sábado, 2 de agosto de 2008

Corpo e mente, força e caráter

“Sem sacrifícios não se obtêm resultados importantes e nem sequer satisfações genuínas.” João Paulo II, em sermão durante o Jubileu dos Esportistas, em 2000

Corpo são, mente sã. Esse é um ditado muito antigo e cheio de sabedoria. A prática de esportes é uma atividade muito importante, sobretudo para os jovens, pois, além de proporcionar saúde, alivia o estresse e contribui grandemente na formação do caráter das pessoas.

Exercitar o corpo ajuda a torná-lo mais forte, mais resistente. Isso queima gorduras, reduz o risco de problemas do coração, ajuda as pessoas quem têm problemas respiratórios e molda o corpo. Isso sem falar dos benefícios que são o relaxamento das tensões e as descargas de adrenalina, que proporcionam tanto bem estar à mente. Mas os benefícios do esporte vão bem mais além. Aqueles que praticam esportes, além de fazer bem para o próprio corpo e para a própria mente, estão moldando o próprio caráter.

O esporte é uma das atividades que mais incentivam a disciplina, principalmente quando é levado a sério. Quem sonha em se tornar atleta precisa aprender a dedicar-se ao máximo, a renunciar aos pequenos prazeres em troca de ganhos mais importantes. Por exemplo, aprende a levantar cedo para poder treinar, aprende a resistir à dor, aprende a se esforçar mais. O atleta, assim, é alguém disciplinado e forte, não apenas fisicamente, mas também moralmente. É alguém que não cai com qualquer solavanco da vida, não desata a chorar com qualquer derrota. É alguém que se equilibra para resistir à queda, e que se levanta rapidamente, caso venha a ser derrubado.

Lealdade é outra qualidade importante que a prática de esportes desenvolve, mesmo entre aqueles que só praticam nos fins de semana. Ser leal é agir com clareza, sem disfarces, nem traições. É cumprir o compromisso assumido, é honrar a palavra empenhada. É apoiar com dedicação os companheiros de equipe e enfrentar dignamente, dentro das regras, os adversários. Quem aprende a lealdade num campo de futebol ou numa quadra de esportes, se acostuma a levá-la para a vida.

Praticar esportes também é um ótimo jeito de fazer novas amizades, de desenvolver a solidariedade, a perseverança, a responsabilidade e a partilha. Num jogo de equipes, cada pessoa tem a sua função e deve desempenhá-la da melhor forma, sem querer invadir o espaço do companheiro. Um goleiro não deve sonhar em ser artilheiro. Ele até pode fazer muitos gols, mas a sua obrigação é defender o time. Um atacante pode ajudar na defesa, mas se ficar apenas recuado, seu time não faz gols. Ou seja, cada um tem seu papel e deve aceitá-lo e cumpri-lo bem. Cada membro do time tem suas responsabilidades e, se não fizer o que lhe cabe, sua equipe pode perder. A vontade de vencer é uma força que pode levar um atleta ou um time a superar todas as dificuldades, a desenvolver ao máximo suas capacidades e a virar um jogo. Todas essas situações, que acontecem durante uma partida, podem também ser levadas para a vida.

Mas, claro, é preciso ficar atento para não cair nas armadilhas de um esporte mal praticado. Não se trata apenas dos problemas físicos que podem ocorrer, mas, principalmente, dos problemas morais. É preciso fugir da idolatria, isto é, do perigo de considerar uma pessoa como um super-herói, como um ser perfeito capaz de tudo. Devemos lembrar que todos temos defeitos e que ninguém é invencível. Isso é uma condição normal e não deve envergonhar ninguém. E ainda existe o risco da soberba: o bom atleta que se considera tão melhor que todos que perde a humildade e cedo ou tarde, é derrubado (a Seleção Brasileira de 2006 é o melhor exemplo disso...). Outra coisa perigosa é querer vencer a qualquer custo, o que pode levar a pessoa à violência e à trapaça.

Ainda é preciso falar de um tipo de esporte que deve ser evitado: aqueles que colocam em risco a própria vida. Eles costumam ser chamados de esportes radicais. Quando praticados com toda a segurança e quando o seu objetivo não é apenas viver uma emoção fútil e passageira, eles também são recomendáveis. Mas quando o objetivo é simplesmente aparecer e se mostrar mais corajoso, eles podem ser pecaminosos. Pular com um elástico nos pés e escalar montanhas sem equipamento não é esporte saudável: é, simplesmente, burrice.

A prática de esportes, no entanto, não pode desviar o jovem dO que é mais importante: Deus. Se a pessoa se dedica tanto aos treinos que não encontra mais tempo para rezar, para participar das missas e para fazer obras de caridade, algo está errado. O que é importante é ser um verdadeiro “atleta de Cristo”, que pratica os esportes com lealdade, amizade, disciplina e garra, e ainda reserva para Deus o melhor de sua vida.
Você já acabou de ler? Então levante-se e exercite-se! Em vez de ligar a TV, Faça uma corrida! Em vez de jogar um game de computador, jogue uma partida de futebol ou do esporte que mais agradar você. Movimente-se, use o corpo, gaste os músculos, chame seus amigos. Isso lhe fará muito mais bem do que gastar os dedos com o controle remoto, com o joystick ou com o teclado.

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