quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cristianismo é doença?

Imagem distribuída pela ong ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) via internet:


Piadinha inocente? Cristianofobia?

Alguém pode dizer: "ah, eles estão só tirando sarro de quem é "fundamentalista religioso". Mas, do ponto de vista desa ong (e de outras), quem considera pecado manter relações homossexuais, é fundamentalista religioso.

Essa é, na verdade, mais uma lamentável manifestação de intolerância com relação às crenças alheias. Aliás, é a chamada intolerância dos tolerantes: pessoas que supostamente defendem o direito à liberdade de expressão e de opinião, mas não aceitam a opinião dos outros. E é só uma amostra do que vem por aí se for aprovado o PLC 122/06.

Quero pensar que essa tenha sido apenas uma brincadeira de mau gosto e que não expresse, no fundo, uma rejeição aos cristãos. A luta política frequentemente descamba para atos toscos como esse. Espero que nossos irmãos da ABGLT repensem essa peça de propaganda e vejam que estão tratando os cristãos exatamente do forma como eles nãoquerem ser tratados.

6 comentários:

Demerval Jr. disse...

Pois é, Moisés...

Como diz um amigo meu: "Segura a onda, senão ela estronda!"...

R. B. Canônico disse...

Fosse um cartaz ao contrário, de cristãos falando da cristianofobia dos gays, seriam imediatamente acusados de homofóbicos...

Matheus Cajaíba disse...

Isso NÃO é uma brincadeira de mau gosto. Isso é proposital. A intenção desses sujeitos é calar a boca dos cristãos, desmoralizar a Igreja Católica e perseguir seus opositores. Não adianta apenas lamentar ou "querer acreditar" que se trata de um "equívoco", um "exagero", uma "brincadeira". Isso é feito de propósito e temos que reagir com firmeza. Não esperem gentileza por parte dessa associação. Não venham com esse papo de "irmãos", porque eles não querem renunciar ao vício - e exigem que nós aceitemos o vício deles como letgítimo! O que esses militantes querem é que as igrejas cristãs legitimem a prática homossexual, caso contrário deverão ser consideradas "homofóbicas" e ameaças para a sociedade. Ou reagimos agora ou seremos processados e presos em um futuro não muito distante. Não percam seu precioso tempo com discurso conciliador e respeitoso, porque o outro lado não está disposto a isso!

Anônimo disse...

Isso não tem nada de brincadeira. Sabe aquela velha frase: "toda brincadeira tem um fundo de verdade". Isso tá mais é para ofensa gratuita.

Camila

Moisés de Oliveira disse...

Matheus, concordo que devemos reagir com firmeza, mas acho que devemos evitar cair na armadilha de sair atirando - é exatamente isso que eles esperam para, logo em seguida, sair nos chamado de homofóbicos.

Temos que lutar para defender nossos direitos e temos que reafirmar nossas crenças, sempre de forma inequívoca e sem concessões, mas também devemos tratá-los com respeito - sim, o mesmo respeito que eles NÃO TÊM para conosco. Quero dizer, não é uma questão de conteúdo, mas de forma.

É bom lembrar também que muitos homossexuais não apoiam essas ONGs e suas bandeiras. É preciso distingui-los nessa luta.

No mais, concordo com você - tanto é que divulguei a tal imagem, pois acho que precisamos ficar atentos e nos mobilizar.

Érick Fiszuk disse...

Parabéns pelo blog e pelo seu trabalho. É um tempo livre bem aproveitado em trabalho de grande envergadura e qualidade.

Não pude deixar de visitar seu blog por meio do link deixado no do Prof. Aquino, e igualmente não pude deixar de comentar este post interessantíssimo.

Hoje os ânimos acirram-se diante do progresso social e tecnológico, e a contestação da fé religiosa, como consequência direta dele, não poderia deixar de sofrer reação dos crentes institucionais e seus guias. Infelizmente, a cegueira com que se processam os embates apressa uma duvidosa distinção entre "bem" (valores novos) e "mal" (valores antigos).

Explicar tudo pela religião é fácil, sobretudo em meio à "onda secularista" que, embora alerte para as ameaças de conúbio entre a Igreja e o Estado, traz junto sensacionalistas que numa boa ganham grana com ofensas a Deus, mais baseadas na crença do que em evidências científicas.

Ao mesmo tempo, auxiliados pelo crescimento das tecnologias que informam em tempo real, os velhos preconceitos contra as minorias progridem geometricamente e são acompanhados por violências físicas ou verbais, como visto nos noticiários. Mulheres, homossexuais, ateus, seguidores de crenças afro-brasileiras, estrangeiros, judeus e negros, se não se deparam com sites que os ofendem constantemente, escutam piadas ou mesmo xingos de alguém na rua ou no trabalho e, na pior das hipóteses, sofrem agressões físicas de grupos organizados no meio da rua.

E o que tem a religião institucional com isso? Ora, por defender valores que não raro contrariam reivindicações éticas e sociais de diversos grupos da sociedade, frequentemente é tida como agressora, quando na verdade deve ser coerente com certos valores e práticas morais para não se descaracterizar ou rachar; e também sente necessidade de propagandear esses valores, pois, como no caso da ICAR, é muitas vezes missionária em essência. Trocando em miúdos: se admoesta usualmente a ICAR por ser contra a descriminalização do aborto, o casamento gay, as pesquisas com células-tronco, a sacerdotização da mulher etc.; mas se esquece que a ICAR não seria ICAR se não tivesse uma ação sociopolítica coerente com seu código canônico e as instruções dos diversos papas.

Assim, pessoas como os chamados "novos ateus" descobriram um belo filão de mercado na difamação da fé religiosa institucional como perseguidora das liberdades e dos valores modernos. De roldão amassam junto a crença em Deus, como se muitas pessoas não acreditassem Nele sem seguir uma igreja específica. E na esteira da sua mórbida diversão, acusam toda a religião institucional de ser fundamentalista, com um conceito muito duvidoso de "fundamentalismo", o qual, se fosse mais bem desenvolvido, poderia abarcar até a eles mesmos.

Como eu disse, explicar tudo pela religião é fácil, e devido a essa propaganda antirreligiosa histérica e barulhenta, muitos grupos que lutam pelas liberdades e contra o preconceito acabam deixando margem para que se os interprete como também antirreligiosos. O caso é que: 1) existem também gays religiosos; 2) existem também religiosos mais tolerantes para com a homossexualidade; 3) nem toda a religião é fundamentalista; e 4) existem também antirreligiosos com os mesmos preconceitos inerentes à sociedade "judaico-cristão ocidental".

Não se podem fazer encaixes automáticos de rótulos e caracterísitcas. Portanto, creio que a propaganda não é anticristã, mas apenas contra o fundamentalismo religioso. Existe, sim, fundamentalismo religioso (e antirreligioso!), embora seja(m) minoria. E são fundamentalistas que simplesmente querem negar o direito de cidadania a quaisquer pessoas que não pensem como eles, o que é inerente a seu penamento. Todavia, alguns grupos de homossexuais também devem compreender que o fundamental para instituições como a ICAR sobreviverem é fazer propaganda de suas ideias, de seus valores, com os quais suas ações devem ser coerentes; e compreender que luta de opiniões não é necessariamente um duelo de cavaleiros medievais.

Abraços fraternais

"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina