terça-feira, 10 de março de 2009

Nota Pastoral de dom Antonio Keller sobre o caso do estupro, do aborto e da excomunhão

O bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, dom Antonio Carlos Rossi Keller, divulgou Nota Pastoral em que comenta o caso do estupro da menina de 9 anos em Pernambuco e da excomunhão dos envolvidos no aborto de seus dois filhos gêmeos. Ele também comenta o fato de história muito semelhante ter ocorrido em paróquia de sua diocese - felizmente com outro final. vejam abaixo a nota, publicada no blog do site Veritatis Splendor.

Nota Pastoral
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen


Frente aos últimos acontecimentos, amplamente e de certa forma, irresponsavelmente noticiados pelos meios de comunicação de todo o país e de outros países, envolvendo uma criança de 9 anos de Alagoinhas (PE) e de outra criança, esta de 11 anos, de Iraí (RS) em território de nossa Diocese, venho por meio desta Nota Pastoral esclarecer que:

1. Para a Igreja, o aborto voluntário, diretamente provocado, é sempre gravemente ilícito. O cânon 1398, que prevê a pena de excomunhão “latae sententiae” (ou seja, sem necessidade da intervenção da autoridade judicial da igreja, pelo próprio fato de se ter cometido o delito com plena responsabilidade) não faz nenhuma exceção quanto aos motivos do aborto. A pena de excomunhão atinge a todos os que, conscientemente, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material (médico, enfermeira, etc.), quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz: pais e todos aqueles que forçam a concretização do crime. No caso específico de Alagoinhas (PE), a menor grávida não tem nenhum tipo de responsabilidade, por incapacidade de decisão e pelo que agora se entende, segundo o testemunho do pároco do lugar, também os pais da menor foram fortemente pressionados,e até mesmo enganados a respeito da gravidade do estado de saúde da menor, por alguns funcionários da estrutura pública onde foi realizado o aborto. Portanto, quase que certamente os pais da menor não incorreram em tal pena, já que foram pressionados psicologicamente a autorizar tal ato.



2. O Exmo. Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, OC não excomungou ninguém. Tão simplesmente recordou aquilo que é o ensinamento tradicional da Igreja nestes casos, ou seja, aquilo que já foi explicado no item anterior: todos aqueles que atuam, de forma voluntária e consciente no crime do aborto, estão fora da comunhão da Igreja.



3. Sua Excia. Revma. também explicou o sentido da pena de excomunhão, que é a privação dos bens espirituais e a limitação do exercício dos direitos como católicos. A pena existe para que se entenda a gravidade do mal cometido, e para que quem a comete possa refletir e pedir perdão a Deus pelo mal realizado, bem como para punir também o escândalo produzido pela atitude errada. A finalidade da pena é, portanto, a de um remédio espiritual.



4. O que de fato causa espécie em toda esta polêmica é a atitude daqueles que defendem o aborto, que exigem todo o direito de expressar suas opiniões e conceitos, mas não aceitam que a Igreja, fundamentada na Doutrina de Cristo e de Seu Evangelho, possa exercer também o mesmo direito. Esta é a liberdade de expressão que predomina em muitos destes grupos de pressão.



5. Finalmente, em relação ao caso ocorrido em nossa Diocese, ou seja, a da criança de Iraí (RS), os fatos tomaram outros rumos, graças a Deus. Em primeiro lugar, preservou-se a vida da criança gerada. Em segundo lugar, socorreu-se a menor que engravidou, oferecendo-se a ela e a seus familiares o conforto e a atenção psicológica, social e espiritual. Nossa Igreja Diocesana, especialmente as Paróquias de Iraí e de Tenente Portela, estarão atentas e próximas desta família, tão duramente provada.



6. Em relação aos que violentaram estas crianças, é importante dizer que cometeram um pecado gravíssimo. Estão também eles afastados da Comunhão Eclesial, efeito do pecado grave. Devem igualmente arrepender-se do mal realizado às meninas e do escândalo e, só no caso de arrependimento sincero e através do sacramento da Penitência, poderão retornar à Comunhão eclesial. São pecados e penas diferentes, mas igualmente graves.



7. Peço a toda a Comunidade Diocesana orações para que esta situação toda possa nos fazer compreender o valor e a importância do respeito à vida, tanto daquelas crianças que ainda não nasceram, como daquelas que já estão neste mundo. Uma sociedade que não respeita suas crianças está fadada à barbárie, que se manifesta tanto nos abortos como também nas diversas formas de violência infligidas às crianças. Neste ano, em que a Campanha da Fraternidade nos fala da Segurança Pública e da necessidade da conversão em relação à violência, como católicos, não podemos admitir que nossas crianças, mesmo aquelas não nascidas, sejam desrespeitadas em seus direitos mais fundamentais.



8. Finalmente, peço aos senhores padres que leiam esta Nota Pastoral nas Santas Missas Dominicais do final de semana dos dias 14 e 15 de março, III Domingo da Quaresma.



Frederico Westphalen, 07 de março de 2009.
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo Diocesano

domingo, 8 de março de 2009

O festim diabólico da imprensa

Esta semana que passou foi um verdadeiro prodígio em termos de injustiças, blasfêmias e difamações contra a Santa Igreja – e em especial, contra um dos sucessores dos apóstolos, Dom José Cardoso Sobrinho. Não me lembro de já ter testemunhado antes algo semelhante: uma onda delirante de ódio à Igreja e ao Catolicismo, disseminada pela imprensa e apoiada por parte dos “bempensantes” da sociedade brasileira. Foi um festim diabólico, uma catarse coletiva de loucura e raiva. Receio que se Dom José Cardoso Sobrinho passasse pelas redações de certos jornais, seria linchado pelos seus bravos jornalistas – como sua reputação já o foi.

No meu trabalho, em listas de e-mail de que participo, em blogs e comentários por todos os lados, muitos fizeram dele – vejam só, não do estuprador ou dos abortistas – o grande vilão da tenebrosa história da menina que foi estuprada e engravidou, sendo levada ao aborto como uma ovelhinha é levada para a tosquia.

E esses que atacaram a reputação do arcebispo o fizeram em seus próprios nomes como se o fizessem em nome de todos os brasileiros, querendo impor a todos nós suas opiniões maldosas. E ao notar católicos desgarrados aderindo à matilha, bradaram: "há discordância no seio da Igreja!". Não há: a imensa maioria da comuniade dos fiéis apóia Dom José Cardoso Sobrinho.

Recuso-me a reproduzir – e evito lembrar – os horrores que li ou ouvi. Só posso suplicar a Deus que tenha piedade de nós, pobres pecadores que não sabem o que fazem. E Lhe pedir força para agüentar ler e ouvir essas coisas todas e sabedoria para saber reagir a elas.

Pergunto-me o que é que está acontecendo, realmente. Aonde esse processo de vilanização dos cristãos irá nos conduzir. Teremos que esconder nossos símbolos? Ser-nos-á vedado o acesso á justiça? Nossos templos serão interditados? Seremos silenciados? Voltaremos às catacumbas?

Sim, catacumbas. É lá que muitos jornalistas e blogueiros querem nos ver. “Onde está Nero???”, muita gente deve se perguntar, sonhando com alguém capaz de nos jogar às feras. Enquanto tal pessoa não aparece, essa gente assume o lugar dos leões e se joga nas gargantas de nossos bispos.

Uma semana antes havia sido Dom Aldo Pagotto, malhado porque afastara de seus ofícios um padre mais afinado com o pensamento de seu partido do que com o de sua Igreja. Na semana seguinte, foi a vez de atormentar Dom José Cardoso Sobrinho. Que outro bispo, ou padre, terá seu nome execrado nos jornais na próxima semana por estar agindo como um bispo ou como um padre devem agir?

Eis o que quer essa gente: quer liberar o aborto, as drogas, quer homoerotizar o mundo inteiro, e querem fazer isso sem qualquer tipo de oposição. Por isso os furiosos ataques contra a Igreja.

Muitos deles talvez sequer percebam com clareza o que estão fazendo. Como legítimos representantes do homem – e da mulher – do nosso tempo, acreditam que tudo pode, que não há certo e errado, que a realidade não existe por si só, mas depende fundamentalmente do ponto de vista. Por isso clamam por uma Igreja adaptada ao mundo, uma Igreja que abandone seus princípios para ganhar mais adeptos e mais dízimos, uma Igreja que abandone Cristo e abrace Marx, uma Igreja que seja tão descartável quanto o horóscopo do dia ou um livro de auto-ajuda.

Para essas pessoas, atacar a Igreja com o intuito de transformá-la nessa caricatura é um bem que se faz aos católicos, essa gente supersticiosa (que acredita em Deus, ora que absurdo!) e egoísta (que resiste à implantação do marxismo, ora que maldade!).
O estupro de uma menina de nove anos! O aborto de seus filhos gêmeos! A injustíssima execração pública de um arcebispo! Que momento terrível vivemos.

Deus sabe o que faz. Se Ele permite que tamanho horror aconteça, deve haver algum motivo. Talvez toda essa tribulação nos converta, nos fortaleça, nos dignifique. Rezemos para que sejamos capazes de suportar pacientemente essa dor, e rezemos para reparar as infindáveis blasfêmias de nosso tempo.

Conheça a Igreja XX: A Pastoral da Liturgia

A Pastoral da Liturgia é aquela encarregada, em cada paróquia, de organizar as celebrações litúrgicas da comunidade, zelando pela correção, procurando incentivar cada vez a participação dos fiéis.

Costuma ficar a cargo da Pastoral Litúrgica a formação de pessoas preparadas para auxiliar durante as celebrações eucarísticas, a organização de equipes de liturgia e a organizando de uma equipe de músicos responsáveis pelos cânticos de cada missa.

A equipe de Liturgia deve zelar pela formação de coroinhas, sacristãos, acólitos, pela escolha adequada dos cantos, pela correta decoração (uso daas cores) da igreja, pelo esclarecimento a respeito do gestos e atitudes corretos que os fiéis devem adotar.

A pastoral da Liturgia é fundamental em quaquer paróquia, pois " a liturgia ocupa, na ação evangelizadora da Igreja, um lugar central. Conforme o Concílio Vaticano II, ela é “o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde emana toda a sua força”.Nela, o discípulo realiza o mais íntimo encontro com o seu Senhor e, dela, recebe a motivação e a força máximas para a sua missão na Igreja e no mundo. "

Para saber mais:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia (CNBB)

Vaticano disponibiliza cânticos sacros na internet

O Vaticano disponibilizou recentemente algumas músicas sacras em sua página. São quase trinta composições, organizadas de acordo com o tempo litúrgico. Para os tempos da Quaresma e da Páscoa são 9 canções.

As peças são interpretadas pelo secular coral Capela Musical Sistina, em italiano.

Em matéria publicada pela Agência Zenit, Dom Giuseppe Liberto, diretor da Capela Musical Sistina, em uma recente conversa com Renzo Allegri, publicada pela Zenit, explicava que esta música não foi composta "para um concerto ou para um espetáculo. Esta música nasce para a liturgia". Por isso, explica, ele não qualifica esta música como "música sacra", mas prefere a expressão "música santa".

Para ver as letras e ouvir as canções, clique aqui. Acesse as letras clicando no nome da canção e ouça as músicas clicando no ícone da nota musical que aparece na página que se abre.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O estupro e o aborto - que Deus nos perdoe

Como é doloroso o caso do estupro da menina de nove anos que acabou ficando grávida de gêmeos e foi levada a abortar. Imagino os horrores pelos quais essa criança passou. Imagino a tristeza da família. Imagino a fragilidade emocional de todos eles depois de toda a violência. Uma fragilidade que os deixou vulneráveis aos maus conselheiros, a certos médicos...

Pode ser que os médicos até tivessem razão quanto à gravidez de risco. Não sei.

É muito triste o que aconteceu. O aborto é o jeito mais estúpido de lidar com a situação. É só transformar uma violência monstruosa numa violência ainda mais monstruosa.

E há ainda a questão da excomunhão.

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, apenas informou que os envolvidos nos caso estão excomungados da Igreja e o mundo veio abaixo. Por todo lado, vejo e ouço as reações mais estúpidas: “por que o bispo não excomungou o estuprador?”, “Quem esse bispo pensa que é?”, “esses fundamentalistas são uns babacas”, “será que ele perguntou se os excomungados eram católicos?” e coisas do tipo.

Aí se tenta explicar que o arcebispo não excomungou ninguém, que a excomunhão é automática e autoimposta, as pessoas simplesmente não compreendem. Tenta se explicar que aborto é mais grave que estupro porque é um assassinato e as pessoas também não entendem – tudo o que podem entender é que odeiam a Igreja e tudo o que ela faz.

É muito estranho viver em um mundo que odeia tanto Deus, que procura se opor tanto a Ele, que também odeia tanto a Sua Igreja. É muito estranho e muito triste. Esse mundo, claro, não é o que Ele criou, é o que seu inimigo procura construir – e que vitórias ele tem conseguido nos últimos cem anos...!

Rezemos. Rezemos muito para que Deus nos perdoe por fazer essas coisas e por deixar que elas aconteçam.

Padre de Alagoinhas conta o que realmente aconteceu no caso da menina grávida

Padre Edson Rodrigues, pároco de Alagoinhas, publicou em seu blog um relato (reproduzido no Deus le Vult! e no Contra o aborto) sobre como realmente se deu o aborto dos filhos gêmeos da menina de 9 anos em Pernambuco. É terrivelmente revoltante ver como grupos abortistas manipularam os pais da pobre criança. Vejam seu relato:

Há cerca de oito dias, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de 9 anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de 13 anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato assim também o entendemos, dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.

O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e psicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.

No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia 2 de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.

Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.

Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.

Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.

Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.

Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas. Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer.

Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião que se deu na terça-feira, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez.

Um outro encontro de grande importância aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina formos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro também estava presente o pai da criança. Depois de um bom tempo de encontro, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda poderiam ser salvas.

Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Identificou-se e a atendente, sabendo que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.

No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao hospital, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento onde estava a menina, uma balconista chamada Sandra afirmou em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que trata-se de alguém influente na casa. Ficamos a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo risco de morte e que, por isso, deveria ser submetida ao procedimentos abortivos. Como alguém correndo risco de morte pode ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse um paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente? O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai?

Voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.

Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.

Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.

Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um problema.

Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra desde mesmo Jesus que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo, 10,10). Nisso cremos, nisso apostamos, por isso haveremos de nos gastar sempre. Acima de tudo, a Vida!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Senado vai homenagear 45 anos de Campanhas da Fraternidade


No dia 25 de março o Senado vai realizar uma sessão especial para celebrar os 35 anos de Campanhas da Fraternidade, conforme noticia a Agência Senado.

Acho que é uma iniciativa interessante - até porque significa que o Senado está reverenciando uma atividade da Igreja Católica, sempre tão criticada por políticos em geral. (Um parêntese: Câmara e Senado vivem homenageando a Maçonaria, ONGs diversas. A Igreja Católica, instituição que mais bem fez à humanidade em todos os tempo, deveria ser mais homenageada...)

Sei que muita gente não gosta da Campanha da Fraternidade em geral. Pessoalmente, eu acho positiva. Talvez ela devesse acontecer em outra época do ano e não na Quaresma. Talvez temos mais religiosos devessem ser tratados com mais freqüência. Certamente deveria haver uma abordagem menos esquerdista. Mas de toda forma é uma oportunidade excelente para suscitar debates, para chamar a atenção para assuntos importantes.

A campanha do ano passado, sobre a defesa da vida, foi uma das mais acertadas dos últimos tempos. O tema da primeira, a de 1964, bem que poderia ser abordado novamente: "Lembre-se: você também é Igreja". O de 1965 também foi bom: "Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor".

Namoro Sim, Bagunça Não!

Aquilo que lemos sempre nos influencia.

Acabei de ler o livro Namoro sim, bagunça não. O autor é Cláudio Rogério, um psicólogo de 30 anos, formado pela Universidade Católica de Goiás. Atuante na Comunidade Terapêutica “Chácara Maria de Nazaré”. Na Igreja é ministro da Eucaristia e da Palavra na Paróquia Nossa Sra. Guadalupe, na Diocese de Goiânia, e ainda atua na Renovação Carismática Católica desde 1993.

O livro possui uma linguagem simples e através de sua postura demonstra, em situações práticas, que é possível sim ter um namoro santo, e este como alicerce de um casamento feliz amparado pela Graça de Deus.

Há uma bela oração (não sei se a autoria é dele) em seu livro . Rezem uns pelos outros:

Oração dos Namorados

“Senhor, fazei-nos instrumentos de vossa Paz.

Em nosso namoro,
Onde houver ódio, que em nós flua e transborde o amor,
Onde houver ofensa, que o perdão seja muito maior...
Onde houver discórdia, briga, divisão... troquemos pela união,
Onde houver dúvida, ciúme, desconfiança, que nos apoiemos na fé,
Onde houver erro, mentira, que a verdade possa triunfar,
Onde houver desespero, que a esperança renasça em nossos corações,
Onde houver tristeza, que a alegria brote em nossos lábios como resposta,
Onde houver confusão de sentimentos, dai-nos clareza,
Onde houver trevas, na sexualidade, afetividade e espiritualidade, que vossa luz possa invadir-nos, dissipando todas as sombras que se encontrem instaladas em nossos corações.

Ó Mestre, fazei que procuremos mais consolar nas afrontas, nas dificuldades, nas decepções, nas tristezas... do que ser consolado. Compreender quando o mundo e as pessoas não compreenderem, ignoram, do que ser compreendido. Amar todas as vezes que se fizer necessário, sem cobrança, sem buscar nossos próprios interesses , do que ser amado.

Pois é dando atenção, carinho, consolo, compreensão, amor, perdoando, é morrendo o homem velho e a mulher velha do pecado, nascendo novos em vós, Senhor, que se vive um namoro Santo e Casto, e se for de vossa vontade um casamento eterno... Amém!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Todo apoio a Dom Aldo Pagotto


O Márcio Campos, do Eles Não Sabem o que Dizem, propôs que os blogs católicos se manifestassem a respeito da polêmica em torno do bispo Dom Aldo Pagotto, arcebispo da Paraíba, e do deputado Luiz Couto (PT-PB), que é padre.

Na semana passada, Dom Pagotto proibiu Luiz Couto de celebrar missas e ministrar os sacramentos. Dias antes o padre/deputado havia concedido entrevista defendendo o uso de camisinhas e o fim do celibato clerical.

Dom Pagotto está certíssimo. Luiz Couto não deveria sequer ser deputado, uma vez que é padre e deveria dedicar-se exclusivamente à Igreja. Além disso, não deveria defender - pelo menos publicamente - idéias contrárias às da Igreja.

Rezemos para que Luiz Couto perceba os seus equívocos.

Jejum

A quaresma começou e com ela somos compelidos a iniciar mudanças mentais e espirituais; somos chamados à conversão sincera.

Existem várias formas de tentarmos, uma delas é o jejum. Não importa se você é jovem, criança, adulto, velho e doente, gestante, ou possua qualquer situação que supostamente faça com que o jejum seja contra indicado. Jejuar não se trata de passar fome, mas sim de educar o corpo e o espírito. É uma forma de evitar o pecado da gula e de educar nossa alimentação. Pense em quantas vezes comemos simplesmente por pura gula e nem refletimos sobre nossa conduta.

O jejum está previsto no 4º mandamento da Igreja.

Existem vários tipos de jejum, escolha aquele que melhor se adéque as suas possibilidades e comece. Não podemos afirmar qual tipo de jejum é melhor ou qual tipo de jejum é o ideal para cada pessoa. Cada um sabe de suas peculiaridades e necessidades.

Não é porque você esta jejuando que todos precisam saber disso. O jejum não precisa ser comentado. Aprenda a rezar enquanto jejua. Rezar o terço é uma forma de se evitar pensar em besteiras. Se sua mente esta desocupada e começa a divagar sobre coisas inúteis, reze, reze muito, não peque por descuido.

O jejum da Igreja


O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.

Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.

É preciso salientar que remédios e água não quebram o jejum. Por isso os doentes também podem praticar.

Jejum parcial

É aquele onde se escolhe um ou alguns alimentos que não serão ingeridos por determinado período. Não vale escolher aquilo que não te faz falta, caso contrário não se trata de sacrifício, mas de mera adequação. Se você escolhe não tomar refrigerante, saiba que isto já é uma forma de jejum. Cada um sabe o quanto pode oferecer. Jejuar nos permite fortalecer nossa relação com Deus.

Os pais desde cedo devem aprender que as crianças também podem jejuar por meio do jejum parcial. Elas precisam entender que educar o corpo e o espírito são meios necessários para uma vivência Cristã. Uma criança educada na fé, tem muito mais chances de ser um adulto fiel a Igreja.

Jejum a pão e água

Na minha opinião esse jejum é um dos mais difíceis perdendo apenas para o jejum completo, porque nosso corpo não é acostumado a ingestão de apenas dois alimentos. De tal modo comer pão na hora da fome e beber água quando se tem sede, isso e apenas isso, aparenta ser um sacrifício muito maior do que estamos dispostos a fazer.

Vale lembrar que suco não é água, então nada de burlar o jejum e comer pão com suco. Nada de pão recheado com um monte de coisas. O objetivo é o jejum e não a satisfação da gula.

Como regra geral não se deve comer pão e beber água, pois as dores de cabeça e no estômago seriam imediatas. É preciso ingerir um de cada vez e em intervalos alternados.
Tudo sempre com muita moderação. Nada de se empanturrar de pão.


Jejum a base de líquidos

Durante todo o tempo toma-se apenas líquidos. Incluindo sucos, água e chá. Os caldos são permitidos nos horários das refeições principais como almoço e jantar. Mas nada de ir tomando caldos super concentrados com muitas carnes e legumes. São caldos simples e fracos que devem ser tomados. Vitamina não é permitido. Sopas, canjas e similares também devem ser evitados.
O mais engraçado neste tipo de jejum é que se a pessoa está de regime ela consegue se alimentar a base de líquidos. Se o objetivo é o jejum ela considera absurdo e desumano e ainda fala “como eu não posso comer se tem tanta gente passando fome”.

O Jejum completo

O jejum completo é o mais difícil, pois não se come nada, absolutamente nada e apenas se bebe água. Se você não tem o costume de jejuar é melhor que comece por outros tipos antes de fazer o jejum completo.

Se você não toma café da manhã. Na verdade seu jejum começou quando você foi dormir.
Não jejue para perder peso. Se você está de dieta, assuma. Não use o jejum como justificativa.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina