segunda-feira, 21 de julho de 2008

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO I- O Oriente Médio - Parte II


Cadeias de altas montanhas, vales longos onde serpenteiam rios ladeados por vilarejos, extensos desertos castigados pelo calor do sol e pelo frio da noite, colinas a se perderem na solidão do horizonte, encostas por onde pastam rebanhos guardados por humildes pastores... assim é a região onde os profetas e patriarcas viveram.

São terras bem diferentes das terras brasileiras e, sem dúvida, também possuem tantas maravilhas naturais quanto o Brasil. Em princípio, são terras formadas por vastos e desolados desertos, os quais se estendem sobre planícies e montanhas a perder de vista. Entretanto, também existem campos e vales com vegetação exuberante, bem como rios e terras férteis.

Ao longo de toda a sua história, o povo de Deus caminhou através de desertos, atravessou rios e cruzou vales e montanhas. Quatro rios sempre estiveram presentes na história de Israel, os quais são o Tigre e o Eufrates, o Nilo e, finalmente, o rio Jordão. Patriarcas e profetas, reis e apóstolos, camponeses e gente simples... enfim, todos sempre estiveram, de alguma forma, ligados a esses rios.

Os rios Tigre e Eufrates nascem na Turquia, no maciço da Armênia, uma região que possui serras muito altas. O Eufrates, ao longo de seu percurso rumo ao Golfo Pérsico, atravessa desfiladeiros profundos na cordilheira do Tauro; o Tigre, cujas nascentes estão perto de Elaziq, não muito longe das nascentes do Eufrates, desce e, após passar pelo lago Hazar, toma a direção rumo ao Iraque. Por correrem em rumos iguais, muitas vezes os leitos de ambos se aproximam e se afastam. Assim, são nessas aproximações que surgem as grandes e férteis planícies. Enquanto corre, o rio Tigre recebe numerosos afluentes vindos da cordilheira dos Zagros, nos limites do Irã. Como correm numa região montanhosa, esses dois rios apresentam enchentes muito violentas e sem regularidade, ao contrário do Nilo, que se mostra bem mais previsível e estável.

O Egito se desenvolveu ao longo do Rio Nilo e, não sem motivo, os próprios egípcios consideravam seu país como um dádiva do Nilo. O nome Nilo vem do latim “Nilus”, o qual vem do grego “Neilus”. Já os egípcios antigos chamavam-no “Aur” ou “Ar”, que significa “negro”, por causa do fato de suas enchentes sempre deixarem atrás de si uma terra negra. O Nilo nasce nos planaltos da Etiópia e nas águas do Lago Vitória, bem no coração da África. Após percorrer quase sete mil quilômetros, derrama suas águas no Mar Mediterrâneo. Entretanto, na antiguidade os egípcios não conheciam as suas nascentes. Enviados por faraós, muitos exploradores tentaram chegar às suas nascentes, mas sem sucesso.

O rio Jordão, cujo nome em hebraico é “Nehar Hayarden” significando “aquele que desce” ou “lugar onde se desce” para beber, é o rio onde Jesus foi batizado por João antes de iniciar a pregação do evangelho. Ele nasce na encosta do Monte Hermon, na atual Jordânia, e termina seu curso no Mar Morto. É um rio cuja profundidade fica entre um e três metros, com uma largura que chega a trinta metros. Ao longo de suas margens, desde os tempos mais antigos, surgiram pequenos povoados, cujos habitantes se dedicavam à pesca, à lavoura e à criação de ovelhas e cabras. Em alguns trechos, o Jordão atravessa terras áridas; noutros, ele mesmo favorece a formação de áreas de densa vegetação.

É interessante observar que na maior parte de seu curso ele corre abaixo do nível do mar, até desaguar no Mar Morto. Este mar interior, que é assim chamado devido à altíssima salinidade de suas águas, que impede a existência de peixes e outros seres aquáticos, é formado unicamente pelas águas do rio Jordão. Porém, antes de desaguar, o Jordão forma ainda o Mar da Galiléia, também chamado de Mar de Genesaré e Lago de Tiberíades. Nas margens deste localizavam-se as pequenas cidades pelas quais Jesus tanto pregou, como a antiga Cafarnaum. Nas águas do Mar da Galiléia, Pedro, André e Tiago lançavam suas redes e, ao ouvir o chamado do Senhor, abandonaram-nas para se tornarem pescadores de almas. Nessas mesmas águas, Jesus acalmou os ventos e, ainda, de dentro de uma barca, ensinou às multidões.

Nilson Antônio da Silva

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