José é o protagonista de uma das mais belas histórias do Velho Testamento.
Ele era o 11º filho homem de Jacó, e aquele que o velho pai mais amava, pois era primeiro filho de sua amada esposa Raquel, que morrera ao dar à luz Benjamin.
Jacó protegia José mais do que a todos e cobria-o de presentes, o que enchia os irmãos de inveja. Muito mimado, José também era imprudente: costumava contar ao pai os malfeitos dos irmãos, que, assim, ficavam ainda mais enreaivecidos com ele.
Talvez seus dez irmãos mais velhos pensassem que Jacó pretendesse fazer de José o seu sucessor, dando-lhe a bênção que faria dele, o segundo mais jovem dos irmãos, o senhor de todos eles. Os três irmãos mais velhos sabiam que jamais herdariam essa bênção, pois, em decorrência de seus atos, haviam sido amaldiçoados por Jacó, e afastadados da sucessão (o verdadeiro primogênito, Rubem, havia cedido à lúxuria e se deitado com uma das concubinas do pai e os dois irmãos seguintes, os gêmeos Simeão e Levi, tinham liderado os irmãos num terrível episódio de violência). Assim, era o quarto mais velho, Judá, quem mais se sentia ameaçado pela preferência que Jacó demonstrava por José.
Certa vez, os irmãos estavam longe de casa cuidando dos rebanhos do pai e Jacó pediu a José, que tinha nessa época 17 anos, que fosse ter com eles para saber notícias. José pôs-se a caminho, usando a bela túnica sem costura que Jacó lhe tinha dado. Quando viram José se aproximando e exibindo a túnica que só ele tinha, os irmãos mais velhos o espancaram e o jogaram num poço seco, enquanto decidiam o que fazer. Alguns queriam matá-lo, mas Rubem o defendeu. Foi Judá quem resolveu o assunto: ao notar a aproximação de uma caravana de mercadores, os irmãos lhes venderam José como escravo. Embora suplicasse por clemência, José foi levado para longe. Ao pai, Jacó, os irmãos levaram a túnica sem costuras, rasgada e banhada no sangue de um animal. Ao velho pai eles disseram: "teu filho foi estraçalhado por feras".
José, que antes vivera cercado de amor e de conforto, tornou-se escravo e ficou longe de sua família. Foi levado para o Egito, onde um poderoso senhor o comprou. Lá ele foi humilhado, castigado e obrigado a trabalhar duro. Mas como era muito talentoso, com o tempo ganhou responsabilidades e tornou-se o administrador da casa de seu dono. A esposa de seu senhor, no entanto, apaixonou-se por ele e tentou seduzi-lo. José resistiu à tentação, o que provocou o ódio dela. Rejeitada, a mulher disse ao esposo que José é que tentara seduzi-la. O jovem sofreu então um novo golpe, sendo mandado para a prisão. Se já era escravo, tornou-se condenado.
No cárcere, José descobriu que tinha o dom de interpretar sonhos. Sempre muito talentoso, o carceireiro resolveu transformá-lo em seu ajudante para servir a dois nobres que estavam aprisionados por suspeita de traição. Os dois nobres tinham tido estranhos sonhos e os contaram a José, que os interpretou, prenunciando qual um deles seria libertado e qual seria enviado à morte. A previsão de José cumpriu-se perfeitamente.
Alguns anos se passaram até que um dia o faraó teve sonhos muitos estranhos que nenhum sábio do Egito conseguia interpretar. O nobre que, aprisionado junto com José, tinha-o visto interpretar corretamente seu sonho, lembrou-se dele e contou tudo ao faraó. O soberano doEgito então mandou chamá-lo. José descobriu que os sonhos do faraó eram a previsão de sete anos de grande fartura, seguidos de sete anos de grande seca no Egito. Ele então sugeriu ao faraó o que poderia ser feito para evitar a crise e aconselhou: "encontre um homem sábio e coloqu-o à frente do reino". O senhor do Egito lhe respondeu: "Já encontrei esse homem". E decidiu fazer de José, que ele reconheceu ser muito sábio, o administrador de todo o reino.
Continua em: José - 2a parte
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