quinta-feira, 30 de abril de 2009

Opus Dei - Os Mitos e a Realidade


Um livro muito bom para quem quiser compreender melhor o Opus Dei é o que foi escrito pelo vaticanista John Allen Jr., com o nome "Opus Dei - Os mitos e a realidade". O autor, que é correspondente no Vaticano da CNN e escreve no National Catholic Report, trabalhou durante um ano para escrever sua obra, lançada em 2005 nos Estados Unidos e em 2006 no Brasil. Ele viajou pelos Estados Unidos, foi à Espanha, à Itália, à África e ao Peru, conhecendo diversos centros da Obra pelo mundo. Conversou com integrantes da prelazia e com alguns de seus mais ferozes críticos. Procurou, inclusive, viver durante algumas semanas seguindo o plano de vida comum de um numerário do Opus Dei.

O resultado de todo o seu trabalho é uma obra bastante objetiva, que lança um olhar muito lúcido sobre o Opus Dei. John Allen investiga questões controversas a respeito da Obra, como a prática da mortificação (ele diz que chegou a usar o cilício), as acusações de "secretismo" (a suposta tendência de se fechar ao público), de elitismo e de "lavagem cerebral", bem como as suspeitas de que o movimento seria extremamente rico e poderoso. Cada crítica é analisada de forma aprofundada e, ao final da leitura, podemos compreender bem melhor o que é o Opus Dei e qual o seu papel na Igreja Católica e no mundo de hoje.

Só para constar: o livro decepcionou muita gente que esperava um libelo anti-Opus Dei. Embora aponte questões que considera problemáticas e apresente sugestões de mudanças, John Allen é claramente simpático ao Opus Dei.

Eu também.

Leia mais:
Conheça a Igreja - O Opus Dei
O que o Opus Dei achou do livro

História da Salvação - Isaías - 1ª Parte

Quando Acaz morreu, o seu herdeiro e sucessor no trono tinha apenas cinco anos. Seu nome era Ezequias. Até que o pequeno rei atingisse a maioridade, o governo foi exercido por um regente. Nesse ínterim, Teglat-Falasar III também morreu, sendo sucedido por Salmanasar V, e a coalizão dos reinos de Israel e Aram foi destruída pelos assírios, os quais se põem a conquistar as terras palestinas. Os oráculos dessa época estão espalhados pelos capítulos 14, 18, 20, 28 e 30.

Em 714 a.C., ao completar 18 anos de idade, Ezequias começou a reinar efetivamente. Até essa época, o reino de Judá se mantinha como tributário da Assíria. Devido a pressões populares, Ezequias se arriscou a fazer um ampla reforma política e religiosa, ainda que indo contra os interesses assírios. O Egito e a Babilônia, interessados em estender sua influência, ofereceram auxílio para essa reforma. Em represália, a Assíria ameaçou invadir Judá. E o rei Ezequias teve que continuar pagando tributo até 705 a.C., quando, mais uma vez, ele tentou escapar do domínio assírio. Dessa vez, o então imperador assírio Senaquerib foi mais rigoroso e invadiu o reino de Judá. Ele conquistou diversas cidades e chegou a cercar Jerusalém. Decido a um acontecimento extraordinário, o exército assírio se retirou e não invadiu a capital. A ajuda esperada dos egípcios nunca chegou a Jerusalém. Os oráculos dessa época difícil encontram espalhados em versículos dos capítulos 1, 10, 14, 28, 30, 31 e 32 e também fazem parte integralmente dos oráculos os capítulos 29 e 33.

A mensagem de Isaías é bem clara, pois ele afirma que Deus não obriga ninguém; o Senhor apenas convida o homem se decidir entre a conversão e a vida ou a teimosia e a morte. Para Isaías, o que Deus quer é um culto puro e santo, e não um culto realizado por uma sociedade baseada na injustiça e na exploração dos mais fracos. Do que adianta um culto bonito dentro do templo se a sociedade está mergulhada em corrupção, ambição e ganância? Ora, é justamente essa situação de pecado que tem como conseqüência a invasão do país pelos assírios. Deus julga a sociedade e faz justiça aos oprimidos. E somente um “resto” se salva.

Isaías condenou tão veementemente as alianças com as potências estrangeiras porque via nisso um abandono do plano de Deus para o povo hebreu. Ora, Deus queria que seu povo praticasse a justiça e o servisse de coração puro. A partir do momento em que os interesses econômicos, políticos e religiosos de outros povos começam a interferir na vida do povo de Deus, este mesmo povo começa a se distanciar da Palavra do Senhor e se perde em meio às práticas de opressão e injustiça.

Isaías é chamado de “profeta evangelista” e também de “rei dos profetas”. Muitas de suas profecias são claramente identificadas e cumpridas em Jesus.

Nilson Antônio da Silva

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Diplomata americana se recusa a receber prêmio ao lado de Barack Hussein

A diplomata americana Mary Ann Glendon, que já foi embaixadora dos Estados Unidos junto ao Vaticano, declinou hoje do prêmio que receberia da universidade católica americana de Notre Dame, a mesma que também vai premiar o presidente Barack Hussein. Em carta enviada ao reitor da universidade, Padre John Jenkins, ela recusa respeitosamente a honraria.

Na carta, a diplomata lembra que agraciar o presidente dos Estados Unidos com um título honorário contraria a decisão da conferência de bispos dos Estados Unidos, para a qual instituições católicas não devem honrar aqueles que se opõem aos princípios morais fundamentais. E diz que a própria universidade havia dado a entender que seu nome fora escolhido como uma forma de contrabalançar a presença do abortista Obama (Mary Ann Glendon é uma feminista convertida ao Catolicismo e hoje defensora da vida).

A atitude de Mary Ann Glendon esquentou ainda mais o complicado caso que muitos já tratam como um escândalo - há quem o chame de "Notre Shame Affair" (Notre Dame é "Nossa Senhora" em francês; shame é "vergonha" em inglês; e affair é "caso"). Depois do anúncio do convite feito a Obama, muitos bispos reagiram, dizendo que, se era cabível convidá-lo para pronunciar o discurso na cerimônia de formatura na universidade, em decorrência de sua posição (afinal, o cara é o presidente), não cabia homenageá-lo com um honorary degree, já que ele é um furioso defensor do aborto.

Ao recusar a distinção, Mary Ann Glendon colocou a universidade e também o próprio Obama em uma situação embaraçosa. A diplomata está sendo muito aplaudida nos Estados Unidos pelos católicos, que enaltecem a sua coragem de recusar uma honraria e desafiar o todo poderoso presidente. A Casa Branca já respondeu com o blablablá da diversidade de opinião e a universidade já disse que vai convidar outra pessoa.

O caso da universidade de Notre Dame demonstra a tensão entre os católicos e o governo do sr. Hussein. A questão do aborto é a mais evidente: Obama está fazendo de tudo para facilitar a vida de quem aborta e para perseguir os defensores da vida. Mas a própria questão da liberdade religiosa pode estar em questão. Não faz muito tempo, Obama compareceu a outra universidade católica onde fez um pronunciamento depois de solicitar que os símbolos cristãos existentes no salão onde discursou fossem ocultados.

Vamos ver agora o que acontece.

Mais informações:
American Papist

domingo, 26 de abril de 2009

Casas do Senhor XXII: Basílica de São Tomé em Madras, Índia

Popularmente conhecida como Santhome Church, a Basílica de São Tomé, localizada em Chennai (ou Madras), na Índia, é uma das três igrejas do mundo construídas sobre o túmulo de um dos Doze Apóstolos de Jesus Cristo (as outras duas são a Basílica de São Pedro em Roma e a Catedral de São Tiago em Santiago de Compostella).

De acordo com a tradição, São Tomé teria chegado à Índia no ano de 52 (aproximadamente 20 anos depois da Ressurreição de Jesus), acompanhando um mercador indiano chamado Habban. Lá o apóstolo teria fundado sete igrejas e, em 72 d.C., época em que vivia em Madras, teria sido martirizado.

Pelo menos desde o século VI há relatos referindo-se à existência de uma igreja localizada sobre o túmulo de São Tomé. Entre esses relatos, deve-se destacar o de Marco Polo, que visitou a Índia no século XIV. No entanto, quando chegaram a Madras no século XVI, os portugueses encontraram a igreja em ruínas e tiveram que reconstruí-la em 1523. No século XIX essa construção foi demolida e em 1893 foi erguida a atual construção.

A arquitetura da basílica segue o estilo neogótico. A torre mede 46,5 metros e a nave principal, 33,6 metros. A torre menor da igreja fica exatamente sobre o túmulo de São Tomé. Oficialmente, a sepultura já foi aberta quatro vezes - a última em 1729.

Em dezembro de 2002, o cardeal Ignace Moussa Daoud, então prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, da Santa Sé, disse que "O maior dom que o Apóstolo S. Tomé ofereceu à florescente comunidade cristã da Índia foi o vínculo autêntico e directo com as próprias origens da fé cristã, com os Apóstolos e o seu ofício, e com Jerusalém". Roguemos a intercessão de São Tomé pelos cristãos que hoje são tão perseguidos na Índia.

Mais informações:

Santhome Church (em inglês, italiano, alemão e línguas orientais)
Santhome Basilica (inglês)

Crucifixo de madeira salva jornalista colombiano da morte

Fonte: Yahoo notícias

Sáb, 25 Abr, 05h16

BOGOTÁ, Colômbia (AFP) - Um jornalista colombiano conseguiu se salvar quando uma bala disparada contra ele durante um assalto pegou no crucifixo de madeira que levava no peito, contou neste sábado ele próprio, na cidade de Manizales (278 km a oeste de Bogotá).

O caso aconteceu com o repórter Hugo Cuartas. Ele e seu colega Carlos Mesa acabavam de apresentar um programa de música na televisão local e pegaram um táxi, quando foram assaltados por dois homens armados; um deles atirou à queima-roupa", precisou Cuartas, acrescentando que sentiu muita dor, acompanhada de um ardor no peito. Quando lhe tiraram a camisa observou que o Cristo que sempre levava consigo, estava colado a seu corpo e destroçado".

Os agressores fugiram levando o laptop no qual os jornalistas guardavam centenas de peças musicais.

Cuartas será submetido a uma cirurgia, uma vez que a bala ricocheteou atravessando seu braço esquerdo, causando fraturas.

sábado, 25 de abril de 2009

Padre americano acredita que esta geração verá aborto ser proibido nos EUA


Integrante do movimento Priests for Life (Padres pela Vida) o padre Frank Pavone escreveu um artigo muito interessante defendendo a tese de que o movimento pró-vida está se fortalecendo nos Estados Unidos de tal forma que a atual geração verá o aborto ser proibido no país. No artigo, intitulado Ten Reasons Why the Pro-life Movement is Winning, o padre lista dez sinais que, em sua visão, demonsram que o movimento pró-vida americano está bem mais perto de atingir seu grande objetivo do que se imagina. Por outro lado, ele faz um alerta, dizendo que essa expectativa de vitória requer ainda mais compromisso e esforço na luta contra o aborto, uma vez que os abortistas ficarão mais e mais virulentos à medida que perceberem a iminência da derrota.

Para ler o texto original, completo, clique aqui. Abaixo, os dez sinais apontados por padre Frank Pavone:

1 - Os "sobreviventes" - para o padre, o mais claro sinal do fortalecimento do movimento pró-vida é a crescente adesão de jovens. Segundo ele, ao serem perguntados sobre o posicionamento contra o aborto, os jovens costumam responder: "podia ter sido eu!!!"

2 - O fluxo de conversões - padre Pavone observa que dificilmente se vê um defensor da vida tonar-se abortista. Já o contrário é cada vez mais comum. Ele menciona um grupo de funcionários de clínicas de aborto arrependidos, chamado Society of Centurions, Sociedade dos Centuriões. E não deixa de fora o Dr. Bernard Nathanson, antes um dos maiores médicos abortistas do país, hoje um entusiasta da causa pró-vida.

3 - Arrependimentos - ele também destaca o grande número de mulheres e homens que abortaram seus filhos e agora se arrependem disso, tendo percebido que o aborto, em vez de resolver um problema, cria outros muito maiores.

4 - Queda no número de médicos abortistas - Este é um sinal bem palpável. De acordo com padre Pavone, em 1993 havia mais de 2 mil clínicas de aborto nos Estados Unidos. Hoje o número gira em torno de 740. Uma grande parte dessas clínicas teria fechado, de acordo como padre, porque o número de médicos dispostos a fazer abortos é cada vez menor. Em apenas 20% dos condados americanos haveria médicos abortistas - e eles estariam sendo cada vez mais mal vistos na profissão.

5 - Decisões judiciais favoráveis aos fetos - Padre Pavone lembra que cada vez há mais decisões judiciais garantindo os direitos de crianças não-nascidas. Ele acredita que, com o tempo, os tribunais terão que reconhecer que elas devem ser protegidas integralmente pela Constituição.

6 - Pesquisas sobre aborto - Além disso, estaria ficando cada vez mais claro, graças a pesquisas científicas, que o aborto prejudica física e psicologicamente as mulheres que o fazem.

7 - Os abortistas estariam sem argumentos - Antigos argumentos de que a legalização do aborto iria fortalecer as famílias (parece que isso foi dito nos EUA), diminuir o abuso de crianças e melhorar as condições sociais no país demonstraram, após trinta anos de legalidade do aborto, serem falsos. Por outro lado, a Medicina, a Sociologia, a Psicologia, a Filosofia e as religiões continuam a fornecer argumentos válidos contra o aborto.

8 - Bandeira política - cresce o número de eleitores que consideram o posicionamento do candidato a respeito do aborto como um fator determinante do voto. Padre Pavone cita uma pesquisa segunda a qual 36% dos entrevistados dizem que o assunto afetou seus votos nas eleições de 2006, sendo que quase dois terços desse grupo são contra o aborto e apenas um terço a favor.

9 - Decisões legais restritivas ao aborto - nos últimos anos algumas decisões importantes restringiram o direito ao aborto. A prática, feita por meio do "aborto por nascimento parcial" foi proibida e as crianças nascidas vivas depois de um aborto mal sucedido passaram a ser protegidas pelo Born-Alive Infants Protection Act. Acreditem: antes não eram.

10 - Escândalos de Corrupção - outros crimes relacionados à prática do aborto estão vindo a público: erros médicos, abusos sexuais cometidos em clínicas de aborto e outros casos que estão manchando cada vez mais o nome da indústria abortista.

Otimismo excessivo? Talvez não. Os Estados Unidos legalizaram o aborto e abriram as portas do inferno: fica cada vez mais claro o grande erro cometido. No Brasil a situação é diferente: o aborto ainda soa como uma bandeira libertadora (como somos atrasados!) nas boca de Lula, Dilma e Temporão. Como ainda não há resultados negativos da legalização da prática, fica mais difícil demonstrar a falácia dssa gente. Mas podemos mostrar o que ocorre nos Estados Unidos como argumento.

Aliás, padre Franck Pavone deixa para o final a razão mais clara que demonstra que, no final, os defensores da vida inelutavelmente vão vencer: Jesus Cristo ressuscitou e está ao nosso lado. Como li outro dia: Deus não perde batalhas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Temperança



É por meio da temperança que encontramos o equilíbrio e não nos deixamos vencer por nossas paixões.

É uma virtude que nos permite controlar nossos vícios e desejos.
O ser humano não é apenas um ser de projeto, é um ser pensante e amoroso, que possui muito mais do que um simples emaranhado de vontades a serem cumpridas de forma desordenada.

Feliz do homem que é temperante. Que encontrou no bom senso um mecanismo para fortalecer sua fé.

A temperança fortalece a igreja e a sociedade. Somos dotados de razão e discernimento e quando agimos de forma a evitar os excessos, contribuímos para uma melhora real em todos os aspectos (morais, culturais e sociais). Ao fazermos nossas atividades de maneira reflexiva permitimos que o equilíbrio fortaleça nossos lares.
A família como instituição positiva fortalece o Estado.

As virtudes são valores para muitos, mas para nós povo católico, as virtudes devem ser vistas como determinantes de nossas condutas, pois, quando permitimos nosso direcionamento espiritual contribuímos de maneira efetiva para nossa santificação.

Todas as virtudes estão intimamente relacionadas com nossa salvação. Sendo o contrário de nosso comportamento pecador.

Nosso corpo reflete o estado de nossa mente. Ser temperante significa ter equilíbrio em todas as áreas de nossas vidas. Significa não abusar da comida, do álcool. Não exagerar no vestuário. Portar-se bem em todas as situações. Ouvir com atenção, falar com moderação. Respeitar as opiniões alheias. Lutar pela evangelização sincera. Contribuir para a conversão de nossos irmãos. Ajudar na santificação do próximo. Acreditar e propagar o catolicismo.

Permita a si mesmo se tornar uma pessoa mais virtuosa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Alguns ótimos vídeos pró-vida - e um depoimento de ninguém menos que Jane Roe

O site americano Virtue Media apresenta alguns excelentes vídeos pró-vida produzidos para a TV. São spots curtos, de até 30 s. São simples e diretos, e muito bem feitos. Estão todos em inglês, mas dá para entender. No Youtube há um deles com legendas em espanhol.

Mas foi outro que me surpreendeu: trata-sede um testemunho de Norma McCorvey, nome verdadeiro de Jane Roe.

Para quem não sabe, Roe x Wade é como ficou conhecido o julgamento da Suprema Corte Americana em que o aborto foi tornado legal nos Estados Unidos. Até aquela época, o aborto era proibido e Norma procurou a justiça para garantir o "direito" de abortar. A decisão da Suprema Corte foi aplicada não só a ela, mas a todas as mulheres que quisessem matar seus filhos ainda na gestação.

Pois bem, desde 1995, Norma, hoje com 62 anos, é católica e milita contra o aborto. No vídeo da Virte Media, ela reconhece que a luta pelo aborto foi o maior erro de sua vida. Agora ela mantém uma página na internet para divulgar seu projeto Roe no more: "Roe, nunca mais". Para saber mais sobre ela, clique aqui.

Vejam os vídeos e divulguem.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Susan Boyle e o amor de Deus


(Primeiro uma necessária introdução e em seguida um texto bem interessante que achei sobre o evento mais comentado dos últimos dias.)

Assistir ao agora muitíssimo famoso vídeo de Susan Boyle é uma experiência curiosa. Acho que eu senti reações muito parecidas com as que devem ter sentido as pessoas sentadas na platéia do programa britânico. Primeiro: "que mulher desengonçada é essa? O que ela pensa que está fazendo?". Depois "isso, pelo menos, vai ser engraçado". E por fim: "Meu Deus!". Susan Boyle arrebatou o mundo inteiro - parece que seu vídeo já é o mais visto de todos os tempos no Youtube - e continua rendendo notícias.

Fiquei realmente encantado com seu jeito tímido e meio sem noção. Ela parece ser uma pessoa simples e boa. É uma mulher que teve algumas dificuldades na vida - tinha deficiência de aprendizagem, não sei casou. de Jeito nenhum parece ser, aos olhos do mundo, "bem sucedida".

Mas ela é devotada à família, tendo cuidado da mãe doente por muito tempo. Gostei de saber que ela é católica. Parece que ela participa ativamente das atividades de sua paróquia, Nossa Senhora de Lurdes (que sortudos hein? Eles a tiveram só para eles por muitos anos). O padre Basil Clark, que diz tê-la acompanhado inúmeras vezes em peregrinações da Legião de Maria, disse em entrevista que seu talento não era nenhuma surpresa. Ele disse também que ficou impressionado com o assédio que ela vem sofrendo.

Fico preocupado com isso. Ontem vi que algum idiota mal intencionado ofereceu um milhão de dólares para que ela estrele um filme pornô. Ou seja: o fato de ela ter se declarado virgem já começou a alimentar, por um lado, a libido de muita gente doentia e por outro, a mente de pessoas que não podem suportar que tal coisa - castidade - exista no mundo.

Rezo a Deus para que Susan Boyle saiba viver esse momento ao mesmo tempo excitante e perigoso. Que saiba colocar os valores que, parece, sempre cultivou, acima das perversões que agora começam a bater à sua porta. RQue saiba viver o sucesso, sem se afastar de Deus. Rezo para que Ele a continue protegendo.

Agora, o texto de que falei no começo. Seu autor é o jesuíta James Martin. O texto foi publicado no dia 16 pela revista católica America. O original em inglês está aqui. Abaixo, minha tradução (me desculpem possíveis erros):

Susan Boyle e o Amor de Deus

Certamente, haverá alguns leitores que vão achar este um assunto inapropriado para o blog da revista Catholic. E que irão, sem dúvida, revirar os olhos. De jeito nenhum esse é um assunto novo. Mas eu tenho que perguntar: Você viu o vídeo da mulher chamada Susan Boyle cantando no programa do tipo American Idol chamado Britain’s Got Talent?

Pode ser o melhor exemplo de como Deus nos vê – e de como o mundo frequentemente não nos vê.

A senhora Boyle, uma mulher desempregada de 48 anos, gorducha e cafona, que de forma tocante se descreveu diante das câmeras como “nunca casada, nunca beijada”, vive num pequeno vilarejo escocês no apartamento em que foi criada, com seu gato, Peebles. Católica devota, ela passou a maior parte dos últimos anos cuidando de sua mãe adoentada, que faleceu recentemente aos 91 anos. Quando ela apareceu no palco de Britain’s Got Talent, você podia ver as caretas de desprezo na platéia. E quando a mulher grandalhona anunciou, sorrindo, que cantaria a vocalmente desafiadora canção I Dreamed A Dream, do musical Les Miserables, você podia ver os juízes (incluindo o onipresente Simon Cowell) literalmente revirar os olhos em mal disfarçada desaprovação. Por favor.

Quando a senhora Boyle abriu a boca, entretanto, surgiu uma voz que silenciou seus críticos.

Seu vídeo no Youtube, na última contagem tinha recebido, contando todas as suas versões, dezenas de milhões de acessos. Por quê? Há algumas razões, umas óbvias e outras não. Primeiro, há o fator choque: que surpresa essa mulher desconhecida cantar tão bem! Onde ela esteva esse tempo todo? Segundo, o fator empatia: nós sentimos compaixão por uma mulher um tanto modesta que parece ter sido tão sem sorte na vida. Terceiro: o fator aparência física: estrelato ou mesmo sucesso em programas como American Idol são tipicamente territórios dos belos e jovens. Não são para pessoas como Susan Boyle. Quarto, o fator Grande Descoberta: a excitação de talvez ver o nascimento de uma nova carreira, uma pessoa desconhecida empurrada para a fama. Além disso, a inexplicável ressonância das letras da música escolhida, por alguém que parece estar passando por um momento bem difícil na vida: “Eu sonhei um sonho no tempo que passou / Quando a esperança era grande / E a vida merecia ser vivida / Eu sonhei que o amor nunca morreria / Eu sonhei que Deus perdoaria”.

Mas deve haver algo mais para explicar nosso prazer e aqueles milhões de acessos.

O jeito como vemos Susan está muito próximo do jeito como Deus nos vê: importantes, especiais, talentosos, ímpares, belos. O mundo geralmente olha desconfiado para pessoas como Susan Boyle, isso quando as vê. Sem a beleza clássica, sem emprego, sem marido, vivendo numa cidade pequena, pessoas como Susan Boyle podem não parecer particularmente “importantes”. Mas Deus vê a pessoa real, e compreende o valor dos dons de cada indivíduo: rico ou pobre, jovem ou velho, solteiro ou casado, matrona ou estrela de cinema, afortunada ou sem sorte na vida. Deus nos conhece. E nos ama.

“Todo mundo é alguém”, disse o arcebispo Timothy M. Dolan na missa de sua posse em Nova Iorque ontem. É outra razão pela qual os jurados sorriram e a audiência explodiu em aplausos.

Porque eles reconheceram uma verdade básica que Deus colocou bem fundo dentro deles: Susan Boyle é alguém.

Todo mundo é alguém.

É isso aí, Miss California!


Mais uma desses esquisitíssimos tempos em que vivemos: Carrie Prejean, a concorrente californiana no concurso Miss America 2009, se viu numa inesperada polêmica neste fim de semana. No dia do concurso, sorteou o jurado Perez Hilton (qualquer semelhança com o nome de outra celebridade não é coincidência), um blogueiro gay americano, para lhe fazer uma pergunta. Como assédio moral pouco é bobagem, ele logo perguntou à candidata o que ela achava do casamento entre pessoas dos mesmo sexo. Ela respondeu:

- Eu acredito que um casamento deveria acontecer entre um homem e uma mulher.

O blogayro fez uma carinha de muxoxo e mais tarde se disse "arrasado" com a resposta. Carrie Prejean ficou em segundo lugar no concurso - e agora paira no ar a suspeita de que ela teria ficado em primeiro, não fosse sua resposta politicamente incorreta.

Depois do concurso, conta-nos O Globo, o co-diretor do Miss California disse que estava "pessoalmente triste e atingido" (hum...) pelos comentários da miss.

Já a matéria do G1 sobre o assunto é inacreditável. Após narrar o caso, o site, que pertence à Globo, me sai com essa:

"Em março passado, Dayana Mendonza, a miss Universo, visitou juntamente com a então Miss EUA Crystle Stewart a base de Guantánamo, em Cuba, e após ter visitado praias e a prisão que os americanos mantêm na ilha, disse que se “divertiu muuuuito”. Tudo para engrossar a lista de gafes e/ou possíveis crimes cometidos por vencedoras de concurso de beleza."

Ou seja, mudou de assunto completamente, falando de gafes (ou "crimes") cometidos por outras misses. O que o G1 quis dizer? Que Carrie Prejean, a miss California, cometeu uma gafe? Ou quem sabe, um crime?

A pobre miss está apanhando no Estados Unidos agora - Perez a chama de nomes bem feios em seu blog só por causa de sua opinião e diz que subiria ao palco e lhe tomaria a coroa se ela ganhasse (que democrata, não?). Todo o stablishment midiático (lá como cá, infelizmente) apoia incondicionalmente toda e qualquer causa gay. Pelo menos ela tem o apoio da ampla maioria da população americana, que é contra o casamento gay (a mídia finge que não vê isso, é claro) - e, é claro, está do lado certo. Em entrevista ontem, disse:

- Ter que responder aquela pergunta diante de telespectadores de todo o país, era Deus testando meu caráter e minha fé. Estou contente de ter sido fiel a mim mesma".

Parabéns, Carrie Prejean!

Mais sobre o caso:

Creative Minority Report
American Papist
Perez Hilton (conheçam a peça e o que ele fala de Carrie...)
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina