quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Menino tratado com células-tronco embrionárias desenvolve tumores

Alguns cientistas já haviam feito alertas sobre essa possibilidade, mas a maioria não quis dar atenção. Em vez de investir nas pesquisas com células tronco não-embrionárias, que vêm tendo sucesso, preferem atender a apelos ideológicos e investir numa terapia insegura. E assim, em vez de "salvar vidas", prejudicam-nas ainda mais.

Notícia da BBC Brasil:

Um menino que recebeu um tratamento à base de células-tronco embrionárias para uma rara doença genética desenvolveu tumores, despertando dúvidas sobre a segurança do tratamento.
O garoto, que hoje está com 17 anos, recebeu o tratamento pioneiro em 2001, em um hospital em Moscou.

Ele sofria de ataxia-telangiectasia - uma doença genética que ataca a região do cérebro que controla movimento e fala - e recebeu injeções de células-tronco embrionárias no cérebro e no fluido da espinha dorsal.

Quatro anos depois ele passou a se queixar de dores de cabeça e médicos do Centro Médico Sheba, em Tel Aviv, Israel, encontraram dois tumores benignos nos mesmos lugares onde haviam sido ministradas as injeções com células-tronco.

O tumor removido da espinha continha células que não poderiam ter surgido dos tecidos do próprio paciente e, segundo um artigo escrito pelos médicos Ninette Amariglio e Gideon Rechavi, do Centro Médico Sheba, na revista PLoS Medicine, ele teria crescido a partir das células-tronco recebidas no tratamento.

Ratos

Estudos realizados em ratos de laboratório deram conta do surgimento de tumores depois de injeções de células-tronco. Demonstrou-se que o risco destes tumores pode ser reduzido se as células, que têm a característica de se transformar em outras, se diferenciarem antes de injetadas.

Este, contudo, foi o primeiro exemplo documentado da ocorrência de tumores em um ser humano submetido a uma terapia com células-tronco embrionárias.

Os autores do artigo levantam a hipótese de que a própria doença do paciente pode ter permitido o surgimento dos tumores porque pacientes com ataxia-telangiectasia costumam ter um sistema imunológico debilitado.

Os autores do artigo dizem que embora o caso aponte para a necessidade de cautela na aplicação de terapia genética, "isso não implica que a pesquisa para tratamentos com células-tronco deva ser abandonada".

Amariglio e Rechavi recomendam que são necessários mais estudos para verificar a segurança desse tipo de terapia.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Ciência é assim: evoluir é preciso, não importa quem deve ser oferecido em sacrifício e quais os riscos oriundos de tais escolhas.
Quando eu tinha uns quinze anos participei de uma palestra de um grupo chamado Amor Exigente. Nesse grupo aprendi que: não importa o quanto a ciência queira justificar suas boas intenções, porque ela sempre estará disposta a sacrificar vários em favor de alguns; muitas vezes sacrificando vários em favor de si mesma.

"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina