quarta-feira, 8 de abril de 2009

Deus abençoe os sacerdotes

Uma grande notícia foi dada por alguns veículos de mídia recentemente: a de que voltou a crescer o número de padres. O jornal carioca O Dia publicou uma ótima matéria sobre o assunto, informando que foram ordenados em 2008 no Brasil 220 novos sacerdotes, sendo que a média dos dez anos anteriores era de 55 por ano. Além disso, ainda segundo a reportagem, muitos seminários estão sendo obrigados a recusar candidatos por falta de vagas.

Os blogs Veritatis Splendor e Por que não dizem... repercutiram essa notícia com uma análise que considero bastante correta: a firmeza doutrinal, ao contrário do que pensava (e desejava...) muita gente, está incentivando o florescimento de novas vocações.

Espero que seja o fim do triste inverno vocacional que o mundo viveu nas últimas décadas. Nos anos 80 e 90 o número de candidatos ao sacerdócio caiu drasticamente, a idade média dos padres aumentou. Em geral, os especialistas apontam o relativismo (em suas vertentes moral, religiosa e cultural) como a principal razão disso. Para piorar, a partir dos anos 90 estouraram seguidos escândalos de pedofilia envolvendo padres – e os pecados de uns acabaram, na opinião pública, recaindo sobre todos.

Os padres, em certa medida, passaram a ser muito mal vistos. Acho que ao longo da história sempre houve, paralelamente ao sentimento de reverência que os sacerdotes merecem, um sentimento de incompreensão que se aproximou muito, nos últimos tempos, da aversão. Sempre houve gente que achava que os padres “não trabalham”, ou que são homens só pela metade. Mas recentemente, acho que isso piorou.

A título de exemplo: há algum tempo, ouvi uma mãe dizer, em tom de brincadeira, que seu filho de quatro anos um dia seria padre. O marido, mais que depressa, disse: “de jeito nenhum!” Por que isso? Acho que, nesse caso, é uma forma estúpida de machismo, que deprecia a virilidade dos sacerdotes e exalta a, digamos assim, “galinhagem” masculina. Acho que esse pequeno exemplo mostra bem como muita gente encara os sacerdotes: com certo desprezo, alguma galhofa. E certamente muita gente pensa – mesmo que não fale claramente – que o sacerdócio é uma “profissão” para jovens “fracassados”, que não teriam melhor perspectiva profissional ou mesmo afetiva na vida.

Tenho enorme respeito e admiração por todas as pessoas que decidem seguir o sacerdócio ou a vida religiosa. São homens que se sacrificam em prol de todos. Se eles não decidissem abrir mão da família e da vida sexual, da riqueza material, de certas liberdades, de sucesso mundano, nós não teríamos quem consagrasse o Pão e o Vinho e estaríamos privados da Eucaristia! Não teríamos quem nos ouvisse em confissão e estaríamos privados da reconciliação com Deus!

Que o Senhor abençoe todos os sacerdotes e todos os seminaristas! Que Ele fortaleça suas vocações e os ajude a trilhar esse caminho difícil, mas glorioso. E que Ele nos ajude a ser mais reverentes – e se necessário, pacientes – com todos os sacerdotes.

Para finalizar, recupero dois vídeos que já foram indicados aqui. Eles são as partes I e 2 do breve documentário "Fishers of Men" ("Pescadores de Homens"), da produtora americana Grassroots Films e tratam da beleza e dos desafios do sacerdócio. Muito bonitos:

Fishers of Men - Parte 1:



Fishers of Men - Parte 2:

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"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina