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O Grande Milagre de Calanda |
Tal desafio é feito na crença de que jamais poderá ser aceito. Não se sabe de nenhum caso como esse, certo? Errado.
Estou lendo o livro Hipóteses sobre Maria, do jornalista italiano Vittorio Messori. No seu livro ele menciona alguns casos sobre os quais eu nunca tinha ouvido falar. Procurei informações na internet e há material em inglês, mas encontrei muito pouco em português.
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Miguel Pelicer e a Virgem do Pilar |
Por dois anos, Miguel Pellicer continuou morando em Saragoça, onde vivia de caridade. Todos os dias dirigia-se à basílica e utiliza o azeite das lâmpadas para untar o ferimento - atitude pela qual foi várias vezes repreendido pelos médicos. Em 1640, ele retornou para Calanda, voltando a viver com sua família. Na noite de 29 de março, foi dormir. Mais tarde, sua mãe foi vê-lo no quarto e teve um grande susto: por sob as cobertas, podia perceber dois pés. Removendo os cobertores, viu que a perna direita de Miguel Pellicer estava no lugar, inteira, apenas com marcas de cicatrizes onde ocorrera a amputação.
O caso correu a cidade imeditamante e todos procuraram testemunhar o acontecido. Tempos depois a notícia chegou ao hospital de Saragoça, onde descobriu-se que a perna enterrada mais de dois anos antes havia desaparecido.
Os testemunhos dos médicos de que a perna fora cortada e dos habitantes de Calanda de que ela fora recuperada não deixaram dúvidas sobre o fato. Foram abertas investigações sobre o acontecido. Miguel Pellicer chegou a ser chamado à corte do rei Felipe IV, que quis conhecê-lo (consta que no palácio real de Madri há uma tapeçaria representando o rei beijando a perna de Miguel). Em 1641, a autoridade eclesiástica de Saragoça emitiu um documento confirmando o caráter miraculoso da cura.
Messori chegou a escrever um livro só sobre esse caso (Il Miracolo). Em Hipóteses sobre Maria, ele menciona ainda o episódio envolvendo o jardineiro belga Peter Van Rudder. Em 1867, ele, que trabalhava para um nobre na cidade de Jabbecke, caiu de uma árvore e teve a perna esquerda esmagada pouco abaixo do joelho. Ele teve fratura exposta e perdeu aproximadamente 3cm da tíbia e do perônio. Ele se consultou com vários médicos, entre eles o da Casa Real - visto que era funcionário de um visconde - que recomendaram a amputação. Durante oito anos ele viveu com a ferida, procurando tratamento e recusando-se a cortar a perna. Nessa época, já eram conhecidas na Bélgica as famosas curas de Lourdes, onde Nossa Senhora havia aparecido a Bernadeth em 1858.
Em 1875, Peter van Rudder decidiu ir à cidade de Oostakker, onde havia um pequeno santuário dedicado a Nossa Senhora de Lourdes. Depois de uma penosa viagem, ele dirigiu-se à réplica da gruta de Lourdes que havia na cidade, para implorar por sua cura. Lá chegando, deixou cair as muletas e se ajoelhou diante da imagem da Imaculada. Foi sua mulher, que o acompanhava, quem percebeu que sua perna estava subitamente curada. Sua perna quebrada por oito anos havia perdido 3 cm de osso - tanto na tíbia como no perônio. Estava agora completamente reconstituída.
A cura foi atestada por vários médicos franceses e belgas. O seu caso foi a 24ª cura milagrosa reconhecida oficialmente pela Igreja como sendo obtida graças à intercessão de Nossa Senhora de Lourdes. Os cidadãos de Jabbecke redigiram, assinaram e lavraram um documento testemunhando que Peter van Rudder havia quebrado a perna, com perda de massa óssea e que após sua ida a Oostakker estava completamente curado.
Esses casos parecem extraordinários demais para serem verdadeiros? Imaginação popular? Há testemunhos da época, arquivos médicos assegurando a existência do mal e depois a sua cura. Aqui a a razão pode ser satisfeita, mas nossa sensibilidade moderna, que só acredita vendo e desconfia de todo testemunho, de toda evidência, precisa ser socorrida pela fé - a mesma fé que restituiu a perna direita ao jovem Miguel e curou a perna esquerda de Peter.
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