domingo, 12 de outubro de 2008

Nossa Senhora...

DISCURSO DE D. HELDER CÂMARA

"Mariama, Nossa Senhora, mãe de Cristo e Mãe dos homens!
Mariama, Mãe dos homens de todas as raças, de todas as cores, de todos os cantos da Terra.
Pede ao teu filho que esta festa não termine aqui, a marcha final vai ser linda de viver.
Mas é importante, Mariama, que a Igreja de teu Filho não fique em palavra, não fique em aplauso.

Não basta pedir perdão pelos erros de ontem. É preciso acertar o passo de hoje sem ligar ao que disserem.
Claro que dirão, Mariama, que é política, que é subversão. É Evangelho de Cristo, Mariama.
Claro que seremos intolerados.
Mariama, Mãe querida, problema de negro acaba se ligando com todos os grande problemas humanos.
Com todos os absurdos contra a humanidade, com todas as injustiças e opressões.
Mariama, que se acabe, mas se acabe mesmo a maldita fabricação de armas. O mundo precisa fabricar é Paz.
Basta de injustiça!
Basta de uns sem saber o que fazer com tanta terra e milhões sem um palmo de terra onde morar.
Basta de alguns tendo que vomitar para comer mais e 50 milhões morrendo de fome num só ano.
Basta de uns com empresas se derramando pelo mundo todo e milhões sem um canto onde ganhar o pão de cada dia.
Mariama, Senhora Nossa, Mãe querida, nem precisa ir tão longe, como no teu hino. Nem precisa que os ricos saiam de mãos vazias e o pobres de mãos cheias. Nem pobre nem rico.
Nada de escravo de hoje ser senhor de escravo de amanhã. Basta de escravos. Um mundo sem senhor e sem escravos. Um mundo de irmãos.
De irmãos não só de nome e de mentira. De irmãos de verdade, Mariama".
(D Helder, 1982)


Ir. Francisco

Nossa Senhora Aparecida




Celebramos neste domingo a solenidade de Nossa Senhora Aparecida. Nosso Deus é o Deus dos pobres, dos marginalizados, dos fracos, dos excluídos. Percebemos isto quando refletimos sobre o titulo de Nossa Senhora Aparecida. Deus, quando nos deu a graça deste sinal, quis que ela aparecesse a nós como aqueles que eram marginalizados e explorados. A aparição de Nossa Senhora, foi um grito contra o grave erro de não se reconhecer que o outro é imagem e semelhança de Deus e que por isso possui sua dignidade. Vemos tanto na Primeira Leitura quanto na segunda, o exemplo da Mulher forte que luta contra o mal. No Evangelho vemos Maria, a mulher que está atenta e que é solidária aos dramas humanos. Assim em nossa história vemos esta mesma Maria como a Aparecida, que se mostra solidária com aqueles que mais sofrem. Ela está Atenta e percebe quando em nosso meio falta o vinho do amor e do respeito. Coloca-se do lado dos excluídos (como os escravos no Brasil) na luta contra o mal da discriminação e instrumentalização do outro. Que por interseção de Nossa Senhora Aparecida, a mãe de todos os homens, de todas as raças, de todas as cores, nunca falte entre nós o vinho do amor, do respeito e da fraternidade.

Ir. Francisco

sábado, 11 de outubro de 2008

Maria


Bem-Aventurada Virgem Maria

A Virgem Maria foi enriquecida com a sublime prerrogativa e dignidade de ser Mãe de Deus Filho, sendo de tal modo a filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo. Quando da anunciação recebeu o verbo de Deus em seu corpo e em seu coração, por sua fé deu vida ao mundo, sendo reconhecida e admirada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Ao passo que se encontra unida a estirpe de Adão, nela encontramos uma verdadeira auxiliadora para com a Igreja.
Santo Agostinho nos diz que “é verdadeiramente mãe dos membros de Cristo... por que com o seu amor colaborou para que na Igreja nascessem os fiéis, que são os membros daquela cabeça”.
De tal modo quando da Constituição Dogmática do Concílio Ecumênico Vaticano II Sobre a Igreja, houve um esclarecimento cuidadoso sobre a função da Santíssima Virgem no Mistério do Verbo Encarnado. O Concílio não teve por objetivo limitar a atuação de teólogos ou determinar uma mudança na forma como Nossa Senhora era tida por todos os Cristãos.

A Mãe do Messias no Antigo Testamento

Em forma de revelação, os livros do Antigo Testamento descrevem a história da salvação, preparando de forma lenta a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em tais documentos, analisados à luz da ulterior revelação completa, uma iluminação mais clara sobre a figura de uma mulher que seria a Mãe do Redentor, aparecendo na promessa da vitória sobre a serpente. Do mesmo modo, é ela a Virgem que conceberá e dará à luz um filho chamado Emanuel.

Maria na Anunciação

Quis Deus em sua ampla magnitude permitir a Maria o poder da escolha, ela foi livre para aceitar ser a Mãe do Salvador. Assim Maria, filha de Adão consentiu na palavra Divina e tornou-se Mãe de Jesus. Como diz Santo Irineu, “ pela obediência tornou-se causa de salvação para si mesma e para todo o gênero humano”.
É extremamente lindo, quando os padres antigos em suas falas diziam: “O laço da desobediência de Eva, foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva atou com sua incredulidade, a Virgem Maria desatou-a pela fé”.

A Santíssima Virgem e a Igreja

“Porque há um só Deus, também um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, verdadeiro homem, que se ofereceu em resgate por todos” ( 1TM 2,5-6). Maria em sua função não obscurece em nata a mediação única de Cristo como afirmam aqueles que não acreditam um sua fiel mediação.
Pela obediência da fé, por sua esperança e caridade ardente, Maria é reconhecida pela Igreja como Mãe na Ordem da Graça.
Recebeu como títulos Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira. Santo Ambrósio afirma que “Mas isto deve entender-se de modo que nada tire nem acrescente à dignidade e à eficácia de Cristo, Mediador único”.

A Igreja deve imitar as virtudes de Maria, é preciso vencer o pecado numa luta constante com caridade e esperança buscando sempre cumprir a vontade de Deus. Maria é um sinal perene da Graça de Deus, pois, nos transmite esperança certa e consolação para o Povo de Deus peregrino.

Como Maria Santíssima todas as mulheres são chamadas a Santidade, devemos dizer nosso Sim!

Obra Consultada: Lumen Gentium " DE ECCLESIA".

Camila

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Casas do Senhor XI: A Catedral de São Patrício em Nova Iorque

A Catedral de São Patrício (Saint Patrick's Cathedral) é a sede da arquidiocese de Nova Iorque. Sua construção começou em 1858 e foi concluída em 1879. É dedicada ao santo patrono da Irlanda, país de onde emigrou boa parte da comunidade católica norte-americana.

Construída em estilo neogótico, a catedral foi projetada pelo arquiteto James Renwick. Suas torres alcançam cem metros de altura. Na nave principal, cabem aproximadamente 2200 pessoas sentadas. No interior há altares para vários santos, como São Miguel, São Luís, Santa Isabel e outros.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Os Jovens Cristãos de Neuquén

Nestes dias atuais, num tempo em que a Igreja é tachada de retrógrada e de antiquada, sendo que suas doutrinas não condiziriam mais com a modernidade, como é possível sermos cristãos autênticos?

A doutrina cristã católica, fundamentada na palavra de Deus e apoiada no testemunho dos apóstolos, mártires e santos, é verdadeira pois sua essência são as palavras “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” ditas por Jesus Cristo. A doutrina da Igreja Católica é verdadeira, é a única que segue no caminho de Cristo e, além de tudo, é a doutrina que ama, valoriza e defende a vida como o dom por excelência que o Criador dá ao mundo e, acima de tudo, ao ser humano.

O caminho que a Igreja Católica segue e ao qual ela chama todos os homens para também nele caminhar é o caminho que conduz diretamente ao Reino de Deus. É um caminho difícil e doloroso. E quanto a isso Jesus foi bem claro e a Igreja, fiel ao seu ensinamento, também reconhece o quão difícil e doloroso é caminhar rumo aos braços do Senhor. A Igreja sempre deixou bem claro que o caminho é áspero, estreito e cheio de espinhos e, mais ainda, que este caminho passa pelo calvário antes de atingir as portas do paraíso. Foi o que o Senhor disse e é o que a Igreja crê e prega.

Só há uma verdade e essa verdade é crer em Deus. Ponto final. Não existem outras verdades; não existe outra verdade! Só há uma verdade, a que Jesus ensinou e mostrou ao mundo! Assim, essas novidades que tantos apregoam por aí, cheios de vã sabedoria, essas novidades não passam de mentiras vazias cujo único fim é a perdição.

A vida, o dom de Deus por excelência, tem um valor inestimável. A vida humana possui um valor infinitamente maior e sua preciosidade vai além de toda e qualquer riqueza que há ou venha a existir. Por isso, a Igreja é muito clara e determinada quando se trata de defendê-la e promovê-la. Não há como abrir exceções e a Igreja não abre exceções: todo ser humano tem o direito à vida! Não existe um “se” ou um “mas”. Se a pessoa se torna um santo ou não, isso é uma decisão que cabe à própria pessoa durante a sua vida. Não cabe à Igreja determinar; cabe a cada um a escolha livre de seguir o caminho da glória ou o caminho da perdição. O que cabe à Igreja fazer, isto é, revelar ao mundo a verdade que é a Palavra de Deus, ela o faz dia e noite sem parar e em todos os cantos do mundo.

Há pouco tempo, houve na cidade argentina chamada Neuquén um acontecimento que, dadas as suas proporções de tristeza e dor, não pode passar despercebido.

Naquela cidade ocorreu uma reunião de pessoas favoráveis ao aborto. Como é costumeiro acontecer em toda cidade onde acontece uma reunião dessas, após o evento acabar ,saíram seus participantes em passeata pelas ruas com a intenção prévia de passar em frente à igreja matriz local para se manifestarem contra a doutrina de vida pregada pela Igreja Católica. Em cidades onde eventos semelhantes ocorreram, os manifestantes pró-aborto chegaram a praticar atos de vandalismo contra o templo. É o que poderia ter ocorrido em Neuquén.

Entretanto, ao chegarem em frente à igreja matriz local, os manifestantes encontraram diante de suas portas um batalhão de rapazes e moças, todos em pé em ordem de batalha, e todos armados! E quais eram suas armas? A oração e a fé em Deus eram suas únicas armas! Todos rezavam em voz alta, rapazes à frente e moças atrás destes diante da igreja rezavam!

A multidão de abortistas, ensandecida e furiosa, começou a agredi-los com palavras e com gestos de desprezo. Em dado momento, uma mulher cuspe na face de um dos jovens e, como Cristo fez, ele permaneceu imóvel e continuou rezando. As manifestantes enfurecidas lançaram todo tipo de gritos e de palavras ofensivas contra os jovens católicos e estes, firmes e determinados, todos permaneceram como rocha rezando em voz alta.

As cenas foram das mais terríveis que o ser humano pode imaginar! Gritos, ofensas, agressões físicas... como pode o ser humano menosprezar tanto assim a vida de seu semelhante, que ainda nem sequer nasceu, a ponto de cometer atos tão selvagens e bárbaros como aqueles?

Aqueles jovens, homens e mulheres que rezavam, se quisessem poderiam se defender de toda a selvageria da multidão enlouquecida que pregava e defendia a morte. Mas não moveram um dedo sequer em resposta aos agressores, da mesma forma como Cristo também não moveu um dedo sequer contra aqueles que o torturaram. E o que dizer dos embriões e fetos que são abortados? Eles nem sequer podem de defender! Nem sequer têm consciência para se defender!

Os jovens de Neuquén rezavam a Deus em defesa da vida com palavras e com sua atitude de cristão. As crianças que são abortadas rezam a Deus com o sacrifício de sua vida inocente. E Deus escuta e acolhe a oração de cada embrião e de cada feto abortado.

O mundo cultua a morte e não a vida. É uma afirmação forte? Claro que sim! Ora, quem defende a prática de aborto está prestando culto a quem senão à morte? E cultuar a morte é o mesmo que cultuar o diabo.

Defender e valorizar a vida, desde a sua concepção até o seu fim natural, é prestar a Deus um culto santo e agradável. Mais ainda, é viver as palavras de Jesus que tanto amou e defendeu a vida enquanto esteve historicamente no mundo. O seu amor pela vida foi tão grande, realmente infinito, que ele entregou a sua vida preciosa para que todos os homens e mulheres tivessem vida eterna! E hoje, passados dois mil anos, ainda tem tanta gente de cabeça dura que não consegue entender o que o Senhor fez!

Nilson Antônio da Silva

Veja abaixo um vídeo com cenas da manifestação em Neuqúen.


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

História da Salvação - Rute


A história narrada no Livro de Rute, que foi escrito em Judá em meados do século V antes de Cristo, se passa no tempo dos Juízes, numa época em que uma grande fome assolou o país inteiro. Segundo Flávio Josefo, um historiador judeu do primeiro século da era cristã, a história se passa na época do sacerdote Eli. Entretanto, não há evidências o suficiente para sustentar essa afirmação.

Naquele tempo, um homem chamado Elimelec foi com Noemi, sua esposa, e seus dois filhos morar no país de Moab. Lá os filhos se casaram com moças moabitas, uma das quais chamada Rute. Passados alguns anos, Noemi ficou viúva e, algum tempo depois, seus filhos também morreram. Então, ela e Rute decidem retornar a Israel. Já em casa, começam a passar por necessidades, visto a pobreza em que ficaram. Então, Rute foi trabalhar recolhendo restolhos de trigo das colheitas nas terras de Booz, um parente de Noemi. Devido a um direito previsto nas leis da época, Booz se casou com Rute algum tempo depois. Do casamento, nasceu um menino chamado Obed, que foi o avô de Davi. Assim, Rute se torna antepassada de Jesus, sendo que o Evangelho de Mateus menciona seu nome em sua genealogia.

A história de Rute é marcada pela coragem e pela caridade, pela luta e pela perseverança. Nem Rute e nem Noemi desanimam diante das fatalidades e dificuldades da vida. Ao contrário, lutam pela sobrevivência e pela busca de um futuro melhor, apesar de tudo. É marcante ainda a solidariedade e a caridade com que Booz a acolhe e deixa seu coração encher-se de compaixão por ela. Num ato gratuito de acolhimento, ele põe suas capacidades a serviço da luta pelos mais pobres e necessitados. Outro ponto importante é que Deus sempre age através dos mais humildes e pequeninos, manifestando neles e por eles a sua justiça e a sua misericórdia. Davi, que foi o grande rei de Israel, teve uma origem humilde. E Jesus, o maior de todos os reis, também escolheu nascer de uma família humilde.

Também é interessante observar que o Livro de Rute aborda a Lei na perspectiva do serviço à vida e não se ocupa nem se preocupa com o santuário, com o culto e os sacrifícios. Jerusalém nem sequer entra na história e Belém, “a menor entre as cidades de Judá”, é o lugar central onde se desenvolvem os acontecimentos. Alguns séculos mais tarde, naquela pequena cidade nasceria o Filho de Deus feito homem!

Outra observação diz respeito à atitude de extremo nacionalismo presente nos Livros de Esdras e Neemias, nos quais há a proibição de casamento de judeus com mulheres estrangeiras e inclusive a dispensa das mulheres não israelitas já casadas com judeus. Essa proibição fundamentava-se na necessidade e na busca da preservação da identidade e da fé do povo judeu quando este retornou do exílio na Babilônia. Dentro do contexto histórico da época, é possível compreender esta atitude. O Livro de Rute, entretanto, afirma que esta não é a solução, uma vez que se trata da discriminação contra as mulheres estrangeiras. Então, mostra que a melhor solução é a integração delas ao povo eleito.

Quando o Livro de Rute foi escrito, os israelitas haviam retornado do exílio na Babilônia e passavam por um tempo muito difícil, que exigia sérias reformas e o recomeço de tudo para poderem retomar a sua vida normal. Assim, a história de Rute servia como um ponto de apoio e um exemplo que podiam seguir em suas vidas. Este livro, que tem apenas quatro capítulos, está entre o Livro dos Juízes e o Primeiro Livro de Samuel. Vale a pena ler e meditar esta pequena e tão bela história!

Nilson Antônio da Silva

domingo, 5 de outubro de 2008

A Vinha

Neste mês de Outubro, a Igreja quer nos chamar a atenção quanto a nossa missão. Deus nos chama, fala a nós e nos envia a testemunhar sua Palavra. Todo Cristão é um missionário (enviado).
A Liturgia da Palavra deste 27 º Domingo do Tempo Comum, vem nos questionar a respeito da vivência de nossa fé. Temos na Primeira Leitura a analogia da vinha com o povo de Israel. Como o homem que plantou sua vinha e esperava dela bons frutos, Deus esperava de seu povo bons frutos de justiça, bondade, fidelidade; mas o povo não viveu com autenticidade a Palavra de Deus e produziu frutos azedos de injustiça e maldade. O Senhor repreende seu povo, pois não é conivente com a injustiça e a maldade humana.
Na parábola da vinha, apresentada no Evangelho, temos um anúncio da Páscoa de Jesus. Jesus era visto pelo povo como um profeta e, a sorte dos profetas não era das melhores. Estes, com sua fala e postura coerentes, incomodavam tanto os interesses e falta de autenticidade de alguns que eram logo eliminados. É o que aconteceu, por exemplo, com João Batista, que teve sua cabeça cortada porque falou a verdade e incomodou os interesses dos poderosos. Jesus sabendo que o povo o via como profeta, tinha consciência de que com ele não seria diferente do que ocorreu com os outros profetas. Jesus é um sinal de contradição em relação aos sistemas que oprimem e não reconhecem a dignidade do ser humano. Ele é a pedra que foi rejeitada pelos construtores, pedra de tropeço para aqueles que oprimem, que discriminam, que não reconhecem no outro a imagem e semelhança de Deus e, conseqüentemente, não acolhem sua mensagem libertadora. Diante disso, podemos nos questionar sobre a nossa práxis. Como tenho acolhido e vivido o Evangelho? Tenho produzido bons frutos? Se não acolhermos o Evangelho, como na parábola, Deus o confiará a outros que estejam com o coração aberto e dispostos a vivê-lo.
Que sejamos praticantes da Palavra e não meros ouvintes!

Ir. Francisco

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Anjos: Amigos invisíveis cuidam de nós

Eles estão conosco, invisíveis ao nosso redor. Cuidam de nós, dão-nos bons conselhos, nos protegem e iluminam. Eles nos guardam, combatendo o mal. Eles também estão juntos de Deus, louvando-o e cumprindo as missões que Ele lhes dá. Eles são os anjos.

Deus criou os anjos antes de criar o ser humano. E eles são incontáveis: tão numerosos quanto as estrelas do céu. São espíritos puros, criaturas de Deus como nós, mas que não possuem corpo físico – e, por isso, são imortais. A Bíblia fala deles o tempo todo. Eles aparecem para Jesus quando Ele reza no Monte das Oliveiras. Aparecem para os discípulos quando Jesus ressuscita e quando Ele ascende ao Céu. Aparecem para os pastores quando Jesus nasce. No Antigo Testamento, os anjos falam com Abraão, Isaías, Jacó, Daniel. São várias passagens. Mas só três anjos têm seus nomes revelados.

São eles os três Santos Arcanjos. Um deles é Miguel (seu nome quer dizer “Quem é como Deus?), príncipe do exército celestial. Ele é visto por Isaías e por São João. O outro é Rafael (seu nome quer dizer “Deus cura”), que assume uma forma humana para guiar Tobias ajudá-lo a curar seu pai e sua noiva. O outro é Gabriel (o “mensageiro de Deus”), que aparece para Maria e lhe dá a notícias mais bela de todos os tempos: o Salvador vai nascer.

A bondade de Deus e seu amor para com a humanidade são tão grandes que Ele colocou um anjo para guardar a alma de cada pessoa. Cada um de nós tem um anjo da guarda exclusivo, que nos acompanha durante a vida inteira, nos livrando de perigos e nos iluminando, nos mostrando o caminho certo e conduzindo-nos, depois da morte, até Jesus.

Reze sempre para São Miguel, pedindo para que ele o ajude a enfrentar o Mal. Reze a São Rafael pedindo-lhe para ajudá-lo a manter-se com saúde. Reze para São Gabriel para que ele lhe mostre como ser forte.

Precisamos sempre rezar também para nossos anjos da guarda, agradecendo-lhes o bom trabalho e pedindo iluminação. Afinal, sempre é bom conversar com nossos amigos, não é?

Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
se a ti me confiou
a piedade divina,
sempr eme rege,
me guarda, me governa,
m
e ilumina.
Amém.

Você precisa saber sobre os anjos:


- Os anjos não têm sexo. Não são homens nem mulheres. Por isso mesmo, não podem se apaixonar por seres humanos como acontece em quase todo filme e novela. Isso é fantasia.

- Os anjos já desfrutam do maior prazer que pode existir: eles estão juntos de Deus. Nosso mundo, para eles, nada tem de sedutor. Assim, nenhum anjo tem vontade de ser humano, pois nossos prazeres físicos são uma pálida faísca dos prazeres que há no Paraíso.

- Não é possível descobrir o nome de nosso anjo da guarda. Revistas e sites dizem que é possível descobrir isso a partir da data de nascimento, como se nosso anjo fosse um signo. Isso é falso.

- Só podemos entrar em contato com nosso anjo por meio da oração. Rituais esotéricos são inúteis – pior, são pecaminosos. Realizar rituais para invocar o anjo é perda de tempo e um grave pecado.

- Ninguém pode dominar seu anjo, como alguns escritores já sugeriram. Os anjos não são nossos servidores. Eles são servos de Deus. São nossos amigos, não nossos empregados.

- Os anjos se organizam em nove hierarquias chamadas “coros”. Da mais alta para a mais baixa, são eles: os Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potências, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos. Os anjos da guarda pertencem A essa última hierarquia.

- Os demônios são anjos que se revoltaram contra Deus e por isso foram expulsos do Paraíso.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

"Vai E Não Peques Mais"


O que leva uma pessoa a endurecer tanto o seu coração? O que leva uma pessoa a não ser capaz de perdoar, mesmo que o perdão seja implorado em meio a lágrimas e na mais pura sinceridade. Será orgulho, arrogância?

O orgulho pode endurecer um coração, cegar os olhos de uma alma cheia de humildade e de bondade. Palavras distorcidas podem manipular um coração puro e conduzi-lo rumo às trevas, enquanto vão cantando coisas agradáveis ao ouvido. É dessa maneira que o mal vai corroendo e fazendo morada nos corações humanos.

Não existe perdão quando se diz: eu perdôo você, mas não lhe dou uma oportunidade nova, pois você vai errar sempre. Não existe perdão quando a indiferença toma conta dos sentimentos de uma pessoa. Só é concretizado o perdão quando há acolhimento e se crê na sinceridade de quem pede para ser perdoado.

Como alguém pode condenar o outro por um erro cometido quando este mesmo erro é confessado e o perdão é implorado? Como é possível a fraqueza de outro ser condenada e não ser compreendida? Todos nós fraquejamos e caímos, todos nós temos nossos defeitos e dores. Mas isto não é motivo para sermos exterminados num holocausto nazista. Somos santos e pecadores, pois Deus nos fez santos, mas ele também sabe que somos fracos e muitas e muitas vezes pecamos contra ele e contra nosso próximo. E ele sempre nos perdoa e tem misericórdia de nossa fraqueza. E quer que ajamos dessa mesma forma com nossos semelhantes. A palavra de Deus é clara quando diz “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu”.

Nem Deus, criador e senhor de todas as coisas, condena simplesmente um pecador e nega-lhe uma nova oportunidade. Nem Deus faz isto... Pedro negou o Cristo, e o mesmo Senhor o perdoou e o acolheu; a mulher pecadora chorou dolorosamente aos pés do Senhor e ele a acolheu e perdoou; todos os amigos e discípulos do Senhor o abandonaram e mesmo assim ele os perdoou e os acolheu. Ele compreendeu suas fraquezas e suas limitações. A prostituta demonstrou muito amor aos pés do Senhor e ele a perdoou e acolheu. Imagine quanta dor ela sentiria se ouvisse o Senhor dizendo: você está perdoada, mas não se aproxime de mim pois você é uma prostituta e sua companhia me causa vergonha. E também não acredito que você deixará de ser uma prostituta porque, pode ser que seja daqui a um mês ou daqui a um ano, um dia você voltará a fazer a mesma coisa. Deus perdoa a todos os pecados, exceto o pecado contra o Espírito Santo. Ora, não são então todos os pecados cometidos contra o próximo perdoados? Negar o perdão ao próximo é como colocar-se acima de Deus e agir assim é errado. É o que a Igreja ensina por que aprendeu isto do Senhor Jesus.

Todos nós somos nada e nada valemos. A nossa vida é muito curta. E dói muito quando se pede perdão a um amigo e este perdão é negado. Só o Senhor sabe o quanto o coração fica esmagado e a alma fica dilacerada!

Nilson Antônio da Silva

Conheça a Igreja XII: A Ordem de São Francisco


A Ordem dos Frades Menores (cuja sigla é O.F.M.), mais conhecida como Ordem Franciscana foi fundada por São Francisco de Assis em 1209 (ou seja, completará oitocentos anos de fundação em 2009). Sua regra foi aprovada em 1223 pelo papa Honorio III. A ordem teve um papel fundamental na renovação da espiritualidade na Idade Média.

A ordem formou-se naturalmente, pouco a pouco. Pessoas que conheciam Francisco de Assis, em sua maioria, jovens, decidiam seguir seu exemplo e abandonar tudo para viver conforme os princípios do Evangelho. Formou-se uma pequena comuniade que vivia pobremente e saía pela Itália a pregar a Palavra de Cristo. Em 1209, Francisco e alguns de seus companheiros apresentaram-se diante do Papa pedindo sua autorização para a formação da ordem. Durante à noite, o papa sonhou que a igreja de São João de Latrão, sede do papado na época, estava desmoronando, mas que um homem a sustentou. Ele reconheceu nesse homem as feições de Francisco. No dia seguinte, concedeu sua autorização.

O carisma franciscano tem como características fundamentais a vivência profunda do Evangelho, na busca da realização da palavra de Deus. Tal vivência caracteriza-se por ser gregária, fraterna, solidária. Daí ser uma ordem de "frades", irmãos. A valorização da humildade e do serviço aos próximos é outra característica marcante desse carisma. Daí a denominação de frades "menores": devem ser humildes servidores. Por fim, deve-se destacar a valorizaão da pobreza, não somente num sentido de ascetismo, de renúncia aos bens materiais, mas também num sentido de amor, de acolhida de todos os pobres.

São muitos os símbolos franciscanos. O Tau, última letra do alfabeto hebraico, tem o formato de um "T". Além de lembrar a cruz de Cristo, simboliza o pertencimento a Deus. A Cruz de São Damião é o crucifixo localizado na igrejinha dedicado a esse santo em Assis, igrejinha esta que tem particular importância na história da conversão de Francisco. A imagem de Cristo representada no crucifixo mostra um Jesus simultaneamente crucificado (ele está sobre a cruz) e ressuscitado (seus pés são representados separados, como se ele estivesse de pé.

Os franciscanos são conhecidos como "frades", palavra que deriva do latim frater, que quer dizer irmão. Fazem votos de pobreza, castidade e obediência. Hoje há pouco mais de 15 mil franciscanos em todo o mundo, dos quais mais de dez mil são sacerdotes, 101 são bispos e arcebispos e seis são cardeais. O Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de irmãos franciscanos: são 1034. O país está logo atrás de Itália e Estados Unidos. Os franciscanos vivem em conventos, geralmente localizados nas cidades. Os conventos se organizam em províncias - ao todo, são 103 províncias no mundo.

Além da Ordem dos Frades Menores, que é conhecida também como Ordem Primeira, há duas outras ordens ligadas diretamente ao santo de Assis: a Ordem de Santa Clara ou Ordem Segunda, e a Ordem Franciscana Secular, ou Ordem Terceira. A Ordem de Santa Clara é o ramo feminino dos franciscanos e foi fundada pelo próprio São Francisco, juntamente com sua amiga Clara de Assis. As integrantes da ordem são conhecidas como irmãs clarissas. Já a Ordem Terceira é a ordem dos homens e das mulheres leigos que querem viver o carisma franciscano, mas que também podem se casar.

Com o tempo, a Ordem Primeira se dividiu em três ramos. Além da Ordem dos Frades Menores, surgiram a Ordem dos Capuchinhos (OFMCap) e a Ordem dos Conventuais (OFMConv). A título de curiosidade: os Frades Menores usam hábito marrom, assim como os Capuchinhos, mas estes usam um capuz pontudo; já os frades conventuais usam hábito cinza.

Nosso próximo verbete será sobre a Pastoral da Juventude.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina