quinta-feira, 30 de abril de 2009

História da Salvação - Isaías - 1ª Parte

Quando Acaz morreu, o seu herdeiro e sucessor no trono tinha apenas cinco anos. Seu nome era Ezequias. Até que o pequeno rei atingisse a maioridade, o governo foi exercido por um regente. Nesse ínterim, Teglat-Falasar III também morreu, sendo sucedido por Salmanasar V, e a coalizão dos reinos de Israel e Aram foi destruída pelos assírios, os quais se põem a conquistar as terras palestinas. Os oráculos dessa época estão espalhados pelos capítulos 14, 18, 20, 28 e 30.

Em 714 a.C., ao completar 18 anos de idade, Ezequias começou a reinar efetivamente. Até essa época, o reino de Judá se mantinha como tributário da Assíria. Devido a pressões populares, Ezequias se arriscou a fazer um ampla reforma política e religiosa, ainda que indo contra os interesses assírios. O Egito e a Babilônia, interessados em estender sua influência, ofereceram auxílio para essa reforma. Em represália, a Assíria ameaçou invadir Judá. E o rei Ezequias teve que continuar pagando tributo até 705 a.C., quando, mais uma vez, ele tentou escapar do domínio assírio. Dessa vez, o então imperador assírio Senaquerib foi mais rigoroso e invadiu o reino de Judá. Ele conquistou diversas cidades e chegou a cercar Jerusalém. Decido a um acontecimento extraordinário, o exército assírio se retirou e não invadiu a capital. A ajuda esperada dos egípcios nunca chegou a Jerusalém. Os oráculos dessa época difícil encontram espalhados em versículos dos capítulos 1, 10, 14, 28, 30, 31 e 32 e também fazem parte integralmente dos oráculos os capítulos 29 e 33.

A mensagem de Isaías é bem clara, pois ele afirma que Deus não obriga ninguém; o Senhor apenas convida o homem se decidir entre a conversão e a vida ou a teimosia e a morte. Para Isaías, o que Deus quer é um culto puro e santo, e não um culto realizado por uma sociedade baseada na injustiça e na exploração dos mais fracos. Do que adianta um culto bonito dentro do templo se a sociedade está mergulhada em corrupção, ambição e ganância? Ora, é justamente essa situação de pecado que tem como conseqüência a invasão do país pelos assírios. Deus julga a sociedade e faz justiça aos oprimidos. E somente um “resto” se salva.

Isaías condenou tão veementemente as alianças com as potências estrangeiras porque via nisso um abandono do plano de Deus para o povo hebreu. Ora, Deus queria que seu povo praticasse a justiça e o servisse de coração puro. A partir do momento em que os interesses econômicos, políticos e religiosos de outros povos começam a interferir na vida do povo de Deus, este mesmo povo começa a se distanciar da Palavra do Senhor e se perde em meio às práticas de opressão e injustiça.

Isaías é chamado de “profeta evangelista” e também de “rei dos profetas”. Muitas de suas profecias são claramente identificadas e cumpridas em Jesus.

Nilson Antônio da Silva

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