segunda-feira, 11 de agosto de 2008

História da Salvação III - Abraão - 2ª Parte


Em Haran, certo dia, Deus disse a Abrão: "Sai da tua terra e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Em ti serão abençoadas todas as nações da terra". Obedecendo ao Senhor, ele, sua mulher Sarai e seu sobrinho Ló saíram e foram para a terra de Canaan, na Palestina, onde hoje se encontra o Estado de Israel. Lá chegando, Abrão ergueu uma tenda debaixo do carvalho de Mambré, em Siquém, onde passou a morar. Certo dia, apareceu-lhe o anjo do Senhor, dizendo-lhe: “Darei esta terra aos teus descendentes.” Depois de certo tempo, Abrão partiu rumo ao sul, indo morar num local entre Betel e Ai. Nesse local ele se estabeleceu com suas tendas e também aí ergueu um altar a Deus. Passado algum tempo, ele novamente rumou para o sul, talvez até Salém. Entretanto, a Bíblia não menciona claramente onde ele teria se estabelecido dessa vez, mas apenas diz que havia fome naquele lugar. Por essa razão, Abrão e todo o seu acampamento se retirou para o Egito. Algum tempo depois, o patriarca e sua família retornaram a Canaan, para o local onde estiveram antes da ida para as terras do faraó, isto é, possivelmente nas proximidades de Salém. Aí Abrão tornou-se um homem rico, possuidor de grandes rebanhos e também ouro e prata. Depois disso, ele retornou para Betel. E foi então que ele e Ló resolveram se separar, pois começaram a surgir várias contendas entre os pastores que cuidavam do imenso rebanho que ambos tinham formado. Para evitar desavenças com Ló, Abrão achou mais prudente que se separassem e cada um cuidaria de seu próprio rebanho. Para isso, Abrão permitiu que Ló escolhesse a planície que quisesse para se estabelecer com seus rebanhos. Ele, então, escolheu a planície do Rio Jordão, na região das cidades de Sodoma e Gomorra. E Abraão permaneceu nas terras de Canaan.

Certa vez, aquela terra foi invadida por estrangeiros, que saquearam as cidades e causaram muita destruição. Então, Abrão reuniu 318 servos e, à frente deles, perseguiu e conseguiu vencer os inimigos em batalha. Destes, os últimos a serem vencidos foram os reis de Sodoma e de Gomorra. Estes haviam capturado Ló e, em Sidim, foram derrotados. Então, ele libertou seu sobrinho e também o povo de Sodoma. Regressando para casa, passou por Salém (a atual Jerusalém), onde se encontrou com Melquisedec, sacerdote do Deus Altíssimo. Este sacerdote é apresentado como aquele que não tem nem começo nem fim, ou seja, ele é eterno. Daí ser visto como figura do sacerdócio eterno de Jesus Cristo. E foi ali, em Salém, que o patriarca apresentou ao sacerdote o dízimo dos despojos da guerra. Após essas vitórias, Abrão passou a ser visto e temido como líder militar pelo povo e pelos reis da região. Suas batalhas e conquistas ficaram conhecidas por todos que moravam naquelas terras, o que fez dele um homem respeitado.

Vale ressaltar a intervenção de Abrão em favor das cidades de Sodoma e Gomorra, as quais estavam para ser destruídas pela ira de Deus por causa dos muitos pecados que lá eram praticados. O patriarca, cheio de confiança e demonstrando uma total amizade e familiaridade com Deus, argumenta, insiste e tenta convencer o Senhor a não destruir aquelas cidades. Deus escuta os apelos dele e, somente não as poupa porque realmente não havia nenhum justo nelas! É notável a paciência de Deus diante da insistência de Abraão!

Nos tempos de Abraão, provavelmente as duas cidades já não eram habitadas havia muito tempo. De fato, até hoje não foram encontradas as ruínas que comprovadamente tenham sido de Sodoma e Gomorra. Porém, o belo e grande significado da narrativa sobre a destruição está no momento em que o patriarca intercede em favor da população pecadora de ambas, numa clara demonstração da fragilidade e confiança humanas diante da justiça e misericórdia divinas. Este sentido foi exposto de forma magnífica pelo hagiógrafo!

Mais uma vez, Deus disse a Abrão: "Levanta os olhos e conta, se podes, as estrelas do céu! A tua descendência será tão numerosa como elas". Abrão acreditou e teve fé em Deus e, passados muitos anos, novamente o Senhor Deus lhe apareceu, dizendo: “Daqui um ano retornarei à tua casa, e tua mulher já terá tido um filho.” E disse ainda: “Daqui em diante não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque te destinei para pai de muitos povos. Para o futuro, não chamarás a tua mulher de Sarai, mas de Sara. Eu a abençoarei e ela terá um filho ao qual chamarás Isaac. Concluirei com ele uma aliança perpétua em favor da sua posterioridade”. Assim, já na velhice, Sara deu à luz Isaac. E a promessa de Deus a Abraão foi cumprida.

Na próxima semana continua a história de Abraão, dando ênfase ao nascimento de Isaac e à prova por que o patriarca passou!

Nilson Antônio da Silva

Sara - a esposa de Abrãao

Em toda a sua jornada, Abraão teve uma companheira fiel: Sara.

Seu nome original era Sarai, que significa minha princesa. Foi mudado mais tarde pelo próprio Senhor, que a chamou "Sara", "soberana". Quando Sara e seu marido já estavam bastante idosos, Deus lhes prometeu um filho. Sara tinha idade avançada e não acreditava que seria capaz de conceber. Mas para quem espera no Senhor, tudo é possível.

No tempo em que Deus tinha marcado, Sara concebeu e deu à luz um filho para Abraão. Ela estava com 90 anos quando Isaac nasceu.

Sara é um exemplo de submissão a ser seguido.Esposa fiel aos ensinamentos acreditou nos laços sagrados do matrimônio. Aprendeu a acreditar nos desígnios do Senhor e a esperar pela misericórdia Divina.

sábado, 9 de agosto de 2008

QVO VADIS DOMINVS


Aonde vais, Senhor? Foi a indagação do apóstolo a Jesus na estrada romana. E o Senhor, com firmeza e certamente cheio de ternura, apenas lhe disse que ia a Roma para ser novamente crucificado. Sem esperar, o Apóstolo retornou à cidade... e foi crucificado.

Mesmo hoje, dois mil anos passados, todos os dias o Senhor está indo para ser crucificado novamente. E quem o crucifica a cada dia? São seus juízes, acusadores e carrascos todos aqueles que insistem em destruir a palavra de Deus. E como destroem a palavra do Senhor? Destroem-na quando exploram os fracos, pois os fracos têm por defensor o próprio Deus; destroem-na na destruição da criação, pois a natureza inteira é reflexo da glória de seu Criador; destroem-na quando assassinam crianças ainda no útero e colaboram com assassinos que as exploram quando já nascidas; destroem-na ao idolatrar o egoísmo e a auto-suficiência enquanto condenam a caridade e a humildade; destroem-na ao condenar e perseguir mais uma vez aqueles que seguem as palavras de Jesus; destroem-na ao ridicularizar a palavra do Evangelho... Tudo isso, hoje em dia, vai tomando conta da sociedade em que vivemos.

Já diziam os profetas e apóstolos que somos apenas peregrinos neste mundo. Não pertencemos a este mundo. Pertencemos ao Reino de Deus. Mas, como seguimos a palavra de Deus e, portanto, queremos construir já aqui o seu Reino, então vem a perseguição. Com a perseguição, o final é o alto de uma cruz. Mas isso não é motivo de desespero. Se aquele a quem seguimos olhou o mundo do alto de uma cruz e, à beira da morte, ainda derramou seu perdão sobre aqueles que o matavam, cada um de nós também deve carregar a sua cruz e fazer como o Senhor fez.

O mundo, isto é, a pessoa que vive conforme os valores de egoísmo e de morte, não consegue compreender a palavra de Deus. Nunca conseguiu. E olhe que Deus insistiu tanto, quis tanto ser ouvido e, mais ainda, ser compreendido! Pela boca de tantos profetas, o Senhor falou e poucos escutaram. O mundo não quis ouvir! Pelo sangue de tantos mártires, o Senhor falou e poucos entenderam. O mundo, como sempre, não quis ver nem ouvir!

Assim, todos os dias Jesus está sendo crucificado novamente. Portanto, que tenhamos a coragem de Pedro para voltar sempre a Roma para ser crucificado. Não fujamos para longe da cruz! E Roma, hoje em dia, está em todo lugar perseguindo os cristãos. Roma, hoje, é constituída não mais por muros de pedra, mas por governos e órgãos internacionais e por grande parte da mídia! Tenhamos, pois, sabedoria para identificar a Roma que nos crucificará.

Nilson Antônio da Silva

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Você pensa em Deus?

Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Atá-los-ás à tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas de tua casa.

Estas palavras estão no livro do Deuteronômio, capítulo 6, versículos 4 a 9. Elas constituem o "Shema Yisrael", ou "Ouve, Israel". Segundo a tradição, os judeus a recitam duas vezes por dia, pela manhã e ao fim da noite. Ao recitá-las, cada judeu renova a sua profissão de fé e mantém seu pensamento no Senhor.

A recitação do Shema Yisrael é um belo costume. Acho o mesmo sobre a tradição muçulmana de fazer cinco orações diárias com o corpo voltado para Meca. Acho uma pena que nós católicos não tenhamos nenhuma tradição do tipo, pois creio que esses pequenos rituais ajudam a fazer uma coisa tão difícil nos tempos atuais: pensar em Deus e Lhe conferir seu verdadeiro e justo lugar na ordem das coisas: o centro de tudo.

Acredito que seríamos mais decididos, teríamos mais paz, padeceríamos menos dúvidas e, enfim, seríamos mais felizes, se mantivéssemos nosso pensamento em Deus e buscássemos seu auxílio a todo momento. Se, ao tomar uma decisão, Lhe pedíssemos luz. Se, ao viver um momento de estresse ou raiva, Lhe pedíssemos calma. Se ao cair, Lhe pedíssemos socorro. Se ao ver uma cena bela, Lhe déssemos graças. Ou, se, simplesmente, lhe voltássemos nossos pensamentos como fazemos ao bater papo descompromissadamente com os amigos.

Essas palavras devem parecer muito óbvias, mas não são. Façamos uma reflexão e tentemos ser sinceros: quantas vezes pensamos em Deus no dia-a-dia, nos momentos corriqueiros? Qual peso permitimos que Deus tenha em nossas vidas?

Nós deslocamos Deus do centro e nos colocamos em seu lugar. É fácil verificar isso.

Quais são as maiores preocupações da maior parte de nós? Talvez seja dinheiro, emprego. Talvez seja família, casamento. Talvez sejam os estudos, o "futuro". Talvez seja a compra de um carro, uma casa, a realização de uma viagem.

Quantas pessoas têm, como preocupação central de sua vida, a santidade? A realização da vontade de Deus?

Não digo que as outras preocupações não sejam importantes, mas que, diante de Deus, são completamente secundárias. Jesus mesmo já disse: "procurai antes de tudo o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado em acréscimo" (Mt 6,33).

Nesse nosso estranho mundo de hoje, priorizar Deus soa como algo tão estranho, tão incompreensível...

Como pode alguém querer viver segundo os princípios do Evangelho? Como pode alguém querer castidade em tempos que valorizam a promiscuidade sexual? Como pode alguém querer buscar a humildade em tempos que valorizam o hiper-individualismo, a hiper-competitividade? Como pode alguém buscar a simplicidade em tempos obcecados pelo conforto? Prece

É esse tipo de mensagem que o mundo de hoje nos manda. Mas são mensagens falsas, que podem ser desmentidas facilmente com breves minutos de reflexão. Com um pouco de pensamento em Deus. É por isso que esse pensamento deve ser evitado a qualquer custo: o homem que pensa em Deus tem mais força para seguir os passos de Cristo, e por isso, escapa mais facilmente das garras do diabo.

No magistral livro "Cartas de um diabo a seu aprendiz", do genial irlandês C. S. Lewis ("o mais católico dos protestantes"), o diabo Fitafuso conta ao aprendiz Vermebile que quase perdeu seu poder sobre um ateu que começava a pensar em Deus enquanto estudava na biblioteca. Como o diabo contra-atacou? Lembrou ao homem que estava na hora do almoço e distraiu sua atenção.

Assim funciona o mundo. Não quer que ninguém pense em Deus. Ora, por que de maneira geral, nos meios de comunicação, o Natal foi completamente esvaziado de seu significado, assim como a Páscoa?

Precisamos pensar em Deus. Precisamos dedicar-Lhe uma parte cada vez maior de nossa vida. É preciso orar. É preciso ler sobre Deus, ouvir músicas que falam dEle, ver filmes sobre a Bíblia e sobre os santos. Isso nos fortalecerá na caminhada. E nos ajudará a seguir rumo ao Reino.

"Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares".

Shema, Yisrael!

São Sisto II e companheiros Mártires

Do site: Católico

Sisto II era provavelmente originário da Grécia. Sucessor de Santo Estêvão I, foi papa apenas durante um ano (257-258). Com seus diáconos Agapito, Felicíssimo, Janeiro, Magno, Vicente e Estêvão, São Sisto foi morto durante a perseguição do imperador Valeriano.

O culto dos cristãos fora proibido, passando a ser celebrado na clandestinidade. São Sisto e seus companheiros foram surpreendidos durante uma cerimônia clandestina no cemitério da via Ápia. Presos, foram martirizados.

São Dâmaso compôs-lhe esta elegia: "Vede, este túmulo conserva os membros celestes dos santos que arrebatou num instante a corte do céu. Os companheiros da sua (de Sisto II) cruz invencível, ao mesmo tempo que os seus diáconos, partilhando o mérito e a fé de que tinham por chefe, entraram nas moradas do Alto e no reino dos eleitos. O povo de Roma sente-se feliz e orgulhoso de que eles tenham merecido triunfar com Cristo sob o comando de Sisto. A Felicíssimo e Agapito, aos santos mártires, Dâmaso, bispo". (Apud José Leite, S.J., op. cit., Vol. II, p. 435.)

São Sisto II e seus companheiros mártires são celebrados em 7 de agosto.

Não podemos mais perder ovelhas!


Site: Canção Nova

É preciso ensinar isso nos grupos de oração. É necessário que os dirigentes dos grupos sejam “cães que latam e não cães mudos”. Não sei se sabe: todo pastor tinha consigo um cão. Esse animal foi sempre o grande auxiliar deste, que não podia acompanhar todas as ovelhas nem conseguia correr atrás das tresmalhadas. Para isso ele tinha um cão. O pastor ia sempre à frente do rebanho. Se houvesse alguma ovelha se desviando do caminho sem que ele a pudesse ver, o cão o avisava. Quando apareciam lobos para atacá-las era também esse animal [cão] que o enfrentava. Muitas vezes, quando o pastor ia à frente e as ovelhas atrás, também apareciam ladrões que ficavam escondidos atrás das moitas e das pedras. Quando o pastor passava, eles vinham para atacar o rebanho. O cão era quem dava o alerta. Era sempre o latido dele que as salvava.


Exorto os coordenadores: sejam "cães que latam!" Sempre que aparecer um "ladrão de ovelha" no seu grupo, saia "latindo". Enquanto ele não sair do pé de suas ovelhas, não pare!

Não podemos mais perder ovelhas! O Senhor nos escolheu como sentinelas da casa de Israel. A Renovação Carismática Católica (RCC) existe para as ovelhas perdidas da casa de Israel. Gaste sua vidas as salvando!

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Casas do Senhor (V) : A Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto


Também chamada "Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência", começou a ser construída em Ouro Preto (então, "Vila Rica") em 1766 por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. São dele o projeto arquitetônico, a talha e as esculturas. As pinturas ficaram a cargo de Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde. Os dois são justamente considerados os maiores artistas do Brasil colonial.

A igreja de São Francisco de Assis foi construída em estilo barroco, mas diferentemente das obras européias similares, as proporções da nave são bem menores, o que cria um clima intimista. Na fachada, as torres laterais recuadas dão originalidade à obra. No interior, a decoração é farta e belíssima.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Conheça a Igreja VI: As Ordens Religiosas


Desde o começo do Cristianismo, muitas pessoas decidiram dedicar suas vidas completamente a Deus. São pessoas que têm uma vocação especial: a vocação religiosa.

A história da Igreja está repleta de santos que decidiram afastar-se da sociedade a fim de mais se dedicarem a Deus e melhor seguirem os passos de Cristo. Nos primeiros tempos, homens abandonavam tudo e buscavam viver no deserto - na Palestina, no Egito - como eremitas. Aos poucos, formaram-se comunidades ao redor desses pioneiros - muitas pessoas começaram a seguir seus exemplos. Na Europa, alguns dos primeiros fundadores de comunidades monásticas conhecidos são São Martinho de Tours (França) e Santa Brígida (Irlanda).

Uma figura central na história das ordens religiosas é São Bento de Núrsia (ou Nórcia). Ao fundar uma comunidade em Monte Cassino (Itália), no século VI, ele a dotou de um regra que seria a base para uma infinidade de novas ordens que surgiriam no futuro.

As ordens religiosas têm imensa importância na história da Civilização Ocidental: ajudaram a cristianizar os povos bárbaros; constituíram, durante séculos, a principal instituição guardiã e produtora de conhecimento - preservaram textos antigos e propiciaram o surgimento de grandes teólogos e pensadores. Elas ajudaram na reorganização econômica de um mundo que se reerguia após o colapso do Império Romano e que buscava resistir às incessantes ondas de invasões. Tiveram - e têm - papel fundamental na expansão do Evangelho pelas Américas, pela África, pela Ásia e pela Oceania.

Ao longo da história, foram criadas inúmeras ordens. Algumas foram suprimidas - seja porque tinham cumprido sua missão, seja porque se desviaram do seu caminho inicial.

O site Catholic Hierarchy registra a existência de 87 institutos de vida consagrada (que são, propriamente, as ordens religiosas) e mais 24 sociedades de vida apostólica. Os institutos são aqueles em que os integrantes têm vida comunitária e proferem os votos solenes (geralmente, de Castidade, Obediência e Pobreza). As sociedades se caracterizam pelo fato de seus integrantes, em geral, não fazerem votos religiosos, como, por exemplo, a Congregação da Missão (Vicentinos ou Lazaristas).

As ordens religiosas, em geral, se classificam como "ordem monástica", "ordem mendicante", "ordem de clérigos relugares" ou "ordem de cônegos regrantes". As ordens femininas, quando estiverem ligadas a uma ordem masculina original (por exemplo, como as Clarissas estão ligadas aos Franciscanos), se classificam como "ordem segunda". Existem também as "ordens terceiras", abertas aos leigos.

A grande variedade de ordens religiosas se deve à grande variedade de carismas. Há ordens em que seus membros se dedicam à contemplação: eles vivem enclausurados, com pouco ou nenhum contato com o mundo exterior. Há outras em que seus membros se dedicam à Evangelização dos povos, outras em que eles se dedicam à caridade - nesses casos, eles mantêm intenso contato com a comunidade em que estão inseridos.

Algumas das ordens mais conhecidas são a Ordem de São Bento ("Beneditinos"), a Ordem dos Frades Menores ("Franciscanos"), a Ordem dos Pregadores ("Dominicanos"), a Ordem de Nossa Senhora do Carmelo ("Carmelitas") e a Sociedade de Jesus ("Jesuítas"). Para ver a lista das ordens religiosas (em inglês), clique aqui.

Na próxima semana, falaremos da Ordem de São Bento.

Abadia beneditina em Tyniec, Polônia.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

História da Salvação III - Abraão - 1ª Parte



Abraão, o Pai de muitos povos... assim ficou conhecido esse homem que, sem dúvida alguma, hoje é considerado um dos maiores personagens da Antiguidade. A partir dele, desenvolveram-se as três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Até onde conseguem alcançar as pesquisas históricas, arqueológicas e científicas, tem-se como comprovadas as origens da história do povo de Deus até os tempos deste patriarca, que teria vivido provavelmente entre os séculos XXI e XVIII antes da era cristã. Os arqueólogos conseguiram encontrar um contrato em escavações na Babilônia o qual trazia o nome “Abraão”. Após as devidas análises, esse contrato teve sua datação entre 1800 a 2000 a.C. Uma vez que Abraão foi um homem rico, conforme é informado no versículo 2 do capítulo 13 do livro do Gênesis, é possível que haja alguma relação entre este achado arqueológico e o patriarca.

Abrão, do hebraico Avraham ou Abhraham, era filho de Taré, que por sua vez era descendente de Sem, filho de Noé. Taré teve três filhos: Abrão, Nacor e Aran. Ele e sua família moravam na cidade de Ur, na Caldéia, até que decidiu deixar aquela cidade e, levando consigo seu filho Abrão, seu neto Ló e Sarai, esposa de Abrão, foi viver em Haran, mais ao norte da Mesopotâmia, numa região onde hoje se encontra a Turquia.

A Caldéia, em cujas terras hoje está localizado o Iraque, ficava numa região no sul da Mesopotâmia, principalmente formada pelas terras da margem oriental do Rio Eufrates. Trata-se de uma extensa planície formada pelos depósitos sedimentares do Tigre e do Eufrates, a qual possui cerca de 250 quilômetros de comprimento ao longo do curso de ambos os rios e cerca de 60 quilômetros de largura. Portanto, era uma terra bastante fértil. Já Haran, localizada onde atualmente é o sul da Turquia, bem próximo da fronteira com a Síria, ficava numa região mais seca e montanhosa. Era uma cidade pela qual passava uma importante rota comercial e, portanto, era um lugar onde caravanas de todo o oriente estavam habituadas a freqüentar.

A história de Abraão, de quem somos filhos na fé e, portanto, herdeiros da promessa que Deus lhe fez, será contada na próxima semana.
Nilson Antônio da Silva

domingo, 3 de agosto de 2008

Por que Paulo não fundou uma Igreja diferente da de Pedro?

Fonte: Canção Nova

Pedro mal sabeia ler, enquanto Paulo era formado e educado.Pedro era um simples pescador. Tu eras um intelectual. Pedro quase nem sabia ler e escrever.

Tu eras formado e educado aos pés de Gamaliel (At 22,3) e conhecedor até de línguas que Pedro não conhecia. Tu escrevias coisas difíceis a Pedro de entender (2Pd 3,16). Tu tinhas dons tão extraordinários do Espírito Santo.


Tu tivestes até que corrigir Pedro, por causa de seu duplo procedimento (Gl 2, 11.14). Tu evangelizastes mais que os doze apóstolos juntos. Formastes muito mais colaboradores do que Pedro. Em tudo, parecias muito mais sábio, dinâmico e eficaz do que Pedro.

Então, Paulo, por que não formastes tua própria Igreja, já que Jesus Cristo te iluminou e pessoalmente te revelou seu Evangelho? Tu fostes arrebatado até o terceiro céu (2Cor 2, 12). O que te faltava? Por que caminhar a passos tão lentos? Por que não fundastes a tua Igreja? Poderias ter escolhido um nome assim: “Igreja de Jesus Cristo Glorioso”, ou “Igreja Paulina por ordem de Jesus Crucificado”. O nome poderia variar. Porém, o que desejo saber é por que não fundastes uma nova igreja? Por que não fundastes a tua igreja? Que tens a dizer? “Catorze anos mais tarde, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo. E subi em conseqüência de uma revelação.

Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão. (Gl 2, 1-2) Então, quer dizer que fostes submeter teu evangelho a Pedro e aos demais apóstolos “de maior consideração” para te certificares de não ter corrido e ou continuar correr em vão?

Então, quer dizer que alguém pode pregar o evangelho com tanto empenho e estar correndo em vão? E o que tens a dizer para aqueles que pregam um evangelho diferente e fazem o maior esforço para tirar os fiéis da Igreja de Pedro (Igreja Católica)? Hoje, há muitos que pregam a desobediência à Igreja que tem Pedro como guia. Estimulam-nos para que abandonem esta Igreja. Que tens a dizer, Paulo? “Vocês corriam bem.

Quem lhes pôs obstáculos, impedindo-os de obedecer à verdade? Esta sugestão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa. De minha parte, confio no Senhor que vocês não assumirão outra orientação de pensamento. Mas quem lança confusão no meio de vocês, quem quer que seja ele, sofrerá condenação… Que vão castrar-se esses tais que os perturbam” (Gálatas 5, 7-10.12) - (Bíblia Ed. Loyola).

Quer dizer que todo o que der uma orientação contrária ao que ensina a Igreja e o Evangelho de Jesus Cristo sofrerá condenação? Isso é muito sério! Se quem ensina será tratado assim, imaginemos quem segue esses ensinamentos o que poderá sofrer também! Obrigado, Paulo, Apóstolo. Por nada você abandonou a Igreja que Jesus havia fundado sobre Pedro e muito menos quis fundar uma outra. Temos, assim, mais uma confirmação de que ela pode ser abalada pelas forças do inferno, porém, jamais será vencida (Mt 16, 18), conforme Jesus, seu fundador afirmou.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina