(O assunto é um pouco off-topic mas acho que cabe aqui.)
Os críticos de cinema estão furiosos com ele, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil. A razão é que o filme mostra um representante do presidente - e, coisa raríssima nos filmes americanos, não se trata de um presidente fictício, tanto que o nome Obama é citado com todas as letras - fazendo de tudo para sabotar a aliança entre humanos e autobots (os robôs do bem, liderados por Optimus Prime). O sujeito atrapalha não porque seja mau, mas simplesmente porque é um tapado - na verdade, representante de um governo tapado. Há um momento em que ele diz que é preciso usar da diplomacia para com os decepticons (os robôs maus, que só querem destruir a humanidade) e chega-se a aventar a posibilidade de aceitar a exigência feita pelos decepticons e lhes entregar de bandeja o personagem Sam, o protagonista.
O mais simbólico, no entanto, é uma breve fala de um militar que informa aos outros e a nós, no exato momento em que a coisa fica preta - politicamente corretos, caiam fora! -, que "o presidente Obama já está em segurança". A frase, nitidamente, traduz um "ele correu pra se esconder". Já o momento mais saboroso do filme é quando os militares resolvem despejar de um avião o representante de Obama, dando-lhe, claro, um paraquedas e um GPS. Pena que não se pode fazer o mesmo com uns e outros.
Aí, claro, os obamaníacos (uns 90% da indústria de entretenimento americana) não gostaram e começaram a fazer biquinho. O Criative Minority Report fala um pouco sobre isso.
Repito que Transformers 2 não é nenhum grande filme e nem dá grande exemplos morais. A atriz Megan Fox é incessantemente explorada nas cenas e fica-se até com certa sensação de calendário de oficina. Isso, certamente, é um erro do diretor, que optou por fazer um filme "testosterona pura": carros, mulheres e explosões, e só. Mesmo assim, o filme exalta alguns bons valores, como a amizade (Bublebee/Sam, Optimus/Sam) e o sacrifício em prol dos outros. Fora que, sim, é divertido.
O que me chama a atenção nisso tudo é que não se pode criticar Obama. Em toda a imprensa mundial há uma muralha de proteção em torno dele, que busca protegê-lo de tudo e que despeja óleo fervente sobre os que tentam ultrapasar essa barreira. Obama se colocou num pedestal e a imprensa volta suas baterias contra os que não respeitam isso. Tudo tem que ser descontruído, a iconoclastia é exaltada quando se trata de atacar valores e tradições. Já Obama, não. Ele é uma divindade que não pode ser contestada. A ele, que se devote amor, admiração e obediência. Ou lá vai óleo fervente!
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