terça-feira, 1 de julho de 2008

A Memória














Hoje em dia, todos certamente concordarão, vivemos num ritmo acelerado em que tudo chega até nós em quantidades imensuráveis. Uma enorme quantidade que nem sempre vem acompanhada de qualidade.

Somos bombardeados por informações as mais diversas possíveis; lemos jornais, livros e revistas sobre os mais variados assuntos; assistimos a filmes e seriados e telejornais que abordam os mais vastos temas... Enfim, vivemos numa sociedade fundamentada na informação e na transformação constante. Então, como agir diante de tudo isso? Melhor ainda, como reagir de forma a guardar apenas o que realmente é importante e necessário para melhorar a nossa vida?

Ora, nossa mente não é capaz de manter tudo que chega a ela sem parar. É preciso que haja critérios de escolha para preservar o que é bom e descartar o que é ruim. E como fazer isso?

Santo Agostinho, doutor da Igreja, indica-nos um caminho ao qual podemos nos lançar confiantes em suas palavras. Ele fala sobre a memória, a memória individual que nos faz e nos constitui como pessoa única. Esta mesma memória, segundo o bispo de Hipona, leva-nos a sentirmos saudades de Deus, nosso criador e salvador, porque traz preservado em nossa alma a lembrança da felicidade eterna.

"Chego aos campos e vastos palácios da memória onde estão os tesouros de inumeráveis imagens trazidas por percepções de toda espécie. Aí está também escondido tudo o que pensamos, quer aumentando quer diminuindo ou até variando de qualquer modo os objetos que os sentidos atingiram. Enfim, jaz aí tudo o que se lhes entregou e depôs, se é que o esquecimento ainda o não absorveu e sepultou... ...Quem poderá explicar o modo como elas se formaram, apesar de se conhecer por que sentidos foram recolhidas e escondidas no interior?..."

Sem memória, o que somos? É na memória que nos reconhecemos como pessoa única diante do mundo e diante de Deus, com todas as responsabilidades que este reconhecimento nos leva a aceitar e cumprir.

Nilson Antônio da Silva, 2008.

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