quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pedradas da Vida

Adapto este post do Daniel Souza's Blog:


Isaías 53:

Ele cresceu diante dele como um pobre rebento, como raiz em terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos. Era desprezado e abandonado pelos homens, homem sujeito à dor, experimentado nos sofrimentos; como pessoa de quem todos escondem o rosto, era desprezado, e não fazíamos caso dele.

Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.

Mas ele foi trespassado por causa de nossos crimes, e esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; mas o Senhor fez recair sobre ele a iniqüidade de todos nós.

Foi maltratado, mas livremente humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro; como uma ovelha muda nas mãos do tosquiador, ele não abriu a boca.

(...)

Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; mas se ele oferece sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e por meio dele o desígnio de Deus triunfará.

Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.

Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"Jesus Começou A Chorar"


Quando eu ainda estudava, certa vez uma professora disse à classe que, entre amigo e colega, há uma enorme diferença e que, muitas vezes, acabamos vendo um amigo em quem é apenas colega, enquanto desprezamos o verdadeiro amigo. Ela estava certa!Colegas são ótimos para fazer farra, sair e divertir. Colegas são divertidos, estão presentes o tempo todo, não incomodam! Colegas, temos muitos e muitos arranjamos todos os dias! Os amigos, porém, são complicados, nem sempre estão presentes, necessitam de compreensão, precisam incomodar-nos para que lhes digamos palavras de conforto. Temos que perder nosso precioso tempo em ouvir suas dores e mágoas enquanto poderíamos nos divertir estando com nossos colegas tão vazios e fúteis! Os amigos tanto confiam em nós que em nossas mãos põem seu coração para cuidarmos, desnudam sua alma diante de nossos olhos e repousam sua cabeça cansada em nosso ombro. E, ainda assim, não são valorizados por nós! Preferimos os colegas fúteis e vazios aos amigos sinceros e bons! Talvez seja porque colegas fúteis e vazios não são capazes de nos ferir e nem são por nós feridos. Já os amigos, precisamos perdoar e também pedir-lhes perdão. Nós os ferimos e eles nos ferem, ainda que sem intenção. Nós os magoamos, mesmo sabendo que são poucos e nem todo dia arranjamos outros novos!

Reparar um erro é difícil, reconstruir uma amizade é difícil, agüentar a dor de um arrependimento é difícil. É difícil encarar a verdade quando esta desmascara uma mentira! É difícil encarar a verdade quando esta nos mostra as coisas como realmente são e nos põe no caminho certo!

Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Conheça a Igreja XIV: O Opus Dei

O Opus Dei ("Obra de Deus") é hoje um dos mais importantes movimentos eclesiais e, talvez por isso, alvo preferencial de inúmeras campanhas difamatórias contra a Igreja. Muito se fala hoje sobre o Opus Dei, mas, infelizmente, muito pouco se esclarece. "Ultraconservador" é a palavra usada com maior freqüência para descrever o movimento. Vejamos agora algumas informações.

A Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei - ou, simplesmente, o Opus Dei - foi fundada em 1928 na Espanha por São Josemaría Escrivá. Sua característica fundamental - o seu carisma - é o entendimento de que o Evangelho deve ser vivido no dia-a-dia, nas circunstâncias mais corriqueiras da vida, como o trabalho, os estudos, a convivência social e familiar, sem que seja obrigatoriamente necessário o isolamento em relação ao mundo. O próprio Opus Dei afirma que "
Sua missão consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias do dia-a-dia são ocasião de encontro com Deus, de serviço aos outros e de melhora da sociedade."

O Opus Dei é uma prelazia pessoal - a única atualmente existente. A figura da prelazia pessoal foi criada pelo Concílio do Vaticano II e consiste numa espécie de diocese sem circunscrição territorial, comandada por um prelado. Isso significa que os sacerdotes do Opus Dei devem obediência diretamente ao prelado do Opus Dei e não ao bispo da diocese em que trabalham. Mas é bom lembrar que um padre do Opus Dei só pode trabalhar numa diocese com a autorização do bispo local.

Atualmente, o Opus Dei é composto por aproximadamente 85 mil pessoas em todo o mundo, entre homens e mulheres. Desse total, apenas dois mil são sacerdotes. O restante são os chamados "adscritos", "numerários" e "supernumerários". Os adscritos são pesoas que decidem dedicar sua vida a servir a Deus por meio do Opus Dei, fazendo voto de castidade, mas sem abandonar suas famílias e suas profissões. Já os numerários também fazem voto de celibato, mas vivem nos centros do Opus Dei, ficando disponíveis o tempo todo para servir. É importante ressaltar: nem adscritos nem numerários são monges. Apesar de viverem também uma vida de oração, sua adesão é diferente. Por exemplo, não usam hábito, nem seguem uma regra específica (como a regra de São Bento, ou a Regra de São Francisco).

Mas, na verdade, cerca de 70% do membros do Opus Dei são supernumerários: homens e mulheres casados que buscam, por meio do Opus Dei a santificação de seus lares.

Há ainda os cooperadores (ou colaboradores) e os padres da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, que não estão contados entre os 85 mil membros da Opus Dei. Cooperadores são leigos que, sem se incorporarem à Prelazia, ajudam em atividades assistenciais, de promoção social, cultural e participam de atividades de formação espiritual, como retiros, convívios, etc. Existem até não-cristãos entre os colaboradores do Opus Dei.

Já a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz é composta por sacerdotes integrantes da prelazia e por membros do clero diocesano (ou seja, que não são do Opus Dei). Atualmente, é composta por cerca de 4 mil sacerdotes em todo o mundo. Os sacerdotes diocesanos que integram a sociedade continuam subordinados ao seu bispo e não ao prelado, mas buscam no Opus Dei (assim como os cooperadores leigos) ajuda para sua formação espiritual.

O fiel da Opus Dei - seja sacerdote da prelazia, adscrito, numerário, supernumerário, colaborador ou membro da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz - busca no Opus Dei um caminho para a própria santificação e compromete-se a fazer do seu trabalho, da sua profissão, do seu dia-a-dia, meios de evangelização. A "santificação do trabalho" é um dos princípios fundamentais da espiritualidade da Prelazia. "Buscar a santidade no trabalho significa esforçar-se para realizá-lo bem, com competência profissional e com sentido cristão, ou seja, por amor a Deus e para servir os homens. Assim, o trabalho cotidiano converte-se em lugar de encontro com Cristo."

Para saber mais sobre o Opus Dei:

Site Oficial
Para saber sobre o cilício e as mortificações corporais
Dúvidas gerais: esclarecedor tópico no Orkut sobre o Opus Dei
Editora Quadrante - excelente editora ligada ao Opus Dei

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

História da Salvação - Davi


Davi, o mais novo dos oito filhos de Jessé, foi ungido por Samuel para ser o rei de Israel, conforme Deus ordenara ao profeta. Jessé era um homem de vida simples e, portanto, Davi teve uma origem humilde. Conforme narram as Sagradas Escrituras, ele possuía um semblante formoso, tinha cabelos ruivos e era muito gentil. Na língua hebraica, seu nome significa “amado”, “querido”.

Após a unção, Davi foi viver na corte de Saul, exercendo a função de músico. Ele era um hábil tocador de harpa e, assim, foi chamado para suavizar a melancolia que devorava o rei hebreu. Durante uma disputa com os filisteus, Davi conseguiu matar o maior soldado daquele povo usando apenas uma atiradeira. Depois deste acontecimento, ele foi colocado na liderança de várias expedições militares, das quais sempre retornava vitorioso. Jônatas, o provável herdeiro do trono, e Davi se tornaram grandes amigos, o que foi fundamental para que, mais tarde, este último conseguisse o apoio necessário para se tornar o rei de todo o povo de Deus.

Com o passar do tempo, começou a surgir inimizade entre Saul e Davi, sendo que ele acabou sendo expulso da corte e passou a ser perseguido pelo rei. Enquanto isso, Saul entrou em franca decadência e, após sua morte, Davi conseguiu se tornar rei de fato.

Ele passou a governar a tribo de Judá e Isboset, que era filho de Saul, governou as outras tribos pelo curto período de dois anos. Este havia sido proclamado rei de Israel por Abner, o capitão do exército de Saul. Durante esse tempo em que os dois estavam reinando em Israel, o povo se viu mergulhado numa verdadeira guerra civil, a qual só terminou após diversas batalhas e manobras políticas, cujo fim realmente se efetivou com a morte de Isboset. Então, Davi foi escolhido para governar todo o Israel.

Inicialmente, ele teve de enfrentar as constantes invasões dos filisteus e ainda conseguir o reconhecimento e apoio de todas as tribos de Israel. Ele conseguiu unificar, a pedido do povo e através de seu consentimento e sem imposição, todas as tribos sob seu governo. Depois disso, ele fez uma aliança com os sacerdotes de Jerusalém e fez dela a capital de Israel, que anteriormente era a cidade de Hebron. É interessante notar que Jerusalém ainda não pertencia a Israel, portanto sua escolha evitou possíveis ciúmes entre as tribos.

Por esse tempo, Davi começou a consolidar o reino de Israel e a conquistar ainda mais as terras dos filisteus, encurralando este povo cada vez mais junto à costa do Mar Mediterrâneo. Já em idade avançada, Davi quis construir um templo para o Senhor em Jerusalém, cidade para a qual ele já havia levado a Arca da Aliança. Porém, este templo seria construído por Salomão, seu filho e sucessor.

Davi governou Israel por quarenta anos. Ele é considerado o rei ideal, ou seja, aquele que obedece a Deus e serve ao povo. Sem dúvida, foi um político hábil, que conseguiu a simpatia do povo, estando ao seu lado para protegê-lo, defendê-lo e guiá-lo. A história vê em Davi o modelo da autoridade política justa.

Além disso, ele foi um grande poeta, tendo escrito vários salmos, e foi também de uma grande popularidade em seu tempo e durante os séculos que se seguiram. Quando se lê a sua história, é possível observar o quanto ele fez de coisas boas e também o quanto aprontou com atos nada éticos e muito menos heróicos. Sua vida foi marcada por incidentes dos mais inimagináveis possíveis, numa surpreendente sucessão de contradições de comportamento difícil de entender pelos nossos padrões sociais. Nele podiam se encontrar paixão e altivez, generosidade e ternura, determinação e coragem e, tudo isto, numa mistura que parece à primeira vista das mais explosivas. Entretanto, foi desta complexidade que brotaram as qualidades de estadista, soldado, poeta, sacerdote, profeta e rei.

Na história de sua vida podemos ver claramente o desenrolar da aventura humana, ou seja, todas as fraquezas e forças que permeiam a nossa vida, com seus momentos de alegria, dor, fidelidade e queda. Seu nome é citado em vários livros da Bíblia mas, para conhecer melhor sua história, é só ler os livros de Samuel, os quais narram detalhadamente o período de transição do modelo de governo tribal para o governo monárquico.

Finalmente, é preciso ressaltar que o ponto mais importante de sua história é a profecia de Natã, onde o profeta anuncia que o trono de Jerusalém sempre será ocupado por um messias (rei ungido) da família de Davi. Esta profecia teve seu pleno cumprimento em Jesus, o Messias. Os Evangelhos, ao apresentarem Jesus como descendente de Davi, mostram que ele é o Messias esperado, que veio ao mundo para reunir todos os homens e levá-los à vida plena e eterna.

Nilson Antônio da Silva

O Plano de Deus

Nossas crenças nos permitem adequar as mais diversas situações a nossa história de vida. Nosso conhecimento permite que tomemos as decisões mais complexas sem muitas vezes nos atermos à idéia de que Deus, como pai amoroso, possui para cada um de nós um plano de Amor.

É lindo pensar que Deus traçou um projeto de vida para cada ser humano.

Acreditar no Plano de Deus não impede que você tenha liberdade. Somos livres, mas se acreditarmos no Plano de Deus, nossas decisões e posicionamentos serão sempre pautados no objetivo de fazer aquilo que acreditamos ser melhor para nós dentro do Plano.
Quem não tem fé no Plano, acredita na "sorte", na "força interior", na "própria capacidade".

Quem tem fé acredita no Plano, na misericórdia Divina, no livre-arbítrio amparado pela fé, no esforço continuo e na capacidade como meios eficazes de contribuir para efetivação do Plano.
Todos nós somos parte do Plano de Deus, mas falta coragem para aceitar.

Me lembro de uma oração muito linda de quando eu era criança, se chama oração do abandono:

Meu Pai,
Eu me abandono a Ti,
Faz de mim o que quiseres.
O que fizeres de mim,
Eu Te agradeço.

Estou pronto para tudo, aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
E em tudo o que Tu criastes,
Nada mais quero, meu Deus.

Nas Tuas mãos entrego a minha vida.
Eu Te a dou, meu Deus,
Com todo o amor do meu coração,
Porque Te amo
E é para mim uma necessidade de amor dar-me,
Entregar-me nas Tuas mãos sem medida
Com uma confiança infinita
Porque Tu és...
Meu Pai!

Hoje fico pensando em como são fortes estas palavras. Uma simples oração ensinada para uma criança, afirmar aceito tudo, estou pronta para tudo, não é fácil. Como é difícil ser forte, como é difícil tentar ser melhor. Mas é por acreditar no Plano de Deus que nos tornamos fortes e tentamos ser Santos.

Que Deus nos ajude a caminhar e que seu Plano de Amor se concretize em nossas vidas e em nossos corações.

sábado, 25 de outubro de 2008

Ah, Cristo...

Ah, Cristo... Como é difícil permitir-te ser o centro da minha vida, mas como é boa essa luta, como é bom abrir-te a porta, como é bom pensar em Ti e receber-te no Pão!

Penso nas vezes em que te entristeces por mim, quando tropeço e caio, quando por nada me distraio... Mas então me lembro de tua misericórdia - e ela é grande demais, Senhor, e isso assusta.

Cristo, quero entregar-te meus passos, a força dos meus braços, cada pensamento meu. Quero ser teu servo no mundo - o menor dos servos, o mais humilde, mas sempre um servo teu.

Senhor, corrige meus erros, humilha minha soberba, castiga minha preguiça, releva meus pecados, mas não te afastes, Senhor, não desiste de mim!

Faz-me alegre, Senhor. Forte, humilde, casto, diligente, generoso, corajoso. Socorre-me, Senhor, na luta contra os vícios e as fraquezas. Sei que em Ti posso derrotá-los todos.

Tanto me deste, Senhor! Toda a saúde, toda a felicidade da família, do amor, da amizade! Todos os dons materiais e espirituais! E permitiste-me te conhecer, Senhor!

Por tantos lugares me levaste, Senhor! E como poderia eu retribuir tanto cuidado? Pobre de mim... Mas me mostra como, Senhor, te retribuir um pouco do que me deste.

Perdão, Senhor, por, apesar de todo o amor que me deste, ser ainda tão pequenino. Mas obrigado, Senhor, porque sei que confias em mim.

Amo-te, Senhor, com a minha pequena capacidade, com a minha pobre medida. Mas recebe este amor, Senhor, e ajuda-me a torná-lo sempre maior.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Conteúdo bom e profundo: é o site da editora Quadrante

A Quadrante é uma editora ligada à Opus Dei que publica uma infinidade de livros , todos de excelente qualidade. Há obras sobre espiritualidade, história da Igreja, documentos eclesiásticos, biografias de santos.Todo o seu conteúdo é bastante criterioso, as traduções são muito cuidadosas.

Uma coisa muito interessante o Círculo de Leitura: uma assinatura anual que dá direito ao assinante de receber em torno de oito livros por ano, definidos pela própria editora. São sempre livros muito bons! E os assinantes tem descontos na aquisição de outras obras.

De toda forma, no site da editora há uma seção com artigos sobre assuntos diversos. Há que se dizer: são artigos excelentes! Abordam temas como literatura, história, filosofia, psicanálise, ciência, bioética, etc. Eles constituem uma excelente forma para aprender um pouco mais sobre a Igreja, sobre a nossa fé, sobre os desafios que se colocam diante de nós nos tempos atuais.

Selecionamos alguns artigos:

A religião em Freud
Para ler em dez minutos: tudo sobre "O Código da Vinci"
C. S. Lewis
Galileu em Roma
A dignidade e a valorização da mulher
Espírito científico e fé em Cristo
A época da "morte de Deus"
A crise da liberdade
A ética católica do trabalho
Sobre samurais e sapos

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Teologia do Corpo: visão que cura a sexualidade

Seguindo nosso caminho semanal para conhecer melhor os ensinamentos sobre a Teologia do Corpo, instituída por João Paulo II, postamos uma matéria da Agência Zenit com o pensador católico norte-americano George Weigel:

Weigel: não há nada comparado à teologia do corpo
Em contraste com a visão atual de «sexo como esporte»

Os ensinamentos sobre a teologia do corpo de João Paulo II oferecem uma visão curativa da sexualidade humana, com a qual a cultura hoje dominante não pode estar de acordo, afirma o autor e pensador católico norte-americano George Weigel no discurso de abertura da 77ª Conferência Educativa Anual da Associação Médica Católica sobre a aplicação da teologia do corpo de João Paulo II à prática da medicina.

Os 306 médicos e 18 estudantes de Medicina se reuniram de 9 a 12 de outubro em Baltimore (Maryland, EUA) para refletir sobre o tema «Teologia do Corpo: Desafios Modernos à Saúde, à Consciência e à Dignidade Humana».

A conferência anual, que se celebrou sob a proteção da mulher, mãe e médica italiana Santa Gianna Beretta Molla, começou com uma Missa presidida pelo cardeal William Keeler, arcebispo emérito de Baltimore. O arcebispo Dom Edwin O'Brien, que atualmente está à frente da sede episcopal desta cidade americana, presidiu por sua vez a missa de encerramento.

Weigel, autor da biografia do Papa João Paulo II, «Testemunha de Esperança», afirmou que o século XXI se caracteriza pela questão do ser ou do nada: «estamos sendo testemunhas de um novo gnosticismo, no qual se crê que o mundo material, inclusive o corpo humano, é totalmente maleável e modificável».

Este novo gnosticismo, observa, sustenta que «tudo o que pode ser modificado deverá sê-lo», e que esta tendência se nota sobretudo no campo da sexualidade humana.

Quando neste campo nada se considera como um dom, chega-se a uma «ditadura do relativismo», afirmou o autor, citando o discurso do então cardeal Joseph Ratzinger no conclave que traçou sua eleição como Bento XVI.

Colisão de verdades
Quando «minha verdade e tua verdade colidem», afirmou Weigel, estas realidades irreconciliáveis se resolvem através do poder coercitivo do Estado.

O escritor pôs esta visão da «sexualidade convertida em um esporte» em contraste com os ensinamentos de João Paulo II em sua teologia do corpo, sobre a qual o falecido Pontífice já estava trabalhando durante o conclave que o levou a ser eleito Papa.

A resposta cristã a este novo gnosticismo se encontra na «teologia do corpo», declarou Weigel, que oferece uma visão ampla da história bíblica presente no livro do Gêneses.

João Paulo II, explicou, contemplava o início, quando Deus chamou o primeiro homem à vida, e depois a primeira mulher. O Papa havia descoberto que antes do pecado original existiam a solidão original do primeiro homem (Adão), a unidade original do homem com a mulher (Eva) e de ambos com Deus, e a original nudez sem malícia.

Juntos descobriram o amor de Deus através de um dom livre de si mesmos, e da abertura à fertilidade, acrescentou. João Paulo II considerava que a unidade original de Adão e Eva – e de ambos com Deus – se rompeu quando estes se utilizaram reciprocamente ao invés de doar-se livremente um ao outro.

O dom de si no santo matrimônio, com a plena abertura do corpo do homem ao corpo da mulher, é um ícone do amor de Deus, observa Weigel.

Segundo ele, este ensinamento novo, agora disponível para toda a Igreja Católica, desde os escritos originais de João Paulo II às publicações de outros autores, oferece à cultura dominante, que considera o sexo como um esporte, uma visão curativa que não tem comparação com nada do que esta cultura possa oferecer.

"O Amor E A Fidelidade Vieram Através de Jesus Cristo"


Existem muitas, mas muitas pessoas que desconhecem a palavra fidelidade e vivem vagando desnorteadas pela vida e pelo mundo, como se nunca houvesse um ontem e um amanhã. Ficam presas em um presente fútil e inconseqüente, incapazes de enxergar a própria alma e sentir a existência daqueles que as cercam. Amam e odeiam como se fossem senhores da verdade; estimam e desprezam como se fossem juízes da verdade; ordenam e exigem como se fossem absolutas, a quem o mundo irrebelavelmente deve servir.
Traem os outros sem saber que antes traem a si mesmas e, às vezes, ainda se sentem traídas por aqueles a quem traíram. Passam a vida toda sem crer em nada, porque crêem em coisas inexistentes criadas por elas mesmas, perdidas em um deserto estéril onde sequer animam-se a erguer os olhos e olhar para o horizonte.

Vivem seus dias amando e odiando, estimando e desprezando, mandando e exigindo como se fossem viver para sempre, sem fazer a mínima idéia da preciosidade de cada segundo da vida. Dão-se ao luxo de gastar meses, às vezes anos e anos, odiando e desprezando, em vez de estimar e ao menos ser gentil. É claro que amar verdadeiramente é algo que se constrói com ardor e lentidão, envolve sorrisos e lágrimas, necessita compreensão e total doação. Por isso, disse que se deve ao menos ser gentil! Não se trata de uma gentileza aparente, que venha para dissimular outros sentimentos e que no fim acaba se tornando pior do que odiar ou desprezar. Trata-se da manifestação sincera do empenho em querer amar.

A fidelidade aos bons princípios pessoais de cada um, levando-se sempre em conta cada ato passado e avaliando conscientemente as conseqüências de um ato presente para o futuro, é fundamental para a vida e para que, durante esta, possa existir harmonia e paz no convívio social, e haja tranqüilidade e serenidade no coração. Nunca devemos ter a presunção de pensar que nossos atos não trarão conseqüências às pessoas com as quais convivemos. Quem assim pensar, estará agindo com ignorância.

A fidelidade a Deus, a fidelidade à vida, a fidelidade a quem nos ama, sejam amigos e familiares, e sobretudo a fidelidade ao próprio coração, é o que garante uma vida feliz e próspera. A fidelidade aos bons e verdadeiros sentimentos do coração é fidelidade a Deus, pois Ele habita em nós e dá-nos vida, porque Ele é a Vida plena, absoluta, abundante, infinita e eterna!

Nilson Antônio da Silva

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Casas do Senhor XII: Basílica de São Paulo Extramuros

A Basílica de Sao Paulo Extramuros (ou Fora dos Muros) é assim chamada porque foi construída fora das muralhas da Roma Antiga. Lá está enterrado o apóstolo Paulo.

Logo após o martírio de São Paulo, que foi decapitado em Roma durante o reinado do imperador Nero (em algum momento entre os anos de 64 e 67 d.C.), os cristãos construíram um memorial sobre sua sepultura. Sobre esse memorial foi erguida uma igreja em 324, por ordem do imperador Constantino, o primeiro monarca romana convertido a Cristo. Em 386, o imperador Teodósio, que tornou o Cristianismo a religião oficial do império, decidiu erguer uma grande basílica no mesmo local. A igreja antiga foi demolida e a atual basílica foi concluída em 395. Apesar de já ter passado por várias restaurações, de modo geral ela conserva a arquitetura original romana. Ao lado da basílica encontra-se uma abadia de monges beneditinos, que também leva a denominação de São Paulo Extramuros.

A basílica, que mede 132 x 65 metros e tem 30 m de altura, é um tesouro religioso, histórico, artístico e arquitetônico, testemunhando boa parte da história da Igreja. Há mosaicos originais dos séculos V e XIII, o baldaquino é do século XIII, a colunata é do século XIX e a porta de bronze, do século XX. Lá estão muitas relíquias, a começar do corpo de São Paulo, cuja localização exata foi redescoberta em 2006.

Localize a basílica no Google Maps; visite o site oficial.
"O que pode temer o filho nos braços do Pai?"

São Pio de Pietrelcina