quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A infância de Jesus: breve, mas belo e profundo livreto de Bento XVI

Publicado no final de 2012, o livreto A infância de Jesus, do Papa Bento XVI, é uma boa dica de leitura neste momento em que o Natal está chegando. Nele, o agora Papa Emérito sintetizou, em linguagem bastante clara e em prosa muito concisa, vários estudos já feitos sobre a história do nascimento de Cristo, diversas informações históricas e vários conceitos teológicos, tudo isso sem perder a profundidade.

O livro não foge de nenhuma questão complexa, abordando o que já foi dito sobre vários pontos controversos e apontando uma solução. Por exemplo: houve mesmo um grande recenseamento em Israel? José e Maria tiveram mesmo que se deslocar para Belém? Mas por quê? A datação do nascimento de Jesus está mesmo errada? Houve um massacre dos inocentes?

Uma nota sobre a imprensa

Uma nota curiosa: quando o livro foi lançado em 2012, a imprensa brasileira fez alarde sobre um ponto específico: os personagens presentes na hora do nascimento. O jornal Estado de Minas publicou a matéria mais maluca: “Livro do Papa sobre Jesus altera a cena do presépio“. Logo na primeira linha: “Personagens garantidos nos presépios de Natal, as mulas e os bois podem ficar de fora este ano”. Na verdade, tudo o que Bento XVI diz no livro é que os animais não são mencionados nos evangelhos, mas que desde cedo firmou-se uma tradição de imaginá-los na cena do nascimento. O Papa explica os motivos práticos e teológicos disso, e conclui: “Nenhum presépio prescindirá do boi e do jumento”.

Como os jornalistas fizeram uma distorção tão grande sobre um detalhe tão pequeno? Esse episódio nos ajuda a refletir sobre como se faz jornalismo hoje, no Brasil e no mundo. A necessidade de vender, e de chamar a atenção a qualquer custo, faz com que jornalismo e entretenimento se misturem a ponto de quase se confundirem. Editores e redatores tendem a realçar aspectos bizarros, ou engraçados, ou controversos, ou inusitados das histórias a serem contadas apenas para tentar captar a atenção do leitor. Não importa se tais aspectos não são realmente importantes – e, muitas vezes, não importa sequer se são verdadeiros. Mas, deixa pra lá, voltarei a isso em outro momento.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A União Europeia e a Mulher coroada com estrelas

Corria o ano de 1830 quando Nossa Senhora apareceu para uma jovem  irmã vicentina residente em Paris chamada Catarine Labouré. A Virgem, que se apresentou como Nossa Senhora das Graças, pediu-lhe que mandasse cunhar medalhas reproduzindo a imagem que ela via. Assim se fez, surgindo a grande devoção da Medalha Milagrosa.

Num dos lados, a medalha mostra a imagem de Maria com o globo sob os pés e raios saindo de suas mãos e tendo ao redor a inscrição "Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós". Do outro lado, a cruz de Cristo e o M de Maria e dois corações: um coroado de espinhos, outro trespassado por uma espada. E ao redor de medalha, 12 estrelas - lembremo-nos de Apocalipse 12,1: "Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de 12 estrelas."

Pois bem, em 1950 o Conselho da Europa, instituição criada para trabalhar pela unidade europeia, promoveu um concurso para escolher a bandeira de uma futura Europa unida. O vencedor foi o desenhista francês Arsené Heitz, que propôs um círculo de 12 estrelas sobre um fundo azul. Anos mais tarde ele explicou que a inspiração surgiu quando adquiriu uma Medalha Milagrosa - ele, que rezava o terço todos os dias. O azul é a cor tradicionalmente associada a Maria desde tempos muito antigos e as estrelas são referência à Coroa da Rainha do Céu.

Curiosamente nunca houve uma associação entre o número de estrelas e o de países componentes da União Europeia, pois quando a bandeira foi oficial adotada (em 8 de dezembro de 1955), havia 15 países no Conselho da Europa. Vocês prestaram atenção à data em que a bandeira foi oficializada? 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição (Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós). Diante das críticas referentes à diferença entre o número de estrelas e o número de países, Heitz justificava que esse número simbolizava a unidade, pois eram 12 os apóstolos, 12 as tribos de Israel, etc.

A Seleção da Itália e o Manto de Maria

Outra referência oculta a Nossa Senhora está na cor da camisa da seleção italiana de futebol. O azul, que não aparece na bandeira da Itália, vem da antiga bandeira da Casa de Saboia, importante família da nobreza do país. No século XVI a bandeira da família ganhou essa cor para pedir proteção a Nossa Senhora. Esse estandarte familiar foi depois adotado pela República Italiana como bandeira oficial dos presidentes, mas já era a cor do uniforme da Azzurra.

As informações são de Vittorio Messori no livro Hipóteses sobre Maria

Por que não ser padre?

Do site Why Not Priest?:

domingo, 6 de junho de 2010

De Lestat a Jesus: a conversão de Anne Rice

Bodas de Caná - Julius Schnorr von Carolsfeld
Acabo de ler "Estrada para Caná", de Anne Rice. É o segundo livro de uma série focada na vida de Jesus Cristo. Não li o primeiro (Cristo Senhor), que aborda a infância de Jesus no Egito. Este segundo narra o começo da vida pública de Cristo, falando de sua vida em família, seus últimos anos em Nazaré, seu batismo, seu retiro no deserto e finalmente o famoso episódio das bodas de Caná.

Tom Cruise como Lestat
O que primeiro chama a atenção, no entanto, não é o livro em si, mas a autora. O nome de Anne Rice está inevitavelmente associado a histórias de terror com bruxas, vampiros e demônios. O mais famoso deles, Entrevista com o Vampiro, virou filme com um elenco estelar: Tom Cruise, Brad Pitt, Christian Slater, Antonio Banderas e Kirsten Dunst. Nesse livro, Rice contava as aventuras e desventuras de um trio de vampiros liderado pelo amoral Lestat e composto ainda pelo atormentado Louis e pela desesperada Claudia. A partir dessa obra, publicada em 1976, ela vendeu milhões de livros e angariou uma legião de fãs. 

Pois bem, em 1998 Anne Rice se converteu, retornando ao Catolicismo da infância. E decidiu que daí em diante só escreveria sobre Jesus. Grande parte dos fãs - alguns deles, jovens desajustados, meio perdidos espiritualmente, que se identificavam com os personagens sombrios da autora - debandou. Ela perseverou em sua decisão e desde então tem cumprindo a promessa. Recentemente publicou um livro narrando seu processo de conversão (Called out of Darkness: a spiritual confession).

Anne Rice cresceu em Nova Orleans - onde começa a história de Entrevista com o Vampiro - numa família católica. Mas abandonou a fé aos 18 anos, ao entrar na faculdade e se deixar seduzir pelas ideias vazias do existencialismo. Mais tarde, ela se casou com um pintor  que era, segundo ela, "apaixonadamente ateu". Décadas depois, a influência de amigos católicos e a curiosidade sobre Jesus a conduziram de volta a fé e ela chegou a se casar com o marido em uma cerimônia católica (parece que ele continuou ateu; hoje ela é viúva).

O Jesus de Estrada para Caná é muito humano - mas sua divindade é sempre proclamada e, aos poucos, manifestada. Ao começar a ler o livro, temi que ela tivesse tomado um caminho longe da ortodoxia: narrada em primeira pessoa pelo próprio Jesus (o que é ousado e muito arriscado), a história começa com Jesus acordando em casa de manhã, em meio aos seus irmãos. Irmãos? Sim. Mas logo se compreende: ele chama de irmãos toda a sua grande família de tios e primos. Mas há um irmão propriamente dito: Tiago. Ele, no entanto, é filho apenas de José, que seria um viúvo quando se casou com Maria. Anne Rice chega a se explicar, em uma nota, pela escolha. Ela diz que decidiu seguir antigas tradições do cristianismo grego ao colocar Tiago como irmão mais velho de Jesus, filho de José - e diz que, como católica, acredita na virgindade perpétua de Maria.

Anne Rice permite-se também outra ousadia: o Jesus de seu livro ama uma mulher (não é Maria Madalena). É um amor humano, o amor de um homem por uma mulher, mas é um amor casto, que ele transforma em amor fraternal, tendo consciência de sua missão. Na história, ele sofre por abrir mão desse amor, mas não se arrepende. 

Pelo que li, apesar da sua conversão, Anne Rice discorda das posições da Igreja com relação ao homossexualismo - ela tem um filho homossexual. Acho isso perdoável. Pensemos na dor de uma mãe - especialmente uma que viveu a maior parte de sua vida como ateia cercada de liberais e que possivelmente pode até ter encorajado o rapaz em suas decisões - pelo fato de ver seu filho com um comportamento que sua fé condena. Ela diz que deixa essa questão nas mãos de Deus. 

A conversão de Anne Rice mostra-nos que Deus nunca desiste de nós. E nos traz esperança de que outros de nossos irmãos afastados, obscurecidos pelas más ideias, pelas filosofias vãs, desviados pelas más companhias, possam vir ou retornar para o aprisco. Quem sabe não veremos um Dan Brown ou um Phillip Pullmann abraçarem a fé e se tornarem defensores da Verdade com o mesmo entusiasmo com que hoje são defensores da mentira? Para Deus, tudo é possível.

Uma banda de seminaristas

Olha só que legal: uma banda formada só por seminaristas. O objetivo deles é, por meio da música, ajudar a despertar novas vocações. Com vocês, a canção The Way:

sábado, 5 de junho de 2010

Você acredita em milagres?

O Grande Milagre de Calanda
Muitos católicos têm dificuldade de acreditar em milagres. Falo aqui de milagres em seu sentido mais concreto: o de fatos extraordinários que desafiam as leis da física, da biologia, da química. Se muitos católicos têm dificuldade de acreditar, os não católicos, então... Há uma bravata corriqueira entre os mais céticos. Dizem eles que estão fartos de cegos que voltam a ver e paralíticos que voltam a andar - curas que, na opinião deles, sempre são forjadas. Para acreditar, o que eles querem mesmo é ver um amputado recuperar o membro perdido. "Mostrem-me alguém que recuperou a perna cortada, a mão decepada, e aí acreditarei".

Tal desafio é feito na crença de que jamais poderá ser aceito. Não se sabe de nenhum caso como esse, certo? Errado.

Estou lendo o livro Hipóteses sobre Maria, do jornalista italiano Vittorio Messori. No seu livro ele menciona alguns casos sobre os quais eu nunca tinha ouvido falar. Procurei informações na internet e há material em inglês, mas encontrei muito pouco em português.

Miguel Pelicer e a Virgem do Pilar
O caso mais extraordinário que ele menciona é conhecido como o Grande Milagre de Calanda, ocorrido na Espanha do século XVII. Em 1637, Miguel Juan Pellicer, jovem em torno dos 20 anos, teve a perna direita amputada após um acidente (a perna foi esmagada pelas rodas da corroça que ele mesmo conduzia) na cidade onde vivia, Calanda. A amputação ocorreu em Saragoça, onde ele foi se tratar e onde fica a Basílica de Nossa Senhora do Pilar, padroeira da Espanha, pela qual Pellicer tinha grande devoção. Depois de amputada, a perna foi enterrada no cemitério do hospital.

Por dois anos, Miguel Pellicer continuou morando em Saragoça, onde vivia de caridade. Todos os dias dirigia-se à basílica e utiliza o azeite das lâmpadas para untar o ferimento - atitude pela qual foi várias vezes repreendido pelos médicos. Em 1640, ele retornou para Calanda, voltando a viver com sua família. Na noite de 29 de março, foi dormir. Mais tarde, sua mãe foi vê-lo no quarto e teve um grande susto: por sob as cobertas, podia perceber dois pés. Removendo os cobertores, viu que a perna direita de Miguel Pellicer estava no lugar, inteira, apenas com marcas de cicatrizes onde ocorrera a amputação.

O caso correu a cidade imeditamante e todos procuraram testemunhar o acontecido. Tempos depois a notícia chegou ao hospital de Saragoça, onde descobriu-se que a perna enterrada mais de dois anos antes havia desaparecido.

Os testemunhos dos médicos de que a perna fora cortada e dos habitantes de Calanda de que ela fora recuperada não deixaram dúvidas sobre o fato. Foram abertas investigações sobre o acontecido. Miguel Pellicer chegou a ser chamado à corte do rei Felipe IV, que quis conhecê-lo (consta que no palácio real de Madri há uma tapeçaria representando o rei beijando a perna de Miguel). Em 1641, a autoridade eclesiástica de Saragoça emitiu um documento confirmando o caráter miraculoso da cura.

Messori chegou a escrever um livro só sobre esse caso (Il Miracolo). Em Hipóteses sobre Maria, ele menciona ainda o episódio envolvendo o jardineiro belga Peter Van Rudder. Em 1867, ele, que trabalhava para um nobre na cidade de Jabbecke, caiu de uma árvore e teve a perna esquerda esmagada pouco abaixo do joelho. Ele teve fratura exposta e perdeu aproximadamente 3cm da tíbia e do perônio. Ele se consultou com vários médicos, entre eles o da Casa Real - visto que era funcionário de um visconde - que recomendaram a amputação. Durante oito anos ele viveu com a ferida, procurando tratamento e recusando-se a cortar a perna. Nessa época, já eram conhecidas na Bélgica as famosas curas de Lourdes, onde Nossa Senhora havia aparecido a Bernadeth em 1858.

Em 1875, Peter van Rudder decidiu ir à cidade de Oostakker, onde havia um pequeno santuário dedicado a Nossa Senhora de Lourdes. Depois de uma penosa viagem, ele dirigiu-se à réplica da gruta de Lourdes que havia na cidade, para implorar por sua cura. Lá chegando, deixou cair as muletas e se ajoelhou diante da imagem da Imaculada. Foi sua mulher, que o acompanhava, quem percebeu que sua perna estava subitamente curada. Sua perna quebrada por oito anos havia perdido 3 cm de osso - tanto na tíbia como no perônio. Estava agora completamente reconstituída.

A cura foi atestada por vários médicos franceses e belgas. O seu caso foi a 24ª cura milagrosa reconhecida oficialmente pela Igreja como sendo obtida graças à intercessão de Nossa Senhora de Lourdes. Os cidadãos de Jabbecke redigiram, assinaram e lavraram um documento testemunhando que Peter van Rudder havia quebrado a perna, com perda de massa óssea e que após sua ida a Oostakker estava completamente curado.

Esses casos parecem extraordinários demais para serem verdadeiros? Imaginação popular? Há testemunhos da época, arquivos médicos assegurando a existência do mal e depois a sua cura. Aqui a a razão pode ser satisfeita, mas nossa sensibilidade moderna, que só acredita vendo e desconfia de todo testemunho, de toda evidência, precisa ser socorrida pela fé - a mesma fé que restituiu a perna direita ao jovem Miguel e curou a perna esquerda de Peter.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Igreja Católica é a construtora da civilização



A Igreja Católica é inimiga da ciência, luta contra o progresso, obstrui a medicina, pugnando pelas forças do obscurantismo. A Igreja escondeu livros, proibia as pessoas de lê-los e perseguia quem os escrevia. A Igreja enriqueceu vendendo terrenos no Céu, explorando os pobres, bajulando os poderosos, justificando a escravidão e o domínio dos fortes sobre os fracos. A Igreja reprimia as mulheres e impunha-lhes uma posição subalterna. A Igreja não considerava negros e índios como seres humanos. A Igreja promoveu guerras e queimou vivas milhões de pessoas.

Esse é um brevíssimo resumo daquilo que se costuma ler sobre a Igreja Católica nos livros de História e ouvir nas rodinhas de livre-pensadores (cof cof). Vê-se que, em seus dois mil anos de existência, a Igreja não esteve ocupada com outra coisa que não o fazer o mal - de forma vasta e indistinta.

Como surgiram tais ideias? Não foi hoje. Em menor escala, desde os tempos do renascimento fala-se mal de Igreja. Naquela época, porém, as críticas não eram contra a Igreja em si, mas contra o homem medieval, visto como violento, cruel e ignorante - em oposição, é claro, ao pacífico, amável e inteligente homem renascentista. A hostilidade ampliou-se vastamente durante a Reforma Protestante, quando críticas que poderiam ser justas se feitas da forma correta e com o intuito de aprimorar o comportamento dos homens da Igreja acabaram sendo feitas para dar vazão a rancores e hostilidades arraigadas, a desejos de poder e dinheiro e a arroubos de vaidade. O problema recrudesceu, no entanto, a partir do século XVIII, quando alguns intelectuais, retomando a velha arrogância e autoindulgência dos renascentistas, decidiram que tudo aquilo que existira antes deles era ruim e que não havia nada de melhor em todos os tempos do que eles próprios. Eram os iluministas, entre os quais brilhavam gente como Rousseau, Voltaire e Diderot. Eles prmoveram em seus escritos um anticatolicismo irracional e um anticlericalismo sanguinolento. Mais tarde, seguindo os seus passos, vieram Marx e seu ateísmo de viés econômico, Nietzsche e seu antiteísmo pseudofilosófico (eu chamo de autoajuda para o mal) e Freud e sua ideia de trocar Deus pelas perversões sexuais. Depois deles, tivemos gente ainda mais triste: Sartre e Foucault, por exemplo. Hoje tem-se Richard Dawkins e Daniel Dennet, por exemplo (o que demonstra como esse processo foi de decadência).

Encantados por essa gente, o mundo das artes - que tem a pretensão à intelectualidade - reproduziu acriticamente tudo o que disseram. Por isso é tão comum escutar todas aquelas coisas de Igreja se opondo à ciência e por isso muitas pessoas, inclusive católicos, as aceitam: são repetidas mil vezes e Goebbels já explicava o que acontece com uma mentira mil vezes repetida.

Por isso para muita gente pode ser uma grande surpresa descobrir que a Igreja e os homens da Igreja são responsáveis por muitos progressos da humanidade. Pode ser surpreendendte descobrir que quem inventou as universidades foi a Igreja. Que muitos cientistas eram padres ou monges. Que foi a influência dos ensinamentos da Igreja que levaram as mulheres e as crianças a serem mais valorizadas. Que os principais inimigos dos escravizadores de índios e negros eram homens da Igreja. Que os escritos da Antiguidade - mesmo os pagãos e profanos - que chegaram até nós só chegaram porque foram protegidos pela Igreja. Que se não fosse a ação da Igreja junto aos pobres, muitíssimos mais deles teriam morrido.

Para quem quer iniciar-se nesses assuntos, recomendo o livro "Como a Igreja Católica construiu aCivilização Ocidental", do professor Thomas Woods. É uma excelente obra da editora Quadrante e seu objetivo é derrubar algumas das lendas negras que se formaram a respeito da Igreja Católica, trazendo a verdade a luz.

O mesmo professor iniciou uma série de programas na EWTN TV chamados "A Igreja Católica: Construtora da Civilização". O vídeo acima é a primeira parte do primeiro episódio, com as devidas legendas em português. É uma excelente aula de história da Igreja e da civilização. Uma aula para quebrar preconceitos, para redescobrir nosso passado e para mostrar o verdadeiro valor da Igreja Católica, tão vilipendiada em nossos dias. O trabalho do professor Woods merece muitos elogios, pois aqui ele busca mostrar onde estáa verdadeira luz. Uma excelente forma de combater o verdadeiro obscurantismo.

Neste endereço, você tem o conjunto dos vídeos que já foram disponibilizados com legendas em português.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Cartas entre Amigos

Um dos sentimentos mais inerentes ao ser humano é o medo. Temos medo de errar, de fugir, de perder, de ficar sozinho, de ser abandonado, de morrer, de chorar, de sofrer e até mesmo de sorrir. Quantos medos para atormentar nossa felicidade diariamente.
Não é um livro que deve ser lido rapidamente; é um livro que precisa ser pensado a cada página, possui frases que nos tomam um dia de reflexão e revela que todos possuimos os mesmos problemas.

" Tenho medo de conviver com a miséria e me acostumar com ela; medo de deixar de acreditar na bondade do ser humano. medo de me sentir impotente diante do que me corrompe e dilacera". (p.223). Eu também tenho medo de me tornar indiferente, de olhar o sofrimento alheio sem me importar, de me acostumar com a maldade de alguns e acreditar que esse é o comportamento de todos.
O ressentimento tem a capacidade de nos tomar aquilo que possuimos de mais precioso, nossa crença em Deus e no ser humano. Quando não acreditamos que o outro que errou é capaz de mudar, duvidamos até mesmo da misericórdia de Deus.

"Tenho medo de ser hipócrita. Tenho medo de simular uma coragem que não possuo, uma resposta à qual não acredito. Medo da palavra que finge caridade, que simula acolhimento, quando na verdade o que existe é total e vergonhosa indiferença. Tenho medo de fingir uma fé que não professo. Realizar um rito que não me envolve, que não me devolve, que não me transforma e que por isso não me oferece aos outros". (p.210). Como é difícil tentar agir de forma certa; as situações são tão complexas que muitas vezes duvidamos de nossa fé por não agirmos de acordo com aquilo que deve ser feito. Nossa consciência é ao mesmo tempo juiz, carrasco e defensor.

"São pessoas que querem conciliar o que naturalmente não pode ser conciliado". (p.184). Acreditamos que tudo pode ser conciliado porque em nós existe um sentimento crescente de que não precisamos ser mudados. Para seguir Jesus é preciso deixar para trás tudo aquilo que nos corrompe e felizmente muita coisa precisa ser esquecida.

"A origem de muitos medos está no momento em que não nos reconhecemos menores que nossos sonhos e anseios". (p.181). Temos medo de abrir mão dos nossos sonhos, de nossa felicidade. A idéia de felicidade sempre e a qualquer preço é vendida por todos os lados. Estamos tão acostumados com esse ideal de felicidade que tudo que foge disso e nos exige um pouco mais de compromisso simplesmente não serve.

"Às vezes é melhor não falar e ter a paciência de dar tempo para que o outro conclua as suas imperfeições". (p.174). Somos donos da verdade, estamos sempre certos; nunca erramos e quando erramos é porque fomos conduzidos. Olhamos para o próximo como se ele fosse o único culpado por todos os males da sociedade e esquecemos da nossa parcela de culpa; esquecemos que nós também somos responsáveis pela salvação do próximo e que todos somos livres. Aceitar o outro com suas imperfeições não é desistir, e sim compreender que todos possuimos defeitos e qualidades e que é mais fácil ver no outro aquilo que provavelmente também existe em mim.

"Prometer amor e entregar desprezo não é crime tipificado em códigos".(p.169). O tempo passa, mas os problemas continuam muito parecidos. O amor ainda é o causador de muitos medos.

"É preciso ter medo, amigo, de roubar a inocência do outro, de ferir os sentimentos ou o corpo de quem participa dessa rede humana". (p.167) Nós não temos o direito de causar sofrimento em outra pessoa. Não é porque eu tenho medo que eu tenho o direito de colocar meu semelhante em pânico.

"Fico aqui. Quando posso, vou. Mas quando não vou, dou um jeito de aprender a ficar. Eu me agarro às esperanças. Elas são muitas. Elas são tantas! Estão por todos os lados, mas costumam estar adormecidas. O segredo é gritar por elas. A esperança tem sono leve".(p.132).Esperança, fé e caridade são as melhores saídas para lutar contra nossos medos. Sentir medo é algo normal, mas se permitir ser uma vítima do próprio medo é fraqueza e Deus não quer que sejamos fracos.

O livro é realmente muito bom, linha auto-ajuda talvez, mas muito mais um livro de reflexão. Convido você a ler e refletir sobre medos contemporâneos.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Novo layout

Amigos, estamos modificando o layout do Miles Ecclesiae. A ideia é ter um layout mais limpo e um blog mais leve. Ainda há muitos ajustes a serem feitos. Também edveremos voltar a postar com mais frequência. Pedimos paciência a todos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

JMJ

Faltam apenas 486 dias para a Jornada Mundial da Juventude.

Nosso coração começa a ficar inquieto e nossas orações passam a ser mais intensas. Mais de um ano é muito tempo, mas para quem espera três significa que já está chegando. Nossos planos ficam mais claros e nosso desejo se torna mais forte. Mas é cedo, ainda dá tempo. Decida-se, o evento é grandioso e você não deve ficar de fora.


Fonte: Site JMJ.

Tradução livre.

O que é a JMJ?

O Dia Mundial da Juventude é um evento eclesial, que se expressa de uma forma extraordinária a fé em Jesus Cristo. É um encontro de férias: onde os jovens com seu dinamismo dão testemunho da Igreja repassando a mensagem cristã de hoje.

É um sinal da comunhão eclesial: os jovens no mundo inteiro, associações, comunidades, grupos e vários movimentos em torno do Papa e os bispos, unidos pelo mesmo amor a Cristo e à Igreja e sua missão no mundo.

No Dia Mundial da Juventude a comunhão eclesial se expressa fortalecida. Sendo evidente, portanto, anúncio, direto e entusiasmado da fé na Igreja de Jesus Cristo.


Objetivos Pastorais da Jornada:

Os objetivos da Jornada Mundial da Juventude são claros:
- Incentivar um encontro pessoal com Cristo, uma mudança de vida;
- A experiência de ser a Igreja Católica como um mistério e comunhão;
- A consciência clara da vocação de todos os batizados, chamados a tornar-se missionários;
- A redescoberta dos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, que reforçam a vida cristã.

É, portanto, promover a adesão a Jesus Cristo que viveu na Igreja com tal entusiasmo que transborda de fé e zelo missionário.


Preparação Catequética

"Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé". O tema da JMJ 2011 em Madrid destaca a necessidade de que todos os nossos pensamentos, emoções, estratégias, iniciativas e aspirações, nossa vida tem as suas raízes, que dão o alimento e força em Jesus Cristo. Só ele nos faz crescer e amadurecer.

Com a proposta de catequese queremos ajudar os jovens para que cada vez mais se tornem conscientes de Jesus Cristo, Amigo e Senhor, desejando fortemente que ele entre em suas vidas dando uma base sólida sobre a qual construir e trabalhar com sinceridade para isso.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina