Ah, como é bom ter amigos! Companheiros de risos e venturas, força firme nas horas escuras...
Costuma-se dizer que somos nós que escolhemos nossos amigos. Isso é verdade, mas em parte...
Antes que nós escolhamos as nossas amizades, Deus as escolhe para nós. Nessas situações misteriosas, que nossa pobre linguagem chama de “coincidências”, Deus faz nascer simpatias mútuas que se tornam afetos que, por sua vez, se cultivados, se tornam amizades. Assim nascem os amigos. São colegas de escola que se sentam lado a lado; são vizinhos que voltam juntos para casa; são desconhecidos que se vêem trabalhando no mesmo lugar; são pessoas que se encontram no grupo de jovens.
Deus providencia tudo. Coloca os amigos em nossa vida. Mas temos a responsabilidade de aceitar a escolha de Deus e de fazer crescer a amizade. Para isso, precisamos conviver, precisamos aprender a ser pacientes, pois nossos amigos certamente terão defeitos. Precisamos também aprender a lapidar nossa personalidade, para que nossos próprios defeitos não sejam tão pesados para nosso amigo. Precisamos saber nos “dar”. E assim, pouco a pouco, vai surgindo a confiança, a solidariedade, a lealdade. Um laço delicado, porém resistente, vai se apertando pouco a pouco.
A amizade é algo maravilhoso. Amigos não têm frescuras. Eles não usam máscaras uns com os outros. Dispensam hipocrisias. Não buscam admiração. Às vezes são tão amigos que se tratam quase grosseiramente, porque são espontâneos, mas leais. Amigos não gostam que se fale mal dos seus amigos. E têm prazer em falar bem uns dos outros, afinal, têm orgulho da amizade.
Bons amigos se conhecem, cuidam uns dos outros, se preocupam, se corrigem.
Amigos sabem também se afastar. Sabem dar um tempo, abrir espaço, calar no momento certo. Sabem sair de cena se for preciso. E voltar tão calorosos como sempre na hora adequada. Porque a amizade, aquela simpatia que virou afeto, e somada à confiança e á lealdade cresceu e deu frutos, a amizade não morre, a não ser que jamais tenha sido amizade verdadeira. Às vezes os amigos se separam, se distanciam, pois nem sempre a vida segue de forma que possam caminhar juntos pelas mesmas estradas, mas isso não importa. Não há tempo ou distância que anestesie as verdadeiras amizades. Basta um reencontro, breve que seja, para que os afetos renasçam, as saudades se abrandem, os papos apareçam e os risos retornem.
Tenhamos Jesus como exemplo do melhor amigo que é possível ter, e ser. E lembremos que, para fazer um amigo é muito fácil: bastar sermos amigos primeiro.
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