sábado, 20 de setembro de 2008

O combate ao vício; a luta pela virtude

Assisti hoje a uma ótima palestra do Padre Rafael Stanziona e peço licença a ele para fazer uma breve reflexão.

Nós somos capazes de mudar? De vencer nossos vícios e conquistar novas virtudes? Sozinhos, de jeito nenhum. Mas com a graça de Deus, somos capazes de tudo.

É muito bom quando conseguimos enxergar nossos defeitos - e admiti-los. Ver que somos preguiçosos, egoístas, fracos, invejosos, maldosos, sensuais. Mas não é incomum fazer da descoberta de nossos defeitos um momento de depressão e desânimo, assumindo aquela atitude de "pobre de mim, como sou fraco, mas sou assim mesmo". Acabamos assumindo a atitude dos derrotados e nos conformamos com o que somos.

Isso me lembra agora de um divertido diálogo que ouvi esta semana na série Two and a half men (Dois homens e meio). A mãe de Charlie, uma mulher terrível, que só critica os filhos, diz que faz o que faz por amor a eles, e que só quer ajudá-los a ser o melhor que puderem. Charlie responde: "Eu já sou o melhor que posso". Ela retruca: "Assim você parte meu coração".

Será que somos o melhor que podemos? É muito provável que não. Nós somos capazes de mudar. Se realmente quisermos, e se nos colocarmos nas mãos de Deus, podemos mudar. Mudar pode significar reclamar menos do trabalho, e trabalhar melhor. Pode ser beber menos. Pode ser tratar melhor as pessoas ao nosso redor. Pode ser deixar de lado o pessimismo. Pode ser aprender a controlar melhor a raiva. Pode ser superar as carências afetivas. Pode ser controlar a luxúria e a gula. Pode ser muitas coisas, dependendo de cada um.

Uma coisa muito perigosa que pode acontecer (e ocorre cada vez mais em nosso tempo) é confundir vício e virtude. Para muitos, a operosidade é coisa de empregado que quer bajular o patrão; a honestidade é coisa de tolos; a mansidão é coisa de gente passiva, enquanto a coragem é coisa de idiotas e a humildade, característica dos fracos. Precisamos conhecer bem e corretamente o que é vício e o que é virtude - e rejeitar um para abraçar o outro.

Sozinhos, nunca chegaremos a lugar nenhuma: podemos milvezes tentar melhorar, mil vezes seremos derrotados. E aí sobrevém o desânimo. Sem Deus, ninguém muda. Por outro lado, Deus não nos transforma da noite para o dia, sem contar com nosso esforço. Ele quer vontade firme, quer perserverança, quer que mostremos nosso real desejo de mudar.

Se eu desejar mudar - e perseverar nisso - e tiver Fé em Deus, eu posso mudar, eu posso ser melhor, eu posso ser renovado. E Fé em Deus não significa apenas uma confiança abstrata, significa a prática de seus ensinamentos. Significa buscar o apoio de Cristo por meuio da comunhão e a força do Espírito Santo por meio da oração.

A busca das virtudes, significa, enfim, a busca da santidade. Cada vez que formos capazes de vencer um vício estaremos dando um passo rumo ao Paraíso. E nesse caminho, só Deus pode nos conduzir.

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"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina