terça-feira, 8 de julho de 2008

“Envia Teu Espírito, Senhor, e Renova a Face da Terra”

Palavras bonitas são estas, com tão profundo significado e tão envolvente esperança para o mundo.

Nestes tempos em que a humanidade mergulha em densas trevas de egoísmo, em que a vida vai perdendo para os valores da morte, a palavra de Deus vem em socorro daqueles que, desesperados e desanimados diante de tanta dor e sofrimento, esperam e confiam em seu Criador. A vida, que é reflexo da glória de Deus, é ameaçada e desvalorizada por aqueles que cultuam a si mesmos e aos próprios projetos egoístas. Todo aquele que fere e destrói a obra de Deus, põe-se contra a vontade do Senhor e, voluntariamente, vai se afastando da Fonte da Vida e mergulha irremediavelmente nas profundezas da ausência de Deus, isto é, nos abismos escuros do inferno.

Ora, a vida de inocentes é ameaçada e, para grande desgraça de todos nós, tal ameaça tem o aval da sociedade em que vivemos. Como pode um ser humano, que possui alma e é gente desde o momento de sua concepção, gritar de dentro do seio de sua mãe que deseja viver e admirar as estrelas do céu e sentir o calor do sol? Não lhe é possível fazer isso, mas nem por isso ele deixa de ser gente e se torna uma coisa sem alma, como se não passasse de um pedaço daquela que o gerou.

Vivemos numa sociedade cujos deuses são o hedonismo e a morte. Vivemos numa sociedade cujos valores estão fundamentados no mais refinado egoísmo. Vivemos numa sociedade que levanta a bandeira do serviço voluntário numa mão enquanto ergue uma arma na outra.

E nós, que cremos em Nosso Senhor, que podemos esperar? Como o profeta antigo já dizia, neste mundo somos apenas peregrinos em busca da Pátria Celeste. Viemos de Deus porque Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Assim, sentimos como que uma imensa saudade da casa de Deus, isto é, do Céu, e ansiamos pelo dia em que viveremos eternamente junto de nosso Criador. Entretanto, isto não é motivo nem razão para nos alienarmos das dores, sofrimentos e erros em que a sociedade mergulha de cabeça. Como filhos de Deus, somos co-responsáveis pelos cuidados para com a sua obra. Torna-se um grave erro de nossa parte quando cedemos à tentação covarde de abandonar nossos semelhantes e irmãos em seus próprios erros e caminhos de morte. Se fizermos isso, estamos cultuando o deus do egoísmo e, certamente, não seremos recebidos pelo Senhor ao final de nossa peregrinação aqui na terra.

É triste ver tanta dor ao nosso redor, é doloroso saber que pouco podemos fazer diante de uma cultura massificadora que gera morte e prazer desenfreado. Tantas vezes, nestes últimos tempos, a voz daqueles que crêem em Deus é abafada pelo grito daqueles que cultuam a morte. E quem cultua a morte? São adoradores da morte aqueles que defendem e apóiam o aborto, aqueles que defendem e apóiam a eutanásia, aqueles que exploram os mais simples e humildes, aqueles que se aproveitam sexualmente de crianças e adultos, aqueles que agridem e destroem as maravilhas da criação de Deus... e aqui caberiam muitos outros que praticam atitudes abomináveis diante do Senhor. Neste ponto, é preciso ser franco: todo aquele que é adorador da morte na verdade é adorador do diabo, pois o diabo é o autor do pecado, e o pecado é o causador da morte. Desde o primeiro profeta, passando pelos mártires e santos, até chegar aos dias de hoje, esta é uma verdade que nunca deixou-se calar.

Agora, cansados da poeira da estrada em que caminhamos, todos nós, filhos de Deus e seguidores de Jesus, gritamos e imploramos: “Envia teu espírito, Senhor, e renova a face da terra”!

Como num vendaval terrível, pedimos que teu espírito vivificante venha purificar este mundo tão sujo de pecado e dissipar as trevas do erro que cobrem a humanidade. Queremos que o teu espírito fecunde as mentes daqueles que escrevem as leis da nossa sociedade para que despertem para a vida e reconheçam que há somente um Deus único e verdadeiro, o criador de tudo e de todos, o Senhor que dá a vida e a mantém existindo. Sem Deus, tudo volta ao nada, de onde foi tirado. É apenas isto que a humanidade precisa entender. Apenas isto!

Nilson Antônio da Silva

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