos na cruz já erguida sobre o chão. Imaginemos ter todo o nosso peso sustentando em nossas mãos pregadas. Imaginemos não conseguir respirar direito, pois o nosso corpo não tem sustentação para puxar ar suficiente.

Pensemos na sede. A língua presa no céu da boca. O sangue escorrendo por todo o corpo. Imaginemos agora a dor de cada uma das 351 vergastadas, dos ferimentos da cabeça provocados pelos espinhos, dos buracos nos pulsos e nos pés e da cãibra que domina todos os músculos.

Essa pequena descrição não tem a intenção de nos torturar. Apenas quer nos dar uma pequena noção daquilo que Jesus, o Filho de Deus, sofreu, da dor que suportou para nos salvar. Para nos libertar da morte. Para permitir que nós tenhamos acesso ao Reino de Deus. Jesus Cristo se entregou ao sacrifício por nossa causa. Cada golpe que se corpo recebeu , no fim das contas, foi provocado por nós.

Mesmo assim, no auge da dor, ele pediu a Deus que nos perdoasse. Essa é a resposta à grande pergunta. Por quê? Por que o Filho de Deus, que poderia ter feito parar todo esse sofrimento se assim desejasse, aceitou tudo?

Por amor é a resposta. Por amor.

Deus nos ama. Jesus nos ama. Cada pecado nosso é uma ferida em seu corpo, uma chaga em seu coração. É por isso que não devemos pecar. Não por que tenhamos medo do inferno. Mas por amor. Quem ama não quer ver o ser amado sofrendo. Pode um pai ou uma mãe suportar a dor de um filho? Pode um filho agüentar o choro dos pais? Os irmãos não cuidam uns dos outros? Então porque continuamos pecando, se sabemos que são os nossos pecados a razão da crucificação de Jesus?

Procuremos parar de pecar e reconheçamos, sejamos gratos. Acima de tudo, por amor ao Pai, a Jesus.

Afinal, Ele nos amou primeiro.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Deus abençoe os sacerdotes

Uma grande notícia foi dada por alguns veículos de mídia recentemente: a de que voltou a crescer o número de padres. O jornal carioca O Dia publicou uma ótima matéria sobre o assunto, informando que foram ordenados em 2008 no Brasil 220 novos sacerdotes, sendo que a média dos dez anos anteriores era de 55 por ano. Além disso, ainda segundo a reportagem, muitos seminários estão sendo obrigados a recusar candidatos por falta de vagas.

Os blogs Veritatis Splendor e Por que não dizem... repercutiram essa notícia com uma análise que considero bastante correta: a firmeza doutrinal, ao contrário do que pensava (e desejava...) muita gente, está incentivando o florescimento de novas vocações.

Espero que seja o fim do triste inverno vocacional que o mundo viveu nas últimas décadas. Nos anos 80 e 90 o número de candidatos ao sacerdócio caiu drasticamente, a idade média dos padres aumentou. Em geral, os especialistas apontam o relativismo (em suas vertentes moral, religiosa e cultural) como a principal razão disso. Para piorar, a partir dos anos 90 estouraram seguidos escândalos de pedofilia envolvendo padres – e os pecados de uns acabaram, na opinião pública, recaindo sobre todos.

Os padres, em certa medida, passaram a ser muito mal vistos. Acho que ao longo da história sempre houve, paralelamente ao sentimento de reverência que os sacerdotes merecem, um sentimento de incompreensão que se aproximou muito, nos últimos tempos, da aversão. Sempre houve gente que achava que os padres “não trabalham”, ou que são homens só pela metade. Mas recentemente, acho que isso piorou.

A título de exemplo: há algum tempo, ouvi uma mãe dizer, em tom de brincadeira, que seu filho de quatro anos um dia seria padre. O marido, mais que depressa, disse: “de jeito nenhum!” Por que isso? Acho que, nesse caso, é uma forma estúpida de machismo, que deprecia a virilidade dos sacerdotes e exalta a, digamos assim, “galinhagem” masculina. Acho que esse pequeno exemplo mostra bem como muita gente encara os sacerdotes: com certo desprezo, alguma galhofa. E certamente muita gente pensa – mesmo que não fale claramente – que o sacerdócio é uma “profissão” para jovens “fracassados”, que não teriam melhor perspectiva profissional ou mesmo afetiva na vida.

Tenho enorme respeito e admiração por todas as pessoas que decidem seguir o sacerdócio ou a vida religiosa. São homens que se sacrificam em prol de todos. Se eles não decidissem abrir mão da família e da vida sexual, da riqueza material, de certas liberdades, de sucesso mundano, nós não teríamos quem consagrasse o Pão e o Vinho e estaríamos privados da Eucaristia! Não teríamos quem nos ouvisse em confissão e estaríamos privados da reconciliação com Deus!

Que o Senhor abençoe todos os sacerdotes e todos os seminaristas! Que Ele fortaleça suas vocações e os ajude a trilhar esse caminho difícil, mas glorioso. E que Ele nos ajude a ser mais reverentes – e se necessário, pacientes – com todos os sacerdotes.

Para finalizar, recupero dois vídeos que já foram indicados aqui. Eles são as partes I e 2 do breve documentário "Fishers of Men" ("Pescadores de Homens"), da produtora americana Grassroots Films e tratam da beleza e dos desafios do sacerdócio. Muito bonitos:

Fishers of Men - Parte 1:



Fishers of Men - Parte 2:

O Jejum de Sexta-Feira da Paixão

Embora todos saibamos que devemos jejuar e nos abter de carne na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira da Paixão, geralmente não sabemos ao certo como fazer isso. Pois há um texto bastante esclarecedor disponível no site da Canção Nova. Aém de explicar as várias formas de jejum que existem (a pão e água, a base de líquidos, completo...), ele explica como fazer o chamado jejum da Igreja, que é o desses dois dias santos. Veja abaixo:

Jejum da Igreja

Assim é chamado o tipo de jejum prescrito para toda a Igreja e que, por isso, é extremamente simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.

Alguém poderia pensar que esse seja um jejum relaxado ou que nem seja realmente jejum, porque ele é muito fácil. Mas não é bem assim.

Esse modo de jejuar vem da Tradição da Igreja e pode ser praticado por todos sem exceção, sendo esse o motivo porque é prescrito a toda a Igreja.

O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.

Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.

O conceito de jejum não exige que você passe fome. Em suas aparições em Medjurgorje, a própria Nossa Senhora o repetiu várias vezes. Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer.

O importante, e aí está a essência do jejum, é a disciplina, e é você não comer nada além dessas três refeições. O que interessa é cortar de vez o hábito de "beliscar", de abrir a geladeira várias vezes ao dia para comer "uma coisinha". Evitar completamente, nesse dia, as balas, os doces, os chocolates e os biscoitos. Deixar de lado os refrigerantes, as bebidas e os cafezinhos.

Para quem é disciplinado - e muitos de nós o somos -, isso é um jejum, e dos "bravos"! Nesse tipo de jejum, não se passa fome. Mas como "a gente" se disciplina; como refreia a gula! E é esta a finalidade do jejum.

Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de jejum, mesmo os doentes, porque água e remédios não quebram jejum. Se for necessário leite para tomar os remédios, o jejum não é quebrado, pois a disciplina fica mantida. Para o doente e para o idoso, disciplina mesmo talvez seja tomar os remédios e tomar corretamente.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Deixe Cristo entrar em sua vida


Não é fácil ter tempo para Deus; não é fácil pensar nEle. O mundo anda tão corrido, tão complicado, que é mais simples deixar para depois. Há o trabalho, há os estudos – como interromper nossas tarefas para gastar tempo com Cristo? E quando sobrar tempo... Bom, precisamos é nos divertir, jogar bola, ver novela, beber uma cerveja, afinal, ninguém é de ferro!

Mas, enquanto isso, Jesus Cristo bate à porta. Ele chama, estende a mão. Ele é o Bom Pastor, que não descansa enquanto uma ovelha estiver perdida, que luta para afastar o lobo e manter o rebanho protegido e que não descuida de nenhum cordeiro. Por isso, aqueles que se perdem, Ele procura. Aqueles que se afastam, Ele busca. Aqueles que se escondem, Ele acha. Aqueles que Lhe fecham a porta, ele chama. Nós vamos ouvi-lo?

Todos conhecemos a história de um jovem aventureiro que um dia, com o espírito curioso e ansioso por conhecer o mundo, pediu ao pai a sua parte da herança e foi-se embora. Ele viajou, divertiu-se de forma vergonhosa, esbaldou-se no pecado, deixou para trás sua família e seu Deus para mergulhar nos “prazeres” do mundo. Mas todos sabemos como ele quase terminou. Estava esse jovem a chafurdar no chiqueiro, a alimentar-se com as sobras dos porcos, quando se arrependeu, e, decidindo que seu fim não seria aquele, resolveu voltar – para casa, para seu pai, para Deus.

Será que somos como esse jovem? Estamos em casa pensando em pedir a nossa parte da herança? Ou até já pedimos e estamos a caminho do pecado? Ou, pior, já estamos no chiqueiro? Tomara que não. Mas, se algum dias nós escorregamos, ou se algum dia viermos a escorregar, tomara que tenhamos a humildade – e a coragem – desse jovem de pedir perdão e de retornar.

Encerrou-se anteontem a Quaresma e vivemos agora a Semana Santa. Devemos aproveitar estes dias para refletir sobre o sacrifício de Jesus Cristo por nós e para nos reencontrarmos com Deus, para abrirmos nossos corações para Jesus, para deixá-Lo entrar em nossa casa, para deixá-Lo conviver com nossa família. Partilhar com Ele a nossa vida. Precisamos nos converter.

Converter-nos significa fortalecer a nossa fé, cultivá-la e fazê-la dar frutos. Que frutos são esses? Ora, é a salvação da nossa alma e daqueles que estão perto de nós. É o bem que pudermos fazer ao nosso redor. É a felicidade que pudermos construir na nossa família. E é o trabalho que pudermos fazer em nossa comunidade e em nossa Igreja.

Converter-nos significa também ter a coragem de contrariar o mundo. Homem que é homem, mulher que é mulher, faz o que é certo, não o que os outros fazem. Nos tempos modernos, algumas pessoas, principalmente na TV, no cinema e nas revistas, querem convencer os outros de que amar a Deus, de que seguir uma religião é coisa fora de moda. Eles dizem que nada é pecado, que não existe mais o certo e o errado. Essas pessoas, talvez sem saber, fazem o serviço do demônio. É preciso dizer NÃO a essas mentiras, é preciso voltar ao seio da Igreja, é preciso fugir do pecado e correr para os braços de Jesus.

E não é possível encontrar Jesus longe da Igreja. Aqueles que pensam que podem chegar a Ele sozinhos estão enganados. Somente a Igreja pode nos mostrar o Jesus verdadeiro, o Filho de Deus, sem os disfarces que muitos quiseram colocar nEle – como os disfarces do revolucionário político ou do filósofo relativista.

Somente nos abriremos de verdade para Jesus quando estivermos vivendo verdadeiramente a vida cristã – e isso significa, também, participar das missas, comungar sempre, confessar-se com freqüência. Aquele que fica longe da Igreja, pensando de que poderá encontrar Jesus sozinho, vive em ilusão. Afinal, nenhuma planta vive nem dá frutos se estiver esquecida na escuridão, sem luz e sem água. Os alimentos espirituais que nos fazem crescer na fé só podemos encontrar na Igreja Católica: são o Jesus Eucarístico e a Palavra de Deus.

Quem está afastado de Cristo precisa saber que Ele está só esperando que O deixem se aproximar. Quem está afastado da Igreja, precisa voltar. Quem se perdeu no caminho, precisa esquecer as palavras perigosas daqueles que não têm fé, esquecer as armadilhas do mundo, esquecer os pesos do passado. Fazer como o filho pródigo: fugir do chiqueiro dos pecados e correr para o lugar onde há alegria, amor e felicidade.

Conheça a Igreja XXII: A Ordem dos Jesuítas


A Companhia de Jesus (Societas Iesu, abreviatura SJ) foi fundada em 1534 por Iñigo López de Oñaz y Loyol (conhecido mais tarde como Santo Inácio de Loyola) e por seis companheiros estudantes da Universidade de Paris. A aprovação pontifícia foi dada por Paulo III em 1540. O objetivo dos fundadores era se colocarem à disposição do papa, cumprindo as missões que ele lhes designasse. O contexto da época - da Reforma e da Contra-Reforma - fez da Companhia de Jesus um importante instrumento de expansão do Catolicismo e de combate ao Protestantismo.

Os jesuítas tiveram importante papel na época das grandes navegações. Eles desembarcaram nas Américas e na Ásia, aonde p
rocuraram levar o Evangelho. Geralmente eram jesuítas os primeiros missionários nas novas terras descobertas. Sua atuação, no entanto, não tardou a desagradar aos governantes de Portugal e Espanha, as duas principais potências coloniais: os padres jesuítas logo se opuseram à escravidão indígena e criaram "reservas" de proteção aos índios: as chamadas missões ou reduções, onde eles viviam coletivamente e eram educados e catequizados, razoavelmente protegidos dos caçadores de escravos. A presão, no entanto, acabou levando à supressão das missões.

A ordem esteve formalmente extinta entre 1773 e 1814. Na época, era acusada de imiscuir-se nos assuntos temporais e antes de sua extinção, foi expulsa de países como Portugal, Espanha e França. Depois de sua restauração, no entanto, a ordem voltou a se espalhar pelo mundo.

A Companhia de Jesus é um instituto de vida consagrada em que seus membros são sacerdotes. Atualmente, são 21 mil padres em 112 países. No Brasil, são três províncias: a do Brasil Meridional, a do Brasil Centro-Leste e a do Brasil Nordeste.

Os jesuítas participam mais ativamente de projetos educacionais, de evangelização e de defesa dos direitos humanos. Sua espiritualidade está fundada nos famosos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, livro escrito pelo santo fundador "para ajudar as pessoas que procuram e desejam seguir a Jesus Cristo no serviço do Reino de Deus."

Um importante movimento leigo ligado à Companhia de Jesus é o Apostolado da Oração, fundado na França em 1844 em um colégio Jesuíta.

Entre os 50 santos jesuítas, podemos citar, além de Santo Inácio, São Francisco Xavier e São Luís Gonzaga. Devemos lembrar também que o beato José de Anchieta também era jesuíta.

Para saber mais:
Províncias brasileiras Meridional, Centro-Leste e Nordeste
Companhia de Jesus (Enciclopédia Católica ACI Prensa, em espanhol)
SJWeb (portal internacional em inglês e espanhol)
Jesuítas em Portugal
Apostolado da Oração (site internacional, em inglês)

Obras jesuítas (escolas, universidades, etc)

Perdão

Durante esse tempo falamos e falamos sobre os pecados e suas consequências negativas em nossa vida. Hoje vamos falar sobre a misericórdia de Deus em sua capacidade de nós perdoar.

Modos de obter o perdão dos pecados

§1434 As múltiplas formas da penitência na vida cristã A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros. Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, "que cobre uma multidão de pecados" (1Pd 4,8).

§1435 A conversão se realiza na vida cotidiana por meio de gestos de reconciliação, do cuidado dos pobres, do exercício e da defesa da Justiça e do direito, pela confissão das faltas aos irmãos, pela correção fraterna, pela revisão de vida, pelo exame de consciência pela direção espiritual, pela aceitação dos sofrimentos, pela firmeza na perseguição por causa da justiça. Tomar sua cruz, cada dia, seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitencia.

§1436 Eucaristia e penitência. A conversão e a penitência cotidiana encontram sua fonte e seu alimento na Eucaristia, pois nela se torna presente o sacrifício de Cristo que nos reconciliou com Deus; por ela são nutridos e fortificados aqueles que vivem da vida de Cristo: "ela é o antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais".

§1437 A leitura da Sagrada Escritura, a oração da Liturgia das Horas e do Pai-nosso, todo ato sincero de culto ou de piedade reaviva em nós o espírito de conversão e de penitência e contribui para o perdão dos pecados.

§1438 Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna (obras de caridade e missionárias).

§1439 O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do "filho pródigo", cujo centro é "O pai misericordioso": o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.

P.28.16.11 Oblação de Cristo pelos pecados do homem

§606 O Filho de Deus, que "desceu do Céu não para fazer sua vontade, mas a do Pai que o enviou", "diz ao entrar no mundo:.. Eis-me aqui... eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade... Graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas" (Hb 10,5-10). Desde o primeiro instante de sua Encarnação, o Filho desposa o desígnio de salvação divino em sua missão redentora: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar sua obra" (Jo 4,34). O sacrifício de Jesus "pelos pecados do mundo inteiro" (1Jo 2,2) é a expressão de sua comunhão de amor ao Pai: "O Pai me ama porque dou a minha vida" (Jo 10,17). "O mundo saberá que amo o Pai e faço como o Pai me ordenou" (Jo 14,31).

§607 Este desejo de desposar o desígnio de amor redentor de seu Pai anima toda a vida de Jesus pois sua Paixão redentora é a razão de ser de sua Encarnação: "Pai, salva-me desta hora. Mas foi precisamente para esta hora que eu vim" (Jo 12,27). "Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?" (Jo 18,11). E ainda na cruz, antes que tudo fosse "consumado" (Jo 19,30), ele disse: "Tenho sede" (Jo 19,28).

§608 Depois de ter aceitado dar-lhe o Batismo junto com os pecadores, João Batista viu e mostrou em Jesus o "Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". Manifesta, assim que Jesus é ao mesmo tempo o Servo Sofredor que se deixa levar silencioso ao matadouro e carrega o pecado das multidões e o cordeiro pascal, símbolo da redenção de Israel por ocasião da primeira Páscoa Toda a vida de Cristo exprime sua missão: "Servir e dar sua vida em resgate por muitos".

§609 Ao abraçar em seu coração humano o amor do Pai pelos homens, Jesus "amou-os até o fim" (Jo 13,11), "pois ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,13). Assim, no sofrimento e na morte, sua humanidade se tornou o instrumento livre e perfeito de seu amor divino, que quer a salvação dos homens. Com efeito, aceitou livremente sua Paixão e sua Morte por amor de seu Pai e dos homens, que o Pai quer salvar: "Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente" (Jo 10,18). Daí a liberdade soberana do Filho de Deus quando Ele mesmo vai ao encontro da morte.

§610 Jesus expressou de modo supremo a oferta livre de si mesmo na refeição que tomou com os Doze Apóstolos na "noite em que foi entregue" (1 Cor 11,23). Na véspera de sua Paixão, quando ainda estava em liberdade, Jesus fez desta Última Ceia com seus apóstolos o memorial de sua oferta voluntária ao Pai, pela salvação dos homens: "Isto é o meu corpo que é dado por vós" (Lc 22,19). "Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados" (Mt 26,28).

§611 A Eucaristia que instituiu naquele momento será o "memorial" de seu sacrifício. Jesus inclui os apóstolos em sua própria oferta e lhes pede que a perpetuem. Com isso, institui seus apóstolos sacerdotes da Nova Aliança: "Por eles, a mim mesmo me santifico, para que sejam santificados na verdade" (Jo 17,19).

§612 O cálice da Nova Aliança, que Jesus antecipou na Ceia, oferecendo-se a si mesmo, aceita-o em seguida das mãos do Pai em sua agonia no Getsêmani, tornando-se "obediente até a morte" (Fl 2,8). Jesus ora: "Meu Pai, se for possível, que passe de mim este cálice..." (Mt 26,39). Exprime assim o horror que a morte representa para sua natureza humana. Com efeito, a natureza humana de Jesus, como a nossa, está destinada à Vida Eterna; além disso, diversamente da nossa, ela é totalmente isenta de pecado, que causa a morte"; mas ela é sobretudo assumida pela pessoa divina do "Príncipe da Vida", do "vivente". Ao aceitar em sua vontade humana que a vontade do Pai seja feita, aceita sua morte como redentora para "carregar em seu próprio corpo os nossos pecados sobre o madeiro" (1Pd 2,24).

§613 A morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal, que realiza a redenção definitiva dos homens pelo "cordeiro que tira o pecado do mundo", e o sacrifício da Nova Aliança, que reconduz o homem à comunhão com Deus, reconciliando-o com ele pelo "sangue derramado por muitos para remissão dos pecados".

§614 Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera todos os sacrifícios. Ele é primeiro um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que entrega seu Filho para reconciliar-nos consigo. É ao mesmo tempo oferenda do Filho de Deus feito homem, o qual, livremente e por amor, oferece sua vida a seu Pai pelo Espírito Santo, para reparar nossa desobediência.

§615 Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos" (Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus realizou a substituição do Servo Sofredor que "oferece sua vida em sacrifício expiatório", "quando carregava o pecado das multidões", "que ele justifica levando sobre si o pecado de muitos". Jesus prestou reparação por nossas faltas e satisfez o Pai por nossos pecados.

§616 É "o amor até o fim" que confere o Valor de redenção de reparação, de expiação e de satisfação ao sacrifício de Cristo. Ele nos conheceu a todos e amou na oferenda de sua vida. "A caridade de Cristo nos compele quando consideramos que um só morreu por todos e que, por conseguinte, todos morreram" (2 Cor 5,14). Nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos. A existência em Cristo da Pessoa Divina do Filho, que supera e, ao mesmo tempo, abraça todas as pessoas humanas, e que o constitui Cabeça de toda a humanidade, torna possível seu sacrifício redentor por todos.

§617 "Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis iustificationem meruit - Por sua santíssima Paixão no madeiro da cruz mereceu-nos a justificação", ensina o Concílio de Trento, sublinhando o caráter único do sacrifício de Cristo como "princípio de salvação eterna". E a Igreja venera a Cruz, cantando: crux, ave, spes única - Salve, ó Cruz, única esperança".

§618 A Cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador entre Deus e os homens". Mas pelo fato de que, em sua Pessoa Divina encarnada, "de certo modo uniu a si mesmo todos os homens", "oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Mistério Pascal". Chama seus discípulos a "tomar sua cruz e a segui-lo", pois "sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos seus passos". Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários dele. Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro ao mistério de seu sofrimento redentor:

Fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao céu.

P.28.16.12 Oração para não entrarmos no caminho do pecado

§2846Não nos deixeis cair em tentação

Este pedido atinge a raiz do precedente, pois nossos pecados são fruto do consentimento na, tentação. Pedimos ao nosso Pai que não nos "deixe cair" nela. E difícil traduzir, com uma palavra só, a expressão grega "me eisenegkes" (pronuncie: "me eissenenkes"), que significa "não permitas entrar em", "não nos deixeis sucumbir à tentação". "Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta" (Tg 1,13); Ele quer, ao contrário, dela nos livrar. Nós lhe pedimos que não nos deixe enveredar pelo caminho que conduz ao pecado. Estamos empenhados no combate "entre a carne e o Espírito". Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza.

P.28.16.13 Penitência e Reconciliação cf. Penitência e Reconciliação

P.28.16.14 Penitência interior caminho para superar o pecado

§1431 A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo nosso coração, uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal e repugnância às m s obras que cometemos. Ao mesmo tempo, é o desejo e a resolução de mudar de vida com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda de sua graça. Esta conversão do coração vem acompanhada de uma dor e uma tristeza salutares, chamadas pelos Padres de "animi cruciatus (aflição do espírito)", "compunctio cordis (arrependimento do coração)" .

P.28.16.15 Só Deus pode perdoar os pecados

§270 "TU TE COMPADECES DE TODOS, PORQUE TUDO PODES" (SB 11,23)

Deus é o Pai Todo-Poderoso. Sua paternidade e seu poder iluminam-se mutuamente. Com efeito, ele mostra sua onipotência paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pela adoção filial que nos outorga ("Serei para vós um pai, e sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso": 2Cor 6,18), e finalmente por sua misericórdia infinita, pois mostra seu poder no mais alto grau, perdoando livremente os pecados.

§277 Deus manifesta sua onipotência convertendo-nos dos nossos pecados e restabelecendo-nos em sua amizade pela graça ("Deus, qui omnipotentiam tuam parcendo maxime et miserando manifestas... - O Deus, que manifestais o vosso poder sobretudo na misericórdia.".

§430 Jesus quer dizer, em hebraico, "Deus salva". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez que "só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, "salvará seu povo dos pecados" (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens.

§431 Na História da Salvação, Deus não se contentou em libertar Israel da "casa da escravidão" (Dt 5,6), fazendo-o sair do Egito. Salva-o também de seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus, só ele pode perdoá-lo. Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade do pecado, não poder §1441 SÓ DEUS PERDOA OS PECADOS Só eus perdoa os pecados. Por ser o Filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: "O Filho do homem tem poder de perdoar pecados na terra" (Mc 2,10) e exerce esse poder divino: "Teus pecados estão perdoados!" (Mc 2,5). Mais ainda: em virtude de sua autoridade divina, transmite esse poder aos homens para que o exerçam em seu nome.

P.28.16.16 Violência e multiplicidade do pecado manifestadas na paixão de Cristo

§1851 É justamente na paixão, em que a misericórdia de Cristo vai vencê-lo, que o pecado manifesta o grau mais alto de sua violência e de sua multiplicidade: incredulidade, ódio assassino, rejeição e zombarias da parte dos chefes e do povo, covardia de Pilatos e crueldade dos soldados, traição de Judas, tão dura para Jesus, negação de Pedro e abandono da parte dos discípulos. Mas, na própria hora das trevas e do príncipe deste mundo, o sacrifício de Cristo se toma secretamente a fonte de onde brotará inesgotavelmente o perdão de nossos pecados.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina