segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Humanidade


A história da humanidade tem sido uma luta constante marcada por destruição, mortes, violência, dor e lágrimas. Ao longo dos últimos milênios, desde que os primeiros humanos propriamente ditos deixaram as terras africanas e se espalharam pelo mundo inteiro, tudo que os homens fizeram sobre a terra foi conquistar, matar, aniquilar e destruir.

Guerras por novas terras, disputas territoriais, conquistas de cidades e, enquanto isso acontece, assassinato de quem é encontrado pelo caminho. Simplesmente por estar no caminho! Antes, geralmente, ocorrem estupros e abusos de toda espécie, tanto de mulheres como de crianças e adolescentes. Perde-se a noção de limites e a consciência de respeito pelo semelhante. Tudo e todos são envolvidos numa selvageria sem precedentes.

Em todos os tempos, em todos os lugares, passando pela história de todas as culturas, sempre a guerra foi um manto negro de terror cobrindo os seres humanos. Mesmo sabendo disso, os seres humanos ainda persistem, e insistem, em entrar em guerras o tempo todo e em todo o mundo. Ásia, África, Europa, América... em que lugar do planeta não houve guerras? Talvez na Antártida e na Groenlândia, quem sabe no pólo norte... ao menos por enquanto.

E os motivos para tantas guerras? À luz da razão, realmente têm sentido? São justificáveis? Ora, as guerras normalmente são causadas pela cobiça de mais terras, pela ganância em ter mais recursos minerais, por controlar as reservas de petróleo; algumas vezes, advêm de invasões por povos famintos. Neste último caso, entretanto, o que ocorre é um verdadeiro massacre dos povos famintos. Então, não se pode afirmar que seja uma guerra.

Guerras e batalhas são bonitas em filmes. Muito mais ainda quando são batalhas entre os seres humanos e seres não-humanos. Orcs e cavaleiros negros travando batalhas com humanos e elfos, por exemplo, é algo realmente empolgante. Ou então, seres extraterrestres lutando contra os humanos em naves espaciais também produz um efeito magnífico. E como não lembrar do Leão surgindo nos momentos finais da batalha e dando a vitória aos humanos e aos seus aliados? No mundo da fantasia, as guerras são empolgantes, as batalhas são bonitas, os mortos são heróis, os feridos são curados, o bem triunfa sobre o mal. Mas, no mundo real, não têm nada de belas e não é possível dizer quem é do lado do bem e quem é do lado do mal. São todos seres humanos, iguais em dignidade e natureza, seres inteligentes e possuidores do livre arbítrio. Se são todos iguais, como podem uns serem absolutamente maus e outros absolutamente bons? São humanos, antes de tudo!

Os seres humanos não conseguem se entender e, portanto, não conseguem conviver. Ora, quem não consegue conviver obviamente não consegue viver. Desta forma, a vida vai sendo destruída dia após dia, ano após ano, século após século, milênios após milênios. Em cerca de cinqüenta mil anos de história dos humanos propriamente modernos, isto é, homens e mulheres como nós que hoje vivemos, somente conflitos entre uma tribo e outra, entre uma nação e outra. Assim como há milhares de anos atrás um bando corria perseguindo outro com paus e lanças, hoje continua do mesmo jeito, ou seja, uma nação perseguindo a outra com armas, aviões e sanções econômicas. Mudou alguma coisa? Nada! O que mudou foram os materiais em si, mas o sentido de perseguição e destruição permaneceu o mesmo. O que é mais grave é constatar a absoluta ausência de compreensão e de solidariedade entre os seres da mesma espécie, da espécie humana.

Desde o princípio, Deus fez os seres humanos para viver em absoluta comunhão de amor e vida. Desde o início do tempo e do espaço, o Senhor vem preparando o universo para que os seres humanos nele habitem em harmonia e concórdia. Galáxias, estrelas, superaglomerados, planetas, continentes, a água... tudo isto existe, pois assim o parece, em função de propiciar um lugar no tempo e no espaço para o ser humano existir e, existindo, viver e conviver.

Será assim tão difícil compreender a infinita grandeza e bondade de Deus refletida e revelada em sua obra? Será assim tão impossível ao ser humano compreender que tudo que o Senhor quer de seus filhos é que estes vivam e convivam em paz para que sejam felizes a começar aqui mesmo na terra?

Jesus falou muito sobre a paz e o quanto é importante viver em paz com o mundo e com os semelhantes. Aos que promovem a paz, Jesus os chamou de bem-aventurados. Ser bem-aventurado é, em seu significado mais simples, ser feliz. Somente isso! Ser feliz.

Nilson Antônio da Silva

Nenhum comentário:

"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina